quinta-feira, 7 de novembro de 2019

NP 362 em 07/11/2019

Vídeo do programa 362 encontra-se no final.


Programa 362 - Semana de 01 a 07/11/2019 - 45 Edição do ano Fonte-Ricardo Cravo Albin

Notícias Petroleiras e outras, estes são os nossos módulos.
Vinheta

07/11/2019



Jornalista
- Reg. CPJ 38.690 - RJ – 1977.

Nossos Homenageados inesquecíveis da semana que proporcionaram grandes  impactos na cultura brasileira e internacional destaque para   Monsueto (95 anos) – 4   Ary Barroso (116 anos) Dia 7


Fatos históricos relevantes que não podem ficar esquecidos da nossa memória


Relação completa dos aniversariantes de  01 a 07/11

EDITORIAL

Leilão do Excedente da Cessão Onerosa, a entrega definitiva do Pré-Sal às multinacionais
- Campos de Petróleo do Pré-Sal de Santos
Conforme mostra o mapa de localização já temos no Pré-Sal de Santos os campos supergigantes de Búzios (VOER>13 B boe), Lula (VOER de 8,3 B boe) e Complexo de Berbigões, Sururus e Atapus (VOER>5 B boe) e os campos gigantes de Mero (VOER de 3,3 B boe), Sépia (VOER de até 2,7 B boe), Sapinhoá (VOER de 2,1 B boe), Itapu (VOER de até 807 MM boe) e Lapa (VOER de 459 MM boe) destacados em amarelo. Existem ainda os campos de Entorno de Sapinhoá (em vermelho) e Sul de Sapinhoá unitizáveis com Sapinhoá, Sul de Lula, unitizável com Lula e Sépia Leste unitizável com Sépia.

B - bilhões; MM - milhões; boe - barris de óleo equivalente.
Campos supergigantes são campos com reservas iguais ou superiores a 5 bilhões de barris de petróleo, enquanto campos gigantes são campos com reservas iguais ou superiores a 500 milhões de barris de petróleo. Lapa foi vendido com poucos poços perfurados e poderá se tornar um gigante.
Os campos gigantes são um ativo estratégico para qualquer país por conterem a maior parte das reservas de petróleo mundiais e produzirem a maior parte da produção mundial diária de petróleo.
Recentemente vimos o atentado na Arábia Saudita que paralisou uma instalação e retirou do mercado cerca de 5 MM bbl da produção diária daquele país que é de cerca de 10 MM bbl. Apenas 4 campos supergigantes são responsáveis por 75% (7,5 MM bbl) da produção saudita embora a Saudi Aramco tenha cerca de 100 campos de petróleo de todos os tamanhos. São eles: Ghawar (maior campo do mundo produz cerca de 3,8 MM bbl/d), Khurais (1,45 MM bbl/d), Safaniya (1,3 MM bbl/d) e Shaybah (1 MM bbl/d).
Pois bem, o Pré-Sal de Santos e Campos já responde por mais de 60% da fração líquida
da produção diária de petróleo brasileira que é de cerca de 2,5 MM bbl/d, sendo que dos campos já em produção, Lula é o que está produzindo mais. São mais de 1 MM bbl/d!! Com este volume nosso primeiro gigante é atualmente o maior campo produtor em águas ultraprofundas no mundo!! Mas nosso maior gigante, Búzios com apenas 4 plataformas já instaladas e produzindo, os FPSOs (navios que produzem, separam e transferem o petróleo) P-74, P-75, P-76 e P-77, já é o segundo maior produtor.

B  - bilhões; bbl – barris (fração líquida do petróleo); bbl/d – barris por dia; boe - barris de óleo equivalente (líquida+gasosa; contabiliza na forma de equivalente energético, o gás natural produzido junto com o petróleo); MM – milhões; VOER – volume de óleo  equivalente recuperável (o que vira reserva à medida em que os campos são desenvolvidos e as unidades de produção definitivas instaladas).

Figura 1-Mapa de localização dos campos de petróleo no Pré-Sal de Santos. Modificado da declaração de comercialidade de Entorno de Sapinhoá.

O que é a Cessão Onerosa


A Cessão Onerosa é um regime de tributação diferenciado que existe mediante lei que o
autorizou, a Lei 12.276/2010 e contrato assinado entre a União que cedeu à Petrobrás o direito de produzir até 5 bilhões de barris de petróleo a partir de 6 áreas definitivas: Florim, Franco, Sul de Guará, Entorno de Iara, Sul de Tupi e Nordeste de Tupi. Havia ainda uma área contingente, Peroba, a ser usada apenas se nas outras 6 não fosse encontrado o volume de petróleo contratado de 5 bilhões de barris de petróleo. Em 2014, Peroba foi devolvida pois o volume encontrado foi superior ao contratado. Em 2017, Peroba foi leiloada pelo governo Temer e arrematada pela Petrobrás que exerceu o direito de preferência.

Tabela 1-Volumes e Valores da Cessão Onerosa. Modificada do anexo II do Contrato da
Cessão Onerosa.

Como foi a exploração da Cessão Onerosa

A exploração da Cessão Onerosa teve início após a assinatura do contrato em 3 de
setembro de 2010. Inicialmente a estratégia foi perfurar um poço em cada bloco.
À exceção da área de Franco onde já havia sido perfurado o descobridor Franco
(2-ANP-1-RJS), nas demais áreas não havia nenhum poço perfurado. O primeiro poço perfurado após a assinatura do contrato foi o primeiro poço extensão de Franco, designado informalmente por Franco Noroeste (3-RJS-688A).
Durante o período de exploração da Cessão Onerosa que perdurou de 2010 a 2014 tivemos o maior endividamento da Petrobrás conforme mostra a Figura 2 de Grisólia (2018);
Apresentacao_Investor-Day-NY-14-09-2018_Ingles%20.pdf em  http://www.investidorpetrobras.com.br/pt/apresentacoes/apresentacoes-em-eventos).

