NP 400 Parte 1/2 aconteceu perda de sinal
Chamada NP 400
Notícias Petroleiras e outras, estes são os nossos módulos. | |
Vinheta | EDITORIAL: Fim da vigência da mp 927 em (19/07/2020) |
Módulo I Presidente chileno promulga lei de saques de fundos de pensão | |
30/07/2020
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Ivan Luiz Jornalista – Reg. CPJ 38.690 - RJ –1977. | Módulo II Petrobrás se desfaz totalmente da TAG |
Módulo III 24 jul, 2020 Plataforma P-77 vive surto de COVID-19 | |
Módulo IV Lutas e Revoluções na América Latina Seculos XIX, XX e XXI destaque para o Perú | |
Módulo V - Homenageados na cultura brasileira, destaque para: | |
Módulo VI Relação completa dos aniversariantes de 24 a 30/07 | |
Módulo VII – Combustíveis no Brasil: mais um escândalo revelado. Petrobras sabia | |
Módulo VII_I – Petrobras eleva salários e diretores podem receber até 400 mil reais por mês; | |
Módulo VII_II –Bispos da CNBB assinam carta contra o governo bolsonaro: 'Desprezo pela educação, cultura e saúde nos estarrece' | |
Módulo VII_III –Bilionários aumentaram suas fortunas durante a pandemia de coronavirus. | |
Urgente - Relações China-EUA: uma decisão histórica, esperanças frustradas e crise sem precedentes | |
Homenagem Especial: |
Momento Furtado
Quatrocentos –
30/07/2020
Brotando uma ideia,
fazendo-a uma realidade
Mesmo na adversidade,
superando obstáculos
Dificuldades normais sem
contudo abater
Perspectiva de montar um
meio de comunicação
Mais abrangente e objetivo
em uma pequena sala
Do Sindipetro-Rio, o sonho
tornou-se um fato
Desta maneira surgiu a Rádio
Petroleira
Um baluarte dos
trabalhadores em defesa
Dos seus direitos e das
suas conquistas
Trincheira pujante, a voz
dos que lutam
Contra os que tentam
abafar o clamor
Das assembleias, vários
são os exemplos
Da resistência, não existe
concessão
Usando o diálogo e a
informação
Questionando as propostas
das empresas
Está o programa semanal
Ontem, empresas privadas
mobilizadas
Hoje, notícias
petroleiras, levando a todos
O verdadeiro sentido da
luta, crítico quando
Necessário e criticado
quando preciso
Sem a falsa demagogia,
transparente e coeso
Respeitando as opiniões,
porém contundente nas suas
Há também o aposentado
presente chamando os mesmos
A participarem do embate
para evitar que rasguem
A sua história e suprimam
as suas conquistas
Antônio
Furtado
FIM DA VIGÊNCIA DA MP 927 NESTE DOMINGO
(19/07/2020)
Como o Senado retirou da pauta de votação a MP
927, ela não foi convertida em lei dentro do prazo.
Com isso, deixaram de valer todas as alterações
trabalhistas criadas em 22 de março excepcionalmente para o período da
pandemia.
Ou seja, as exigências administrativas em
Segurança e Saúde no Trabalho voltam a valer
como eram antes:
- Os exames médicos ocupacionais voltam a ser
exigidos nos prazos regulamentares, sem dispensa da sua realização;
- Os treinamentos previstos nas NRs voltam a ser
exigidos de forma presencial e nos prazos regulamentares.
- Os processos eleitorais da CIPA não poderão mais
ser suspensos e os mandatos dos cipeiros não mais prorrogados.
Mais informações https://outline.com/qBqDx8
O
que muda com o fim da MP 927?
Alguns destaques:
- O
tempo trabalhado pelo funcionário em regime remoto, além da jornada normal
de trabalho, será considerada hora extra, e deverá ocorrer o seu
pagamento.
- Com
a MP 927, o acordo individual poderia ser preponderante ao coletivo, ou
seja, tinha mais peso. Com o fim da validade da medida, o acordo coletivo
tem mais peso do que o individual, ou seja, precisa ter a intermediação do
sindicato da categoria do trabalhador para mudar as regras que foram
modificadas pela MP e agora voltaram a seguir a CLT.
- O
período de férias individuais volta ser comunicado com 30 dias de
antecedência, e não mais em 48 horas.
- Não
pode antecipar férias para o funcionário que não completou 12 meses como
empregado, portanto, não tem o período aquisitivo para esse direito.
- O
empregador não pode postergar o pagamento do adicional de 1/3 de férias e
o abono pecuniário.
- Para
o caso de contratos que preevem o banco de horas, o mesmo deve ser
compensado de acordo com o acordo coletivo, que em alguns casos pode ser
no prazo de três a seis meses. A MP 927 permitia a compensaão em até 18
meses.
- Os
exames médicos ocupacionais devem ser feitos nos prazo normais. E os
treinamentos estabelecidos pelas normas regulamentatoras também devem ser
feitos de acordo com os prazos legais e de forma presencial
Veja
o que muda com o fim da validade da Medida Provisória 927
JULY 20, 2020
RIO - A
Medida Provisória (MP) 927 perdeu o prazo para a votação no último domingo (19)
e caducou. O texto, publicado em março, flexibilizou
regras trabalhistas e permitiu aos empregadores a negociação de forma
direta com os funcionários — sem mediação do sindicato do trabalhador — em
acordos sobre o teletrabalho, suspensão temporária do contrato de trabalho,
antecipação de férias e feriados, banco de horas, adiamento do recolhimento do
FGTS por três meses, dispensa de exames médicos ocupacionais, entre outros
temas.
O texto,
que foi publicado no dia 22 de março e tinha força de lei, visava facilitar a
manutenção dos postos de trabalho por causa da crise gerada pela pandemia do
coronavírus. A MP chegou a ser aprovada pela Câmara dos Deputados, mas não
teve consenso no Senado, onde recebeu mais de mil emendas. Mesmo enquanto
vigorou, a MP foi motivo de discordância entre a equipe econômica do governo,
entidades de classe e parlamentares.
Michelle
Pimenta Dezidério, especialista em Direito do Trabalho e associada do
escritório Chediak Advogados, explicou que os empregadores não podem mais tomar
medidas com base nas regras modificadas pela Medida Provisória 927 e volta a
valer o que prevê a CLT, sem qualquer tipo de flexibilização. No entanto, tudo
o que foi pactuado enquanto estava em vigor a MP, continua tendo validade.
— Tudo o
que os empregadores fizeram, por exemplo, concessão de antecipação de férias,
não vai ser considerado inválido, enquanto feito dentro da validade da medida
provisória, tem-se a segurança jurídica.
A
advogada comentou que a não votação da Medida Provisória prejudica tanto o
empregador, que não pode mais contar com as flexibilizações, quanto o
empregado, que poderá ser dispensado, o que pode acarretar em ainda mais
desemprego para o país.
— Todas
essas regras que foram permitidas tinham a intenção de manter os empregos.
Então esse empregador, sem a flexibilização, vai pensar duas vezes antes de
manter o funcionário, e para o trabalhador, ele corre o risco de perder seu
posto.
