Programa 408 - Semana de 18 a 24/09/2020 – 39ª Edição do ano Fonte-Ricardo Cravo
Albin Notícias Petroleiras e outras, estes são os nossos módulos. Vinheta EDITORIAL: - Contra o Acordo Individual de Trabalho = AIT xx/xx/2020 http://twitter.com/profivanluiz https://www.facebook.com/profile.php?i Ivan Luiz
Jornalista – Reg. CPJ 38.690 - RJ –1977. Módulo
I - Tereza Cristina da agricultura, sabota guia alimentar saudável do próprio governo e faz lobby por alimentos ultraprocessados. Módulo
II - Módulo III - Módulo
IV Lutas e Revoluções na América Latina Seculos XIX, XX e XXI Módulo
V - Homenageados na cultura brasileira, destaque para Módulo
VI Relação completa dos aniversariantes de xx/xx a 18/24 setembro Homenagem Especial para
Agradecemos pela
participação à Dra Vania Daudt nos esclarecendo sobre a questão previdenciária
no Brasil e ao casal fantástico Reizilan Cartola Neto e à Rose Maia revelando
as dificuldades dos artistas!
Momento Furtado - Abertura
As Consequências da Quarentena
Neste tempo de quarentena interminável
Dá a entender que estou ficando meio lelé
Comecei a me lamentar com a porta e a parede
Elas caladas estavam, caladas ficaram
Dirigi-me a fechadura
Ela se trancou a sete chaves
Ao sofá ele respondeu:
- Não enche, estou bastante cansado
O relógio da sala de bate pronto
- Se o sofá está cansado, imagina eu
- Que rodo o dia todo igual a um pião
- Estou fora
A lâmpada não deixando a peteca cair
Além de viver enroscada:
- Esquento a cabeça facilmente, vê se me esquece
O rádio não deu a menor atenção
Continuou a falar sobre vários assuntos
A colher tirou o corpo fora dizendo:
- Não gosto de dar palpite na vida alheia
A vassoura aproveitou a deixa:
- Fico de cabelo em pé só em te escutar
A cadeira tirou o corpo fora
Ficando surda e muda
A janela com cara de paisagem
O sapato fingiu que está ausente
O bujão de gás quase que explode
- Já ando cheio de tantas lamentações
- Se não bastasse esse fogão chato
- A me atazanar pedindo mais gás
O computador invocado:
- Sai fora carrapato
A única que me ouviu com paciência
Foi à tábua de passar roupas que disse:
- Calma, estou sabendo segundo informações
- Que um dia bem próximo isto vai passar
Antônio Furtado
14 set, 2020 Contra o Acordo Individual
Postado
18:26h em ACT, Destaque
1, Destaque 2
Não há por
que aderir à chantagem do Acordo Individual, que só enfraquece a organização
coletiva e não garante direitos aos trabalhadores(as) individualmente!
O PRAZO PARA FECHAMENTO DO ACT NÃO SE ENCERRA HOJE(14/09/2020)
Extensão
do prazo para negociação garantido.
Proteção dos direitos, vantagens e benefícios pelo artigo 468 da CLT, combinada
com a Súmula 51 do TST e os princípios do Direito do Trabalho
Contrariamente
às informações da Petrobrás, da FUP ou de terceiros, a FNP e seus sindicatos
garantiram na Justiça, a manutenção da data-base da categoria.
“Manutenção
da data-base” significa dizer que mesmo se a assinatura de um acordo se der
posteriormente a 14/09/2020, todos os seus efeitos irão retroagir ao dia 01/09.
Portanto, está garantido novo prazo para negociar (30 dias úteis), que ainda
poderá ser estendido por outro protesto judicial. Veja a decisão na íntegra: http://www.fnpetroleiros.org.br/arquivo/editor/file/protesto%20garantia%20data%20base.pdf
Rejeitar e não assinar, coletivamente, um novo ACT não obriga
ninguém a aderir e assinar um novo acordo individual
Nessa
condição, a CLT, em seu artigo 468, combinado com a Súmula 51, garantem os
direitos, vantagens e benefícios que estiverem em norma interna empresarial,
pois se considera que aderiram ao contrato individual de trabalho de cada um e
não podem ser alteradas para pior.
Já a
rejeição coletiva tem efeitos administrativos, políticos e jurídicos de
instabilidade para a hieraquia da empresa, que usa o fim da ultratividade da
norma para chantagear os trabalhadores. É importante lembrar que não prorrogar
o ACT também é um problema para a empresa, pois os milhares de trabalhadores
teriam direitos e procedimentos diferentes a serem seguidos e garantidos.
O passivo
que a direção da Petrobrás criará se não renovar o ACT, tendo que pagar todas
as horas-extras dos trabalhadores do administrativo em teletrabalho seria
imenso. As horas-extras de troca-de-turno seriam pagas pelo realizado e não
pela média rebaixada, pois sem o ACT essas e outras cláusulas também deixam de
valer.
A
possibilidade de uma empresa como a Petrobrás não fechar um acordo coletivo de
trabalho ou não o estender gera uma brutal insegurança jurídica aos
investidores, pois, em sua prática cotidiana, na gestão de RH, certamente
haverá recorrentes erros e danos aos direitos individuais avolumando o passivo
judicial trabalhista, que iremos cobrar a reposição, indenização e
responsabilizar os gestores. Também por isso, assinar o AIT reduz o risco da
gestão. Não se desgarre do coletivo, não faça adesão a nenhum contrato
individual.
A pressão
da empresa tenta induzir a categoria a pensar que o fim da vigência de um ACT
significa o mesmo que perder todos os seus direitos e ter sua remuneração
rebaixada. Isto não é verdade, pois na falta do ACT, impera o contrato
individual de trabalho de cada um, que incorporou, em sua melhor forma, todos
os direitos que já estiveram em norma interna empresarial na vigência deste
contrato. Isso, conforme sustenta o direito expresso no artigo 468 da CLT, (http://bit.ly/2AZlAxp)
combinado com a Súmula 51 do próprio TST (http://bit.ly/2on3sLx).
NÃO É PERMITIDA
a
alteração ou supressão unilateral de tais direitos, vantagens e benefícios previstos
em norma interna pelo empregador. Sem falar de outros dispositivos da lei e de
seus princípios, como o da irredutibilidade salarial ou da habitualidade, que
junto com as disposições anteriores, devem assegurar boa parte de nossos
direitos, vantagens e benefícios. Tudo ao contrário ao discurso da direção da Petrobrás
contra os trabalhadores.
Por fim, o
assédio para adesão ao AIT tem um sentido muito mais político do que objetivo.
A intenção é tentar nos desmobilizar, nos fragmentar e testar a nossa capacidade
de resistência. Ouvimos, repetidamente, pela própria gestão, que sua meta é
reduzir ao máximo o Sistema Petrobrás, enxotar o máximo de trabalhadores e
reduzir os tais “custos gerenciáveis”, onde nos localizamos. Neste contexto,
qual a resistência que alguém individualmente consegue oferecer aos termos colocados
pelos patrões, nessa relação tão desigual e com esse nível de desemprego no
país?