Figura 2- Dívida Líquida (net debt) e Fluxo de Caixa Livre (free cash flow) de 2010 a
2018. Modificada da apresentação realizada por Grisólia da Petrpbrás no Petrobras Day em Nova Iorque em 2018.


Além da exploração da Cessão Onerosa, o que estava acontecendo na Petrobrás e no Brasil que justificaram este endividamento? A Petrobrás estava desenvolvendo seu primeiro campo supergigante Lula descoberto pelo poço 1-RJS-628A designado por Tupi em 2006, e também o gigante de Sapinhoá descoberto em 2008 pelo poço  1-SPS-55 designado por Guará. 
Em 2015 a Petrobrás receberia seu 3º Prêmio Offshore Technology Conference (OTC),
o “Oscar" da indústria mundial do petróleo e gás, pelas 10 tecnologias desenvolvidas para transformar em realidade a produção do Pré-Sal.
A Petrobrás estava explorando e desenvolvendo campos de petróleo em diversas bacias brasileiras. Em Santos por exemplo, além das áreas da Cessão Onerosa, a Petrobrás era operadora de áreas sob regime de concessão que também estavam sendo exploradas, uma destas áreas foi o BM-S-8 onde foi descoberta a acumulação gigante de Carcará em 2012. Pedro Parente que começou a vender gigantes da Petrobrás com Albacora Leste em 2002, vendeu Carcará em 2016 para a estatal de petróleo e gás Norueguesa, a Equinor (antiga Statoil).
Em Santos havia ainda a etapa de exploração e avaliação da área de Libra arrematada pela companhia estatal como operadora no primeiro leilão da partilha em 2013.
Em novembro de 2017 a declaração de comercialidade da área noroeste de Libra deu origem ao campo de Mero.
Na Bacia de Campos, a Petrobrás estava perfurando poços no pré-sal, que em função da infraestrutura existente (a mesma que está sendo vendida hoje) naquela bacia eram colocados em produção mais rapidamente gerando receitas para a companhia num prazo mais curto.
A magnitude de investimentos para desenvolver uma nova província petrolífera pode ser muito grande. No Mar do Norte por exemplo, onde o primeiro campo (e um gigante) foi descoberto em 1969, o investimento até 1975 foi de US$ 11 bilhões a mais do que o montante gasto pelos EUA para colocar o homem na lua. Porquê no Brasil haveria de ser diferente?
Outra característica da indústria do petróleo é o intervalo de tempo entre a descoberta e o primeiro óleo, caracterizado por pesados investimentos. Assim, os investimentos realizados pela Petrobrás no período certamente foram fatores primordiais para o desenvolvimento econômico brasileiro (6ª economia em 2011; 70 mil empregados na indústria naval em 2013 quando Dilma esteve presente no lançamento do casco da P-74 no estaleiro de Inhaúma no Rio de Janeiro; menores índices de desemprego em 2014).


O campo de Búzios

O volume de petróleo in situ (i.e. volume total de petróleo na fase líquida contido na acumulação ou VOIP) que o campo de Búzios continha em 31 de dezembro de 2015 era de 29,9 bilhões de barris conforme o Sumário Exploratório da ANP de 2016.

Tabela 2- Volumes Originais de Petróleo e Gás Natural in situ e Produção Acumulada.
Modificada do Sumário Exploratório ANP.

Este volume portanto não foi atualizado com as informações obtidas pelos poços perfurados a partir de 1º de janeiro de 2016 em diante. Entre 2014 e 2015 o volume de Búzios cresceu 3 bilhões com a perfuração de novos poços. A apropriação de reservas em campos gigantes tende a ser maior do que em outros campos, sendo fenômeno conhecido da indústria de petróleo e gás.

O campo de Sépia

O volume total de petróleo in situ em Sépia era de 4,96 bilhões de barris em 2016. Os dados disponíveis no site da ANP estão desatualizados para poços perfurados a partir de 31 de dezembro de 2016. O campo de Sépia extravasa os limites do bloco de Nordeste Tupi na direção leste onde dá origem ao campo de Sépia Leste em bloco operado pela Petrobrás.

Tabela 3-Volumes originais in situ e produção acumulada de petróleo e gás natural do
campo de Sépia em 31 de janeiro de 2015.

O campo de Atapu

O campo de Atapu faz parte do Complexo de Berbigões, Sururus e Atapus originado a partir da declaração de comercialidade das áreas de Iara (sob regime de concessão) e Entorno de Iara (Cessão Onerosa). Nestas duas áreas existem 3 acumulações distintas, mas em função dos diferentes regimes de tributação foram criados 8 campos.
Apesar da declaração de comercialidade da área de Entorno de Iara ter ocorrido em
dezembro de 2014, a ANP não disponibilizou na página dos Sumários Exploratórios
(http://www.anp.gov.br/exploracao-e-producao-de-oleo-e-gas/gestao-de-contratos-de-e-p/fase-de-producao/planos-de-desenvolvimento) os documentos de nenhum dos 8 campos: Norte de Berbigão, Berbigão, Sul de Berbigão, Norte de Sururu, Sururu e Sul de sururu, Oeste de Atapu e Atapu.

Figura 3-Mapa de Localização dos campos das antigas áreas de IARA e do Entorno de Iara. Modificado da declaração de comercialidade de dezembro de 2014.

O campo de Itapu
O campo de Itapu possuía em 31 de dezembro de 2016 um volume de petróleo in situ de 1,32 bilhões de barris. Este volume não inclui informações obtidas por poços perfurados a partir desta data.

Tabela 4-Volumes in situ e produção acumulada de petróleo e gás do campo de Itapu
(antiga área de Florim). Modificada do Sumário Exploratório da ANP.


