Notícias Petroleiras & Outras Edição 429
Em 18/02/2021 – NP 429
Dia 10 de janeiro de 2012 foi a primeira transmissão que realizamos e hoje chegamos a 429
Notícias
Petroleiras & Outras, estes são os nossos destaques da semana. |
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Antonio Nobre “A floresta está chegando muito próximo do ponto de não retorno", diz cientista Antônio Nobre |
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Editorial –
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18/02/2021 Me encontre - Aqui Ivan Luiz Jornalista Reg. CPJ 38.690 - RJ –1977.. |
I - Racismo no Brasil - - Fosse nos engenhos de açúcar, nas lavouras de café ou na mineração, o serviço pesado estava nas mãos dos cativos |
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II – Sete séculos antes da tragédia do tráfico europeu o horror do tráfico arabo-muçulmano. |
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III
- Homenageados na cultura brasileira, destaque para |
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Racismo II Relação completa dos aniversariantes de 12 a 18/02 |
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Momento Reflexivo – Abertura Cecília Meireles e Encerramento Manuel Bandeira (IV) |
Topo
A esquerda, os militares, o imperialismo e o desenvolvimento (jb.com.br)
Benefício |
Média Mensal |
Por Ano |
Quanto custa um aluno Escola Pública |
Salário |
33.763,00 |
405.156,00 |
Séries finais R$ 3.725,44 – escola urbana: R$ 310,33 mensais |
Ajuda de custo ¹ |
1.406,79 |
16.881,48 |
Séries finais R$ 4.064,11 – Escola rural: R$ 338,33 mensais |
Cotão² |
40.256,17 |
483.073,99 |
Séries iniciais R$ 3.387,54 – Escola urbana: R$282,95 mensais |
Auxílio Moradia³ |
1.608,34 |
19.300,08 |
Séries iniciais R$ 3.894,77 – Escola rural: R$ 324,67 mensais |
Verba de gabinete para até 25 funcionários |
106.866,59 |
1.282.399,08 |
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Total por deputado |
183.900,89 |
2.206.810,63 |
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Total dos 513 deputados |
94.341.156,57 |
1.132.093.853,19 |
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Momento Reflexivo – Abertura
Cecília Meireles
(1901-1964)
Poetisa
brasileira carioca, Cecília é uma das primeiras mulheres a ter grande destaque
na literatura brasileira. Foi escritora da segunda fase do modernismo no Brasil.
Suas poesias apresentam caráter intimista com forte influência da psicanálise e da
temática social.
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Veja também: Cecília Meireles
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Informes
1. Ditadura Militar no Brasil: resumo, causas e fim - Toda Matéria (todamateria.com.br)
Os dez cientistas da Fiocruz cassados e perseguidos pela ditadura militar no Massacre de Manguinhos: da esquerda para a direita, Augusto Cid Mello Perissé, Tito Arcoverde Cavalcanti de Albuquerque, Haity Moussatché, Fernando Braga Ubatuba, Moacyr Vaz de Andrade, Hugo de Souza Lopes, Massao Goto, Herman Lent, Sebastião José de Oliveira e Domingos Arthur Machado Filho.
O
Massacre de Manguinhos foi um dos mais infames episódios de perseguição
política contra cientistas ocorridos durante a ditadura. O episódio ocorreu no
contexto de recrudescimento do autoritarismo e da repressão que caracterizou os
"anos de chumbo", logo após a emissão dos Atos Institucionais nº. 5
(AI-5) e nº. 10 (AI-10), quando a perseguição política se tornou generalizada,
extrapolando o âmbito da oposição de movimentos organizados e passando a
atingir cidadãos comuns que fossem meramente suspeitos de não compactuar com as
ideias do regime.
