Notícias Petroleiras & Outras em 04/03/2021
Dia 10 de janeiro de 2012 foi a primeira transmissão que realizamos, e hoje chegamos a 430/09
Vinheta | Recepção do presidente da ex coisa pública no Ceará |
Brasil
caindo cada vez mais – PIBinho etc |
Destaque para o aniversariante da semana o respeitoso Jango em 01/03
Desenho exibido em 1993.
Teoria, especulação ou os diretores já sabiam que estes
assuntos já estava no planejamento
dos líderes e poderosos deste mundo ...
Tudo que você quer saber sobre o Selvagem
O Futuro Climático da Amazônia
Antonio Donato Nobre, PhD* Pesquisador no CCST** MCTi/INPE Pesquisador do MCTi/INPA Realização: Articulación Regional Amazónica (ARA) Suporte Institucional: Centro de Ciência do Sistema Terrestre Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Parceria Estratégica: Avina e Avina Americas Fundo Vale Fundação Skoll Suporte: Instituto Socioambiental Projetos Rios Voadores WW
Notícias Petroleiras & Outras, estes são os nossos destaques da semana. | ||
Vinheta 03 | informes 1- Porque o ‘mercado’ não derruba Bolsonaro?2 - Militares, retornem para os quartéis. O Estado
democrático de direito exige
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Antonio Nobre: | ||
Editorial – | ||
04/03/2021 Me encontre - Aqui Ivan Luiz Jornalista Reg. CPJ 38.690 - RJ –1977.. | Racismo no Brasil - | |
Alerta - | ||
Homenageados na cultura brasileira, destaque para | ||
Relação completa dos aniversariantes da semana de 26/02 a 04/03 | ||
Momento Reflexivo – Abertura Vinicius de Moraes e |
Momento Reflexivo – Abertura - Topo
Vinicius de Moraes (1913-1980)
Poeta e compositor brasileiro carioca, Vinicius foi um dos precursores da bossa nova no Brasil. Teve grande destaque na poesia de 30 na segunda fase do modernismo no Brasil. Seus poemas têm como temática o amor e o erotismo.
Soneto de Fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento antes
E com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
Informes 1 – Porque o ‘mercado’ não derruba Bolsonaro?
Editorial
Carlos
Russo Jr. – 01/03/2021
Os "Mensageiros da Morte" na vida, na literatura e na
mitologia.
Vivemos numa tragédia mundial provocada por um vírus. Em nosso
País, à atitude genocida do Governo Central alia-se uma irresponsabilidade da
população, que assim como a carência de vacinas fazem com que esta tragédia se
expanda até limites que nem a própria ciência consegue antever.
Pois bem, bactérias e vírus já causaram estragos maiores à
humanidade que as mais terríveis guerras. O vibrião colérico, que produz o
cólera, conhecido desde a Antiguidade, provocou uma primeira epidemia global em
1817, que se estendeu até os anos 1840.
Duas obras primas da literatura mundial se inspiraram na pandemia
do cólera, uma delas dirigida aos jovens e adolescentes. A outra, escrito meio
século após, frente a novo surto, a um público amante da leitura e do pensar.
Ambas se dedicaram a certo tipo de mensageiros, aos “Mensageiros
da Morte”.
“Mensageiros
da Morte” é
um conto de fadas da coletânea “Contos dos Irmãos Grimm”, publicada em 1840. Nele, a
Morte, pequenina, minúscula, vem buscar um Gigante, mas é por ele dominada e
espancada quase até morrer. Um Homem jovem que passa pela estrada se depara com
a pequena Morte estirada ao chão e a socorre. Para mostrar sua gratidão, a
Morte promete-lhe que, apesar de não poder poupá-lo num futuro, não virá
buscá-lo sem aviso prévio, e se compromete enviar-lhe seus mensageiros: os Mensageiros
da Morte.
Muitos anos mais tarde o homem, num belo dia, é pego de surpresa
pela Morte que o arrebata. Então, ele se revolta e a acusa de ingratidão e de
descumprimento do pactuado. A Morte lhe explica que havia, sim, enviado seus
Mensageiros, acontece que ele, desatento, não os reconhecera.