Confira as principais
mudanças com o fim da validade da MP 927:
Home office / teletrabalho
§
O empregador não pode determinar a mudança do regime presencial
para o teletrabalho, precisa ser acordado entre as duas partes: empregador e
trabalhador.
§
Aprendizes e estagiários não podem mais atuar no regime de
trabalho remoto.
§
O tempo trabalhado pelo funcionário em regime remoto, além da
jornada normal de trabalho, será considerada hora extra, e deverá ocorrer o seu
pagamento.
Acordo individual x acordo
coletivo
§
Com a MP 927, o acordo individual poderia ser preponderante ao
coletivo, ou seja, tinha mais peso. Com o fim da validade da medida, o acordo
coletivo tem mais peso do que o individual, ou seja, precisa ter a
intermediação do sindicato da categoria do trabalhador para mudar as regras que
foram modificadas pela MP e agora voltaram a seguir a CLT.
Férias individuais e
coletivas
§
O período de férias individuais volta ser comunicado com 30 dias
de antecedência, e não mais em 48 horas.
§
O período mínimo de férias individuais deve ser de 14 dias, o
restante pode ser dividido em outros dois perídos.
§
Não pode antecipar férias para o funcionário que não completou
12 meses como empregado, portanto, não tem o período aquisitivo para esse
direito.
§
O empregador não pode postergar o pagamento do adicional de 1/3
de férias e o abono pecuniário.
§
O empregador deve comunicar sobre a concessão de férias coletivas
com 15 dias de antecedência, e não mais 48 horas, e tem que informar ao
sindicato da categoria dos funcionários e ao Ministério da Economia.
§
As férias coletivas devem ter um período mínimo de 10 dias.
Feriados
§
Os feriados não podem ser antecipados, sem que isso tenha sido
negociado em acordo coletivo.
Banco de horas
§
Para o caso de contratos que preevem o banco de horas, o mesmo
deve ser compensado de acordo com o acordo coletivo, que em alguns casos pode
ser no prazo de três a seis meses. A MP 927 permitia a compensaão em até 18
meses.
Segurança e saúde do
trabalho
§
Os exames médicos ocupacionais devem ser feitos nos prazo
normais. E os treinamentos estabelecidos pelas normas regulamentatoras também
devem ser feitos de acordo com os prazos legais e de forma presencial.
Fiscalização
§
Os auditores do Trabalho podem atuar de forma fiscalizadora,
inclusive com a plicação de sanções e multas.
Lembra as alterações trabalhistas por causa da
pandemia? Mudaram novamente com a perda da validade da MP nº 927, que não foi votada no Senado. Portanto
deixaram de valer todas as alterações trabalhistas criadas em março deste ano
com esta MP.
Os acordos realizados durante a vigência da MP
nº 927 não perdem a validade, mas devem ser
tratados como excepcionais. Tudo que foi pactuado entre a empresa e o
trabalhador é válido, sendo considerado um ato jurídico perfeito. É o que nos
diz o artigo 62, § 11 da Constituição Federal: “(...) as relações jurídicas
constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência
conservar-se-ão por ela regidas.”
A partir deste momento a empresa deve voltar a
normalidade nos assuntos tratados na MP. Nosso conselho é: formalize todas as
alterações realizadas e guardem os documentos de todos esses eventos.
Tanto a empresa quanto o trabalhador, devem
estar devidamente documentados para eventuais questionamentos judiciais.
Todos devem sempre estar em diálogo com os
sindicatos, para não correrem riscos, principalmente sobre o banco de horas,
que é um ponto com muitas divergências.
O Direito do Trabalho é detalhe e quando os
detalhes são esclarecidos e documentados, é possível evitar problemas futuros.
O que vai mudar na vida prática dos
trabalhadores?
Férias Individuais
· O aviso sobre as férias do empregado deve ser
dado com 30 dias de antecedência, novamente.
· As férias individuais voltam a ser dividas,
no máximo, em três períodos, com a concordância do empregado. Um dos períodos
não inferior a 14 dias corridos e os outros com pelo menos 05 dias corridos
cada.
· Se o empregado recebeu as férias por um
período maior que o devido, não ficará “devendo” dias de férias à empresa.
· O pagamento volta a ser devido até dois dias
antes do início das férias.
· Fica proibido a concessão de férias para
períodos aquisitivos não adquiridos.
Férias Coletivas
· A comunicação volta a ser de 15 dias antes do
início das férias.
· Retorna a obrigatoriedade de comunicação da
concessão das férias coletivas ao sindicato correspondente e ao Ministério da
Economia.
· Período de concessão mínimo de 10 dias.
Feriados
· Não existe mais a possibilidade de antecipar
feriados pelas empresas.
Teletrabalho / Home Office
· Não existe mais o poder de determinar a
alteração do regime de trabalho de forma unilateral pela empresa.
· Podem ser configurados como tempo à
disposição o tempo de uso de aplicativos e programas de comunicação e controle
fora da jornada de trabalho normal.
· Estagiários e aprendizes não podem executar
trabalhos remotos.
Banco de Horas
· O banco de horas volta a ser compensado no
prazo de 06 meses – no caso de acordos individuais – não podendo ser utilizado
a compensação em até 18 meses, a partir deste momento.
Segurança e saúde do trabalho
· Os treinamentos previstos nas NRs, a partir
deste momento, voltam a ser exigidos, sendo realizados de forma presencial e
nos prazos regulamentados.
· Os exames médicos ocupacionais, a partir deste
momento, também voltam a ser exigidos nos prazos regulamentados, sem dispensa
de sua realização.
Fiscalização
· Os auditores do trabalham retomam suas
atividades e deixam de atuar de forma orientativa.
A MP nº 905, que tratava sobre a criação do contato de
trabalho verde amarelo e promovia uma “minirreforma trabalhista, foi revogada
pelo governo, também trazendo mudanças para o trabalhador. Mas trataremos deste
assunto posteriormente.
Caso tenha alguma dúvida sobre este ou outros
assuntos jurídicos, estamos sempre à disposição para lhe informar e ajudar nos
nossos canais de comunicação
Buscamos sempre o aperfeiçoamento dentro do
Direito e seus ramos, para a solução satisfatória de nossos clientes.
Rakeliel Sena
Advogada
rakeliel.sena@lvsadvocacia.adv.br
Lobato Vasconcelos & Sena – Advocacia e
Consultoria Jurídica
81 9 8500 7888
Fonte
Destaque para Módulo I
Destaque para
Presidente chileno promulga lei de saques antecipados de fundos de pensão
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, promulgou nesta sexta-feira (24) a lei histórica que permite saques de 10% de fundos de pensão privados, em meio a uma grande expectativa da população após quatro meses de pandemia e crise econômica.
Um dia depois de sua aprovação no Congresso, o que representou um duro golpe para seu governo, Piñera assinou esta lei aprovada para mitigar os efeitos econômicos resultantes da pandemia do novo coronavírus.
A promulgação foi realizada em uma cerimônia privada no palácio do governo, informou a Presidência em um curto comunicado publicado na noite desta sexta.
Piñera tinha até 30 dias para vetar a lei ou enviá-la ao Tribunal Constitucional para sua revisão, mas decidiu fazê-la avançar ante o risco de que voltassem os protestos multitudinários e violentos nas ruas, onde a iniciativa tem mais de 80% de apoio popular.