O Excedente da Cessão Onerosa

Conforme mostrado no mapa de localização da Rodada de Licitações do Excedente da Cessão Onerosa (em http://rodadas.anp.gov.br/arquivos/cessao_onerosa/mapas/mapa-geral-cessao-onerosa.pdf), os campos de petróleo da Cessão Onerosa que possuem volumes de petróleo recuperáveis excedentes aos volumes recuperáveis contratados na Cessão Oerosa são: Búzios, Sépia, Atapu e Itapu.


Figura 4-Mapa de Localização das áreas da Cessão Onerosa destacando em lilás com os respectivos nomes, as 4 áreas que possuem volumes excedentes: Búzios, Sépia, Atapu e Itapu. Modificado de Mapa de Localização Geral da Rodada do Excedente da ANP.
Como o excedente seria produzido pela Petrobrás em Regime de Partilha com a União

Em reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) realizada em 24 de junho de 2014 presidida pela então presidente da República, Dilma Roussef, foi aprovada a contratação direta da Petrobrás para produzir em regime de partilha de produção com a União, os volumes excedentes do campo de Búzios (antiga área de Franco) e das áreas de Entorno de Iara que deu origem aos campos de Norte de Berbigão, Sul de Berbigão, Norte de Sururu, Sul de Sururu e Atapu, de Florim que deu origem ao campo de Itapu e de Nordeste de Tupi que deu origem ao campo de Sépia.

Tabela 5-Modificada da memória da reunião do CNPE de 24 de junho de 2014 que deu
origem à Resolução CNPE nº1/2014 aprovando a contratação direta da Petrobrás para a produção em regime de partilha dos excedentes.

Área

Volume
excedente em milhões de barris  

Búzios

entre
6.500 e 10.000

Entorno
de Iara

entre
2.500 e 4.000

Florim

entre
300 e 500

Nordeste
de Tupi

entre
500 e 700

Na ocasião, os volumes totais recuperáveis de cada área foram calculados pela ANP
com base nos estudos realizados pela Petrobrás conforme mostrado na Tabela 6.

Tabela 6- Volumes totais recuperáveis de petróleo equivalente calculados pela aplicação de um percentual sobre o volume total de petróleo in place (VOIP). Modificada da memória da reunião 28ª do CNPE em 24 de junho de 2014.

Quanta riqueza a produção dos excedentes em regime de partilha de produção pela
Petrobrás iria gerar para a saúde e educação dos brasileiros

Conforme mostra Tabela 7, a produção dos excedentes pela Petrobrás em regime de partilha de produção iria gerar pelo menos R$ 642,3 bilhões para as áreas de saúde (25%) e educação (75%) , sendo R$ 318,2 bilhões a partir dos royalties e R$ 324,1 bilhões a partir do excedente em óleo ofertado à União (a Petrobrás ofertou à União um pouco mais da metade do excedente em cada campo).

Tabela 7- Modificada da reunião 28ª do CNPE em 24 de junho de 2014 que aprovou a contratação direta da Petrobrás para produzir em regime de partilha os excedentes da Cessão Onerosa.

Além destes R$ 642 bilhões para a saúde e educação, a Petrobrás como operadora
geraria muito mais riqueza por adquirir a maior parte dos serviços e equipamentos no Brasil.
A atuação de um ex-ministro de Minas e Energia de FHC no TCU, José Jorge Vasconcelos
Lima, pedindo revisão do Contrato da Cessão Onerosa, convenientemente para as multinacionais estrangeiras, paralisou tudo até o impeachment de Dilma Rousseff.

O projeto do ex-deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA)

Em 2017 o então deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA) deu entrada em projeto de lei autorizando a venda de até 70% da Cessão Onerosa. A Lei 12.276/2010 diz que a cessão onerosa é intransferível. Apesar de reprovado pela população na consulta eletrônica realizada pelo site e-Cidadania, o projeto foi aprovado na Câmara e está no Senado. Mas o povo baiano reconheceu o demérito da atuação do parlamentar e não o reelegeu em 2018.

Guedes antes das eleições em 2018 prometeu fazer o leilão sem passar pelo Congresso
Nacional e está cumprindo a promessa

Durante a campanha eleitoral Guedes falou que iria realizar o leilão sem que a discussão passasse pelo Congresso. Podemos dizer que ele está cumprindo sua promessa desde o início do ano quando houve uma reunião do CNPE aprovando a realização do leilão do excedente
Em 28 de fevereiro com uma só canetada, o Almirante Bento Albuquerque determinou quais áreas teriam seus volumes excedentes leiloados (Atapu, Búzios, Itapu e Sépia) e cancelou a resolução de 2014.

A discussão feita no congresso até o presente momento foi apenas a divisão da receita do leilão de cerca de R$ 106 bilhões que será repartida com estados e municípios. Em nenhum momento foi discutida com a sociedade brasileira um projeto alternativo que era a produção pela Petrobrás exclusivamente conforme determinado em 2014. Nada foi dito sobre o caráter estratégico dos campos supergigantes e gigantes de petróleo.

Pressionados pela dívida pública, prefeitos e governadores estão sendo levados a trocar por migalhas a renda fixa que os brasileiros poderiam auferir durante décadas. Ah, se houvesse a auditoria da dívida pública!

As condições do leilão do excedente são extremamente favoráveis às multinacionais
estrangeiras, mas União e Petrobrás sairão perdendo. Como a Petrobrás ainda é estatal apesar de seu adiantado estado de desmonte promovido pela gestão de Castello Branco, a União seu principal acionista por enquanto, e o Brasil perdem duplamente.