Por acaso não se lembrava da diarreia e das doenças que o haviam
acometido, dos sinais de envelhecimento que lhe haviam suprimido a força, e,
por que não, de seus sonhos que haviam se desvanecido no tempo?
Sem resposta, o Homem torna-se consciente de que a Morte cumprira
com sua parte e permite que ela o leve consigo.
“Morte
em Veneza”,
uma Novela no estrito sentido da concepção alemã do Novo (novel), daquilo que é
inusitado, foi escrita por Thomas Mann em 1912.
E nada seria, no alvorece do século XX, tão inusitado quanto
Veneza, a capital da alegria, do carnaval europeu (tal qual o Rio de Janeiro
dos bons tempos) das bodas elegantes, o epicentro da moda internacional, que
justamente nela ocorressem mortes, milhares de mortes motivadas pela Peste,
pelo cólera, que a alguns anos deixara em paz os países europeus,
distribuindo-se pelos países da então “da periferia do mundo”, principalmente
pela América Latina.
Era
o verão europeu. A cidade vivia assolada pela peste. No entanto, os sinais de
uma epidemia de cólera eram ocultos pelas autoridades para não prejudicarem a
economia, no caso, o turismo!
Nos dias de Covid 19, as autoridades brasileiras reproduzem a situação
ficcional criada pela literatura mais que centenária! Nada aprenderam com o
fato de que a Peste EXIGE o afastamento social. De qualquer forma, as
atividades econômicas serão afetadas. Muito pior, sem o afastamento! E tal
sucedeu também na literatura, na Veneza de Thomas Mann.
O texto complexo tem um enredo enxuto: um escritor renomado, numa
crise de criatividade aí por volta dos cinquenta anos, viaja de Munique a
Veneza, onde se apaixona platonicamente por um jovem púbere, extremamente belo.
Von Aschenbach, o escritor, que em alemão significa barril de cinzas, tem muito
dos cuidados e dos critérios artísticos do próprio Thomas Mann.
Durante um passeio em Munique, o personagem- autor para diante de
um cemitério onde avista outro personagem: “um viajante”, cuja face lembra uma
caveira, um tipo muito estranho que deixa nosso Aschenbach abalado. Pois no
portal do cemitério e no estanho viajante, temos a primeira manifestação do
“leitmotif” da novela, do motivo condutor de toda a obra. E
em “Morte em Veneza” o “leitmotif” serão os “Mensageiros da Morte”.
O abalo da visão é tão grande que tira do escritor qualquer
inspiração artística; decide romper com a rotina e partir em férias para
Veneza. Na realidade, é algo indefinível que faz Aschenbach prosseguir até
Veneza.
Veneza é bela na superfície, brilhante e ensolarada, apolínea; no
entanto, está apodrecida na parte submersa e sua brisa marítima, o siroco,
cheira mal, cheira a mofo! E o siroco é um segundo Mensageiro da Morte, que o
escritor, entretanto, não chega a reconhecer.
A este se sucedem outros mensageiros, tal como a figura de um
velho passageiro que viaja no mesmo navio que transportou Aschenbach a Veneza.
O velho, enturmado com colegiais, ridiculariza-se para parecer jovem, no
caminho de uma morte que não se assume.
Ao desembarcar no porto, o gondoleiro que o viajor contrata chega
a se negar a leva-lo onde Aschenbach deseja. O gondoleiro conduz uma gôndola
toda negra qual um esquife, tal qual o barqueiro do Hades, o famoso Caronte
mitológico. Em determinado momento do trajeto, o gondoleiro diz ao escritor que
ameaça não pagar pela viagem: “Mas tu pagarás, pagarás!”
Após hospedar-se, Aschenbach sai a caminhar pela Piazza de São
Marcos. Surgem músicos loiros para alegrarem o ambiente. Mas eles possuem os
dentes cariados, sua música é decadente, e o seu cheiro de seus corpos
prenuncia um leve odor adocicado que remete aos aspirados em velórios.