Sua tramitação no Congresso foi antecedida por panelaços de apoio e alguns protestos violentos em bairros da periferia de Santiago.
Na quinta-feira, o presidente explicou que sua promulgação rápida obedecia à "sua intenção e vontade - dada a difícil situação econômica e social que muitas famílias e compatriotas vivem - de facilitar e agilizar os saques destes fundos de pensão por pessoas habilitadas".
Desde cedo, longas filas se formaram nas sedes destas administradoras de pensões. As pessoas, ansiosas, desejavam saber seu saldo, recuperar suas senhas e pedir detalhes, em um claro reflexo de seu desespero econômico.
- Pagar dívidas e comer -
A norma, proposta pela oposição, avançou com força no Congresso em apenas duas semanas. Nas ruas, sente-se a frustração e a raiva pela demora na liberação de ajuda oficial para a classe média, um dos setores mais atingidos pela pandemia.
"Nos interessa tirar (o dinheiro) porque estamos endividados com as peças que estamos vendendo e alguns cartões (de crédito) e esse dinheiro me serve para pagar toda a minha dívida", disse à AFP Luz Bautiz, uma peruana que trabalhava como garçonete em um restaurante.
Uma pesquisa da Câmara de Comércio de Santiago revelou que 60% dos que vão retirar o fundo vão usá-lo para comprar alimentos e artigos de higiene pessoal, enquanto 38% vão usá-lo para o pagamento de serviços básicos.
Mas alguns vão além e veem na aprovação desta lei uma vitória simbólica no contexto do processo de reivindicações sociais.
"Vejo como uma vitória. Estou feliz em poder sacar para que nosso povo possa viver e possa comer porque nosso Estado não o garante", disse Evelyn Silva, que planeja usar o dinheiro para iniciar uma poupança e comprar uma moradia social.
Para David, desempregado que teve que lançar mão a seu seguro-desemprego, trata-se de uma "medida bastante boa". Mas "a crise somos nós que continuamos pagando", lamenta.
Depois da promulgação e de sua publicação no Diário Oficial, a lei estabelece dez dias para iniciar o processo de devolução, que será feito em dois pagamentos com até um ano de prazo para a entrega total do dinheiro.
A lei aprovada permite aos 10,9 milhões de afiliados às Administradoras de Fundos de Pensões (AFP) sacar até um máximo de 4,3 milhões de pesos (5.400 dólares) e um mínimo de um milhão de pesos (1.250 dólares) de seus fundos de pensão. Quem tiver economizado menos que este mínimo poderá retirar a totalidade de seu fundo.
Os temores do impacto econômico da medida, uma das maiores operações financeiras já registradas no Chile, com uma movimentação estimada em até 20 bilhões de dólares, foram se atenuando com o passar dos dias.
Um estudo do Banco Scotiabank estima que uma injeção de recursos de 10 e 15 bilhões de dólares aportaria entre 3% e 5,3% ao PIB chileno, moderando a queda de 7,5% estimada para este ano.
pb-pa/gma/mvv
Petrobrás se desfaz totalmente da TAG
21 JulhoLido 150 vezes
A Petrobrás confirmou a venda dos 10% de ações que ainda detinha na Transportadora Associada de Gás (TAG).
A Engie Brasil pagou R$ 1 bilhão e passa a deter 65% do controle acionário. O restante 35% pertencem ao fundo canadense Caisse de dépôt et placement du Québec (CDPQ).
A TAG possui a mais extensa malha de transporte de gás natural do Brasil, com uma infraestrutura de gasodutos de aproximadamente 4.500 km, localizada ao longo de parte do litoral Sudeste e do litoral Nordeste do país, além de um trecho que liga Urucu a Manaus (AM), na região Norte. A rede possui, ainda, 11 estações de compressão de gás, 14 pontos de recebimento e 90 pontos de entrega, e conta com potencial para novos desenvolvimentos, tais como expansão da rede, novas conexões de agentes, projetos de armazenagem de gás e transporte de biogás.
O presidente da AEPET, Felipe Coutinho, lamentou:
- Atualmente, a palavra de ordem na indústria do petróleo é “diversificação”. Na Petrobrás, ao contrário do que ocorre no cenário internacional, é “concentração” de atividades. Em suma, a venda da TAG, além de legalmente questionável, não atende a critérios técnicos e ao interesse público.
24 jul, 2020 Plataforma P-77 vive surto de COVID-19
Enquanto a live da diretoria celebrava os resultados de Búzios, os trabalhadores que alcançaram esse número viviam um drama: a plataforma P-77 precisou de uma intervenção devido à pandemia de COVID-19. Relatos de trabalhadores apontam que os voos para a plataforma foram cancelados e uma equipe médica embarcou para realizar o exames em todos os trabalhadores, próprios e terceirizados.
Fonte:
Imagem: André Ribeiro/Agência Petrobrás
Data |
Módulo IV - Lutas e revoluções Populares na América Latina nos
séculos XIX, XX e XXI - Perú |
Terra
ou Morte: Hugo Blanco e o surgimento da luta armada no Peru
Os
movimentos de guerrilha no Peru, assim como os de quase toda a América Latina,
foram influenciados diretamente pela Revolução Cubana de 1959. Uma das razões
para isso reside nas chamadas “condições objetivas” do país, que naqueles anos
1950 e 1960 era um dos mais pobres do continente. A vitória dos revolucionários
cubanos alimentou as expectativas de, pela insurreição armada, chegar ao poder
e instaurar um governo popular.
Os
primeiros movimentos de luta armada do Peru tiveram início na região rural de
Cuzco, por iniciativa de Hugo Blanco Galdós. Filho de advogado, Blanco
nasceu em Cuzco em 1933 e trabalhou como operário de um frigorífico para bancar
seus estudos na Universidade do Plata, na Argentina, onde teve contato com as
teorias marxistas. De volta ao Peru em 1956, filiou-se ao clandestino Partido
Obreiro Revolucionário, de linha trotskista.
Blanco
se tornaria conhecido em toda a América Latina por sua luta contra os grandes
proprietários de terra — que detinham cerca de 80% do território peruano — e
pela melhoria das condições de vida da população indígena. Na região rural de
Valle de La Convención, ele iniciou o trabalho revolucionário de organizar os
camponeses em sindicatos, por onde seria possível atuar politicamente.
Entre
1961 e 1963, Blanco liderou a campanha Terra ou Morte, que promoveu grandes
manifestações e a invasão de latifúndios com o objetivo de expropriar as
terras e realizar a reformar agrária. Em 16 de dezembro de 1962, por exemplo,
15 mil camponeses se reuniram na praça de armas da cidade de Quillabamba,
assustando as autoridades que até então desconheciam a capacidade dos
camponeses de se organizar politicamente.
Nas
palavras de Hugo Blanco aos camponeses, a terra chegaria “às suas mãos apenas
pela força, e seria preciso enfrentar o inimigo com armas, até a derrota dos
exploradores, para a substituí-los por um governo de operários e camponeses”.