Não se
enganem, por mais que no primeiro momento a gestão queira nos fazer crer que o
AIT é uma garantia, ele é na verdade um ataque ao coletivo e uma séria
armadilha individual. É, lamentavelmente, optar em deixar para trás a maior
parte da categoria e se surpreender em seguida, ao perceber que também ficou
para trás, pois não há acordo individual que se sustente em médio (ou até
curto) prazo melhor do que um acordo coletivo!
E é
importante lembrar à categoria como um todo, que apesar da diretoria fingir
desdém à maioria dos petroleiros de nível técnico pela impossibilidade de
adesão ao AIT, essa é, na verdade, a parcela que a gestão da empresa e do país
mais teme, pela sua capacidade de mobilização e também de greve, como tanto
declaram diversos membros do governo.
Não ao AIT
e ao assédio!
Junt@s somos mais fortes!!!
Vamos em
frente, junto com a FNP, em defesa do nosso Acordo COLETIVO de trabalho e do
Sistema Petrobrás!
Os casos
de assédio, pressão e arbitrariedade da gestão da empresa devem ser
denunciados, se possível com evidências, para juridico@sindipetro.org.br
SINDIPETRO RJ – 14/09/2020
Fonte:Sindipetro RJ
Destaque para Módulo I
Tereza
Cristina, da Agricultura, sabota guia alimentar saudável do próprio governo e
faz lobby por alimentos ultraprocessados
18
de setembro de 2020, 13:12
247 -
Chefiado por Tereza Cristina, o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa) enviou uma nota técnica ao Ministério da Saúde, comandado
pelo general Eduardo Pazuello, na tentativa de desqualificar e reformular o
Guia Alimentar para a População Brasileira, elogiado por cientistas e
profissionais de saúde de várias partes do mundo.
O guia, que teve a sua última
edição publicada em 2014, orienta a escolha de alimentos com base na chamada
classificação Nova, ou seja, de acordo com o nível de processamento. Quanto
mais processados, mais devem ser evitados, aponta a orientação do guia, que
conta com endosso de entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS e o
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Para o Mapa, "o guia
brasileiro é considerado um dos piores ..[e] a recomendação mais forte nesse momento
é a imediata retirada das menções a classificação Nova no atual guia
alimentar". O relato foi publicado em reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
Entre os exemplos de alimentos
ultraprocessados estão biscoitos industrializados, refrigerantes, salgadinhos
de pacote e alimentos prontos congelados.
O documento do Mapa afirmou que a
análise do Guia "“revela uma necessidade de urgente de sua revisão".
"Embora declare ser
importante ampliar a autonomia, o Guia induz a população brasileira a uma
limitação [...] das escolhas alimentares. Quando um documento oficial do
Governo Brasileiro orienta 'evite alimentos ultraprocessados', está
generalizando algo que é muito diversificado [...] existem alimentos que são
classificados nesta 'categoria ultraprocessados' e que são feitos industrialmente
de forma semelhante a preparações culinárias caseiras", disse.
"O Guia não orienta que o
uso apenas de alimentos in natura ou minimamente processados e preparações
culinárias em consumo excessivo está associado a doenças do coração, obesidade
e outras doenças crônicas, de forma semelhante às outras categorias de
alimentos", acrescentou.
Núcleo de
pesquisas critica o Mapa
Em resposta à nota técnica, o
Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens), da USP,
protagonista na construção do Guia, criticou a nota técnica e defende a
classificação Nova.
"Além de amparar todas as
suas afirmações sobre a suposta incoerência da classificação Nova e sobre a
suposta inocuidade dos alimentos ultraprocessados em duas referências que não se
referem à classificação e não avaliam alimentos ultraprocessados, a nota
técnica omite a vasta literatura científica nacional e internacional acumulada
desde 2009, quando a classificação e o conceito de alimentos ultraprocessados
foram propostos pelo Nupens/USP", disseram.
Sobre a menção de o guia
brasileiro ser considerado um dos piores do mundo, o Nupens afirmou que
"assim não pensam organismos técnicos das Nações Unidas, como a FAO, a OMS
e o Unicef, que consideram o Guia brasileiro um exemplo a ser seguido".
"Assim não pensam os Ministérios da Saúde do Canadá, da França, do
Uruguai, do Peru e do Equador, que têm seus guias alimentares e suas políticas
de alimentação e nutrição inspirados no Brasil", complementou.
De acordo com Aline de Piano
Ganen, coordenadora do mestrado em nutrição do Centro Universitário São Camilo,
"o que é posto na nota técnica com certeza tem notas de interesse
políticos e de outros setores". "É preciso ter muita cautela",
ponderou.
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DINHEIRO PÚBLICO
Brasil
pode assumir prejuízo de R$ 1 trilhão comprando "papéis podres" de
bancos
Há
indícios de que banqueiros tenham influenciado mudança irregular na
Constituição, apesar do apelo de especialistas
Elisangela Colodeti
Brasil de Fato | Brasília (DF) |
18 de Setembro de 2020 às 07:28
O Banco
Central recebeu uma carta branca do Congresso, válida enquanto durar a pandemia,
para comprar títulos privados, inclusive os podres, com dinheiro público -
Marcello Casal Jr/Agência
É muito
comum encontrar reportagens que tratam de assaltos a bancos. Mas do contrário
quase não se fala: dos possíveis assaltos dos bancos à população.
“Papéis
podres” são documentos de operações financeiras privadas – em sua maioria
empréstimos, financiamentos ou aplicações –, que podem ter sido lucrativos no
passado, mas agora dão prejuízo, pelo alto índice de inadimplência, ou
dificuldade de venda. Comprar um “papel podre” seria como comprar uma
dívida sabendo que o devedor não terá condições de pagá-la.
Num
processo que gerou controvérsia entre Câmara e Senado, o Banco Central do
Brasil (BC) ganhou carta branca para usar dinheiro público e comprar esse tipo
de papéis de instituições financeiras, em plena pandemia.
Aprovada,
a Emenda Constitucional 106, que tramitou como a PEC
10, libera o BC, responsável por regular e supervisionar todo o sistema
financeiro nacional, para operar num mercado de alto risco conhecido como
“mercado secundário de balcão”. Não há limite para esse gasto do BC,
contrariando o discurso de responsabilidade fiscal que justifica retirada de
recursos de áreas como saúde e educação.
Na
prática, todos os brasileiros vão pagar a conta do prejuízo dos banqueiros com
seus “papéis podres”. “Você classe média, pobre, passando dificuldade, sem emprego,
com salário reduzido, é um dos donos do dinheiro público. Você vai pegar esse
dinheiro e vai comprar um título podre do banco pelo preço de antes da crise, e
vai comprar de um bilionário. Ele vai jogar o prejuízo dele para você”, afirma
o ex-banqueiro Eduardo Moreira,
sobre a manobra por trás da aprovação da PEC 10.
Moreira,
que foi sócio do banco Pactual e sócio fundador da Brasil Plural, explica que,
diferente do mercado organizado de ações, onde as transações ocorrem na Bovespa
ou em outra bolsa de valores, o mercado de títulos de dívida privada tem pouca
transparência.
Imagina o que vão fazer com o Banco Central.
“É o que a
gente chama de mercado de balcão. Ele acontece no telefone, com as pessoas
ligando umas para as outras e negociando títulos entre elas”, revela.