No atual leilão proposto há muitas coisas que presisam ser explicadas à população:

Sobre o instrumento Acordo de Coparticipação

Criou-se do nada (sem análogo na indústria do petróleo mundial, sem discussão no Congresso, sem Lei específica) em Resolução CNPE nº2 e portaria do Ministério de Minas e Energia nº265 o tal Acordo de Coparticipação, o qual será submetido  à ANP em até 18 meses a partir de 31 de março de 2020. Após a Submissão, a ANP tem prazo de 2 meses prorrogáveis por mais dois meses para concordar ou não com a proposta de acordo. Apenas após a assinatura deste acordo é que a Petrobrás irá receber de cada multinacional a compensação pelos investimentos realizados nas áreas até então.

Sobre os excedentes e os campos que possuem estes excedentes:

Tabela 8- Volumes excedentes e contratados nos campos da Cessão Onerosa de Atapu, Búzios, Itapu e Sépia.


Ao invés dos 5 campos da antiga área de Entorno de Iara por exemplo, aparece apenas Atapu (Tabela 8). O que será feito com eventuais volumes excedentes contidos nos campos de Norte de Berbigão, Sul de Berbigão, Norte de Sururu e Sul de Sururu? Vale lembrar que em Sururu, campo unitizável com Norte de Sururu e Sul de Sururu visto tratar-se da mesma acumulação geológica, foi descoberta em 2018 a maior coluna de petróleo até o momento com 530 metros de extensão (https://valor.globo.com/empresas/noticia/2018/08/03/descoberta-em-sururu-amplia-perspectivas-sobre-pre-sal.ghtml).

Sobre a posição da gestão Castello Branco de não exercer o direito de preferência nas áreas de Sépia e Atapu:

Os campos de Sépia e Atapu possuem volumes recuperáveis totais que irão virar reservas da ordem de bilhões de barris de petróleo. Poderão ser de até 2,7 B boe e 2,3 B boe respectivamente. A Petrobrás é operadora da Cessão Onerosa nestas áreas com volumes alocados de 428 MM boe em Sépia e 600 MM boe em Atapu.
Causa estranhamento a estatal não ter feito a opção por ser operadora destas áreas
enquanto o fez para ser operadora nas áreas de Aram e Sudoeste de Sagitário a serem leiloadas na 6ª rodada da Partilha no dia 7 de novembro. Embora estas áreas tenham volumes estimados pela ANP elevados, são áreas onde ainda existe algum risco. Em Sépia e Atapu estamos falando de campos que já estão sendo desenvolvidos!! Terá sido feito por Guedes algum acordo com as multinacionais estrangeiras estabelecendo que a Petrobrás entregaria cavalheirescamente a operação destes campos?

Sobre a falta de transparência e/ou publicidade do processo do leilão do excedente:

As multinacionais estrangeiras tiveram acesso em seminário técnico realizado pela ANP nos dias de 25, 26 e 27 de setembro aos planos de desenvolvimento dos campos de Atapu, Búzios, Itapu e Sépia, provavelmente documentos elaborados por técnicos da Petrobrás e classificados como estratégicos e confidenciais pela estatal. Enquanto isto, o cidadão comum brasileiro não tem acesso nem mesmo aos sumários exploratórios do campo de Atapu, um simples resumo do plano de desenvolvimento que tem cerca de 3 a 4 páginas, pois a ANP ainda não elaborou e/ou disponibilizou o mesmo na página dos Planos de Desenvolvimento dos campos de petróleo em produção no Brasil.
Sobre a compensação que a Petrobrás receberá:

A Petrobrás deverá ser compensada pelos investimentos realizados nos campos (poços perfurados; infraestrutura de coleta e escoamento; unidades definitivas de produção, em geral os navios FPSOs) até a data efetiva do Acordo de Coparticipação. Mas as multinacionais poderão levar em custo em óleo o que pagarem à Petrobrás. Isto não é venda simulada?!!

Cláusulas de redeterminação e predeterminação do Acordo de Coparticipação:

A redeterminação das participações das empresas em cada consórcio de partilha do
excedente abre caminho para as vendas entre elas. Isto significa que apesar de hoje a Petrobrás ter feito a opção em ser operadora em Búzios e Itapu, nem mesmo os 30% do excedente destes campos estão garantidos a longo prazo, pois poderão ser vendidos sem alarde dentro do consórcio.

Seria um tipo de venda semelhante às parcerias com as multinacionais através das quais as gestões recentes de Pedro Parente e Ivan Monteiro entregaram áreas do Pré-Sal e dos gigantes do pós-sal da Bacia de Campos e direitos de uso de infraestrutura de terminais da Petrobrás às multinacionais estrangeiras.
O capítulo da predeterminação na Portaria MME nº 265 vale transcrever na íntegra:

CAPÍTULO VIII DA OPÇÃO DE PREDETERMINAÇÃO 
Art. 13. As Partes poderão, mediante Acordo, estabelecer os termos e condições que
permitam ao Contratado obter acesso a um percentual da Produção da Área Coparticipada no período entre a data de assinatura do Contrato de Partilha da Produção dos Volumes Excedentes da Cessão Onerosa e a Data Efetiva do Acordo de Coparticipação. 

§ 1º O percentual da Produção atribuído ao Contratado nos termos do caput será considerado como volume de Produção do Contrato de Partilha de Produção dos Volumes Excedentes da Cessão Onerosa, segundo as regras estabelecidas na Lei nº 12.351, de 2010. 
§ 2º O Acordo de que trata o caput deverá seguir modelo determinado pela ANP. 
§ 3º Caso seja exercida a opção prevista no caput, a partir do primeiro dia do mês subsequente à data do
protocolo do acordo na ANP o Contratado poderá se apropriar de forma originária a sua parcela da Produção, cabendo à União, representada pela PPSA, a apropriação de sua parcela do Excedente em Óleo. 