Num bar perto do Grande Canal, servem a Aschenbach suco de romã,
romã a fruta misteriosa que impede Cora, filha de Demeter, de se libertar do
reino dos mortos e nele permanecer três meses ao ano, como Perséfone. Todos os
outros, que dá romã experimentam nos reinos subterrâneos, não desfrutam da
sorte da filha de Demeter.
Finalmente, o escritor se serve a fartar de morangos vermelhos,
contaminados pelos vibriões do cólera. E da Peste ele sucumbirá!
Mann traceja os artistas como figuras adoentadas, sempre morenas,
com olhos castanhos, em interface com a morte e a vida. Já os loiros de olhos
azuis são personagens imaturas, mas felizes, pois são superficiais, adoram joguinhos
e revistas em quadrinhos!
O personagem-escritor apolíneo tem também uma visão de pântanos,
prenúncio de ventos quentes, “um deus que vem de longe”, bafejos orientais,
mensagens que dionisíacas. A partir de então, na alma de Auschenbach, lutarão Apolo-
a razão, a verdade, a ordem, os sonhos, e Dionísio (Baco)- a desmedida, a
loucura, o prazer e a orgia.
De
certa forma, perante o Mensageiro da Morte do século XXI, reproduzimos o mesmo
comportamento: dentro de nós ouvimos o chamado apolíneo da responsabilidade
social, do recolhimento, e, por outro lado, a loucura dos prazeres, da folia,
da desmedida dionisíaca.
No diálogo platônico entre Sócrates e Fédon, a beleza é buscada
para ser contemplada em seu estado mais puro. “Pois a beleza, meu Fédon, é a única
forma do espiritual que podemos receber sensualmente, suportar sensualmente”.
Mann trás para seu romance, juntamente com cenas mitológicas, esse
diálogo filosófico. Desse modo, a homossexualidade evidenciada em “Morte
em Veneza” é
uma questão secundária, embora presente na análise da obra. O amor de
Aschenbach por Tadzio é antes de tudo um tributo à beleza e desenvolve-se no
âmbito da idealização. O jovem é uma personificação do belo, reflexo temporal
da beleza eterna, de um ideal sempre perseguido, de tal modo que se torna
irresistível em sua encarnação.
Em seu hotel veneziano no Lido, encontra o adolescente de uma
família polonesa: o jovem Tadzio. O tempo quente e úmido afeta a saúde de Aschenbach;
ele ainda tenta partir, deixar Veneza que transcende a morte, mas não consegue.
Embora observe Tadzio obsessivamente, jamais ousa falar com ele, no máximo
trocam um ou outro olhar furtivo e fugaz. Mesmo assim, como possuído pela
loucura dionisíaca, ele perseguirá Tadzio por todos os cantos da cidade.
Tal
qual o Gigante Humano dos Irmãos Grimm, o personagem de Mann se recusa a
reconhecer os Mensageiros da Morte, presentes por todos os lados.
Diferentemente das autoridades, um agente de viagens britânico
confessa o surto de peste ao escritor, que já causara uma fuga indiscriminada
dos turistas e afundara a economia de Veneza! Mesmo assim Aschenbach permanece,
sacrificando sua dignidade e bem-estar pela experiência imediata da beleza
corporificada.
E com o tempo e com a penetração do “deus máscara” no subconsciente
do escritor, a paixão vai assumindo uma feição mais sensual, erótica, como fica
claro na tentativa de Aschenbach de parecer mais jovem pelo tratamento
cosmético, assim como em seu sonho perturbador ao final do romance. É nele que
o escritor apolíneo incorpora o deus mascarado (Dionísio), do mesmo modo como o
velho passageiro do navio o fizera no princípio da narrativa.
“Com as batidas dos timbales seu coração retumbava, seu cérebro
girava, acometido de raiva, de desvario, de atordoante voluptuosidade, e sua
alma desejou unir-se à dança de roda do deus. O enorme símbolo obsceno, de
madeira, foi descoberto e elevado.” Um sonho dionisíaco, orgiástico!