Ainda
segundo o ex-banqueiro, em períodos de estabilidade econômica, os títulos privados
são negociados com variação de preço baixíssima, de 0,12 a 0,25%. Mas, em
momentos de crise, por outro lado, a oscilação pode ser muito maior.
“Se eu, no
telefone com pessoas que estavam ali, entendidas do mercado, querendo buscar a
melhor oferta, num momento de crise cheguei a negociar papéis na mesma linha
por uma diferença de quase 20%, imagina o que vão fazer com o Banco Central”,
explica.
Em
entrevista ao Valor Econômico, o
ex-presidente do BC, Gustavo Franco, sugere que a situação é anormal. Ele afirmou que “o Banco Central não tem nenhum
traquejo para fazer operações com o setor privado” e esse não é seu trabalho.
“Não tenho
nenhuma fé que o Banco Central vai acertar fazer compra de crédito privado, ou
que entende a curva e essas coisas. Porque isso não é coisa de Banco Central”,
argumentou Franco.
Leia
também: De onde tirar o dinheiro para pagar a conta da crise
“Maior assalto da história”
A Emenda
que deu essa chance aos bancos foi promulgada com o argumento de que era
preciso aumentar o fluxo de dinheiro e evitar uma possível crise do sistema
financeiro no período da pandemia.
Faltou
dizer que os cinco maiores bancos brasileiros têm em mãos recursos equivalentes a toda a
economia do país, com ativos somando quase R$ 7,4 trilhões e superando o PIB
nacional, que em 2019 foi de R$ 7,3 trilhões. No primeiro semestre do ano, o lucro líquido consolidado desses banqueiros atingiu
R$ 13,7 bilhões.
Durante a
tramitação da proposta no Congresso, o atual presidente do Banco Central,
Roberto Campos Neto, anunciou que, caso fosse aprovada, os gastos
chegariam a R$ 972,9 bilhões.
Coincidência
ou não, um levantamento publicado em novembro de 2019, apontou que o
tamanho da “carteira de créditos podres” dos bancos é estimado em R$915 bilhões,
sem correção da inflação, se considerados os débitos acumulados nos últimos 15
anos.
Para
comparação, estima-se que com o auxílio emergencial pago a
quase 80 milhões de brasileiros, nos meses de abril, maio e junho, por exemplo,
o governo federal tenha gasto R$ 154,4 bilhões.
Segundo o
grupo Auditoria Cidadã da Dívida (ACD), formado por
dezenas de associações, como a dos Juízes Federais e Procuradores da Fazenda Nacional,
os gastos podem ultrapassar vários trilhões de reais, já que não há limite de
valor para as operações.
“Esse pode
ser considerado o maior assalto aos cofres públicos da história recente do
país”, afirma a auditora fiscal e coordenadora nacional da ACD, Maria Lucia
Fattorelli .
Saia
mais: Guedes "sonha" vender o Banco do Brasil: como isso
afetaria a população brasileira?
Influência dos bancos na decisão política
O Senado
tentou diminuir o risco de compra de “papéis podres” e limitou os títulos
privados passíveis de aquisição a seis tipos, estabelecendo essa condição para
as transações.
Mas quando
a PEC 10 voltou à Câmara, esse trecho que poderia frustrar o plano dos bancos
foi retirado de forma considerada irregular. Como o texto foi alterado,
precisaria voltar ao Senado para nova avaliação e votação. Mas isso não
ocorreu.
Também foi
cortado o artigo 4, que condicionava os gastos gerais com a pandemia ao compromisso
com a manutenção de empregos.
O
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, justificou a manobra dizendo que as alterações
do Senado inviabilizaram as operações do Banco Central.
“Se isso
for autorizado, teremos obrigação de vincular esse capital de giro aos
empregos. Mas, no mercado secundário, não temos como garantir que a empresa
emissora mantenha os empregos”.
Veja aqui um quadro com as diferenças entre os
textos aprovados pela Câmera e pelo Senado.
A
alteração gerou uma ação direta de inconstitucionalidade no
Supremo Tribunal Federal, a ADI 6417, ajuizada pelo partido Cidadania. Pouco
tempo depois, a Confederação Nacional das Instituições Financeiras encaminhou
ao ministro do STF Dias Toffoli, primeiro relator da ação, uma justificativa, dizendo que “as pequenas supressões
do texto em nada alteraram a atuação do Banco Central do Brasil”. Toffoli fez
um pedido de esclarecimentos ao Senado, que informou que as mudanças são, sim,
relevantes.
Segundo o
senador do Cidadania/SE, Alessandro Vieira, um dos partidários da ADI, a
“bancada da margem de lucro dos bancos” é a maior do Congresso e “essa
interferência deixa clara a sua atuação”.
A maioria do Congresso ficou surda a esses alertas, e aprovou a PEC 10.
Para a
auditora Maria Lucia Fattorelli, não faltou informação aos parlamentares.
“Preparamos cinco notas técnicas, vários artigos e vídeos alertando para o
risco da compra de papéis podres sem limite, o que só favorece o mercado
financeiro, mas a maioria do Congresso ficou surda a esses alertas, e aprovou a
PEC 10”, sublinha.
Com a
retirada irregular dos limites impostos pelo Senado, a única restrição que
restou ao Banco Central é a de que os títulos tenham uma classificação equivalente a, no mínimo, BB-,
que é considerada de alto risco.
Essa
qualificação precisa ser dada por pelo menos uma das três maiores agências
internacionais de classificação o que, segundo Eduardo Moreira, chega a custar
cerca de R$300 mil reais.
A Emenda
que dá o direito de o BC comprar “títulos podres” no “mercado de balcão” tem
ainda outra contradição. O texto garante “preferência à aquisição de títulos
emitidos por microempresas e por pequenas e médias empresas”, mas, na prática,
elas não seriam capazes de emitir esses títulos.
“Uma
microempresa tem faturamento de até 360 mil reais por ano. Um rating custa 50 mil dólares.
Que empresa vai emitir uma dívida e gastar quase 300 mil reais para ganhar a
nota?”, questiona Moreira.
A análise
se torna mais complexa, de acordo com Fattorelli, quando os bancos agrupam
vários títulos para venda em uma única cesta. Isso, na prática, torna muito
difícil avaliar de forma precisa o risco de compra desses títulos.
“Elas
podem conter inúmeros e diferentes ativos financeiros, inclusive títulos sem
valor comercial algum, de naturezas diversas, riscos diversos e preços de
referência diversos, escondendo a verdadeira identidade e qualidade dos títulos
efetivamente negociados”, explica a auditora.
“Em
resumo, essa cesta é um pacote, onde pode-se colocar qualquer coisa com um
rótulo bonito. Como a agência vai classificar o risco de uma cesta contendo
títulos variados?”, completa.
Relembre: Na pandemia, 42 brasileiros lucraram mais do que todo o custo do
auxílio emergencial
Proteção para os operadores do Banco Central
Ao mesmo
tempo em que tudo isso acontecia no parlamento, começou a tramitar no
Congresso uma medida provisória que levantou suspeitas entre senadores.
