quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

NP 314 em 06 dezembro 2018




Programa 314- Semana de 30 de novembro a 06/12/2018
35º Programa do ano
 Fontes – 1 2 – 3 – 4 – Ricardo Cravo Albin


Notícias Petroleiras e outras
06/12/2018
Série “Trabalhador Offshore”=> Parte 2
Nossos Homenageados inesquecíveis da semana que proporcionaram grandes impactos na cultura brasileira e internacional -
Fatos históricos relevantes que não podem ficar esquecidos da nossa memória
Destaque Cultural para  Angenor de Oliveira 2/2    30/11/1980 Rio de Janeiro, RJ e o Dia Nacional do Samba

Saúde do Trabalhador – Trabalhadores da indústria do petróleo poderão ter assegurada jornada de seis horas

Mundo do Petróleo, pré revolução industrial
Política e História, destaque para Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho – João Goulart e Escola sem Ideologia
Relação completa dos aniversariantes de 30 novembro a 06/12/2018




Data
Nossos homenageados inesquecíveis da semana de grande impacto cultural
30
1937 – 81 anos (2018) Heloísa Maria Buarque de Hollanda Miucha
01
Nestor de Holanda Cavalcanti Neto -  1/12/1921 Vitória de Santo Antão, PE
 14/11/1970 Rio de Janeiro, RJ
02
03
Assembleia Backer -  Araci Costa (86 anos)
04

Dia de Yansã 04 de dezembro é o “Dia de Iansã” sincretizada com “Santa Bárbara” (com oração)

 – Aniversario Mayra Corrêa Aygadoux, mais conhecida como Maria Gadú (São Paulo, 4 de dezembro de 1986), é cantora, compositora de canções e violonista ..
05
Adeus Oscar Niemeyer –  Egberto Gismonti (71 anos) -  Angela Ro Ro (69 anos)
06
Assembleia RSB –  Emílio Santiago (72 anos) – Aniversário Dr Nicolau - -  João do Vale (22 anos)

Data
Fatos históricos relevantes que não podem ficar esquecidos da nossa memória
30
1962 no RJ começa a greve de uma semana de 20 mil operários dos estaleiros, por aumento e outras reivindicações.
01
1912 no RJ, João Cândido é julgado e absolvido, após dois anos preso em quarteis e hospícios por liderar a Revolta da Chibata, um Levante contra a violência dos oficiais com os marinheiros rasos.
02
1958 coroando o ano no qual aconteceram quase mil greves, em SP, realiza-se uma greve geral contra a carestia, contra a “inflação galopante”.
03
1979 em Porto Rico há inicio das atividades subversivas dos Macheteros, com a explosão de vários artefatos e sequestro de um ônibus cheio de marines norte-americanos. Dois deles são mortos na ação. A organização guerrilheira ficará conhecida por lutar contra o domínio dos EUA.
04
1943 em Santo André/SP, na fabrica Pirelli, com 2 mil operários, circula um abaixo-assinado pedindo o 13º salario que até o momento só existia como “Abono de Natal”, pago em espécie, em algumas fabricas. A Pirelli cede.
05
2002 na Bolívia, neste mês oito restaurantes da rede Mc Donald´s fecham suas portas, após cinco anos de funcionamento. A razão é o baixo rendimento da empresa no país, como mostra o documentário “Por qué quebro Mc Donalds em Bolívia”. Os bolivianos preferem manter sua tradição alimentar e resisem culturalmente ao modelo fast food importado dos EUA.
06
1976 a versão oficial diz que morre do coração, na Argentina, o ex-presidente, exilado, João Goulart. Ao enterro, em São Borja/RS, comparecem 30 mil. Anos depois, a historia começa a mostrar que ele foi morto pela operação condor.