Manguinhos
é o nome do bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro onde se localiza a sede da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) - à época denominada "Instituto Oswaldo
Cruz" (ou IOC). No dia 1º de abril de 1970, os dez cientistas
supracitados, todos ativos na Fiocruz há mais de duas ou três décadas, tiveram
seus direitos políticos cassados por dez anos por determinação do regime
militar. Dois dias depois, a ditadura emitiu novo decreto determinando a
aposentadoria compulsória dos cientistas. Outra norma do governo proibia o
grupo de prestar serviços ou trabalhar para qualquer repartição pública ou
qualquer empresa subvencionada com dinheiro do erário. Com isso, a Fiocruz
perdeu 14% do seu quadro de pesquisadores e foi obrigada a encerrar diversas
linhas de pesquisa inovadoras sobre novos medicamentos e tratamentos para
doenças infecciosas e surtos epidêmicos.
O grupo
dos dez cientistas, todos ligados à área de medicina experimental e combate a
doenças tropicais, era monitorado pelos militares desde a década de 1940. Isso
porque em 1946, os cientistas subscreveram um documento de apoio às demandas do
senador Luís Carlos Prestes, do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que exigia
a retirada das tropas estadunidenses do Nordeste brasileiro e o encerramento da
base militar dos Estados Unidos, montada em Natal durante a Segunda Guerra
Mundial.
Nas
décadas seguintes, esse mesmo grupo de cientistas passou a defender o
desenvolvimento autônomo da pesquisa científica no Brasil. Após o golpe de 1964
e a instalação do regime militar, os cientistas criticaram a submissão das
instituições públicas aos interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos
e ao projeto ideológico anticomunista. A gota d'água ocorreu quando alguns
cientistas do grupo denunciaram um desvio de verba que deveria ser destinada ao
combate da malária, da peste bubônica e da meningite.
A
perseguição ao grupo contou com apoio do próprio diretor-interventor da
Fiocruz, Francisco de Paula Rocha Lagoa, indicado para o cargo pelo marechal
Castelo Branco. Rocha Lagoa, que futuramente assumiria o cargo de Ministro da
Saúde no governo Médici, era profundamente reacionário e anticomunista e tratou
de isolar, perseguir e boicotar os trabalhos realizados pelos cientistas em
pauta desde que assumira o comando da instituição. Entre seus primeiros atos
estava o fim do financiamento para as pesquisas do grupo, ocasionando a inviabilização
dos trabalhos.
Logo após o desligamento dos profissionais, Rocha Lagoa abriu inquéritos policiais nas áreas civil, militar e administrativa contra os dez cientistas, acusando-os de conspiração contra a administração pública e desenvolvimento interno de uma célula comunista. As acusações beiravam o ridículo e chegavam a incluir questionamentos sobre "promoção de feijoadas e vatapás subversivos nas dependências da instituição". Apesar disso, um dos pesquisadores, Fernando Ubatuba, chegou a ficar preso por 14 dias num paiol de pólvora do Exército Brasileiro em Paracambi. Nenhum dos inquéritos conseguiu provar nada contra os pesquisadores.
Não
satisfeito com a perseguição ao grupo, o governo federal mirou no desmonte e
sucateamento da própria Fiocruz, diminuindo de forma agressiva o orçamento da
instituição, forçando-a a diminuir sua produção de insumos, soros e vacinas, a
encerrar linhas de pesquisa e a fechar parte substancial de seus laboratórios.
A ditadura ordenou o encerramento do Instituto Nacional de Produção de
Medicamentos e fundiu a Fiocruz a diversas outras instituições, intencionando
fragilizar sua capacidade de articulação política e dificultar quaisquer
projetos de autonomia gerencial. As ações do regime prejudicaram as campanhas
nacionais de vacinação, a fabricação de medicamentos e o combate aos surtos
epidêmicos por vários anos, além de desarticular e descontinuar décadas de
pesquisa em saúde pública, causando enormes retrocessos à ciência brasileira.
Somente
em 1986, cinco anos após a sanção da Lei da Anistia e já no período da
redemocratização, os dez cientistas foram reintegrados à Fiocruz. Apenas o
parasitologista Herman Lent não aceitou retornar para a instituição, preferindo
continuar dando aulas na Universidade Santa Úrsula, onde conseguira emprego em
1976.