A MP 930, tentava livrar os operadores do Banco
Central de serem responsabilizados por “atos praticados no exercício de suas
atribuições”. Os senadores questionaram a razão para os operadores receberem
tal imunidade e a medida acabou sendo barrada.
Contudo,
pouco tempo depois da votação da PEC 10, o presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) insistiu no assunto, a pedido de sua equipe econômica (BC e Ministério
da Fazenda), e editou uma nova medida. A MP 966 tornou os agentes públicos imunes à lei
de improbidade administrativa, durante a pandemia.
Várias emendas foram protocoladas por senadores e
deputados, pedindo a sua anulação urgente por inconstitucionalidade, mas a medida
está em vigor desde maio.
O exemplo dos Estados Unidos
Economistas defenderam a importância da concessão de maior
liberdade ao Banco Central neste momento de crise, a exemplo do que fez o
governo estadunidense.
Estados
Unidos e Brasil, contudo, possuem diferenças consideráveis, inclusive se
compararmos as medidas tomadas lá, com as que estão entrando em vigor
aqui.
O BC não botou nenhuma regra eficiente.
Segundo
Fattorelli, nos EUA o programa para a compra de ativos privados (Facility) envolve o mercado secundário e o
primário, e terá limites.
“Os ativos
privados terão que ser emitidos por empresas nacionais, há menos de cinco anos,
e o Tesouro norte-americano irá investir inicialmente valores limitados. Ele
irá emprestar esses recursos para uma empresa, um veículo de propósito
específico para efetuar as compras, não o banco central”.
Eduardo
Moreira concorda que o Banco Central deva atuar no mercado para evitar um crash
que leve a uma crise sistêmica. “Mas, quando você faz isso e sua meta é apoiar
o sistema, você atua colocando regras no sistema, e o BC não botou nenhuma
regra eficiente”.
Bloqueio das compras de papéis podres
No dia 23
de junho, o Banco Central publicou a circular Nº 4.028, regulamentando as operações.
Nela, o
Banco poderia ter especificado os títulos passíveis de compra, mas não o fez,
mantendo aberta a possibilidade de aquisição inclusive de ativos privados
provenientes do exterior.
A Emenda
deixou brechas e não impede que os lucros excedentes, resultantes das vendas de
“títulos podres”, sejam apropriados pelos próprios donos das instituições
financeiras.
Estava nas
mãos do ministro Luiz Fux, ex-relator da ADI 6417, conceder ou não liminar que
bloqueasse a possibilidade de compra de títulos privados podres pelo BC. Mas,
na quinta-feira, 10 de setembro, Fux tomou posse como novo presidente do STF e
o processo será redistribuído.
Segundo a
Auditoria Cidadã da Dívida, até a posse, Fux não havia respondido a uma carta enviada a ele no dia 20 de julho,
solicitando a realização de audiência pública sobre o assunto, por
videoconferência.
“Essa
audiência possibilitaria a abertura do necessário debate sobre o alcance das
operações autorizadas pelo referido dispositivo e suas consequências para as
contas públicas atuais e futuras”, conclui Fattorelli.
O Brasil de Fato entrou em
contato, por telefone, com a Confederação Nacional das Instituições
Financeiras, mas não fomos atendidos. Até o fechamento desta edição, o gabinete
do presidente do STF, Luiz Fux, não havia respondido nossa solicitação de
resposta. O Banco Central também não se pronunciou sobre o assunto.
Edição: Rodrigo
Chagas
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Módulo III
Ofício
do Senador Telmário Mota, de Roraima, a respeito da "visita" do
Secretário de Estado dos Estados Unidos a Boa Vista
17 Setembro
"Invasão
do solo da minha Roraima pelo Secretário de Estado dos Estados Unidos para
promover atos de provocação contra um país vizinho e amigo é um ato
indigno"
GSTMOTA/Oficio no 84/2020
Brasília, 16 de setembro de 2020
Excelentíssimo Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO
Senhor
Presidente,
Ao tempo
em que saúdo Vossa Excelência, venho novamente a sua presença para expressar
o meu profundo descontentamento com a maneira desrespeitosa e irresponsável
como o Ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo trata os interesses
brasileiros e de Roraima nas nossas relações com a Venezuela.
Peço que
Vossa Excelência considere esta manifestação no contexto e com os propósitos
que inspiraram o Ofício GSTMOTA/Oficio no 80/2020, no qual expus aspectos
relevantes da longa história das relações diplomáticas do Brasil com a
Venezuela, país irmão com o qual mantemos seculares e pacíficas relações
econômicas, sociais e culturais.
Na
ocasião, por dever de lealdade, alertei Vossa Excelência para as
consequências dos atos totalmente estranhos à tradição da diplomacia
brasileira praticados pelo atual Chanceler:
"Diante desse quadro,
Senhor Presidente, são preocupantes as crescentes hostilidades da parte do Chanceler
Ernesto Araújo para com o governo da Venezuela. O quadro atual, que já é
desfavorável aos negócios, será agravado absurda e desnecessariamente com a
escalada de medidas provocativas, irresponsáveis e contrárias ao interesse
nacional de parte do Chanceler: (i) participação no grotesco espetáculo de
ingresso forçado de "ajuda humanitária", (ii) esvaziamento da nossa
representação diplomática pela retirada de diplomatas brasileiros com o objetivo
evidente de forçar, pela via da reciprocidade, a consequente esterilização
da representação diplomática designada pelo atual governo venezuelano no
Brasil, (iii) expulsão dos representantes diplomáticos venezuelanos em plena
pandemia do Coronavírus (impedida pela ação republicana e constitucional do
Procurador Geral da República e do Supremo Tribunal Federal) e, agora, (iv) em
conclusão do processo de traição ao interesse nacional por parte do
Chanceler, o Itamaraty declara "persona non grata" os representantes
do governo da Venezuela, o que equivale a retirar-lhes as imunidades
diplomáticas e, como efeito prático, conseguir por vias oblíquas o que o
Supremo Tribunal Federal lhe impediu de fazer."
Na citada
correspondência, comuniquei a Vossa Excelência as medidas que por patriotismo
e sentido de dever republicano decidi adotar:
"Diante disso, Senhor Presidente, e tendo a minha paciência e esperança
se esgotado, é meu dever de lealdade com Vossa Excelência e movido com o espírito
de colaboração com o seu trabalho dar conhecimento das medidas que tomarei a
respeito dos crimes do senhor Ernesto Araújo contra a Nação:
(i) utilizarei as minhas prerrogativas parlamentares para que a ação
fiscalizatória do Senado Federal e do Congresso Nacional sejam acionadas
imediatamente;
(ii) divulgarei amplamente os seus crimes interna e internacionalmente;
(iii) ingressarei com Representação junto ao Procurador Geral da República
para que ofereça
de denúncia contra o Ministro por crime de responsabilidade junto ao Supremo
Tribunal Federal, com fundamento na Constituição Federal, arts. 102, I, c, e
129, I, e na Lei no 1.079/50.
(iv) em razão de não estar pacificado no STF o entendimento a respeito da
vigência do art. 14 da Lei no 1.079/50 (legitimação universal) no caso de
impeachment de Ministro de Estado por crime de responsabilidade não conexo ao
praticado pelo Presidente ou o Vice-Presidente da República (art. 52, I, CF),
ingressarei com Petição no Supremo Tribunal Federal por crime de
responsabilidade contra o Ministro com fundamento arts. 102, I, c, e na Lei no
1.079/50.