Destaque na Cultural – Para Cartola
Angenor de Oliveira
 11/10/1908 Rio de Janeiro, RJ  a  30/11/1980 Rio de Janeiro, RJ
Compositor. Cantor. Violonista.  Nascido na rua Ferreira Vianna, no Catete, era o primogênito dos oito filhos do casal Sebastião e Aída.
Apesar de ter recebido o nome de Agenor, foi registrado como Angenor.
Mas esse fato ele só viria a descobrir muitos anos mais tarde, ao tratar dos papéis para seu casamento com D. Zica, nos anos de 1960.
A partir de então, para não ter que providenciar a mudança do nome no cartório, passou a assinar oficialmente seu nome como Angenor de Oliveira.
Ainda na infância, mudou-se com a família para o bairro das Laranjeiras, onde entrou em contato com os ranchos União da Aliança e Arrepiados.
Neste último, tocava um cavaquinho que lhe fora dado pelo pai quando tinha somente 8 ou 9 anos de idade.
Seu entusiasmo por esse rancho era tanto que, mais tarde, ao participar da fundação da Escola de Samba  Estação Primeira de Mangueira, em abril de 1928, sugeriu que aquela agremiação tivesse as mesmas cores do rancho Arrepiados: verde e rosa.
Desde então, essas duas cores passaram a formar um símbolo dos mais reverenciados no mundo do samba. 
Na verdade, soube depois por Carlos Cachaça, que existira no Morro da Mangueira um antigo rancho de carnaval com o nome de Caçadores da Floresta, cujas cores eram exatamente o verde e o rosa.
Em 1919, foi morar no Morro da Mangueira, aos 11 anos de idade.
Sua família passava, então, por dificuldades financeiras.
Pouco depois, começou a travar amizade com um outro morador da Mangueira, Carlos Cachaça, seis anos mais velho, e que se tornaria, além de amigo por toda a vida, o seu parceiro mais constante em dezenas de sambas. 
Fez o curso primário.
Após a morte de sua mãe, abandonou os estudos para trabalhar, ao mesmo tempo em que se inclinava para a vida boêmia.
Durante a adolescência trabalhou numa tipografia e também como pedreiro.
Vem daí o apelido com que se tornaria reconhecido como um dos grandes nomes da Música Popular Brasileira: enquanto trabalhava nas obras de construção, para que o cimento não lhe caísse sobre o cabelo, resolveu passar a usar um chapéu- de- côco que os colegas diziam parecer mais uma cartolinha. Assim, começou a ser chamado de "Cartola".
Nessa época, conheceu Deolinda, mulher sete anos mais velha, casada e com uma filha de dois anos. Certa vez, se sentiu doente e Deolinda, vizinha do barraco ao lado, se oferece para cuidar dele.
Os dois acabam se envolvendo.
Tinha na época apenas 18 anos e estava morando sozinho.
Decidem viver juntos e Deolinda deixa o marido, levando a filha que o compositor irá criar como sua.
Sob seu teto e de Deolinda, Noel Rosa foi se abrigar algumas vezes, à procura de um refúgio tranqüilo, como contam João Máximo e Carlos Didier em "Noel Rosa, uma biografia". 
Participou da formação do Bloco dos Arengueiros, em 1925, que viria a ser o embrião da Mangueira.  
Em 1946, aos 38 anos de idade, contraiu meningite e ficou impossibilitado de continuar a trabalhar por um longo tempo.
Com a morte de Deolinda, deixou o Morro da Mangueira, afastando-se do mundo do samba, por cerca de dez anos.
Conseguiu trabalhos modestos, como o de lavador de carros e vigia de edifícios.
Era esse o seu ofício, em meados dos anos 1950, num edifício em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro. Numa noite de 1956, em que resolveu beber um café num botequim próximo ao edifício onde trabalhava, encontrou o escritor Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) que imediatamente o reconheceu.
Ao ver o compositor naquele macacão, molhado, o escritor decidiu ajudá-lo.
Na ocasião, era dado como desaparecido ou mesmo morto, por muitos de seus conhecidos e admiradores.
O reencontro com Sérgio Porto foi definitivo para a retomada de sua carreira como músico e compositor.  Começou a participar de programas na rádio Mayrink Veiga e depois foi trabalhar como contínuo no jornal Diário Carioca, por recomendação do cronista e pesquisador Jota Efegê.
Empregou, anos depois, como contínuo do Ministério da Indústria e Comércio e teve uma casa em terreno doado pelo Governo do Estado da Guanabara.  
No início dos anos 1960,  vivendo com Eusébia Silva do Nascimento, a Zica, abriu com ela o restaurante Zicartola, num casarão na Rua da Carioca, no Centro do Rio.
A iniciativa contou com o apoio financeiro de empreendedores considerados "mangueirenses de coração", como o empresário Renato Augustini.  
A receita para o sucesso do estabelecimento, que se tornaria uma página importante na história da música popular brasileira, era das mais simples e saborosas.
Na cozinha, D. Zica comandava o tempero do feijão que lhe tornou famosa, enquanto ele fazia as vezes de mestre de cerimônias, propiciando o encontro entre sambistas do morro e compositores e músicos de classe média.
No Zicartola, por exemplo, Paulinho da Viola começou a cantar em público.
Em 1964, o Jornal O Globo publicava a seguinte nota: "Cartola e D. Zica marcam casamento: Primeiro, foi o samba que uniu Cartola e Zica, em 1919.