A
cerimônia de reintegração ocorreu em 15 de agosto de 1986, com presença do ator
Mário Lago, então presidente da Comissão Nacional de Anistia, do deputado
Ulysses Guimarães, presidente da Câmara dos Deputados, e do antropólogo Darcy
Ribeiro, vice-governador do Rio de Janeiro. Em seu discurso, Darcy Ribeiro
pontuou: "A dor que me dói, a lágrima que eu choro, é pelas pesquisas que
foram interrompidas e nunca mais se farão. É pelos jovens cientistas que
teríamos formado e que não se formarão nunca. A Ciência é a última profissão
que não se aprende nos livros. É um cientista que cria outro. E vocês, os mais
preparados para frutificar novas gerações, foram proibidos de se
multiplicar."
Informes 2
O Brasil e os imbecis Um ensaio sobre a imbecilidade brasileira - Topo
Informes - 3
O
seqüestro das instituições brasileiras
Créditos da
foto: (Reprodução/bit.ly/2ZiW9mR)
Nosso
apego às relações primárias e familiares e nosso desprezo pelos vínculos
formais e regras impessoais remonta às nossas origens históricas. No Brasil,
não queremos ser cidadãos. Queremos ser filhos de fulano. Não admitimos o
tratamento indiferenciado, como indivíduos; queremos ser reconhecidos como
pessoas. Buscamos sempre contornar a lei, mas exigimos que nossos adversários a
cumpram inapelavelmente.
A apropriação privada dos recursos do Estado e sua conversão em
aparelho a serviço de interesses pessoais, ou seja, o patrimonialismo,
encontram terreno fértil no Brasil. Não vemos problemas em nepotismos e nem na
colonização de cargos públicos estratégicos por grupos diretamente
interessados. O público é um anexo do privado. A perícia cede lugar à malícia.
Tal corrosão institucional se visualiza facilmente: obscurantistas e mal
educados como ministros da Educação; um ecocida que passa sua boiada sobre o
meio ambiente; uma ruralista à frente da agricultura nos envenena com seus mais
de 500 agrotóxicos legalizados; uma evangélica fundamentalista cuida das
mulheres e demais minorias com seu machismo e sua obsessão com a sexualidade
alheia. Não nos esqueçamos do primeiro-ministro da Saúde, lobista dos planos
privados, a estender sua mão visível sobre o SUS. Um emissário do mercado
financeiro dirige o ministério da economia. Um maluco, pária orgulhoso e
antiglobalista (seja lá o que isso for), faz do Brasil vexame internacional nas
relações exteriores. Um racista à frente da Fundação Palmares. Polícia federal
convertida em guarda-costas particular da presidência e de seus filhos. A
Procuradoria Geral da República a livrar a cara do empreendedor das
rachadinhas. Um militar na Saúde dispensa maiores explicações.
E a novidade esperada: a independência do Banco Central. Significa que ele não
deve ser mais passível de intervenções públicas, às quais respondem aos
interesses econômicos dos cidadãos. Agora, passa às mãos de banqueiros. A
diretoria do time escalou o juiz da partida.
Inclusive, falando em juízes que têm lado, vejam-se os novos vazamentos das
tramoias nada republicanas de Moro, Dallagnol e seus comparsas. Absurdo, mas
não surpreendente: a velha conversão das instâncias judiciais em arma de grupos
dominantes. Para perseguição de adversários, para inviabilizar suas
candidaturas em favor de outros e, assim, cavar-se uma vaga num ministério que
seria trampolim para outra, no STF. Só no Brasil, mesmo.
O patrimonialismo é universal, indubitavelmente. No entanto, sua
particularidade brasileira é a absoluta falta de controles institucionais a
esta circulação de agentes entre o público o privado. Um estamento privilegiado
ocupa livremente postos estratégicos, sem qualquer mediação pública, sem
quaisquer dispositivos legais a prevenir conflito de interesses. Nossa
especificidade é esta acomodação descarada de contradições nas entranhas
estatais. O Brasil reafirma suas raízes, sua vocação colonial e sua sina de ser
um negócio. Por aqui, é natural - e sempre foi - raposas gerirem o galinheiro.
Thiago Antônio de Oliveira Sá é sociólogo, professor e doutor em Sociologia
Topo
2.