§ 4º A Gestora será signatária dos Acordos a que se refere o caput na condição de Interveniente Anuente”.
Parece inacreditável, mas é isto mesmo. As multinacionais poderão receber petróleo desde a assinatura dos contratos de partilha, embora o pagamento à Petrobrás esteja previsto para bem depois. Assim a produção de petróleo de Búzios por exemplo que já conta com 4 unidades com capacidade de produção de petróleo de 150 mil b/d totalizando uma capacidade instalada de 600 barris dia será dividida com as multinacionais. Se hoje a Petrobrás teria 100% dos 600 mil b/d, no cenário apocalíptico pós-leilão do excedente, terá muito menos. Quanto desta produção será atribuída à Cessão Onerosa, quanto será do Excedente da Cessão Onerosa? As multinacionais encontraram uma forma magnífica de repor suas reservas e produções decrescentes nos últimos anos. Já a Petrobrás terá feito
vultosos investimentos e se endividado para entregar o petróleo aos gringos?!

Dois Cenários Possíveis – Entreguismo vs. Soberania e Desenvolvimento Econômico

O Leilão do excedente estabelece o percentual máximo do desconto do custo em óleo será de até 80% do valor da produção bruta. Supondo que toda a produção fosse da Partilha do Excedente da Cessão Onerosa para facilitar e fazendo uma continha de padeiro com os 600 mil b/d e as premissas de preço do barril a US$ 60,00 e dólar a R$ 4,00, tem-se um valor de R$ 144 milhões de reais por dia de receitas brutas.

O desconto de 80% significa que até R$ 115,2 milhões poderão ir para o consórcio caso todo o percentual seja utilizado. Sobrarão para serem divididos com a União R$ 28,8 milhões. Considera-se também que seja oferecido um percentual de excedente em óleo em todos os 4 campos também de 80% (hipótese que não deve ficar muito longe pois os gringos sabem o quanto estes campos) apenas para facilitar as contas e superestimar o que a União receberá pois os mínimos estabelecidos pela ANP foram: 26,23% para Atapu, 23,24% para Búzios, 18,15% para Itapu e 27,88% para Sépia.

Assim tem-se que para a União restarão do excedente em óleo apenas R$ 23,04 milhões
correspondentes a 16% da produção total diária do campo de Búzios.

A Petrobrás também sairá perdendo pois ficará com apenas 25,2% do valor da produção diária total de Búzios ou seja, R$ 36,29 milhões, sendo R$ 34,56 milhões do custo em óleo e R$ 1,73 milhão do excedente em óleo.

Já para as multinacionais que abocanharem 70% do excedente a parcela da produção
total diária de Búzios será de 58,8% traduzida em receitas brutas de R$ 84,67 milhões, sendo R$ 80,64 milhões do custo em óleo e R$ 4,03 milhões do excedente em óleo.

No cenário alternativo da Resolução CNPE nº1 de 2014 onde a Petrobrás iria produzir o excedente em regime de partilha com a União e havia oferecido excedentes ligeiramente superiores a 50% para a União, a maior parte da renda petroleira ficaria no Brasil e fomentaria a retomada de nosso crescimento econômico.

Arredondando para 50% o percentual do excedente oferecido para Búzios apenas para facilitar as contas e considerando os dois limites de percentual máximo de custo em óleo que eram de 50% nos 2 primeiros anos e 30% nos anos seguintes à semelhança do contrato de Libra, tem-se:

Para os mesmos R$ 144 milhões de reais no primeiro ano a Petrobrás poderia descontar
50% em custo em óleo ficando com R$ 72 milhões. Os outros R$ 72 seriam repartidos igualmente entre União e Petrobrás que ficariam com R$ 36 milhões cada. Assim em termos da produção diária total de Búzios, a Petrobrás teria 75% enquanto a União ficaria com 25%.

No terceiro ano com o percentual máximo de desconto do custo em óleo caindo para 30%, a Petrobrás ficaria com R$ 43,2 milhões do custo em óleo e R$ 50,4 milhões, totalizando 93,7 milhões ou 65,07% da produção total diária do campo de Búzios. À União ficaria uma parcela de 34,93% da produção total diária do campo. Se multiplicarmos os R$ 50,4 milhões da União por 365 teremos uma receita anual bruta de R$ 18,4 bilhões.

O Pré-Sal de Santos já completou 10 anos de produção em 2019 e já produziu mais de 2,5 bilhões de barris de petróleo. A produção do Pré-Sal será muito rápida em função da elevada produtividade dos poços com médias na cada das duas dezenas de milhares de barris por dia!! Recentemente a plataforma P-75 em Búzios topou sua capacidade máxima de produção de 150 mil b/d com apenas 3 poços, um dos quais produzindo mais de 60 mil b/d. Isto faz com que o custo de extração do Pré-Sal seja um dos mais baixos do mundo. Atualmente apenas 6 dólares o barril!! Um barril possui cerca de 160 litros. Numa simplificação, isto significaria um custo de 0,15 centavos por litro deste petróleo do Pré-Sal, fazendo o dólar a R$ 4,00.

Este petróleo não pode ser entregue aos países desenvolvidos para suprir a demanda
destes países, ele tem que gerar desenvolvimento econômico no nosso país, o Brasil!! Resumindo, o leilão é para a União e para a Petrobrás como vender a galinha dos ovos de ouro pelo valor de um ovo apenas!! Chega de entreguismo!! 

Vamos restaurar a Soberania Nacional e repelir o neoliberalismo de Guedes!! Às ruas brasileiros!! Uma nova Campanha “O Petróleo é nosso” torna-se necessária para proteger a Petrobrás contra o desmonte através da privatização fatiada e defender o petróleo do pré-sal para os brasileiros!!
Sindipetro-RJ


Data Fatos históricos relevantes que não podem ficar esquecidos da nossa memória

01
2005 na América Latina estava sendo preparada a reunião da Cúpula das Américas, em Mar del Plata, Argentina. No encontro, o projeto da Área de Livre Comércio da América (ALCA) será engavetado frente à forte oposição dos países do bloco bolivariano liderado por Hugo chávez e frente à reação popular ocorrida em todo o continente.

