28 - Nilze
Carvalho - Albenise de Carvalho Ricardo - 28/7/1969 - Nova
Iguaçu, RJ -
Instrumentista.
Compositora. Cantora. Filha de Cristino Ricardo (funcionário da UBC – União Brasileira de Compositores), trompetista de orquestras de subúrbios, passou a tocar violão e acompanhar a filha, logo depois que a mesma, foi encontrada pelo irmão mais velho, tocando no cavaquinho “Acorda Maria Bonita”, de autoria de Volta Seca. Por essa época, aos cinco anos, a menina ainda usava chupeta.Em 1975, fez sua primeira apresentação na Rádio Solimões, em Nova Iguaçu e no programa “Nicanor Gonçalves” em emissora de Belfort Roxo.Aos sete anos já participava das rodas de samba da Portela, a feijodada da Tia Vicentina, quando conheceu dois de seus primeiros incentivadores, Adelzon Alves e Rubem Confete. Logo depois apareceu como revelação no “Programa Fantástico”, da Rede Globo. Dois anos depois, começou a tocar bandolim, instrumento com o qual se tornou mais conhecida. Por essa época, foi apresentada como menina-prodígio no “1º Festival do Choro do Rio de Janeiro”.Morou por sete anos no Japão.Irmã do percussionista Sílvio Carvalho, um dos integrantes do grupo Sururu na Roda, do qual também faz parte.
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29 - Luisão Pereira -
29/07/1968 - Juazeiro BA - Instrumentista (guitarrista). Compositor.
Produtor musical. Sobrinho do sambista baiano Ederaldo Gentil. Em
2014, terminou o casamento com Fernanda Monteiro, mas manteve a parceria
musical. Em 1986, mudou-se para Salvador e fundou a banda Cravo Negro,
com a qual lançou, em 1991, o CD “Cravo Negro”. Fez parte da banda Penélope,
com a qual lançou os CDs “Mi casa, su casa” (1999), “Buganvília” (2001) e
“Rock Meu Amor” (2003). Compôs música para o especial infantil “A Terra dos
meninos pelados” (Rede Globo, 2004). Faz também trilhas para vários filmes de
cinema e publicidade. Em 2006, lançou o CD “Nota de um samba só”. Produziu
discos e shows de vários artistas, como Los Hermanos, Nação Zumbi, Mombojó,
Elza Soares, Paralamas do Sucesso, Titãs, Tom Zé, Starla, Canto dos Malditos,
Leoni e Djunks entre outros. Mantém, com a cantora e violoncelista Fernanda
Monteiro, o duo Dois em Um, com o qual lançou em 2009, no Brasil e nos
Estados Unidos, o CD “Dois em Um”, com suas composições “Deixa”, “E se
chover?”, “Florália” e “Vai que de repente”, todas com Mateus Borba, “Do seu
lado” (c/ Peu Souza) e ainda “Dias”, “Quem era eu?”,”Eu sempre avisei”,
“Carbono”, “Mais uma vez” e “Juazeiro, 1954”. O disco recebeu cotação máxima
no jornal “O Globo”. Nesse mesmo ano, o duo foi premiado no festival “BTR”,
nas categorias Revelação e Melhor Música do Ano (“E se chover?”). Novamente
com o duo, lançou, em 2013, o CD “Agora”, contendo suas canções “Um Porto”,
“Mar nos olhos”, “Eu aqui” e a faixa-título, todas com Mateus Borba, “Você
tem o que eu preciso” (c/ Ronaldo Bastos), “Uma valsa” (c/ Nana), “Matinê”
(c/ Nana, Fernanda Monteiro e João Vinícius), “Saturno” e “Festim”, além de
“Compadre” (Ederaldo Gentil) e “Às vezes” (Tatau Pereira e Expedito Almeida).
O disco contou com a participação de Tulipa Ruiz (na faixa “Saturno”) e
Rebeca Matta (na faixa “Festim”). Em 2016, lançou com o Dois em um o DVD “Ao
vivo no Museu do Recôncavo Wanderley Pinho”, gravado na Bahia e dirigido por
Gilberto Monte. No repertório, quatorze faixas, todas regravações de
composições dos dois outros CDs da dupla.