Antônio Nobre "A floresta
está chegando muito próximo do ponto de não retorno", diz cientista Antônio
Nobre
O Repórter Eco Especial conversou com o
cientista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) Antônio Nobre,
que respondeu se a floresta amazônica está próxima de um cenário irreversível
de destruição. #RepórterEco
Os
300 de Luxemburgo
Em paraíso fiscal europeu, brasileiros ou residentes no Brasil são
beneficiários de empresas cujos ativos somam ao menos 723 bilhões de reais
Esta
reportagem integra o projeto Open Lux, do Organized Crime and Corrupio
Reporting Project (OCCRP), consórcio internacional de jornalismo investigativo.
O jornal francês Le Monde obteve acesso ao banco de dados oficiais com
documentos sobre empresas registradas no paraíso fiscal de Luxemburgo, além dos
nomes de quem se declarou beneficiário delas. O OCCRP organizou o material,
analisado de modo colaborativo por jornalistas de dezessete veículos. A Piauí é
o único veículo brasileiro.
Pelo
menos 358 pessoas com nacionalidade brasileira ou residência no Brasil são
beneficiárias finais de 448 empresas em Luxemburgo, um dos principais paraísos
fiscais do mundo. Os ativos dessas companhias somavam ao menos 112,6 bilhões de
euros, ou 722,6 bilhões de reais em valores corrigidos. Da lista fazem parte
políticos, empresários, banqueiros e doleiros, alguns envolvidos em conhecidos
casos de crime e corrupção no Brasil – mas há também gente famosa ou anônima
sem passagem pelo noticiário policial.
Entre os empreendimentos de brasileiros, o de maior valor em ativos é a
BRC, holding financeira criada em 2004 cujo beneficiário final é o empresário
Jorge Paulo Lemann, segundo na lista dos mais ricos do Brasil, de acordo com a
lista da revista Forbes. Os ativos da BRC somam 36,4 bilhões de euros, ou 235
bilhões de reais. A segunda empresa em ativos, a Ambrew, com 22,1 milhões de
euros (141,8 milhões), também tem Lemann como um dos beneficiários, além de
Carlos Alberto da Veiga Sicupira e Marcel Herrmann Telles. Lemann tem posição
de destaque na lista: aparece como um dos beneficiários finais de dezessete
empreendimentos no país europeu.
O banqueiro Joseph Safra, morto em dezembro de 2020 (e que constava como
o primeiro brasileiro da lista da Forbes), era, entre os brasileiros, o que
aparecia como beneficiário final em mais companhias: 71. Entre elas, a maior em
valor de ativos é a J. Safra Holdings Luxembourg, com 3,96 bilhões de euros
(25,9 bilhões de reais). Safra é o único brasileiro a estar no top 50 mundial
de beneficiários finais com mais empresas em Luxemburgo. Outra empresa de
destaque na lista das maiores do Brasil é a BTG Pactual Holding, do banqueiro
André Esteves, com 1,3 bilhão de euros (6,7 bilhões de reais).
Em nota, a assessoria de Lemann afirmou que a BRC "é uma companhia
criada há mais de quinze anos como estrutura de controle da AB-Inbev, companhia
listada nos mercados da Bélgica e Estados Unidos, estando devidamente declarada
a todos os órgãos competentes, sendo inclusive publicada nos sites da Comissão
de Valores Mobiliários e SEC [Securities and Exchange Commission, órgão de
regulação do mercado financeiro norte-americano]". Sobre a Ambrew, a
assessoria informou que a empresa é uma das acionistas controladoras da Ambev e
também está "devidamente registrada" nos órgãos de controle do
mercado no Brasil e no exterior. Já a assessoria do banco Safra limitou-se a
afirmar que o grupo J.Safra possui operações financeiras no exterior, reguladas
pelas autoridades locais, há décadas.
O BTG Pactual não quis se manifestar. A Piauí apurou que Luxemburgo foi
escolhido para sediar as atividades do banco na comunidade europeia dada a
aceitação de investidores à regulamentação do país, considerada estável. Desde
2019, contudo, o BTG Pactual decidiu mudar sua base na Europa para Portugal com
o objetivo de acompanhar a migração crescente de brasileiros para o país.