Depois, foi o amor, em 1952.

Agora, é o sacramento: casam-se às 15h do dia 24 na igreja do Sagrado Coração de Jesus.

Como as suas vidas, seus nomes também se uniram para dar identidade ao famoso Zicartola, que passará sem os dois por alguns tempos, pois Cartola e D. Zica estarão em lua-de-mel em São Paulo.

Essa terceira etapa na vida do fundador da Mangueira promete ser prolongamento da segunda, pois D. Zica diz que Cartola sempre foi bom companheiro e a ideia de oficializar a união partiu dele".

Em 1978, transferiu-se da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, mas sempre voltava para visitar os amigos no morro onde crescera e se tornara famoso.

Em 1979, descobriu que estava com câncer, doença da qual viria a morrer no ano seguinte, aos 72 anos de idade.

Após o velório na quadra da Estação Primeira de Mangueira, seu corpo foi sepultado no Cemitério do Caju.

Durante os anos seguintes, viriam homenagens póstumas, discos e biografias que o confirmariam como um dos maiores nomes da música popular brasileira.

Quando soube que o compositor se encontrava doente o poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu crônica no Jornal do Brasil na qual dizia: "A delicadeza visceral de Angenor de Oliveira (e não Agenor, como dizem os descuidados) é patente quer na composição, quer na execução.

Como bem me observou Jota Efegê, seu padrinho de casamento, trata-se de um distinto senhor emoldurado pelo Morro da Mangueira.

A imagem do malandro não coincide com a sua.

A dura experiência de viver como pedreiro, tipógrafo e lavador de carros, desconhecido e trazendo consigo o dom musical, a centelha, não o afetou, não fez dele um homem ácido e revoltado.

A fama chegou até sua porta sem ser procurada.

O discreto Cartola recebeu-a com cortesia.

Os dois conviveram civilizadamente.

Ele tem a elegância moral de Pixinguinha, outro a quem a natureza privilegiou com a sensibilidade criativa, e que também soube ser mestre de delicadeza".
_______
Dia Nacional do Samba “02 de dezembro”
Origem do Dia do Samba

O Dia Nacional do Samba não é uma data comemorativa oficial e foi aprovado como lei estadual do Estado da Guanabara (atual município do Rio de Janeiro), através da Lei n° 554, de 27 julho de 1964.

Na Bahia, também havia um projeto de lei, de 1963, que pretendia instituir o Dia do Samba. Já considerando a sua aprovação, o projeto declara que as comemorações da data nesse ano homenageariam Ary Barroso, compositor brasileiro, autor de "Aquarela do Brasil", entre outras.