A
guerrilha, porém, teve vida curta: foi derrotada em 1963, surpreendida por um
ataque violento das forças de repressão. Blanco foi capturado e condenado a 25
anos de prisão. Oito anos depois, após intensa campanha que ultrapassou as
fronteiras peruanas e teve apoio de diversos intelectuais, como Jean-Paul
Sartre e Simone de Beauvoir, Hugo Blanco Galdós foi solto e deportado.Literatura
Livro:
“Redoble por Rancas” (1970)
Autor: Manuel Scorza (1928-1983), Peru
Traduzido
no Brasil como “Bom Dia para os Defuntos”, o romance é um conjunto dos
cinco livros de Manuel Scorza que narram a luta histórica dos camponeses
peruanos pela posse de suas terras.
“Redoble
por Rancas” faz referência, especificamente, à onda de conflitos — contra a
mineradora norte-americana Cerro de Pasco Copper Corporation e contra o
latifúndio — travados na região dos Andes entre 1950 e 1962. Esses conflitos
quase sempre terminavam com o massacre dos camponeses e pouco foram lembrados
pela historiografia — esse foi a motivação de Scorza, que dedicou sua obra a
dar visibilidade política e literária a esses acontecimentos.
O
personagem central do romance é um tanto quanto insólito: uma cerca de arame
farpado guardada por capangas armados até os dentes. Uma cerca que avança
inexoravelmente, que “no tiene hambre o fadiga” e que, para proteger as
terras adquiridas pela Cerro de Pasco, empurra os camponeses para longe de suas
terras. Para estes, “ya no existía escape, ni perdón, ni regreso”.
Poucos
anos antes de publicar o livro, Scorza escreveu um poema em homenagem a Túpac
Amaru, cujos versos finais sintetizam seu projeto literário:
Que sobre sus sombras rotas,
sobre sus sonrisas quemadas,
sobre sus sueños volcados,
sobre sus nombres pisoteados,
Monten guardia hasta la última geración los arcoiris.
Fueron derrotados, no vencidos.
Ni com espada, ni com cadena, obtiene el hombre victoria.
Sobre las ruinas siempre avanza el alba com banderas.
Sugestões de leitura
PRÓXIMA SEÇÃO »República Dominicana
Biografia –
Nelson Sargento
(96 anos) - Nelson Mattos
25/7/1924 Rio
de Janeiro, RJ Compositor.
Cantor. Escritor. Pintor. Músico. Ator. Nasceu na Santa Casa de Misericórdia,
na Praça XV. Filho de Rosa Maria da Conceição (cozinheira, lavadeira e
empregada doméstica) e Olympio José de Matos (cozinheiro-chefe do Armazém
Dragão Secos e Molhados, da Rua Hadock Lobo). Sua mãe, com a separação do
primeiro marido, uniu-se a Arthur Pequeno, que morava no Morro do
Salgueiro. Aos nove anos, morava no Morro do Salgueiro, com mais 17 irmãos,
onde desfilava na Escola de Samba Azul e Branco. Aos 12 anos, mudou-se para o
Morro da Mangueira, sendo adotado por Alfredo Lourenço, pintor de paredes
nascido em Portugal e que chegara em um navio, fixando-se no Morro da
Mangueira, onde recebeu o apelido de Alfredo Português. O padrasto
(ex-fadista), a essa altura Arthur Pequeno faleceu e a mãe se unira a Alfredo,
levava o pequeno Nelson para os ensaios da Escola Unidos da Mangueira, já
extinta. Aprendeu a tocar violão com Aluísio Dias, Cartola, Nelson Cavaquinho e
Geraldo Pereira, passando a musicar os versos feitos pelo pai adotivo. Seguindo
os passos de Alfredo Português, tornou-se pintor de paredes aos 17 anos.
Trabalhou na Fábrica de Vidros José Scarrone, no bairro de Vila Isabel. Por
influência de Alfredo Português e Carlos Cachaça passou a integrar a ala de
compositores da Mangueira, em 1942. Foi sargento do Exército de 1945 a 1949,
daí o apelido que tomou como nome artístico após ter participado do musical
"Rosa de Ouro". No ano de 1958 assumiu o cargo de Presidente da Ala
de Compositores do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Estação Primeira de
Mangueira. No ano de 1973 Sérgio Cabral organizou uma reunião em sua casa e fez
uma pequena exposição de alguns (seis) de seus quadros. Na ocasião, Paulinho da
Viola comprou um deles. No ano de 1981 escreveu com Alice Campos, Francisco e
Dulcinéia Duarte, a monografia "Um certo Geraldo Pereira", lançada
pelo "Projeto Lúcio Rangel", criado por Hermínio Bello de Caravalho
para a Funarte. A partir de 1982, passou a conciliar a carreira de músico com a
de artista plástico.
Biografia
Sueli Costa
(77 anos) 25 - Sueli Correa Costa
25/7/1943 Rio
de Janeiro, RJ - Compositora.
Cantora. Instrumentista. Nascida no Rio de Janeiro, foi criada em
Juiz de Fora (MG). Começou a tocar violão aos 15 anos de idade, de forma
intuitiva. Três anos depois, compôs "Balãozinho", canção afinada com
a bossa nova. Em 1964, ingressou na Faculdade de Direito de Juiz de Fora,
abandonando o curso no último ano
Biografia –
Moacir Santos
(94 anos) 26 - Moacir José dos Santos -
26/7/1926 Vila
Bela, PE
6/8/2006 Los
Angeles, Califórnia, EUA - Instrumentista.
Arranjador. Regente. Compositor. Professor. Nasceu em uma
família simples no sertão de Pernambuco e antes de completar dois anos de idade
foi morar com a mãe Julita e os 3 irmãos em Flores do Pajeú. Um ano depois,
ficou órfão e foi adotado pela madrinha Corina, passando a viver, mais tarde,
com a tutora Ana Lúcio. Desde cedo, sua brincadeira preferida era a de imitar,
com outros meninos, a banda de música de sua cidade. Improvisava a brincadeira
utilizando-se de latinhas e pífanos. Presente em todos os ensaios da banda, foi
eleito vigia, com a função de evitar que as crianças mexessem nos instrumentos
e com o direito de experimentá-los. Sua inclinação para a música era tão forte
que os músicos da cidade lhe presenteavam com instrumentos, como violão e
flautim, que o menino tocava intuitivamente. Recebeu conhecimentos musicais de vários mestres de banda, como o mestre
Paixão, enviado pela Brigada do Estado de Pernambuco. Aos 14 anos de idade já
era um dos integrantes da banda local, tocando saxofone, clarinete, pistom,
banjo, violão e bateria. Nessa ocasião, decidiu fugir de casa em direção a uma
cidade maior, com o propósito de expandir seu talento musical. Pegou carona com
jovens caminhoneiros e rumou com eles para Alagoa de Baixo. Em seguida, começou
sua vida de andarilho por várias cidades nordestinas, sempre procurando
trabalho nas bandas de música e sendo bem acolhido pelos músicos locais
Biografia
Nilze
Carvalho (51 anos) 28 - Albenise de Carvalho Ricardo
28/7/1969 Nova
Iguaçu, RJ - Instrumentista.
