Racismo 1 Resistências à Criminalização da
Favela e da Cultura Negra e Favelada
A criminalização da pobreza e da negritude marcam a
formação das favelas do Rio de Janeiro e de sua estigmatização. Não só a favela é vista
como algo pejorativo, mas também tudo aquilo que nasce dela, toda a cultura,
forma de resistência, tudo aquilo que a identifique ou represente.
Um dos filhos mais perseguidos e estigmatizados da cultura preta
favelada nasceu, na segunda metade do século XIX no Recôncavo
Baiano.
Nasceu o que viria a ser uma das maiores influências culturais das favelas
cariocas: o Samba. Estilo musical marcadamente africano, se popularizou no Rio de
Janeiro no século XX, após a migração de negros libertos vindos da Bahia para
a capital do país.
No entanto, nem mesmo o
Estado e a moral branca da elite conseguiram impedir que o samba florescesse. Era comum que
as rodas de samba acontecessem em terreiros e outros locais sagrados para o
Candomblé e para a Umbanda, ou em casas de Mães de Santo e de famosas Baianas, como Tia Ciata. Esses espaços de culto
foram fundamentais para a sobrevivência e o desenvolvimento do samba,
cuja identidade cultural resguarda inegáveis traços de ordem
religiosa. Alguns inclusive chamam o samba de música de Orixá. As percussões, os tambores
e os chocalhos não mentem: o samba é de terreiro. O samba representava
também diversão e laços de solidariedade, era uma forma de incluir na comunidade
aqueles que haviam chegado recentemente ao Rio de Janeiro.
Almirante Negro aniversaria em 24/06 Nossa respeitosa e singela homenagem a esse Grande Herói Nacional, herói de
verdade.