(v) uma vez que apenas extremismo ideológico e irracionalidade gratuita não
explicam suficientemente a obsessão do Chanceler contra a paz com a Venezuela,
ingressarei de Representação Geral da República para que determine
investigação a respeito da movimentação financeira, em nível
internacional, do Ministro."
Senhor
Presidente, imaginava que aquela manifestação, dado à gravidade dos fatos
nela reportados, refrearia a escalada de provocações do Chanceler em
relação à Venezuela. No entanto, para a nossa surpresa e profunda
indignação o Chanceler promove o ato mais hostil que se poderia promover
contra o governo e o povo venezuelanos e para isso usa de maneira vil e covarde
o sagrado solo roraimense, onde os meus antepassados lutaram com armas em
defesa do território nacional.
A invasão
do solo da minha Roraima pelo Secretário de Estado dos Estados Unidos, o
ex-Diretor da CIA Mike Pompeo, ciceroneado pelo Chanceler Ernesto Araújo, para
promover atos de provocação contra um país vizinho e amigo é um ato
indigno, hostil, desnecessário, sem qualquer vínculo com o interesse
nacional. Trata-se de mais um ato midiático voltado a promover os interesses
eleitorais do Partido Republicano às vésperas das eleições naquele país.
Roraima, a minha Roraima, transformada em palanque eleitoral do senhor Donald
Trump é algo que eu, sinceramente, jamais imaginava que veria, não posso
aceitar e não aceitarei passivamente.
O senhor
é oriundo das Forças Armadas. É meu dever lembrar a Vossa Excelência um
gesto de um ex-Presidente, também militar, o general Ernesto Geisel. O Brasil,
em ato soberano de administração dos nossos interesses nas relações
internacionais, foi o primeiro país do mundo ocidental a reconhecer a
República de Angola, recém saída de uma guerra de libertação nacional e
com um governo socialista. O Presidente Geisel não admitiu que o Secretário
de Estado estadunidense Henry Kissinger, que veio ao Brasil em abril de 1975,
ousasse tratar do assunto no solo pátrio. Na época, o Itamaraty estava sob o
comando do Chanceler Azeredo da Silveira.
Permita-me
lembrar a Vossa Excelência também as declarações do General Villas-Bôas na
Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, quando ocupava o Comando
do Exército, no sentido de que o Brasil é grande demais para não ter um
projeto nacional. OBrasil não pode ser apêndice de nenhuma potência, porque
o Brasil é ele próprio um grande país. Ao Brasil interessa mais que a nenhum
outro país que a América do Sul viva em paz. A Roraima interessa a paz nas
nossas fronteiras. Atos gratuitos de hostilidade para com os governos dos
países vizinhos não consultam o interesse nacional. A quem interessa tensões
nas nossas fronteiras?
Eu somente
continha a minha indignação diante da presença do senhor Ernesto Araújo à
frente do Itamaraty em respeito a Vossa Excelência. Todavia, quando assisti a
uma entrevista do cidadão Olavo de Carvalho à BBC ( https://www.youtube.com/watch?v=HZwWcy4UTDU ),
na qual ele se apresenta como responsável político pela nomeação do senhor
Ernesto Araújo, eu passei a considerar que devo lutar para livrar Vossa
Excelência de semelhante má companhia. Esse Olavo de Carvalho está
auto-exilado nos EUA (do que vive?), de onde quer fazer parecer que governa o
Brasil, ofendendo brasileiros, dizendo impropérios e palavrões contra altos
dignatários da República, inclusive honrados generais do Exército
brasileiro. Não estranha que seja o líder espiritual do senhor Ernesto
Araújo.
Senhor
Presidente, lutarei todos os dias para que o senhor Ernesto Araújo desocupe a
sagrada cadeira honrada por grandes brasileiros que comandaram a Casa de Rio
Branco.
Somente
quem não conheça a minha história e a dos meus antepassados possa imaginar
esta correspondência a Vossa Excelência e as medidas que dela se seguirão
sejam desproporcionais à força deste humilde senador, um Davi diante do
Golias da internacional de extrema direita que capturou a Casa de Rio Branco em
prejuízo do interesse nacional, da economia e da paz em Roraima e na América
do Sul.
Venho de
longe. Recebo dos meus antepassados o legado de compromisso de vida e de morte com
o povo roraimense e brasileiro. O meu bisavô, Coronel Mota, educador e Juiz de
Paz, foi o primeiro prefeito de Boa Vista. O seu primeiro filho, o tio Vítor,
morreu lutando pelo território nacional contra os ingleses. Junto a ele estava
o meu avô, Pedro Rodrigues, o último comandante do Forte São Joaquim do Rio
Branco.
Nasci numa
comunidade indígena. Aprendi com a minha mãe, Ana, índia Macuxi, e com o meu
pai, o vaqueiro Tuxaua Pereira, a amar as pessoas e a ter coragem na vida. Os
meus antepassados arriscaram tudo para defender o povo de Roraima e o interesse
nacional e um deles, o tio Vítor, perdeu a vida pela nobre causa da Pátria.
Eu
honrarei os meus antepassados lutando contra a dominação colonialista do
território brasileiro, manchado de vergonha pela presença boçal do
Secretário de Estado dos EUA com as bênçãos genuflexas do mais indigno
ocupante da chancelaria brasileira em toda a nossa história.
Receba
Vossa Excelência os meus sinceros votos de respeito, elevada estima e distinta
consideração, e continue contando com o meu apoio no Congresso Nacional para
as medidas que consultem o interesse nacional.
Atenciosamente,
Senador
TELMÁRIO MOTA PROS/RR
Data |
Módulo IV - Lutas e revoluções Populares na América Latina nos
séculos XIX, XX e XXI - Topo |
O MOVIMENTO INDÍGENA E AS LUTAS NA AMÉRICA LATINA
Por
Antonio Lima Júnior, jornalista e diretor da Associação Cearense de Imprensa
(ACI)
Desde o
mês de outubro que vimos eclodir uma série de revoltas populares nos países da
América Latina, muitas delas provenientes da insatisfação popular diante das
medidas de governos ultraliberais. A mídia tradicional burguesa se limita a
interpretar essas manifestações como algo relativo às demandas específicas,
como aumento do preço do combustível ou das tarifas de metrô. Mas estamos
diante de rebeliões num continente em que é cada vez mais estratégico as
disputas imperialistas e as lutas de classes.
Nesse
cenário em que os governos progressistas da América Latina estão em decaída,
seguidos por governos ultraliberais, vimos o destaque dos movimentos indígenas
à frente das mobilizações em casos específicos e peculiares. Analisemos alguns
deles:
I. O
papel da CONAIE na resistência do Equador
No
Equador, o presidente Lenin Moreno anunciou um pacote de ajustes para cumprir
as metas impostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Entre as medidas
impopulares, o fim do subsídio aos combustíveis, aumentando o preço da gasolina
em 123%, o que gerou uma onda de protestos nas ruas do país. Diante da
insatisfação popular, a Confederação de Nacionalidades Indígenas do
Equador (CONAIE) realizou uma série de marchas pelo país, fazendo o
presidente transferir a sede do governo equatoriano de Quito para Guayaquil.