É possivelmente por esse motivo que se passou a divulgar a ideia de que a data teria sido criada em homenagem ao sambista.

Assim, embora o Dia Nacional do Samba não seja oficial, a sua comemoração é conhecida nacionalmente.

Atualmente, existem variações do samba com outros estilos músicas. Entre eles, o que se destaca é o Samba Rock, o Samba enredo, o Samba pagode, o Samba carnavalesco, o Samba de gafieira e etc.



Saúde do Trabalhador

 

Trabalhadores da indústria do petróleo poderão ter assegurada jornada de seis horas

   
Da Redação | 24/01/2018, 19h14
Tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) o projeto que limita em seis horas a jornada de quem trabalha em turno ininterrupto em regime de sobreaviso na cadeia produtiva de petróleo. Nesse regime de trabalho, o empregado fica à disposição da empresa, mesmo que vá para casa. Pelo texto, o trabalho efetivo de quem está de sobreaviso não deve superar seis horas.

PLS 378/2011, do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), inclui na legislação não só trabalhadores efetivos, mas terceirizados e comissionados que atuem nas atividades de exploração, perfuração, produção, refino e transporte na indústria petroleira e de xisto.

O projeto também aumenta o tempo de repouso de 24 horas para 36 horas consecutivas para cada período de 24 horas em que o trabalhador permanecer de sobreaviso.
Para Lindbergh, a jornada diferente é uma forma de compensar o trabalhador por possíveis danos à saúde causados pela constante mudança no turno do trabalho. Para atender a exploração de petróleo durante 24 horas por dia, o turno dos profissionais pode variar durante o mês. Quem trabalha à noite em uma semana, por exemplo, nas demais trabalha nos turnos da manhã ou da tarde.

A proposta altera a Lei 5.911/72, que fixa em 12 horas a jornada prestada em regimes especiais de turnos ininterruptos de revezamento e de sobreaviso na indústria de petróleo. A Constituição, no entanto, assegura a jornada de seis horas para esse tipo trabalho e até admite outro entendimento se ficar estabelecido em negociação coletiva.
“A medida é de suma importância para afastar a insegurança jurídica que persiste sobre o tema”, afirmou o senador Paulo Paim (PT-RS), relator do projeto na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

De acordo com o relator na CAE, senador Paulo Rocha (PT-PA), a proposta garante a mesma norma a todos que prestam serviços sob o regime de embarque e confinamento, sejam eles contratados como empregados, sejam terceirizados. O senador cita dados da Federação Única dos Petroleiros (FUP), segundo os quais, entre 2012 e 2013, o setor petroleiro chegou a empregar mais de 500 mil trabalhadores, sendo 70% terceirizados.
“O projeto constitui uma importante conquista para os trabalhadores terceirizados, que poderia servir de referência para outros segmentos do mercado de trabalho”, afirma Rocha em seu relatório.
Se for aprovado na CAE, o projeto deverá ser submetido ainda à Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI).
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)



Política e História Destaque...      



Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho foi um arquiteto brasileiro, considerado uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna.Wikipédia
Nascimento15 de dezembro de 1907, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Falecimento5 de dezembro de 2012, (104 anos) Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
CônjugeVera Lucia Cabreira (de 2006 a 2012), Annita Baldo (de 1928 a 2004)
Nacionalidade Brasileiro
Movimento Modernismo
Assinatura

Pessoalmente, conheci pouco João Goulart. Mas acompanhei-o sempre, com admiração pela sua história de homem simples e líder trabalhista

 