Compositora. Cantora. Filha de Cristino Ricardo (funcionário da
UBC - União Brasileira de Compositores), trompetista de orquestras de
subúrbios, passou a tocar violão e acompanhar a filha, logo depois que a mesma,
foi encontrada pelo irmão mais velho, tocando no cavaquinho "Acorda Maria
Bonita", de autoria de Volta Seca. Por essa época, aos cinco anos, a
menina ainda usava chupeta. Em 1975, fez
sua primeira apresentação na Rádio Solimões, em Nova Iguaçu e no programa
"Nicanor Gonçalves" em emissora de Belfort Roxo. Aos sete anos já participava das rodas de samba da
Portela, a feijodada da Tia Vicentina, quando conheceu dois de seus primeiros
incentivadores, Adelzon Alves e Rubem Confete. Logo depois apareceu como
revelação no "Programa Fantástico", da Rede Globo. Dois anos depois,
começou a tocar bandolim, instrumento com o qual se tornou mais conhecida. Por
essa época, foi apresentada como menina-prodígio no "1º Festival do Choro
do Rio de Janeiro". Morou por sete
anos no Japão. Irmã do percussionista
Sílvio Carvalho, um dos integrantes do grupo Sururu na Roda, do qual também faz
parte.
Biografia –
Rosinha
de Valença (79 anos) - Maria Rosa Canelas
30/7/1941
Valença, RJ
10/6/2004
Valença, RJ - Instrumentista
(violonista). Cantora. Arranjadora. Compositora. Sobrinha do
músico Fio da Mulata, recebeu do tio as primeiras noções de violão,
desenvolvendo, em seguida, sua própria técnica. Aos 12 anos de idade, já
acompanhava cantores na Rádio de Valença e se apresentava, com um grupo
regional, em bailes da sua cidade. Em 1960, abandonou os estudos para
dedicar-se exclusivamente à música.
Intervalo
compreendido do dia 24 a 30/07
Combustíveis no Brasil: mais um escândalo revelado. Petrobrás sabia
24 Julho Escrito por Cláudio da Costa Oliveira
Shell já substituiu a Petrobrás como empresa "do poço ao posto"
Desde junho, filiados da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (Aopa) vêm denunciando problemas na gasolina de aviação distribuída no Brasil, com graves consequências para a segurança dos voos.
A única refinaria que produz este tipo de gasolina na América do Sul é a Refinaria Presidente Bernardes Cubatão – RPBC, no litoral santista. A unidade de produção de gasolina de aviação desta refinaria foi paralisada para manutenção em setembro de 2018, não retornando à atividade desde então.
Segundo Carlos Martins, editor-chefe da Aeroin (maior site de aviação do Brasil), "Agora novas informações indicam que a Petrobrás já sabia de uma diferença na qualidade da gasolina de aviação importada, antes mesmo de comercializá-la e bem antes de dar problemas nos aviões. O fato foi revelado pelo Jornal da Band, que obteve acesso exclusivo a documentos de análise do lote importado do Golfo do México".
Até hoje a Agencia Nacional de Petróleo não se pronunciou sobre o assunto mesmo tendo entre suas atribuições "a proteção dos interesses dos consumidores quanto ao preço, qualidade e oferta dos produtos (combustíveis)".
Desde 2016 os brasileiros estão sendo penalizados pela política de preços adotada pela Petrobrás em suas refinarias, chamada de Preço de Paridade de Importação – PPI, que beneficia os produtores estrangeiros. Ficam as perguntas:
- De que importa sermos autossuficientes em produção de petróleo ?
- De que importa termos uma empresa (Petrobrás) líder mundial em produção em aguas profundas e ultra profundas ?
- De que importa termos descoberto as reservas do pré-sal ?
Sem dúvida, nada disto tem sentido pois não se reflete em benefício do consumidor brasileiro e da economia da nação. A política de preços adotada (PPI) transfere os benefícios do petróleo para o exterior. Até quando isto vai permanecer ?
Por onde anda o Ministério Público Federal -MPF e as Comissões de Defesa do Consumidor do Congresso Nacional ?
A Royal Dutch Shell é uma das maiores beneficiárias da atual política de preços da Petrobrás. A empresa produz no Brasil mais de 350 mil barris dia de petróleo e importa de suas refinarias no Golfo do México mais de 200 mil barris dia de combustíveis.
Podemos dizer que a Shell já substituiu a Petrobrás como empresa "do poço ao posto". A diferença é que o refino é feito no exterior.
Se a ANP não tem controle sobre a qualidade de combustíveis utilizados em aviação, o que podemos imaginar que esteja acontecendo com relação aos combustíveis para automóveis e caminhões ?
Cláudio da Costa Oliveira
Economista da Petrobrás aposentado
Petrobrás eleva salários e diretores podem receber até R$ 400 mil ao mês - 24 Julho
Assembleia aprovou aumento da provisão para remuneração dos administradores para R$ 43,3 milhões entre abril de 2020 e março de 2021
A Petrobras aumentou a previsão de remuneração de seus principais executivos. O pagamento médio mensal de cada um dos nove diretores executivos, incluindo o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, poderá chegar a cerca de 400.000 reais entre abril deste ano e março de 2021.
Na Assembleia Geral Ordinária (AGO) da companhia, realizada na quarta-feira, 22, os acionistas aprovaram a fixação da remuneração para os administradores da companhia em até 43,3 milhões de reais para o período. No período anterior de 12 meses, o valor provisionado foi de 32,4 milhões de reais.
Considerando que a Petrobras tem nove diretores executivos, em média cada um poderia ganhar até 4,8 milhões de reais por ano, ou 400.000 reais por mês, se todos ganhassem o mesmo salário.
A decisão foi tomada em meio ao plano de corte de custos da Petrobras para enfrentar a crise do coronavírus. Em abril, a companhia chegou a anunciar a redução em 25% de salários e carga horária de 21.000 empregados.
A Petrobras informou que não foi alterada a remuneração fixa da diretoria, que não é reajustada desde 2016.
O aumento dos valores provisionados para o pagamento dos administradores se deveu ao aumento da remuneração variável, que é um bônus (o chamado Prêmio por Performance – PPP). Esse bônus é calculado com base nos resultados financeiros de 2019, quando a Petrobras teve um lucro líquido de 40 bilhões de reais, o maior de sua história.
Também contribuiu para o aumento do valor da remuneração variável referente a 2019 que os diretores vão receber o fato de ter sido criado, no ano passado, um novo cargo na cúpula da Petrobras, o de diretor de transformação digital e inovação.
A cadeira atualmente é ocupada por Nicolás Simone. Assim, os vencimentos desse novo cargo foram incluídos na conta, e o número total de diretorias aumentou de sete para oito.
Ainda influenciou a cifra o pagamento da segunda parcela da remuneração variável referente ao exercício de 2018 — que os administradores recebem de forma parcelada nos anos subsequentes — e seus respectivos encargos.
Segundo a Petrobras, o montante global para a remuneração da companhia (43,3 milhões de reais) é um valor provisionado, calculado com base no cenário que demandaria o desembolso mais alto possível. Portanto não significa que será pago este valor integral.
A empresa justificou o aumento da remuneração variável de seus principais executivos como uma forma de alinhá-la “aos resultados da companhia e aos desempenhos individuais.” E acrescentou que essa medida está relacionada “ao novo foco da Petrobras de valorizar a meritocracia e maximizar os resultados.”