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30 - Barbeirinho do Jacarezinho - Carlos Roberto
Ferreira César - 30/7/1950 - Rio de Janeiro, RJ - Compositor Cantor
Cavaquinista - Filho de pai barbeiro e tocador de acordeom. Residiu na favela
do Jacarezinho. - Uma de suas primeiras músicas gravadas foi “Aperta o
cinto”, por Bezerra da Silva. Em 1992, sua composição “Fiquei amarrado na sua
blusinha”, em parceria com Rodi do Jacarezinho, foi gravada por Zeca
Pagodinho no disco “Um dos poetas do samba”, lançado pela RCA. No ano
seguinte, Zeca Pagodinho interpretou “Cabelo no pão careca” (c/ Rodi do
Jacarezinho) no disco “Alô, mundo”, também pela RCA Victor |
31 - Ruy Faria - Ruy Alexandre
Faria 31/7/1937 - Cambuci, RJ - Cantor.
Compositor. Produtor musical. Advogado formado pela Universidade Federal
Fluminense (UFF). Iniciou suas atividades musicais como crooner de
conjuntos de baile de Santo Antônio de Pádua (RJ). Em Niterói, participou de
dois trios vocais. Atuou como músico, cantor e ator no Centro Popular de
Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), ao lado de Carlos
Vereza, João das Neves e Oduvaldo Viana Filho, entre outros. Em 1964, fundou,
juntamente com Magro Waghabi, Miltinho e Aquiles, o grupo vocal MPB-4. Paralelamente
ao seu trabalho com o grupo, gravou, com produção e direção próprias, o LP solo
“Amigo é pra essas coisas”, remasterizado e relançado em CD pela gravadora
Velas. Com o repertório básico desse disco e textos de Millôr Fernandes, fez
shows individuais em várias cidades brasileiras. Atuou como diretor artístico
e produtor musical de um disco de Roberto Nascimento e do LP “Pronta pra
consumo”, de Cynara, com quem foi casado. Assinou inúmeros roteiros para
espetáculos do MPB-4, com destaque para “Canções e momentos”, “Feitiço
carioca” (em homenagem a Noel Rosa em 1987), “Melhores momentos” (em homenagem
aos 30 anos do Canecão/RJ) e, com Miguel Falabela e Maria Carmem, “Arte de
cantar” (em comemoração aos 30 anos de carreira do grupo). Atuou como diretor
artístico do CD “Melhores momentos”, gravado ao vivo pelo MPB-4 no Teatro
Rival. Foi responsável pelo roteiro e pela direção geral de dois shows
consecutivos de Danilo Caymmi, do show de Marisa Gata Mansa e Reinaldo
Gonzaga em homenagem à obra de Antonio Maria, do show para lançamento do CD
da cantora Dora Vergueiro e do show de lançamento do instrumentista,
compositor e cantor Kiko Furtado. Em 2004, após 40 anos de atuação com o
MPB-4, desligou-se do grupo. Nesse mesmo ano, fez shows em dupla com o
compositor Carlinhos Vergueiro, no Rio de Janeiro. Em 2005, lançou, com
Carlinhos Vergueiro, o CD “Dupla brasileira – Só pra chatear”, reverenciando
duplas vocais que marcaram o cenário da música popular brasileira, como
Francisco Alves e Mário Reis, Cascatinha e Inhana, Zé e Zilda, Jackson do
Pandeiro e Almira, Joel e Gaúcho, Jonjoca e Castro Barbosa, Toquinho e
Vinicius, Irmãos Tapajós e ainda Cynara e Cybele. O disco foi gravado ao vivo
no Teatro Rival (RJ), no ano anterior. Também em 2005, a dupla fez show de
lançamento do disco no Mistura Fina (RJ). O último disco solo do artista,
“Ruy Faria – 50 anos de carreira”, foi lançado em outubro de 2016 sem a
devida repercussão. Em dezembro de 2017, foi internado no Hospital Federal de
Bonsucesso. Faleceu no dia 12 de janeiro do ano seguinte, com falência múltipla
do órgãos decorrente de uma pneumonia.