02
1950 em Porto Rico a guarda nacional dos EUA ataca a cidade de Jayuya, com bombardeios aéreos e pesada artilharia. O local havia sido tomado três dias antes pelo grupo independentista liderado por Blanca Canales. Os EUA impediram a divulgação de noticias da ação militar em Porto Rico.

03
1923 em Cuba (Havana), Julio Antonio Mella inaugura a Universidade Popular José Martí. Tem por objetivo a formação politica de quadros e lideranças populares, unindo o saber universitário às lutas sociais.

04

1780 no Perú tem inicio a maior rebelião indígena da historia da América Latina. Liderados por José Gabriel Condorcanqui, conhecido como Tupac Amaru II, milhares de mestiços, indígenas, escravos e colonos empobrecidos  decidem não mais obedecer às exigências e tributos da Coroa Espanhola. A repressão será
brutal, mas não calará o grito dos povos da América por liberdade.

05
1843 em Cuba negros do engenho Triunvirato da região de Matanzas se rebelam contra a escravidão e contra o colonialismo espanhol. A insurreição é liderada por uma negra, Carlota, que se revolta de facão na mão e morre no confronto sem se render. Seu nome batizará uma operação de apoio ao Movimento popular de Libertação de angola (MPLA) no século seguinte.

06

2005 na Argentina repercute a noticia de que, no dia anterior, durante a realização da Cúpula das Américas em Mar Del Plata, milhares de pessoas protestaram contra a presença do presidente dos EUA George Bush. Os
manifestantes incendiaram bancos e confrontaram a policia, resultando em 60 prisões.

07
1837 na madrugada deste dia, teve inicio uma revolta republicana, chefiada por Francisco Sabino Vieira. A Sabinada, como ficou conhecida, tomou o poder nas mãos, na Bahia, até março de 1838. Mais de mil pessoas morreram. Na Bahia já havia acontecido a Conjuração Baiana, em 1798; a Federação dos Guanais, em 1832; e a revolta dos Malês, em 1835.

Aniversário da Rádio Petroleira – Agencia de Notícias do Sindipetro RJ
    Módulo Destaque Cultural

Biografia    Monsueto (95 anos) – 4 - Monsueto Campos Menezes - 4/11/1924 RJ17/2/1973 RJ - Cantor.
Compositor. Instrumentista. Pintor. Ator.
Nasceu na Gávea e foi criado no Morro do Pinto. Com menos de três  anos ficou órfão de mãe e pai e foi criado pela avó e por uma tia. Na adolescência, trabalhou como guardador de carros no Jockey Club. Estudou até o quinto ano primário. Aos 15 anos, já tocava em baterias de escola de samba e aos 17 começou a trabalhar como baterista free lancer em bailes de gafieira e cabarés. Prestou serviço militar no Forte de Copacabana e ao sair casou-se com Maria Aparecida Carlos, indo morar em Vieira Fazenda, subúrbio carioca. Lá, abriu uma tinturaria, a exemplo de seu irmão Francisco, que também fora proprietário de uma tinturaria na qual chegou a trabalhar. Apesar de ter seu próprio negócio, continuou tocando  na noite, freqüentando os pontos de encontro de músicos, principalmente nas redondezas do Teatro João Caetano. Teve seis filhos.