Segundo a Petrobras, tanto o modelo de remuneração global quanto o de remuneração variável são orientados e aprovados pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), ligada ao Ministério da Economia.
Novos conselheiros
O estatuto social da Petrobras estabelece que o colegiado, responsável pelas decisões estratégicas da empresa, deve ter no mínimo sete e no máximo 11 conselheiros.
O almirante Eduardo Barcellar Ferreira foi reconduzido ao cargo de presidente do colegiado. Ele cumprirá novo mandato de dois anos, como propôs o governo federal, acionista majoritário da Petrobras.
A renovação do conselho foi de cinco cadeiras no total. Entram Omar Carneiro da Cunha, ex-presidente da Shell; Paulo César de Souza da Silva, ex-presidente da Embraer; e o executivo Leonardo Pietro Antonelli, todos indicados pela União.
Também assume uma cadeira Rosangela Buzanelli Torres, indicada pelos empregados da companhia. Rodrigo de Mesquita Pereira foi indicado para representar os acionistas minoritários de ações preferenciais.
Foram reconduzidos como representantes da União Cox Neto, Ruy Flaks Schneider, Nivio Zivian e o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
Marcelo Mesquita teve seu mandato renovado como representante dos acionistas minoritários detentores de ações ordinárias.
Fonte:
Bispos da CNBB assinam carta contra governo Bolsonaro: 'Desprezo pela educação, cultura e saúde nos estarrece'
Documento ainda seria analisado por conselho da Conferência Nacional, mas acabou vazado neste domingo (26). Palácio do Planalto disse que não vai comentar caso.
Por Brenda Ortiz, G1 DF
CNBB na última assembleia em Aparecida-SP, no ano de 2019 — Foto: Divulgação
Um grupo de 152 arcebispos e bispos da Igreja Católica assinaram uma carta com duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No documento, os religiosos citam que o governo federal demonstra "omissão, apatia e rechaço pelos mais pobres", além de "incapacidade para enfrentar crises".
"O desprezo pela educação, cultura, saúde e pela diplomacia também nos estarrece."
Ao longo do texto, os bispos afirmam que a situação "é visível nas demonstrações de raiva pela educação pública; no apelo a ideias obscurantistas; na escolha da educação como inimiga e nos sucessivos e grosseiros erros na escolha dos ministros".
A carta, que seria publicada na última quarta-feira (22), chegou a ser suspensa para análise do Conselho permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no entanto, acabou vazando neste domingo (26).
Em nota, a CNBB informou que o documento "nada tem a ver" com a conferência." É de responsabilidade dos signatários". Ao G1, o Palácio do Planalto disse que não vai comentar o caso.
'Carta ao Povo de Deus'
Ainda de acordo com o texto, chamado de "Carta ao Povo de Deus", os bispos e arcebispos afirmam que o presidente da República usa o nome de Deus para "difundir mensagens de ódio e preconceito".
"Como não ficarmos indignados diante do uso do nome de Deus e de sua Santa Palavra, misturados a falas e posturas preconceituosas, que incitam ao ódio, ao invés de pregar o amor, para legitimar práticas que não condizem com o Reino de Deus e sua justiça?"
O documento também pede "união" por um diálogo contrário às ações do governo. Neste ponto, os religiosos convocam os leitores para "um amplo diálogo nacional que envolva humanistas, os comprometidos com a democracia, movimentos sociais, homens e mulheres de boa vontade, para que seja restabelecido o respeito à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito".
"[...] com ética na política, com transparência das informações e dos gastos públicos, com uma economia que vise ao bem comum, com justiça socioambiental, com 'terra, teto e trabalho', com alegria e proteção da família, com educação e saúde integrais e de qualidade para todos."
Covid-19
Na carta, os religiosos afirmam que o Brasil atravessa "um dos momentos mais difíceis de sua história", vivendo uma "tempestade perfeita". Essa tempestade, nas palavras dos bispos, culminaria em uma "crise sem precedentes na saúde" e em um "avassalador colapso na economia", com a tensão "provocada em grande medida pelo Presidente da República [Jair Bolsonaro] e outros setores da sociedade".
" Analisando o cenário político, sem paixões, percebemos claramente a incapacidade e inabilidade do governo federal em enfrentar essas crises", diz trecho da carta.
Com base em versículos bíblicos, o texto cita o atual momento da pandemia enfrentada pelo país e o aumento de casos e óbitos pelo novo coronavírus. "Assistimos discursos anticientíficos, que tentam naturalizar ou normalizar o flagelo dos milhares de mortes pela Covid-19".
"Esse discurso não se baseia nos princípios éticos e morais, tampouco suporta ser confrontado com a Tradição e a Doutrina Social da Igreja."
O documento termina com um pedido da igreja ao povo brasileiro por união aos movimentos que "buscam novas e urgentes" alternativas para o país.
"Despertemo-nos, portanto, do sono que nos imobiliza e nos faz meros espectadores da realidade de milhares de mortes e da violência que nos assolam", conclui.
Leia abaixo a íntegra da carta assinada por 152 bispos da CNBB:
"Somos bispos da Igreja Católica, de várias regiões do Brasil, em profunda comunhão com o Papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que no exercício de sua missão evangelizadora, sempre se coloca na defesa dos pequeninos, da justiça e da paz. Escrevemos esta Carta ao Povo de Deus, interpelados pela gravidade do momento em que vivemos, sensíveis ao Evangelho e à Doutrina Social da Igreja, como um serviço a todos os que desejam ver superada esta fase de tantas incertezas e tanto sofrimento do povo.
Evangelizar é a missão própria da Igreja, herdada de Jesus. Ela tem consciência de que “evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo” (Alegria do Evangelho, 176). Temos clareza de que “a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. A nossa reposta de amor não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados [...], uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reino de Deus [...] (Lc 4,43 e Mt 6,33)” (Alegria do Evangelho, 180). Nasce daí a compreensão de que o Reino de Deus é dom, compromisso e meta.
É neste horizonte que nos posicionamos frente à realidade atual do Brasil. Não temos interesses político-partidários, econômicos, ideológicos ou de qualquer outra natureza. Nosso único interesse é o Reino de Deus, presente em nossa história, na medida em que avançamos na construção de uma sociedade estruturalmente justa, fraterna e solidária, como uma civilização do amor.
O Brasil atravessa um dos períodos mais difíceis de sua história, comparado a uma “tempestade perfeita” que, dolorosamente, precisa ser atravessada. A causa dessa tempestade é a combinação de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República, provocada em grande medida pelo Presidente da República e outros setores da sociedade, resultando numa profunda crise política e de governança.
Este cenário de perigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados. Somos convocados a apresentar propostas e pactos objetivos, com vistas à superação dos grandes desafios, em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta. Essa realidade não comporta indiferença.
É dever de quem se coloca na defesa da vida posicionar-se, claramente, em relação a esse cenário. As escolhas políticas que nos trouxeram até aqui e a narrativa que propõe a complacência frente aos desmandos do Governo Federal, não justificam a inércia e a omissão no combate às mazelas que se abateram sobre o povo brasileiro. Mazelas que se abatem também sobre a Casa Comum, ameaçada constantemente pela ação inescrupulosa de madeireiros, garimpeiros, mineradores, latifundiários e outros defensores de um desenvolvimento que despreza os direitos humanos e os da mãe terra. “Não podemos pretender ser saudáveis num mundo que está doente. As feridas causadas à nossa mãe terra sangram também a nós” (Papa Francisco, Carta ao Presidente da Colômbia por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, 05/06/2020).