Dentre as figuras ligadas à política, o de maior patrimônio é o
ex-governador de Mato Grosso, ex-senador e ex-ministro Blairo Maggi, um dos
maiores produtores de soja do mundo. O empresário aparece como beneficiário
final da Amaggi Luxembourg, com 29,2 milhões de euros em ativos. À Piauí,
afirmou ter declarado a empresa à Receita e ao Banco Central brasileiros.
Também integra a lista o empresário Luigi Rotunno, candidato a prefeito
de Porto Seguro pelo PSDB em 2020 e dono de resort na mesma cidade. Ele é
natural de Luxemburgo e vive no Brasil. Quando candidato, Rotunno não disse ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que é beneficiário final da Kijeme Investment
Group S.A., com 1,2 milhão de euros (cerca de R$ 7,8 milhões) em ativos
declarados no balanço mais recente, até dezembro de 2019. O valor é maior do
que todo o patrimônio declarado pelo então candidato ao tribunal eleitoral, de
2,2 milhões de reais. Rotunno afirmou, por e-mail, que declarou a empresa à
Receita e que os documentos enviados ao TSE estão completos, pois a exigência
legal é de que haja declaração de patrimônio somente da pessoa física, e não
jurídica. O TSE não comentou essa situação específica e disse que "não se
pronuncia sobre casos que possam vir a ser julgados pelos magistrados".
No caso de candidatos, especialistas consultados pelo OCCRP e pela Piauí
entendem que a não declaração de ativos pode configurar multa e até crime.
"Se o candidato não declarar que é beneficiário da empresa, não está
cumprindo a lei eleitoral e pode responder pelo artigo 350 do Código Eleitoral
(Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar,
ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita, para fins eleitorais)", afirmou o advogado eleitoral Alberto
Rollo. O artigo citado por ele diz que a punição, em tais casos, pode chegar a
multa e até cinco anos de prisão. Para o procurador de Justiça de São Paulo
Marco Antônio Lima, o patrimônio integra a pessoa, seja essa física ou
jurídica. "Se o candidato deve declarar seu patrimônio, esse é composto
por ambas as formas, seja quanto à pessoa física, seja quanto à jurídica. Se o
candidato é o titular ou sócio dessa empresa, também o é de seu patrimônio, no
que inclui seus ativos. Essa omissão pode gerar investigação quanto a forma de
composição desse patrimônio e sua remessa para o exterior."
Luxemburgo também foi o país escolhido pelos irmãos doleiros Renato e
Marcelo Hasson Chebar para abrir uma empresa, a Fomalhaut 1, em junho de 2017.
Na época, a dupla cumpria pena de prisão domiciliar em Lisboa, Portugal, logo
após fechar acordo de delação com a força-tarefa da Lava Jato no Rio e com a
Procuradoria-Geral da República. No acordo, eles admitiram ter ocultado 100
milhões de dólares desviados dos cofres públicos fluminenses pelo ex-governador
Sérgio Cabral – o dinheiro foi pulverizado em vários bancos europeus, inclusive
o luxemburguês Hapoalim. Devido ao acordo com os procuradores, os irmãos
devolveram esse montante aos cofres públicos.
Os ativos da Fomalhaut alcançam 6,1 milhões de euros. O nome faz
referência a uma das estrelas da constelação de peixes (Renato Chebar é amante
da astrologia). A advogada dos irmãos, Maria Francisca Nedeff, disse que a
empresa de Luxemburgo está devidamente declarada ao Fisco e foi informada à
PGR, e que os ativos são fruto de "atividade profissional e herança
familiar". Procurada, a assessoria da PGR não comentou o caso, alegando
confidencialidade no acordo de colaboração premiada com os irmãos doleiros.