Com do aprofundamento
das manifestações, Lenin Moreno recuou e revogou as medidas impopulares. Apesar
da vitória, hoje a CONAIE tem denunciado a prisão de indígenas por parte do
estado, acusando-os de terrorismo nos protestos de outubro. Vemos que a
situação no Equador foi uma conquista temporária, pois o governo de Lenin
Moreno continua a serviço dos interesses do grande capital, demonstrando a
capitulação do Alianza País, partido de Moreno e do qual Rafael Correa se
desfiliou em 2018.
Os
indígenas, que representam cerca de 25% da população, estão organizados e
acatam as decisões da CONAIE, demonstrando a força do movimento, que conseguiu
dar um tom mais incisivo nos protestos de outubro, garantindo o recuo do
governo de atender às exigências do FMI, à revelia da população. Na população
pobre no Equador, 68% são indígenas e estariam diretamente prejudicadas com as
medidas.
Fundada em
1986, a CONAIE protagonizou diversos movimentos na década de 90, derrubando
ex-presidentes contra suas medidas impopulares. A CONAIE tem sua atuação
partidária através do Movimento de Unidade Plurinacional Pachakutik-Novo País
(MUPP-NP). Conhecido apenas como Pachakutik, é um partido de esquerda
indigenista que participa das eleições desde 1996, disputando parlamentos
locais, prefeituras e alcaides (denominação para os presidentes de câmaras
municipais que exercem também o Poder Executivo).
II. O
movimento dos mapuches no Chile
Enquanto
isso, no Chile, a população foi às ruas contra o aumento na passagem do metrô
em Santiago. Em resposta, o presidente Sebastian Piñera decretou estado de
emergência e colocou o exército para reprimir os protestos, coisa que não
acontecia no país desde o fim da ditadura de Pinochet. Apesar do recuo do
governo em aumentar a tarifa, os protestos geraram uma onda de insatisfação
contra as políticas ultraliberais de Piñera. O governo tem dado resposta com
mais repressão, surgindo casos de prisões arbitrárias e torturas, bem como o
registro de centenas de manifestantes que ficaram cegos após disparos de balas
de borracha da polícia.
Nesse
contexto, viralizou na internet uma foto da maior manifestação em Santiago no
dia 25 de outubro, com cerca de 1,2 milhão de pessoas, onde no topo da estátua
é hasteada a bandeira dos mapuches, povo indígena da região centro-sul do
Chile. Com a redemocratização do país na década de 90, os povos mapuches reivindicam
o reconhecimento da diversidade étnica e cultural chilena, bem como a
desapropriação de terras privadas para a criação de assentamentos de
comunidades indígenas, entrando assim em conflito com o uso das riquezas
naturais para os interesses do capitalismo.
O
tensionamento das relações entre estado chileno e mapuches originou a bandeira
de autonomia indígena, conflito este que se estende por todo o período
democrático chileno. Com a eclosão dos protestos, as pautas dos povos mapuches
começaram a tomar notoriedade, resultando nas marchas do último dia 14, quando
se completou um ano da morte de Camilo Catrillanca, agricultor mapuche de 24
anos que foi assassinado em uma operação policial no sul do Chile. Em alguns
protestos é comum ver a derrubada de estátuas que representam conquistadores
espanhóis, substituindo-as por representações indígenas, num claro processo de
luta pela reescrita da história oficial chilena.
III. A
resistência dos índios contra o golpe na Bolívia
O clima de
instabilidade na Bolívia, com a interferência da Organização dos Estados
Americanos (OEA), que contestou a vitória de Evo Morales, consequentemente deu
aval para os protestos da oposição, protestos esses que visavam perseguir
figuras vinculadas ao Movimento al Socialismo (MAS), partido de Evo, bem como a
depredação de prédios públicos. Essa situação resultou na renúncia do
presidente, pressionado por setores golpistas dentro do exército, mesmo após a
proposta de novas eleições por parte de Evo.
Após a
renúncia, Evo pediu asilo político no México. A população tem ido às ruas
contra o golpe, agora com uma autoproclamada presidente numa sessão parlamentar
esvaziada com a ausência dos parlamentares do MAS, que se negaram a participar
devido às represálias golpistas.
Diante
desse contexto, é perceptível a fragilidade do MAS em manter a resistência contra
o golpe, visto que a própria Central Obrera Boliviana (COB) demonstra fraqueza
nos chamados aos atos em defesa do estado plurinacional boliviano. Em oposição
a essa fragilidade, vemos o grau de resistência dos povos indígenas bolivianos,
em especial após os episódios de soldados do exército que rasgaram a bandeira
whipala de seus uniformes, bandeira esta que representa os povos originários e
o estado plurinacional.
Jeanine
Añez, autoproclamada presidente da Bolívia, saiu da sessão segurando uma bíblia
e tem dado declarações xenofóbicas, alegando ser contra o estado plurinacional
e declaradamente a favor de um estado branco, cristão e burguês. Essas
declarações são verdadeiras afrontas ao povos indígenas, que marcham pelas
cidades bolivianas e resistem contra o golpe.
IV.
Diante desses casos, que fazer?
A
consolidação do capitalismo nos países latino-americanos, devido à
subserviência às grandes potências imperialistas, demonstra diversas tarefas
que ainda estão em atraso na ordem do dia. Dentre elas, a questão indígena é
uma das essenciais, visto que em países como a Bolívia o número de indígenas
chega a 62% da população, totalizando cerca de 45 milhões em toda a América
Latina.
Em casos
como os da CONAIE no Equador, é perceptível o recuo limitado pelas pautas
imediatas, devido à ausência da consolidação do pensamento revolucionário nas
organizações de massa, tarefa a que os comunistas precisam se dedicar
energicamente.
José
Carlos Mariátegui, um dos primeiros marxistas latino-americanos, expôs na
década de 20 do século passado que o problema do índio é identificado com o
problema da terra. Após séculos de exploração e submissão, os indígenas têm
ainda a reivindicação da terra como uma luta histórica, daí a necessidade de
colocar a demarcação das terras indígenas como uma bandeira de luta
significativa para o conjunto dos movimentos sociais, na perspectiva de
unificação das pautas para a construção de um bloco de lutas do proletariado
contra os governos ultraliberais e o grande capital.
Essa luta
unificada não pode se limitar ao campo das ideias, mas também naquilo que
Mariátegui apontava como “a solidariedade fraterna dos sindicatos” para com as
massas indígenas. Ao caracterizar as sociedades autóctones indígenas da
pré-colonização com aquilo que Engels definiu como o socialismo primitivo,
Mariátegui aponta para a necessidade de uma aliança entre proletários e
indígenas, na construção do socialismo científico, uma etapa superior, mas que
tem muito a aprender com as sociedades indígenas pré-coloniais, visto que o
socialismo indoamericano não pode ser cópia de outros socialismos.