POR SATURNINO BRAGA EX-SENADOR E EX-PREFEITO DO RIO
PUBLICADO ÀS 01/12/2018 03:00:00ATUALIZADO ÀS 30/11/2018 22:39:26
Arte: O Dia
Rio - A versão que ainda predomina sobre a figura humana e política do ex-presidente João Goulart não faz justiça, nem de longe, à grandeza do seu significado histórico. A entrevista recentemente concedida por seu filho João Vicente ao jornalista Paulo Amorim recupera aspectos importantíssimos da gestão de Jango, culminando com a decisão, difícil e profundamente patriótica, de deixar o país e evitar sua transformação em campo de guerra internacional, com quase certa divisão em Brasil do Norte e Brasil do Sul, que era e será sempre projeto do Grande Império para diminuir a importância do nosso país.
Eu era um jovem e bisonho deputado federal do Partido Socialista Brasileiro, com um ano apenas de mandato, que vinha do BNDE cheio de ideias desenvolvimentistas e distributivistas das Reformas de Base. Observava atônito o tiroteio interno, intenso e barulhento, provocado por potências mundiais que se enfrentavam no auge da Guerra Fria, que dominou a política brasileira desde a posse de Jango.
Cuba tinha realizado sua revolução socialista, nas barbas do Império, com êxito surpreendente que assombrava o mundo e animava e impelia à luta a esquerda brasileira: se a pequenina Cuba tinha conseguido, quem poderia conter a grande revolução brasileira?
Kruchev, o grande líder soviético, radicalizava suas posições e provocava abertamente Kennedy, o igualmente grande líder americano: chegou a enviar a Cuba mísseis com ogivas nucleares! A humanidade esteve perto da extinção.
O PCB, o velho, experiente, cauteloso Partidão recebeu instruções de Moscou para também radicalizar. E foi uma das forças mais influentes no avanço desordenado e pretensamente imbatível das forças revolucionárias. Era o momento histórico: o presidente da República, comandante das Forças Armadas, era um velho e confiável companheiro de lutas!
A oposição conservadora e udenista (golpista), conseguiu mais que dobrar sua força política, com a adesão do poderoso e apavorado PSD (incluindo seu grande líder Kubitchek), e partiu para a articulação com os chefes militares, com a colaboração eficaz do embaixador Lincoln Gordon.
Neste confronto revolucionário-golpista, só um líder parecia prezar a Democracia e tentava trabalhar por reformas democráticas de cunho social, as Reformas de Base: o presidente João Goulart!
Compôs um ministério impecável, uma Seleção de figuras respeitáveis e reformistas, como San Tiago Dantas, Walter Moreira Sales, Celso Furtado, José Ermírio de Moraes, Eliezer Batista, Almino Afonso, Darcy Ribeiro e o sempre presente Tancredo Neves.
Jango acreditava; parecia o único a acreditar nas Reformas. O tiroteio crescia; o padre deputado mineiro Pedro Vidigal gritou na Câmara: "Armai-vos uns aos outros!" Eu ouvi, estava lá. Perplexo. Meu antigo professor Celso Furtado me disse, discreta mas afirmativamente: "Está muito difícil" Compreendi.


Caiu o Ministério-Seleção e veio outro, e outro... E o tiroteio crescia. Até que o governador mineiro, Magalhães Pinto, percebeu que o golpe era inevitável e se transformaria numa ditadura militar que desprezaria os políticos.

Tentou evitar e tomou a iniciativa do golpe político, convocando o general Mourão, a "vaca fardada", numa autodefinição.

Acabou mesmo nas mãos dos militares por 20 anos; não houve reação.

Líderes da esquerda presos, cassados, exilados, Congresso castrado, classe média apoiando...

João Goulart, ainda presidente, foi a Porto Alegre conversar com o comandante do Terceiro Exército. E ouviu dele o relato militar da realidade. Obedeceriam à ordem de resistência, se o presidente assim determinasse, mas seria uma luta fratricida difícil de vencer. O Brasil se transformaria em sangrento campo de batalha internacional, com grande possibilidade de divisão. Jango ouviu, mediu, pensou nos brasileiros e renunciou, saindo do Brasil.
Pessoalmente, conheci pouco João Goulart. Mas acompanhei-o sempre, com admiração pela sua história de homem simples e líder trabalhista, companheiro autêntico dos trabalhadores em todas as horas, seguidor de Vargas e do projeto de Brasil soberano; democrata convicto e lúcido em busca de reformas pelos trabalhadores.