 Biografia  Ary Barroso (116 anos) -- Ary de Resende Barroso -   7/11/1903 Ubá, MG -   9/2/1964 RJ - Compositor.
Pianista. Locutor. Apresentador.  Filho de  João Evangelista Barroso, deputado estadual e promotor público em Ubá e de Angelina de Resende Barroso. Em 1911, pouco antes dos oito anos de idade, perdeu a mãe de apenas 22 anos, vitimada por tuberculose. Dois meses depois, o pai faleceu vitimado pela mesma doença. Foi criado pela avó, Gabriela e pela tia Ritinha, sua primeira professora de piano. Devido às dificuldades financeiras, com apenas 12 anos de idade, passou a ajudar à tia, fazendo ao piano fundo musical para filmes no Cinema Ideal.  Pouco depois, empregou-se como caixeiro na loja "A Brasileira", onde chegou a permanecer  por um período de seis meses.
Cursou o primário na escola do professor Cícero Galindo, seguindo seus estudos no Ginásio São José. Deste,  por seu comportamento pouco disciplinado, passou pelos ginásios de escolas nas cidades de Viçosa, Leopoldina e finalmente Cataguases onde concluiu o curso. Por essa época, já freqüentava a boêmia local, era goleiro do
Botafogo Futebol Clube de Ubá e desfilava no Bloco Ubaenses e Estrelas, contrariando a família que saía no Bloco Dragões e Opalas. Em 1919 foi pela primeira vez para o Rio de Janeiro. Em 1921, deixou Ubá definitivamente e passou a residir na capital da República, onde prestou vestibular para a Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro. Enquanto cursava a faculdade no período da manhã, voltou a fazer fundo musical
para cinema mudo, trabalhando  de 14 às 18 horas no Cinema Íris e das 20 às 22 no Cinema Odeon. Com a carga intensa de trabalho, o curso iniciado em 1922 foi interrompido inúmeras vezes, e assim, só se formou em 1930, na mesma turma  do cantor Mário Reis. Envolveu-se com a política,  tendo  sido, em 1946, o segundo candidato mais votado da União Democrática Nacional (UDN) nas eleições para a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.  Na política, venceu uma grande batalha, a construção do Estádio do Maracanã. Participou ativamente no campo da arrecadação do direito autoral, como membro da UBC (da qual foi primeiro presidente, em 1942), da SBAT e da SBACEM.  Em 1954, apresentou-se como convidado no programa "O meumaior sucesso", da TV Tupi e na ocasião, declarou que sua música predileta era o samba "Na Baixa do Sapateiro". No mesmo programa, conversou com os telespectadores dedilahnado piano seus sucessos. Falou ainda sobre sua desilusão por não ter conseguido se eleger nas eleições daquele ano e que não mais se candidataria. Reportando a presença do compositor no referido programa, assim comentou o jornal O Globo: "Ficamos com pena do velho Ary, mas sentimos ao mesmo tempo uma grande alegria com a notícia. Alegria real,
profunda, patriótica, de ver que o veterano compositor desiste afinal dessa coisa feia e muitas vezes suja, para a qual não nasceu, e que se chama política, para prosseguir no seu destino sonoro de  criar melodias que nós cantamos hoje, e que os filhos dos nossos filhos cantarão ainda, com a mesma emoção e ternura. Não seria nunca um voto a favor de um novo hospital, de um
cano de adutora ou de uma nova avenida que iria assinalar o seu nome na posteridade. Será dos acordes da "Aquarela do Brasil", da "Baixa do Sapateiro", dos "Quindins de Iaiá", do "Rancho Fundo" e de dezenas de outras canções que o nome de Ary Barroso será repetido, quando já estiverem em ruínas os hospitais, os canos de adutora e as avenidas que ele gostaria de aprovar na Câmara Municipal. Velho Ary Barroso, teu destino é a música, a grande música viva que o povo canta, e nós todos sentimos um orgulho imenso de ti, e do Brasil, quando nos chegam, mesmo desengonçados, em ritmo meio cubano, os acordes grandiosos da tua e da nossa "Baixa do Sapateiro", na voz de um Bing Crosby. Foi por isso que ficamos contentes, Ary, egoísticamente contentes, diante da tua amargura e da tua decepção. Foi por isso também que nós não votamos em ti para vereador. Em 1960, foi vice-presidente do departamento cultural e recreativo do Clube de Regatas do Flamengo, sua grande paixão. Pouco depois, adoeceu de cirrose hepática,  doença da qual  se restabeleceu em 1962, retomando seu programa "Encontro com Ary", apresentado  pela  TV Tupi e transmitido aos domingos. Em 1963, a Ordem dos Músicos do Brasil ameaçou proibir a execução de suas composições, por desentendimento entre as sociedades arrecadadoras UBC e SBACEM.  Em represália à decisão, a imprensa e o meio musical chegaram a realizar uma "Semana de desagravo", que incluiu concentração popular na Praça Serzedelo Correia.  Neste mesmo ano, sofreu nova crise de cirrose, tendo sido internado na Casa de Saúde São José,  onde teve uma breve recuperação. Pouco depois, sofreu uma recaída  e foi internado no Instituto Cirúrgico Gabriel de Lucena, onde faleceu. Notícia publicada no Jornal O Globo, em 7/11/1963 apresentava a seguinte manchete: "Ary chega aos 60 anos sem festa". Dizia a notícia: "Ary Barroso completa hoje 60 anos. Para tristeza de seus amigos, a data não poderá ser comemorada, pois o estado de saúde do popular compositor é melindroso. Embora da Casa de Saúde São José informe que Ary passou razoavelmente a tarde de ontem, seu médico dr. Aleixo de Brito, disse ao Globo que seu estado se agrava dia  a dia. Em 12 de fevereiro de 1964, assim noticiava o jornal O Globo: "O último adeus a Ary Barroso: Mais de cinco mil pessoas acompanharam o enterro de Ary Barroso, anteontem, no dia seguinte da sua morte. O caixão ia coberto por uma bandeira do Flamengo e conduzido, entre outras pessoas, pelo ministro Abelardo Jurema, representando o presidenbe da República, e pelo deputado Paulo Amora, que representava o governador". Um semana depois, o
mesmo jornal dava a seguinte nota: "Candelária lotada de amigos de Ary: Com a igreja da Candelária inteiramente lotada, foi celebrada ontem por Dom Hélder Câmara a missa de 7º dia em memória de Ary Barroso, que contou com o coro do Teatro Municipal, representantes do mundo político e social, músicos (como Ataulpho Alves, Pixinguinha, Almirante, Vicente Celestino, Donga e João
de Barro), artistas e amigos do compositor. Uma grande fila formou-se para dar pêsames à família de Ary, cuja mensagem de despedida - gravada em mil pequenos discos - será enviada aos amigos pelo seu filho, Sr. Flávio Rubens Barroso, que fez a gravação". Em 2003, ano do centenário de seu nascimento, sua filha Mariúza conseguiu definitivamente corrigir o nome do pai, que é na verdade, Ary de Resende Barroso e não Evangelista  Barroso, como até então vinha sendo divulgado.



Relação completa dos aniversariantes da semana.




Intervalo compreendido do dia 01 a 07/11
Akauan Lucena (56 anos)  Albênzio Perrone (113 anos)  Alvaro Santos  Athos Campos (27 anos)  Candeias Jota Jr. (96 anos)  Daniela Spielmann (49 anos)  Edgar Morais (115 anos)  Euclides Amaral (61 anos)  Hélio Paiva (95 anos) -   Letícia Magalhães (45 anos)  Maestro Chiquinho (36 anos)  Marcos Silva Araújo (82 anos)  Nego Alvaro -   Oscar José de Almeida (77 anos)  Pabllo Vittar (25 anos)  Sapiranga (42 anos)  Sergio Saraceni (67 anos)  Simão Goldman (72 anos) -   Zé Menininho (122 anos)





BP e Total fora do leilão da cessão onerosa;  Petrobras mantém apetite

(Arquivo) Plataforma de petróleo - AFP
30/10/19 - 18h26 - Atualizado em 31/10/19 - 10h06

No último dia para entrega de garantias para participar do leilão do excedente da cessão onerosa, previsto para o próximo dia 6, pelo menos duas empresas vão desfalcar a concorrência, que já tem a segurança de um forte apetite da Petrobras.