Todos, pessoas e instituições, seremos julgados pelas ações ou omissões neste momento tão grave e desafiador. Assistimos, sistematicamente, a discursos anticientíficos, que tentam naturalizar ou normalizar o flagelo dos milhares de mortes pela COVID-19, tratando-o como fruto do acaso ou do castigo divino, o caos socioeconômico que se avizinha, com o desemprego e a carestia que são projetados para os próximos meses, e os conchavos políticos que visam à manutenção do poder a qualquer preço. Esse discurso não se baseia nos princípios éticos e morais, tampouco suporta ser confrontado com a Tradição e a Doutrina Social da Igreja, no seguimento Àquele que veio “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).
Analisando o cenário político, sem paixões, percebemos claramente a incapacidade e inabilidade do Governo Federal em enfrentar essas crises. As reformas trabalhista e previdenciária, tidas como para melhorarem a vida dos mais pobres, mostraram-se como armadilhas que precarizaram ainda mais a vida do povo. É verdade que o Brasil necessita de medidas e reformas sérias, mas não como as que foram feitas, cujos resultados pioraram a vida dos pobres, desprotegeram vulneráveis, liberaram o uso de agrotóxicos antes proibidos, afrouxaram o controle de desmatamentos e, por isso, não favoreceram o bem comum e a paz social. É insustentável uma economia que insiste no neoliberalismo, que privilegia o monopólio de pequenos grupos poderosos em detrimento da grande maioria da população.
O sistema do atual governo não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma “economia que mata” (Alegria do Evangelho, 53), centrada no mercado e no lucro a qualquer preço. Convivemos, assim, com a incapacidade e a incompetência do Governo Federal, para coordenar suas ações, agravadas pelo fato de ele se colocar contra a ciência, contra estados e municípios, contra poderes da República; por se aproximar do totalitarismo e utilizar de expedientes condenáveis, como o apoio e o estímulo a atos contra a democracia, a flexibilização das leis de trânsito e do uso de armas de fogo pela população, e das leis do trânsito e o recurso à prática de suspeitas ações de comunicação, como as notícias falsas, que mobilizam uma massa de seguidores radicais.
O desprezo pela educação, cultura, saúde e pela diplomacia também nos estarrece. Esse desprezo é visível nas demonstrações de raiva pela educação pública; no apelo a ideias obscurantistas; na escolha da educação como inimiga; nos sucessivos e grosseiros erros na escolha dos ministros da educação e do meio ambiente e do secretário da cultura; no desconhecimento e depreciação de processos pedagógicos e de importantes pensadores do Brasil; na repugnância pela consciência crítica e pela liberdade de pensamento e de imprensa; na desqualificação das relações diplomáticas com vários países; na indiferença pelo fato de o Brasil ocupar um dos primeiros lugares em número de infectados e mortos pela pandemia sem, sequer, ter um ministro titular no Ministério da Saúde; na desnecessária tensão com os outros entes da República na coordenação do enfrentamento da pandemia; na falta de sensibilidade para com os familiares dos mortos pelo novo coronavírus e pelos profissionais da saúde, que estão adoecendo nos esforços para salvar vidas.
No plano econômico, o ministro da economia desdenha dos pequenos empresários, responsáveis pela maioria dos empregos no País, privilegiando apenas grandes grupos econômicos, concentradores de renda e os grupos financeiros que nada produzem. A recessão que nos assombra pode fazer o número de desempregados ultrapassar 20 milhões de brasileiros. Há uma brutal descontinuidade da destinação de recursos para as políticas públicas no campo da alimentação, educação, moradia e geração de renda.
Fechando os olhos aos apelos de entidades nacionais e internacionais, o Governo Federal demonstra omissão, apatia e rechaço pelos mais pobres e vulneráveis da sociedade, quais sejam: as comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, as populações das periferias urbanas, dos cortiços e o povo que vive nas ruas, aos milhares, em todo o Brasil. Estes são os mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus e, lamentavelmente, não vislumbram medida efetiva que os levem a ter esperança de superar as crises sanitária e econômica que lhes são impostas de forma cruel. O Presidente da República, há poucos dias, no Plano Emergencial para Enfrentamento à COVID-19, aprovado no legislativo federal, sob o argumento de não haver previsão orçamentária, dentre outros pontos, vetou o acesso a água potável, material de higiene, oferta de leitos hospitalares e de terapia intensiva, ventiladores e máquinas de oxigenação sanguínea, nos territórios indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais (Cf. Presidência da CNBB, Carta Aberta ao Congresso Nacional, 13/07/2020).
Até a religião é utilizada para manipular sentimentos e crenças, provocar divisões, difundir o ódio, criar tensões entre igrejas e seus líderes. Ressalte-se o quanto é perniciosa toda associação entre religião e poder no Estado laico, especialmente a associação entre grupos religiosos fundamentalistas e a manutenção do poder autoritário. Como não ficarmos indignados diante do uso do nome de Deus e de sua Santa Palavra, misturados a falas e posturas preconceituosas, que incitam ao ódio, ao invés de pregar o amor, para legitimar práticas que não condizem com o Reino de Deus e sua justiça?
O momento é de unidade no respeito à pluralidade! Por isso, propomos um amplo diálogo nacional que envolva humanistas, os comprometidos com a democracia, movimentos sociais, homens e mulheres de boa vontade, para que seja restabelecido o respeito à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito, com ética na política, com transparência das informações e dos gastos públicos, com uma economia que vise ao bem comum, com justiça socioambiental, com “terra, teto e trabalho”, com alegria e proteção da família, com educação e saúde integrais e de qualidade para todos. Estamos comprometidos com o recente “Pacto pela vida e pelo Brasil”, da CNBB e entidades da sociedade civil brasileira, e em sintonia com o Papa Francisco, que convoca a humanidade para pensar um novo “Pacto Educativo Global” e a nova “Economia de Francisco e Clara”, bem como, unimo-nos aos movimentos eclesiais e populares que buscam novas e urgentes alternativas para o Brasil.
Neste tempo da pandemia que nos obriga ao distanciamento social e nos ensina um “novo normal”, estamos redescobrindo nossas casas e famílias como nossa Igreja doméstica, um espaço do encontro com Deus e com os irmãos e irmãs. É sobretudo nesse ambiente que deve brilhar a luz do Evangelho que nos faz compreender que este tempo não é para a indiferença, para egoísmos, para divisões nem para o esquecimento (cf. Papa Francisco, Mensagem Urbi et Orbi, 12/4/20).
Despertemo-nos, portanto, do sono que nos imobiliza e nos faz meros espectadores da realidade de milhares de mortes e da violência que nos assolam. Com o apóstolo São Paulo, alertamos que “a noite vai avançada e o dia se aproxima; rejeitemos as obras das trevas e vistamos a armadura da luz” (Rm 13,12).
O Senhor vos abençoe e vos guarde. Ele vos mostre a sua face e se compadeça de vós.