A grandeza do seu projeto de Brasil foi vitimada pela Guerra Fria entre os dois gigantes mundiais.

João Goulart, sem dúvida, é merecedor de um justo e destacado monumento-memorial de sua grandeza em Brasília.
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Júlio Furtado: Escola sem ideologia: isso é possível?

O movimento Escola sem Partido é uma inviabilidade em si mesmo, por ser, ele próprio uma robusta ideologia a ser implantada

Por Júlio Furtado Professor e escritor
Publicado às 03h00 de 01/12/2018 - Atualizado às 03h00 de 01/12/2018
Júlio Furtado, colunista do DIA - Divulgação
Rio - Temos assistido a cenas controvertidas envolvendo a votação do projeto de lei Escola Sem Partido, que proíbe professores de fazer doutrinação político-ideológica e abordar questões de gênero em suas aulas. O tema tem ocupado amplo espaço na mídia e merece profunda reflexão por atingir profundamente a prática do professor. Pensemos um pouco sobre as consequências de sua aprovação.

Ideologia, no senso comum significa algo ideal, que contém um conjunto de ideias, pensamentos, doutrinas ou visões de mundo de um indivíduo ou de determinado grupo, que orienta suas ações sociais e políticas. A palavra ideologia tem uma concepção crítica, quando é definida como um instrumento de dominação que age por meio de convencimento e persuasão, alienando a consciência humana. Outra concepção de ideologia é uma ideia, discurso ou ação que distorce um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais qualidades.

A ideologia é inerente ao nosso discurso, pois é composta de nossas crenças e paradigmas. Ao nos expressarmos, estaremos necessariamente difundindo nossa ideologia através de opiniões, exemplos, atitudes e até tonalidade de voz, o que nos faz crer que a neutralidade ideológica é um mito. Podemos, no máximo, nos esforçar (sem nenhuma garantia de êxito) para sermos imparciais. Neutros, jamais. Essa prerrogativa nos leva à conclusão de que ensino sem ideologia é uma falácia. Não existe texto sem ideologia, filme sem ideologia, discurso sem ideologia, regras sem ideologia.

A escola no cumprimento de sua função precisa do confronto ideológico que é parte inerente ao processo educativo. Sem esse confronto, a escola teria, no máximo, o papel de instruir, fornecendo apenas a informação objetiva e "imparcial" do conteúdo. A escola tem como objetivo formar cidadãos habilitados a atuar nos contextos público e coletivo, o que pressupõe a habilidade de leitura ideológica somente conseguida através do pleno exercício do confronto de ideias.

Diante desse contexto, como definir, sem deixar margem à injustiça, o que é assédio ideológico? Como implantar um tribunal pedagógico em cada sala de aula, capaz de estabelecer em que momento o professor ultrapassou a tênue linha que separa o debate ideológico necessário da doutrinação? O movimento Escola sem Partido é uma inviabilidade em si mesmo, por ser, ele próprio uma robusta ideologia a ser implantada.

 



Destaque Mundo do Petroleo...      