Em teleconferência sobre os resultados do terceiro trimestre, a britânica BP informou que já notificou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que não participará do leilão. Também inscrita, a francesa Total já havia informado oficialmente que estará fora da disputa pelos campos gigantes do pré-sal na bacia de Santos.

Considerado o maior leilão de petróleo já realizado no mundo devido ao bônus de assinatura de R$ 106 bilhões, se todos os quatro campos ofertados forem vendidos, o leilão do excedente da cessão onerosa teve ao todo 14 empresas inscritas, grupo que agora será de 12 petroleiras.

Durante um seminário sobre energia na Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizado na terça-feira, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que a cessão onerosa era “um monstrengo”, mas afirmou que a estatal “vai para ganhar” no leilão.

A Petrobras recebeu área da cessão onerosa em 2010, em troca com o governo por ações da companhia. O contrato com a União dava direito de explorar até 5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe), mas ao explorar os campos a estatal acho o triplo desse volume, com o excedente agora sendo vendido em leilão. A estatal já produz petróleo há alguns meses no campo de Búzios, e será ressarcida pelas empresas ganhadoras do leilão dos gastos feitos nos campos.

A intenção da estatal de sair vencedora do leilão foi reforçada nesta quarta-feira, quando Castello Branco repetiu, na OTC 2019, que pretende vencer a disputa no dia 6. A Petrobras exerceu o direito de preferência em dois dos quatro campos que serão ofertados, Búzios e Itapu, cujos bônus de assinatura são respectivamente de R$ 68 bilhões e R$ 1,7 bilhão.

Búzios é o segundo maior campo produtor do País, com 423,9 mil barris diários de óleo equivalente (petróleo e gás), ficando atrás apenas do campo de Lula, também no pré-sal da
bacia de Santos, com 1,293 milhão de boe/d.

TÓPICOS

Rodada de assembleias para votação do ACT nas bases da FNP já começaram

O indicativo é de rejeição da proposta. Veja a relação de assembleias nas bases da FNP

05/11/2019
A FNP, em reunião no dia 30 de outubro, decidiu levar a nova proposta do TST para as assembleias em todas as suas bases, em defesa de Nenhum Direito a Menos!
A Federação Nacional dos Petroleiros reúne aproximadamente 47% do efetivo da Petrobrás.
Os sindicatos filiados à FNP já estão ou vão realizar assembleias. O indicativo é de rejeição da proposta! Veja a relação de assembleias no quadro abaixo:

Truculência marca “megaleilão” do petróleo, no Rio de Janeiro

Considerada a maior entrega do pré-sal da história brsileira, petroleiros foram impedidos de ficar no hall do Grand Hyatt Hotel, onde acontecia o leilão. Representante da ANP ainda ameaçou de prisão aposentado da Petrobrás - 06/11/2019

A confusão começou assim que um grupo pequeno de petroleiros, entre eles
representantes da FNP, chegaram no holl do Grand Hyatt Hotel, na Barra da
Tijuca, Rio de Janeiro, antes mesmo do “megaleilão” iniciar, previsto para as 9
horas.
Os petroleiros foram abordados por pessoas com crachás da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e impedidos de permanecerem no holl do hotel, sob a justificativa de não estarem devidamente credenciados.


“A gente está aqui só para dialogar com as pessoas, com a imprensa e mostrar um outro ponto de vista sobre o leilão e aí, um sujeito sem identificação, estrangeiro por sinal, alega
que aqui é a casa dele e exige a nossa saída do local. Então, o Brasil virou a casa dos gringos?”, critica Gustavo Marun, diretor da FNP e do Sindipetro-RJ no momento da truculência.



O estrangeiro


Um representante da ANP, se dizendo policial militar inclusive, chegou a ameaçar de prisão o aposentado Silvio Sinedino, que tentava se credenciar.O leilão iniciou às 10 horas e pretende arrecadar cerca de R$ 106 bi no leilão de quatro áreas do Pré-sal localizadas na Bacia de Santos. Em outras palavras, segundo especialistas, “é a entrega de excedente muito valioso, sendo vendido a preço de banana”.

Estima-se que os quatro blocos – Búzios, Itapu, Sépia e Atapu – detenham de 6 bilhões a
15 bilhões de barris de petróleo recuperável, de acordo com um estudo da consultoria Gaffney, Cline & Associates, com sede em Houston, encomendado pela ANP.



Búzios já é o segundo maior campo em atividade do Brasil, com produção de cerca de 425.000 barris por dia – em tempos em que a produção venezuelana ronda os 700.000 barris por dia. O campo possui quatro plataformas ligadas a uma dúzia de poços em produção, com perspectiva de entrada de mais poços e expansão da produção atual.

Ambientalistas e ONGs também se manifestaram em defesa do meio ambiente e contra o leilão desta quarta-feira (6), na frente do hotel.

Quem perde com o leilão?


A produção dos excedentes pela Petrobrás em regime de partilha de produção iria gerar pelo menos R$642,3 bilhões para as áreas de saúde (25%) e educação (75%), sendo R$ c318,2 bilhões a partir dos royalties e R$ 324,1 bilhões a partir do excedente em óleo ofertado à União (a Petrobrás ofertou à União um pouco mais da metade do excedente em cada campo). Leia também: COM LEILÃO DAS ÁREAS MAIS RICAS DO PRÉ-SAL, PAÍS ENTREGA SOBERANIA
POR MIGALHAS


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