Outra família brasileira com um passado polêmico também aportou em
Luxemburgo. Duas décadas após protagonizarem um caso rumoroso de suposta
lavagem de dinheiro da máfia italiana com jogos de azar no Brasil, os Viveiros
Ortiz controlam quatro empresas no grão-ducado europeu, com capital somado de
251 milhões de euros. Das quatro companhias, uma, a Mytos S, a mais antiga de
todas, criada em 2005, tem como beneficiário final os irmãos Johnny (que deixou
o Brasil naquele ano) e Alejandro Viveiros Ortiz – as demais são controladas formalmente
apenas pelo primeiro. Com capital de 104 milhões de euros, a Zitro (Ortiz ao
contrário) International desenvolve jogos de azar eletrônicos, atividade
permitida em Luxemburgo, ainda que com restrições.
Na década de 1990, uma investigação da polícia italiana (Operação Mau
Olhado) acusou os Ortiz de lavarem dinheiro do tráfico de cocaína para a Cosa
Nostra, máfia siciliana, por meio de caça-níqueis e 850 bingos espalhados pelo
Brasil. Foram interceptadas dezenas de ligações telefônicas entre os mafiosos e
Alejandro Ortiz Fernandez, espanhol radicado no Brasil, pai de Johnny e
Alejandro Viveiros. Segundo a polícia da Itália, as transações financeiras
ilegais eram feitas pela Astro Turismo, casa de câmbio em São Paulo em nome do
pai e dos dois filhos. Um pedido de colaboração da Justiça da Itália motivou a
abertura de inquérito pela Polícia Federal no Brasil, que seria arquivado em
2003 sem indiciar ninguém.
Anos depois, o clã Ortiz seria citado no relatório final da CPI dos
Bingos, no Congresso. A comissão descobriu que no primeiro mandato de Lula
(2003-2006), Waldomiro Diniz, assessor do então ministro José Dirceu, favorecia
o interesse dos Ortiz no governo Lula (inclusive defendendo a legalização dos
bingos), em troca de caixa dois para campanhas políticas. Apesar das suspeitas,
os Ortiz não foram indiciados pela CPI – a comissão sugeriu que as
investigações em relação à família prosseguissem na Polícia Civil do Rio de
Janeiro, onde o caso acabou arquivado, tempos depois.
Na área cível, Alejandro Fernandez e Alejandro Viveiros foram
denunciados por improbidade administrativa devido a irregularidades na
confecção de portarias que favoreciam os bingos no Brasil, no fim dos anos
1990. A ação foi julgada improcedente tanto na Justiça Federal de Brasília quanto
no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, mas recentemente o Superior Tribunal
de Justiça determinou novo julgamento pelo TRF. O advogado de Johnny, Daniel
Bialski, disse que as companhias de Luxemburgo são legais e estão declaradas
por seu cliente ao governo do grão-ducado, onde atualmente ele possui domicílio
fiscal. A defesa de Alejandro Fernandez e Alejandro Viveiros não se manifestou.
Em dezembro de 2019, o empresário Jacob Barata Filho, sócio de várias
empresas de ônibus no Rio de Janeiro, cumpria prisão domiciliar. Dois anos
antes, ele fora preso duas vezes (uma delas quando estava prestes a embarcar
num voo para Portugal), acusado pela Lava Jato de pagar propinas a políticos
fluminenses em troca de vantagens nos contratos do transporte público no estado.
Naquele mês de dezembro, as quatro filhas do "rei do ônibus" (Silvia,
Ana Carolina, Beatriz e Maria da Glória), como era chamado, abriram a empresa
W&W Corporation, em Luxemburgo. Em conversas pelo WhatsApp interceptadas
pela Lava Jato, Barata Filho cita o medo de uma delas, Beatriz, de "ficar
pobre".
Desde a abertura da W&W, as irmãs não apresentaram balancetes
financeiros ao governo do grão-ducado, como a lei local exige. Barata foi
condenado pela Justiça Federal em duas ações penais pelos crimes de corrupção
ativa e participação em organização criminosa. A pena somada é de quarenta anos
de prisão. Em nota lacônica, a assessoria de Jacob Barata não se manifestou
sobre a empresa de Luxemburgo. Disse apenas que refuta as acusações do
Ministério Público Federal.