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01 - Victor Simon - Afonso
Vitor Simão - 1/8/1916 - Macaé, RJ - Seu grande sucesso foi a
marcha “Vagalume”, parceria com Fernando Martins, lançada em 1954 e que
satirizava a infraestrutura da cidade do Rio de Janeiro, então capital
federal afirmando: “Rio de Janeiro/Cidade que me seduz/de dia falta água/de
noite falta luz”. A música, criada pela cantora Violeta Cavalcanti, obteve
sucesso nos salões e nas ruas do Rio. A marcha foi incluída no show “Estão voltando
as flores”, no quadro sobre a vida da cantora Violeta Cavalcanti como sendo
seu maior sucesso. O show, estreado em 2001, continuou em cartaz por cinco
anos seguidos, correndo todo o Brasil, além de ter sido gravado em CD pela
Som Livre. Em 1944, fez sucesso com a valsa “Vaqueiro alegre”, versão de uma
composição de B. Kanter feita em parceria com Bob Nelson, e que acabou por
servir como designação para o cantor Bob Nelson, conhecido a partir de então
como “O vaqueiro alegre”. Em 1945, obteve novo sucesso na voz de Bob Nelson
com a marcha “Minha linda Salomé”, parceria com Denis Brean. Ainda nesse ano,
fez a versão para a canção “Vaqueiro do oeste”, de Stephen Foster gravada por
Bob Nelson e Seus Rancheiros na Victor. Também no mesmo ano, a marcha “Lá vem
o xerife”, com Bóris foi gravada na Continental pelo grupo vocal Vagalumes do
Luar. Teve outra composição gravada por Bob Nelson em 1946: “A valsa do
vaqueiro”. No mesmo ano, Anthony Sergy e sua Orquestra Continental gravou o
samba “Comitê do morro”, parceria com Valdomiro Lobo. Em 1949, fez com Luiz
Gonzaga o xamego “Quase maluco” lançado pelo “Rei do baião” na RCA Victor. Em
1950, fez com Bueno Braga o baião “Rolinha” lançado na Odeon por Wilson
Roberto, e com Fernando Martins a marcha “Vou beber” lançada por Gilberto
Alves na RCA Victor. No mesmo ano, a marcha “Princesa do Sião”, com Paulo
Marques e Ismael Neto foi gravada por Heleninha Costa, e o samba “Meu maior
amor”, com Fernando Martins e Ismael Neto, foi lançado pelo grupo vocal Os Cariocas,
as duas pela Sinter. Teve duas parcerias com David Raw lançadas na Odeon em
1951: a toada “Adeus pernambuco”, na voz de Jorge Fernandes, e a toada “Pará
parou”, na voz dos Titulares do Ritmo. Teve ainda a canção “Sinos de Natal”,
com Wilson Roberto registrada na voz de Francisco Alves, o samba “Adeus
Edite”, com Fernando Martins, gravado pelos Titulares do Ritmo, e a valsa
“Coisas da vida”, com Fernando Martins, lançada pelos Quatro Ases e Um
Coringa. Além dessas composições, Roberto Amaral gravou na Elite Special o
samba “Amei como um louco”, parceria com Osvaldo França. Ainda em 1951, teve
cinco composições gravadas no selo Carnaval: a batucada “Tira a coroa”, com
Jaime Soares e Fernando Martins, na voz de Elza Laranjeira, a marcha “Ai, que
carestia”, na voz de Cauby Peixoto, além do samba “Eu não posso viver sem
mulher”, com David Raw, com os Ases do Ritmo, e a marcha “O turco vem aí”,
com Osvaldo França, e a batucada “Boa Boca”, com J. Piedade, com o grupo Os
Quatro Amigos. Em 1952, o samba-canção “Cruel destino”, com Fernando Martins
foi gravada por Alcides Gerardi, o samba-canção “Veleiro do Brasil”, por
Wilson Roberto, na Odeon, e o samba-choro “O pato na lagoa”, foi registrado
pela Dupla Ouro e Prata na Elite Especial. Nesse ano, o samba “Último
tostão”, com David Raw, foi gravado na RCA Victor pelo grupo Os Cariocas. No
mesmo ano e na mesma gravadora, o Trio de Ouro gravou o samba “Barraco de
táboa”, parceria com Herivelto Martins. Teve ainda o samba-canção “Não digas
nada”, com David Raw, gravado na Sinter pelo cantor paulista Mauricy Moura.
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02 - Naná Vasconcelos - Juvenal
de Holanda Vasconcelos - 2/8/1944 - Recife, PE - Instrumentista
(percussionista). Compositor. Aprendeu a tocar sozinho ainda na infância,
batucando em panelas e penicos. Aos doze anos, apresentava-se
profissionalmente em bares e clubes. Jamais frequentou nenhuma escola de
música, tendo, por toda sua carreira, sido autodidata. Em uma entrevista declarou:
“Quando você aprende teoria musical por livros, precisa sempre consultar os
textos. Quando você aprende com o corpo, é como andar de bicicleta. Seu corpo
se lembra.”. Foi eleito oito vezes, entre 1983 e 1990, pela revista Down
Beat, considerada a Bíblia do Jazz, o melhor percussionista do mundo. Em
2015, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal
Rural de Pernambuco (UFRPE). No mesmo ano, descobriu um câncer no pulmão
esquerdo e passou quase um mês internado. Morreu no ano seguinte,
vitimado por complicações derivadas do câncer. Permaneceu internado por dez
dias no hospital Unimed III, no Recife, onde sofreu uma parada respiratória a
qual não resistiu. O velório ocorreu na Assembleia Legislativa de Pernambuco.