Essa
unidade não contesta o proletariado como a classe revolucionária, tal como a
unidade proletário-campesina foi essencial para a consolidação da revolução
soviética. Mariátegui afirma que “as populações indígenas ou negras escravizadas
devem ter a certeza de que apenas um governo de trabalhadores e camponeses de
todas as raças que habitam o território os emancipará verdadeiramente, pois só
podem extinguir o regime de latifúndio e o regime industrial capitalista e
liberá-los definitivamente da opressão imperialista ” [1].
Temos um
longo caminho de lutas pela frente, visto que a América Latina, devido às suas
riquezas naturais e potencialidades econômicas, tem se tornado uma área
estratégica para o grande capital. A luta por nossa emancipação e pela
construção do socialismo indo-americano traz consigo a luta contra todos os
atrasos causados pelo capitalismo imperialista, abarcando assim a luta dos
povos indígenas. A unidade entre revolucionários comunistas e movimentos
sociais indígenas é uma tarefa urgente. Mariátegui, num Peru constituído em sua
maioria por índios, afirmava que “uma consciência revolucionária indígena pode
levar tempo para se formar; mas uma vez que o indígena fez a própria ideia
socialista, servirá-o com uma disciplina, uma tenacidade e uma força, na qual
poucos proletários de outros meios poderão superá-lo”. Avante na luta por uma
América socialista, pois se somos americanos, seremos uma só canção!
Fonte: [1] Todas as citações são originais do texto de Mariátegui “Ideologia e Política, Capítulo 1: O problema das raças na América Latina”, de minha tradução.
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Módulo_V - Módulo Destaque Cultural
Biografia –
Dilermano Reis - Dilermando dos Santos Reis
22/9/1916 Guaratinguetá, SP
2/1/1977 Rio de Janeiro, RJ - Violonista.
Compositor.<br>Começou a estudar violão com o pai, o violonista
Francisco Reis, ainda na infância. Em 1931, aos 15 anos de idade, já era
conhecido como o melhor violonista de Guaratinguetá. Neste mesmo ano, assistindo
a um concerto do violonista Levino da Conceição, que se apresentava na cidade,
tornou-se seu aluno e seu acompanhador, seguindo-o em suas excursões.<br>Em 1933 chegou ao Rio de Janeiro, em companhia de
Levino da Conceição e segundo contou em depoimento ao [MIS], [ao desembarcarmos na Central, tomamos o bonde com
destino à Lapa à procura do violonista João Pernambuco], que era amigo de Levino da Conceição. O violonista
residia num quarto de uma república na Praça dos Governadores, posteriormente Praça
João Pessoa localizada no cruzamento da Av. Mem de Sá com a Rua Gomes Freire.
Passaram o resto do dia e a noite com João Pernambuco, entre conversas e música.
<br>Em 1934, Levino
Conceição, a pretexto de ir a Campos, deixou pagos 15 dias de hotel para o
jovem violonista e nunca mais voltou. Sozinho na cidade, procurou auxílio com
João Pernambuco, que o acolheu. Em fins da década de 1930, envolveu-se num caso
amoroso com Celeste, companheira de seu ex-professor Levino Conceição. O casal
passou a residir na Rua Visconde de Niterói, próximo ao Morro de Mangueira.
Viveram juntos por toda a vida. Trabalhou nas casas musicais Bandolim de Ouro e
Guitarra de Prata. Foi amigo do ex-presidente Juscelino de Oliveira, e segundo
seu depoimento: [Ajudei a construir, com minhas próprias mãos, o
Catetinho. Meu violão foi o primeiro ouvido nos céus da nova capital. Fiz
também a primeira música em homenagem à cidade que nascia].
Biografia Gonzaguinha
- Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior
22/9/1945 Rio de Janeiro, RJ
29/4/1991 perto de
Curitiba, PR Filho do compositor e cantor Luiz Gonzaga e de
Odaléia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil. Sua mãe morreu de
tuberculose aos 22 anos, o que fez com que o pai, sem condições de criá-lo,
devido aos shows que fazia pelo Brasil, o enviasse para ser criado pelos
padrinhos, Henrique Xavier e Leopoldina de Castro Xavier, moradores do Morro de
São Carlos, onde ele cresceu. Pai do compositor e cantor Daniel Gonzaga e da
também cantora Fernanda Gonzaga . Aprendeu a tocar violão com o padrinho. Aos
14 anos, compôs sua primeira música, [Lembranças da
primavera], seguida, mais tarde, por [Festa] e [From US of Piauí], todas gravadas por seu pai, em 1967. Formou-se em
Economia pela Faculdade de Ciências Cândido Mendes (RJ). Foi nessa época que
travou contato com Ivan Lins, Aldir Blanc, Paulo Emílio, Cesar Costa Filho,
entre outros, com os quais, fundou o MAU, Movimento Artístico Universitário.
Devido ao caráter social de suas composições, foi inúmeras vezes convocado para
se apresentar no DOPS, tendo sido constantemente alvo da censura. Faleceu
em 1991, vítima de um acidente de automóvel nas proximidades de Curitiba (PR),
após um show.
Biografia –
Reizilan Cartola Neto - Reizilan dos Santos
23/9/1955 Rio de Janeiro, RJ - Compositor.
Cantor. Instrumentista. Violonista. Produtor. <br>Estudou música no Colégio Costa Neto, Faculdade de
Música Suam, Conservatório Brasileiro de Música e Escola de Música Villa-Lobos.
Filho da cantora Creusa (Creuza Francisca dos Santos), filha adotiva do casal
Cartola e Deolinda, que a adotou com apenas cinco anos. Tornou-se parceiro de
Cartola em algumas composições recolhidas por sua mãe e finalizadas após do avô.
Biografia Heitor dos Prazeres
23/9/1898 RJ
4/10/1966 RJ - Compositor.
Instrumentista. <br>Pintor.Nasceu na lendária região da Cidade Nova, em
plena Praça Onze, berço do samba carioca, segundo a maioria dos pesquisadores.
Seu pai era marceneiro e músico militar tendo atuado nas bandas da Polícia
Militar e a Guarda Nacional. Seu filho Heitorzinho dos Prazeres, repetiu também
a carreira de pintor, cantor e compositor.<br>Estuou
no Colégio Benjamin Constant, no colégio de padres da igreja de Sant'Ana e no
Externato Souza Aguiar. Era considerado aluno muito levado e agitado e foi
expulso de todos os três colégios. Interrompeu seus estudos no quarto ano
primário. Começou a trabalhar aos sete anos de idade. Na mesma época começou a
estudar cavaquinho sozinho. Foi polidor de madeira. Foi preso aos treze por
vadiagem e passou dois meses na colônia correcional da ilha Grande. Em 1931,
casou com Glória dos Prazeres, falecida cinco anos depois. Era sobrinho de
Hilário Jovino, o Lalú de Ouro, de quem ganhou de presente um cavaquinho e com
quem participava de reuniões festivas na casa da lendária Tia Ciata onde
conviveu com outros pioneiros do samba como João da Bahiana, Donga, Pixinguinha,
Caninha, Sinhô e outros. Tornou-se pintor famoso e reconhecido nacional e
internacionalmente, embora sendo nos anos 1930, 1940 e 1950 funcionário público
do Ministério da Educação e Cultura, onde foi protegido pelo poeta Carlos
Drummond de Andrade
Biografia –
Roquete Pinto - Edgar Roquette Pinto
25/9/1884 RJ
18/10/1954 RJ - <br>Fundador
da radiofonia no Brasil. Escritor. Médico legista. Professor. Antropólogo.