O Senhor volte para vós o seu olhar e vos dê a sua paz! (Nm 6,24-26)."
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Módulo VII_III
Bilionários
aumentaram suas fortunas durante a pandemia de corona vírus
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Relações China-EUA: uma decisão histórica, esperanças frustradas e crise sem precedentes
27/07/2020 - AFP 3 horas atrás
Isso é
sugerido pelo chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, que depois de acusar
o gigante asiático de não ter cumprido suas promessas, relatou na quinta-feira
o fracasso dessa abertura durante um discurso dedicado ao ex-presidente
republicano que a colocou em prática.
Foi um argumento aplaudido por alguns analistas e criticado por outros, levando em consideração as quatro décadas subsequentes de altos e baixos.
Todos reconhecem, entretanto, que as duas superpotências hoje entraram em uma era de feroz competição estratégica pela supremacia mundial, como em uma nova Guerra Fria.
Tudo começou com uma viagem secreta, a de Henry Kissinger, em 1971, a Pequim, que abriu caminho para a chegada, alguns meses depois, do presidente Nixon, de quem era assessor.
Começava, então, a "aproximação" com a China de Mao.
- "Velho paradigma" -
"O diálogo não levou à mudança que o presidente Nixon esperava trazer na China", disse Pompeo, que pediu o fim do" velho paradigma da relação cega com a China".
"Historicamente, é errado dizer que a política dos EUA de se abrir à China se baseava na ingênua esperança de que a China se tornasse politicamente liberal", avalia Stapleton Roy, que participou das negociações na década de 1970, antes de se tornar embaixador nos Estados Unidos em Pequim 20 anos depois.
De acordo com Roy, a dupla "totalmente pragmática" Nixon-Kissinger queria fortalecer a posição dos EUA na Guerra Fria contra a União Soviética, distanciando as duas potências comunistas, e "obter ajuda da China para acabar com a guerra do Vietnã".
"O principal objetivo definitivamente foi atingido, o segundo não", disse à AFP.
Mira Rapp-Hooper, do grupo de especialistas do Conselho de Relações Exteriores, enfatiza que a detenção não foi fácil: o estabelecimento de relações diplomáticas "muito controversas" não ocorreu até 1979, sob a liderança de Jimmy Carter e Deng Xiaoping.
Até então, Washington reconhecia Taiwan, um refúgio para os nacionalistas chineses, como a República da China, e era necessário superar a resistência obstinada dentro do Congresso dos EUA para reconhecer Pequim, relegando Taiwan como aliado.
No entanto, "diplomatas nunca pensaram que a China", que na época não era uma grande potência "se tornaria uma democracia liberal", diz o pesquisador.
- Direitos humanos -
A repressão sangrenta contra manifestantes pró-democracia na Praça Tiananmen em 1989, com várias centenas de mortes, abriu uma primeira fase de dificuldades.
Os Estados Unidos impuseram sanções. Chegando à Casa Branca em 1993, Bill Clinton queria condicionar a cláusula de "nação mais favorecida" - dada a Pequim para desenvolver o comércio bilateral - ao cumprimento dos direitos humanos.
"As relações eram extremamente tensas", lembra Roy. Mas o presidente democrata finalmente "conseguiu superar esses obstáculos e melhorar a cooperação".
"Os interesses econômicos venceram", diz Rapp-Hooper. "Havia uma sensação de que um aumento inexorável no poder da China poderia ser positivo para os Estados Unidos" graças a reformas, acrescenta ele, referindo-se a uma certa "ingenuidade".
Enquanto isso, o país mais populoso do mundo começou a se desenvolver sob o ímpeto da abertura de Deng Xiaoping à economia de mercado, com mais de 1 bilhão de habitantes e uma força de trabalho barata que atraía investimentos.
A globalização estava em processo de prosperidade, e a China encontrou seu lugar, consagrado por sua entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001. É isso que as autoridades do governo Trump denunciam hoje.
- "Mudança estrutural" -
O Ocidente "permitiu o renascimento de uma economia chinesa em crise, apenas para ver a China morder a mão internacional que a alimentou", disse Pompeo, em uma acusação contra o Partido Comunista Chinês.
O ponto de virada começou com a crise financeira global de 2008.
Para Rapp-Hooper, "os líderes chineses pensavam que o modelo democrático liberal americano estava se desestabilizando e que a China tinha a chance de se afirmar como uma grande potência".
Isso, é claro, "sem se preocupar em adaptar suas práticas econômicas ou seu regime às expectativas externas", diz o pesquisador. É essa "mudança estrutural na natureza do poder chinês", que ajudou a levar as relações "ao ponto mais baixo", opina.
A crise também tem sido bastante intensificada pelo recente ativismo do governo Trump, ansioso para demonstrar força à medida em que as eleições presidenciais de 3 de novembro se aproximam.
O resultado é uma "espiral negativa em quase todas as áreas", do futuro de Hong Kong aos direitos dos muçulmanos uigures, além de acusações de espionagem industrial, a gestão da pandemia, as tensões no Mar da China e a guerra comercial.
Além disso, "a China adotou as características de outras potências em ascensão, tornando-se mais arrogante e defendendo seus próprios interesses", disse Roy, acrescentando, no entanto, que este é "um problema que a boa diplomacia pode lidar sem ameaças ou bravatas".
fff/iba/mls/dga/cc
Fonte:
Homenagem ou matéria especial
- A 27/07/2020 ÀS 21:49
América Latina ficará mais pobre após pandemia, diz presidente do BID
Por Vivian Sequera, Mayela Armas e Brian Ellsworth
Reuters
Imagem: Agência Brasil
A América Latina vai emergir da pandemia da covid-19 com taxas mais altas de pobreza, já que os esforços para controlar o vírus levaram a saltos no desemprego e no endividamento, afirmou em entrevista o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno.
A região, onde o crescimento econômico já vem desacelerando nos últimos anos, deverá registrar contração econômica entre 8% a 10% em 2020, como resultado do novo coronavírus e das medidas de quarentena associadas, disse Moreno.
A pandemia "vai empobrecer não apenas os latino-americanos, [mas também] o mundo em geral, mas claramente a América Latina será mais afetada porque somos uma região [de mercado] emergente", afirmou.
O BID, que é o maior credor regional da América Latina, aprovará neste ano quase US$ 20 bilhões em empréstimos.
Cerca de US$ 15 bilhões serão destinados aos governos para fortalecer os sistemas de saúde, acrescentou.
Venezuela
Embora a maior contração da região tenha ocorrido na Venezuela, Moreno disse que o BID não pode financiar o governo do presidente Nicolás Maduro porque seu governo está inadimplente em empréstimos de cerca de US$ 700 milhões.
A Venezuela está em recessão há seis anos e a inflação anualizada ultrapassa os 3.500%, segundo a Assembleia Nacional – controlada pela oposição e que calcula indicadores econômicos devido a atrasos na divulgação de dados oficiais.
"Não há absolutamente nada que possamos fazer pela Venezuela", disse Moreno. "Não há país na história da humanidade que tenha sofrido uma contração tão profunda quanto a da Venezuela sem ter sofrido uma guerra ou um desastre natural ou ambos."