Segundo familiares, o músico se sentiu mal após apresentar-se em Salvador,
num show com o violoncelista Lui Coimbra. Seu corpo foi sepultado no
cemitério de Santo Amaro, no dia seguinte a sua morte. Sobre sua partida, o
governador Paulo Câmara declarou: “Pernambuco acordou triste. O silêncio
causado pelo desaparecimento de Naná Vasconcelos em nada combina com a força
da sua música, dos ritmos brasileiros que ele, como poucos, conseguiu levar a
todos os continentes. Naná era um gênio, um autodidata que com sua percussão
inventiva e contagiante conquistou as ruas, os teatros, as academias. Meus
sentimentos e a minha solidariedade para com os seus familiares”. Foi
decretado luto oficial de três dias.
03 - Carlos
Cachaça -Carlos Moreira de Castro - 3/8/1902 - Rio de Janeiro, RJ
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Compositor. Cantor. Filho
de funcionário da Estrada de Ferro Central do Brasil, nasceu no morro da
Mangueira, em uma das casas que a companhia alugava para seus funcionários.
Seu pai, Carlos, abandonou a família. D. Inês, sua mãe, vendo-se em
dificuldade para criar seus seis filhos menores, o entregou ao padrinho, o português
Tomás Martins, dono de vários barracos no morro da Mangueira. Logo, o menino
passou a fazer cobranças, lidar com recibos e anotações dos aluguéis,
substituindo o padrinho analfabeto.
Aos16 anos, atuava como pandeirista no
conjunto de Mano Elói (Elói Antero Dias).
O pseudônimo “Cachaça” surgiu em uma das
reuniões na casa do tenente Couto (do Corpo de Bombeiro), na qual estavam
presentes três Carlos. Para diferenciá-lo, o anfitrião sugeriu “Cachaça”,
bebida preferida do compositor, na época com 17 anos.
Em 1922, conheceu Cartola, com quem mais tarde
comporia diversos clássicos.
Fundou, em 1925, juntamente com Cartola,
Marcelino José Claudino, Francisco Ribeiro e Saturnino Gonçalves, o Bloco dos
Arengueiros, que mais tarde deu origem à Escola de Samba Estação Primeira de
Mangueira, da qual também foi um dos fundadores, participando de todas as
reuniões preliminares sem, contudo, comparecer à reunião de fundação por
estar de serviço.
No ano de 1926, entrou para Estrada de Ferro
Central do Brasil, galgando vários cargos, permanecendo até o ano de 1965,
quando se aposentou como oficial de administração. Com sua primeira mulher,
Maria Aída da Silva, teve três filhos: Luco, José Carlos e Marinês.
Casou-se com Menininha (Clotilde da Silva,
falecida em 1983), irmã de Dona Zica, com a qual viveu durante 45 anos.
Foi presidente de honra da Mangueira e da
Academia Brasileira da Cachaça, da qual constam apenas 40 membros acadêmicos.Em 1998, antes de falecer, fez seu último desfile pela Mangueira. Já debilitado em uma cadeira de rodas, presenciou a escola sagrar-se campeã com o enredo “Chico Buarque da Mangueira”, desfilando ao lado do homenageado, que o beijou repetidas vezes.o-autor do livro “Fala, Mangueira”, com Marília T. Barboza da Silva e Arthur L. Oliveira Filho em 1980, lançado pela Editora José Olympio. Autor de “Alvorada”, livro de poemas e letras, publicado pela Funarte em 1989, organizado por Marília Trindade Barboza. Aos 20 anos, compôs a sua primeira música “Não me deixaste ir ao samba em Mangueira”, gravada mais tarde pelo próprio autor com o nome “Não me deixaste ir ao samba”. Algumas fontes afirmam que seu primeiro samba foi “Ingratidão”, composto em 1923 aos 21 anos. A Mangueira não tinha samba definido para o desfile; eram cantados sambas de vários autores, geralmente só com a primeira parte, pois a segunda era improvisada pelos chamados “versadores”.Em 1929, a Escola desfilou com o samba “Chega de demanda”, parceria de Carlos Cachaça e Cartola. |
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