Etnólogo. EnsaÍsta. Fez o curso de humanidades no Externato Aquino. Em 1905,
formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Depois de
formado, iniciou estudos sobre os Sambaquis nas costas do Rio Grande do Sul. Em
1906, ingressou como professor assistente no Museu Nacional. Em 1911, foi
Delegado do Brasil no Congresso de Raças, realizado em Londres. Em seguida,
ficou uma temporada na Europa, dando prosseguimento a seus estudos. Em 1912,
fez parte da Missão Rondon e passou várias semanas em contato com os Índios
Nambiquaras. Em 1915, assumiu o cargo de Diretor do Museu Nacional, cargo no
qual permaneceu até 1936. Em 1916, ingressou como Professor de História Natural
na Escola Normal do Distrito Federal. Em 1917, publicou o livro [Rondônia - Antropologia etnográfica], que se tornou um clássico da antropologia
brasileira. Em 1920, tornou-se professor de Fisiologia da Universidade Nacional
do Paraguai. Em 1927, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 1932,
fundou a Revista Nacional de Educação. Em 1933, publicou [Ensaios de Antropologia Brasileira] e, em 1941, lançou o livro [Estudos brasilianos]. No Ministério da Educação fundou e dirigiu o
Instituto Nacional do Cinema Educativo. Em 1940, foi eleito diretor do
Instituto Indigenista Americano do México.
Biografia Gal Costa - Maria da Graça Costa Penna Burgos
26/9/1945 Salvador, BA - Cantora. <br>Maria das Graças Penna Burgos (1945), conhecida como
Gal Costa, nasceu em Salvador, Bahia, no dia 26 de setembro de 1945. Filha de
Arnaldo Burgos e Mariah Costa Penna ficou órfã de pai com 14 anos de idade.
Trabalhou como balconista de uma loja de discos em Salvador. Em 1963 conheceu
Caetano Veloso, apresentada por Dedé Gadelha, sua vizinha e amiga e futura
esposa do cantor. Cresceu no Bairro da Graça, em Salvador. Na
adolescência, trabalhou na loja de discos do jornalista Roni que, coincidentemente,
foi, em 1972, promotor do show [Caetano & Chico], realizado em Salvador. Através desse emprego,
sabia de todas as novidades musicais da época e tornou-se fã da bossa nova.
Desde criança, tinha o sonho de ser cantora. No início dos anos 60, conheceu o ídolo
João Gilberto que, segundo depoimento registrado no encarte da coleção [História da Música Popular Brasileira], disse-lhe, após a primeira vez em que a viu
cantar: [Você é a maior cantora do Brasil]. Nessa mesma época, também conheceu Caetano Veloso,
Maria Bethânia e Gilberto Gil, formando o quarteto que, mais tarde, viria a ser
conhecido como Doces Bárbaros, após participarem, juntos, de um espetáculo que
resultou em um LP.
Biografia Tiago Mocotó - Tiago de Oliveira Baltar da Rocha
27/9/1977 RJ - Compositor.
Cantor. Pandeirista.
<br>Irmão, por parte
de pai, do também cantor e compositor Gabriel, O Pensador.
Biografia Fernando Pamplona - Fernando Augusto da Silveira Pamplona
28/9/1926 RJ
29/9/2013 RJ - <br>Cenógrafo.
Fotógrafo. Ator. Jurado de Carnaval. Carnavalesco. Professor e diretor da
Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro. Jornalista e apresentado de televisão.
Professor de Geometria. O médico responsável por seu parto foi Pedro Ernesto, que
cinco anos depois viria a ser prefeito do Rio de Janeiro. Segundo o professor e
pesquisador Luís Fernando Vieira: [No início da década de 1930 a família transferiu
para a cidade de Xapuri, no Estado do Acre, onde o pai passou a atua como promotor
público. No ano de 1935 a família retornou ao Rio de Janeiro, passando a
residir no bairro do Flamengo, Zona Sul da cidade. Por essa época, foi
matriculado na Escola México e posteriormente, no Internato Pedro II]. Ingressou na Escola de Belas Artes da Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Fez parte da União dos Estudantes e do grupo de
Teatro Universitário, trabalhando como ator e codiretor de peças e onde
conheceu a futura esposa Zeni, então bailarina do Teatro Municipal do Rio de
Janeiro. Estudou com Georgina de Albuquerque, Diretora da Escola de Belas
Artes da UFRJ, cargo que ocuparia anos depois. Levado por Mário Conde (Chefe de
Cenografia do Teatro Municipal do Rio de Janeiro), passou a trabalhar como
cenógrafo no Teatro Jardel, em Copacabana, onde estreou na peça [Othelo], de Shakespeare. Logo depois exerceu a profissão de
cenógrafo em vários outros teatros, tais como no próprio Municipal do Rio de
Janeiro e em teatro na Argentina. Na década de 1940 passou a lecionar
Cenografia na Escola Martins Pena de Teatro. Em 1948 ganhou [Menção Honrosa] no Salão de
Arte Moderna, do Rio de Janeiro. Ingressou na UNE (União Nacional dos
Estudantes), onde conviveu com Fernando Pedreira, Rogê Ferreira e Roberto
Gusmão, entre outros. Filiou-se ao PCB (Partido Comunista Brasileiro). Em 1952
casou com Zeni, ano em que começou a trabalhar com fotografia, chegando a fazer
capas para revista da época. Em 1956 ganhou como prêmio uma viagem pelo Brasil,
por sua participação no [Salão de Arte Moderna] do Rio de Janeiro. No ano de 1959 foi premiado com
a [Medalha de Ouro] no [Salão de Arte Moderna]. Neste mesmo ano, a convite do escritor Miécio
Tati, passou a integrar o corpo de jurados do desfile das escolas de samba do
Rio de Janeiro.
Biografia Tim Maia - Sebastião Rodrigues Maia
28/9/1942 RJ
15/3/1998 Niterói, RJ - Cantor.
Compositor.<br>Nascido em família de 18 irmãos, começou a compor
aos oito anos de idade. Teve, durante muitos anos sucessivos, problemas com
drogas, chegando a ser preso algumas vezes
Intervalo
compreendido do dia 18 a 24/09
Queria Beber
Gostaria de beber a água da fonte da
tua sabedoria
Poder caminhar seguindo os teus passos
Ver e usufruir a mesma luz
Te iluminando, percebendo se possível
A clareza dos teus pensamentos
Todavia, não consigo a plenitude
Dos teus movimentos
Entender o sentido das tuas lágrimas
Ter a grandeza para sarar as feridas
Lavar os teus pés
Sou pequeno, insignificante
Dificuldade de entender
Existe entre nós enorme distância
Constante as falhas, fico na tua sombra
És, o mulher, algo tão sublime
Minha querida mãe, exemplos a aprender
Tuas mãos tranquilizam a ira
Afastam o ódio, permanecem sempre
atentas
Afastando os espinhos dando o apoio a
vida
Quando há tempestade servem de amparo
Amparo sincero e honesto
A água é límpida e suave
Antônio Furtado
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