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I - TV Brasil é financiada total ou parcialmente
pelo governo do Brasil. tvbrasil
Fosse nos engenhos de açúcar, nas lavouras de
café ou na mineração, o serviço pesado estava nas mãos dos cativos. E em
homenagem aos 127 anos da Lei Áurea, o Caminhos da Reportagem traça o longo e
difícil caminho do cativeiro à abolição, a luta pela liberdade, as formas de
alforria, os principais abolicionistas. Ainda analisa uma polêmica: é possível
ou não reparar os males deixados à população negra por anos e anos de trabalho
escravo? http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosda... Topo
Sete séculos antes da tragédia do tráfico europeu o horror do tráfico arabo-muçulmano. Depois da captura de escravos no Leste da Europa os árabes arrasaram na África impérios inteiros. Castraram os sobreviventes e nem mesmo os convertidos ao islão escaparam ao genocídio. Um flagelo que só no século XX alguns Estados do Médio Oriente aboliram oficialmente. E que ainda hoje perdura nalguns países da África muçulmana. Porque continua a ser ocultada esta realidade da História? SAIBA TODA A VERDADE IGNORADA no livro O GENOCÍDIO OCULTADO do antropólogo franco-senegalês Tidiane N’Diaye Já disponível nas livrarias ou em www.gradiva.pt.
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New York Times: Lava Jato é o maior escândalo judicial da
história brasileira
10
Fevereiro 2021
Estado de Direito está cada vez mais em
perigo
A "lava jato" se vendia como a maior
operação anticorrupção do mundo, mas se transformou no maior escândalo judicial
da história brasileira. É o que afirma Gaspard Estrada, diretor-executivo do
Observatório Político da América Latina e do Caribe (Opalc) da
universidade Sciences Po de Paris, em artigo publicado
nesta terça-feira (9/2) no jornal norte-americano The New York Times.
Ao comentar o fim da força-tarefa no Paraná,
Estrada aponta que os procuradores defendem a operação com uma série de
números: 1.450 buscas e apreensões, 179 ações penais, 174 condenados, incluindo
políticos e empresários, incluindo o ex-presidente Lula. "Porém, para
conseguir esses resultados, os procuradores violaram o devido processo legal,
sem reduzir a corrupção", diz.
Se antes já havia dúvidas sobre a sua
parcialidade na condução dos processos contra Lula, cita Estrada, com a
divulgação de mensagens de Telegram se verifica que o ex-juiz Sergio Moro
orientou a construção da acusação contra o ex-presidente, "violando o
princípio jurídico de não ser juiz e parte ao mesmo tempo".
Quando foi relevado que o escritório Teixeira
Zanin Martins Advogados, responsável pela defesa do petista, foi grampeado pela
"lava jato", os procuradores alegaram que se tratou de um erro.
Entretanto, ressalta o diretor do Opalc, hoje é possível confirmar que os
membros do Ministério Público Federal eram constantemente informados por
agentes da Polícia Federal sobre as ligações, com o objetivo de traçar
estratégias e obter a condenação de Lula.
Para Estrada, as consequências da atuação
ilegal da "lava jato" estão claras: 'O Estado de Direito está cada
vez mais em perigo, com a aprovação de grande parte do establishment político e
econômico que ontem apoiou cegamente a operação 'lava jato' e hoje apoia a
chegada de um político acusado de corrupção [Arthur Lira] à presidência da
Câmara dos Deputados, ao mesmo tempo em que o presidente [Jair Bolsonaro]
desmantela grande parte das instituições de combate à corrupção e ao
crime."
*Do Conjur - Fonte: A Postagem
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III - Relação Aniversariantes
de 12 a 18/02
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Momento Reflexivo Encerramento-
Momento Reflexivo Encerramento
Manuel Bandeira (1886-1968)
Poeta brasileiro pernambucano, Manuel teve
grande destaque na primeira fase do modernismo no Brasil. Além de poesia,
escreveu também obras em prosa. Com grande lirismo, sua obra versa sobre temas
do cotidiano e da melancolia.
Poeta brasileiro pernambucano, Manuel teve grande destaque na primeira fase do modernismo no Brasil. Além de poesia, escreveu também obras em prosa. Com grande lirismo, sua obra versa sobre temas do cotidiano e da melancolia.
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
– Eu faço versos como quem
morre.
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