06/12/2018 – Reuniao Representante RSB preparatória para AGO/ACT

Quando falamos sobre o petróleo, muitas pessoas têm a errônea impressão de que essa substância somente apareceu na história com o advento da Revolução Industrial. Contudo, desde a Antiguidade temos relatos que nos contam sobre a existência desse material em algumas civilizações. Os egípcios utilizavam esse material para embalsamar os seus mortos, já entre os povos pré-colombianos esse mesmo produto era pioneiramente empregado na pavimentação de estradas.
No Brasil, a existência do petróleo já era computada durante os tempos do regime imperial. Nessa época, o Marquês de Olinda cedeu o direito a José Barros de Pimentel de realizar a extração de betume nas margens do rio Marau, na Bahia. Até as primeiras décadas do século XX, alguns estudiosos e exploradores anônimos tentaram perfurar alguns poços de petróleo sem obter êxito. Contudo, em 1930, o engenheiro agrônomo Manoel Inácio de Basto mudou essa situação.
Com base no relato de populares, ele teve a informação de que os moradores de Lobato, bairro suburbano de Salvador, utilizavam uma “lama preta” como combustível de suas lamparinas. Instigado por tal notícia, realizou testes e experimentos que atestavam a existência de petróleo nessa localidade. Contudo, não possuía contatos influentes que poderiam investir em sua descoberta. Persistente, em 1932, conseguiu entregar ao presidente Getúlio Vargas um laudo técnico que atestava o seu achado.
Nessa mesma década, a descoberta de importante riqueza foi cercada por uma série de medidas institucionais do governo brasileiro. Em 1938, a discussão sobre o uso e a exploração dos recursos do subsolo brasileiro viabilizou a criação do CNP - Conselho Nacional do Petróleo. Em suas primeiras ações, o conselho determinou várias diretrizes com respeito ao petróleo e determinou que as jazidas pertencessem à União. No ano seguinte, o primeiro poço de petróleo foi encontrado no bairro de Lobato.
Logo em seguida, novas prospecções governamentais saíram em busca de outros campos de petróleo ao longo do território brasileiro. No ano de 1941, o governo brasileiro anunciou o estabelecimento do campo de exploração petrolífera de Candeias, Bahia. Apesar das descobertas em pequena escala, o surgimento dessa nova riqueza incentivou, em 1953, a oficialização do monopólio estatal sobre a atividade petrolífera e a criação da empresa estatal “Petróleo Brasileiro S.A.”, mais conhecida como Petrobras.
Na década de 1960, novas medidas ampliaram o grau de atuação da Petrobras na economia brasileira. No ano de 1968, a empresa passou a desenvolver um projeto de extração, iniciando a exploração de petróleo em águas profundas. Após as primeiras descobertas, outras prospecções ampliaram significativamente a produção petrolífera brasileira. Em 1974, ocorreu a descoberta de poços na Bacia de Campos, a maior reserva de petróleo do país.
Com o passar do tempo, o Brasil tornou-se uma das únicas nações a dominar a tecnologia de exploração petrolífera em águas profundas e ultraprofundas. Em 1997, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, uma lei aprovou a extinção do monopólio estatal sobre a exploração petrolífera e permitiu que empresas do setor privado também pudessem competir na atividade. Tal medida visava ampliar as possibilidades de uso dessa riqueza.
Em 2003, a descoberta de outras bacias estabeleceu um novo período da atividade petrolífera no Brasil. A capacidade de produção de petróleo passou a suprir mais de 90% da demanda por essa fonte de energia e seus derivados no país. Em 2006, esse volume de produção atingiu patamares ainda mais elevados e conseguiu superar, pela primeira vez, o valor da demanda total da nossa economia. A conquista da autossuficiência permitiu o desenvolvimento da economia e o aumento das vagas de emprego.

No ano de 2007, o governo brasileiro anunciou a descoberta de um novo campo de exploração petrolífera na chamada camada pré-sal. Essas reservas de petróleo são encontradas a sete mil metros de profundidade e apresentam imensos poços de petróleo em excelente estado de conservação. Se as estimativas estiverem corretas, essa nova frente de exploração será capaz de dobrar o volume de produção de óleo e gás combustível do Brasil.
A descoberta do pré-sal ainda instiga várias indagações que somente serão respondidas na medida em que esse novo campo de exploração for devidamente conhecido. Até lá, espera-se que o governo brasileiro tenha condições de traçar as políticas que definam a exploração dessa nova fonte de energia. Enquanto isso, são várias as especulações sobre como a exploração da camada pré-sal poderá modificar a economia e a sociedade brasileira.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola



                                                                


Aniversariantes de 30 de novembro a 06/12/2018




 
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