Aschenbach descobre, ao final, que a família polonesa planeja,
como todas, partir. Desce até a praia, onde está Tadzio com um menino mais
velho, Jazi. Os dois garotos lutam, e Tadzio é facilmente vencido, pois a
beleza sucumbe aos seres inferiores. Com raiva, o jovem polonês deixa seu
companheiro e se dirige à parte do mar próxima de Aschenbach. Após estar por um
momento contemplando o mar, dá meia volta para olhar seu admirador.
Para Aschenbach é como se o menino estivesse acenando para ele.
Mas Tadzio aponta o caminho para o mar, para a morte e o renascer e tal qual o
deus Hermes, o jovem dispõe-se a ser o condutor de sua alma.
“Mas parecia-lhe que o pálido e adorável psicagogo lhe sorria lá
longe, lhe acenava; que, soltando a mão do quadril, apontava para longe e,
tomando a dianteira, lançava-se flutuando na imensidão plena de promessas. E,
como tantas outras vezes, levantou-se para segui-lo”.
Aschenback tenta, então, se levantar e retribuir, mas tomba em sua
cadeira.
Seu corpo morto é descoberto minutos depois. “E ainda no mesmo
dia, um mundo respeitosamente comovido recebeu a notícia de sua morte.”
“Morrer,
isto significa realmente perder de vista o tempo, viajar para além dele,
trocá-lo pela eternidade e pelo presente e, em consequência, pela vida. Pois a
essência da vida é o presente e só num sentido mítico seu mistério aparece nas
formas temporais do passado e do futuro” (“A Montanha Mágica”).
Em 1971, uma genial produção de Luchino Visconte, tendo como
protagonista Dick Boguarte, levou às telas “Morte em Veneza”. O “leitmotif”
musical foi a terceira e a quinta sinfonia de Mahler (cujo filho morrera de
cólera em Veneza). Levar uma novela filosófica ao cinema foi um dos maiores
desafios do mestre italiano.
Que
nós, em tempos dos Mensageiros da Morte do século XXI, devemos procurar rever!
Topo
Topo
Alerta - Achei cabível para o
momento, a beleza desse poema escrito há 2 séculos.
Quando a tempestade passar,
as estradas se amansarem,
E formos sobreviventes
de um naufrágio coletivo,
Com o coração choroso
e o destino abençoado
Nós nos sentiremos bem-aventurados
Só por estarmos vivos.
E nós daremos um abraço ao primeiro desconhecido
E elogiaremos a sorte de manter um amigo.
E aí nós vamos lembrar tudo aquilo que perdemos e de
uma vez aprenderemos tudo o que não aprendemos.
Não teremos mais inveja pois todos sofreram.
Não teremos mais o coração endurecido
Seremos todos mais compassivos.
Valerá mais o que é de todos do que o que eu nunca
consegui.
Seremos mais generosos
E muito mais comprometidos
Nós entenderemos o quão frágeis somos, e o que
significa estarmos vivos!
Vamos sentir empatia por quem está e por quem se foi.
Sentiremos falta do velho que pedia esmola no mercado,
que nós nunca soubemos o nome e sempre esteve ao nosso lado.
E talvez o velho pobre fosse Deus disfarçado...
Mas você nunca perguntou o nome dele
Porque estava com pressa...
E tudo será milagre!
E tudo será um legado
E a vida que ganhamos será respeitada!
Quando a tempestade passar
Eu te peço Deus, com tristeza,
Que você nos torne melhores.
como você "nos" sonhou.
Relação Aniversariantes de 26/02 a 04/03 - Topo
Momento Reflexivo Encerramento - Topo
Mario Quintana (1906-1994)
Poeta brasileiro nascido no Rio Grande Sul, Mario é conhecido por ser o “poeta das coisas simples”. Considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX, teve grande destaque na segunda fase do modernismo no Brasil. Sua obra poética explora temas como o amor, o tempo e a natureza.
Os Poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti…