Informes - Cuba
Comunicado
de Pequim lembrou que o país norte-americano viola 29 resoluções aprovadas pela
Assembleia Geral da ONU e que essa postura de hostilidade contra o país
caribenho é uma contradição com o discurso de contribuir com a manutenção da
paz e da estabilidade no mundo.
Em um comunicado publicado nesta quinta-feira (24/6), o Ministério de Relações
Exteriores da China resolver confrontar o governo dos Estados Unidos e
solicitar a suspenção imediata de todas as restrições econômicas e financeiras
impostas por este governo a Cuba.
Segundo Zhao Lijian, porta-voz oficial da
chancelaria chinesa, a posição expressada pelo seu país se baseia na recente
resolução da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre este
tema, a qual por sua vez, replica outras 29 resoluções aprovadas todos os anos,
todas elas condenando a imposição do bloqueio econômico a Cuba por parte do
governo dos Estados Unidos.
A última dessas 29 resoluções foi publicada
nesta quarta-feira (23/6) e contou com o apoio de 184 países membros da ONU.
Apenas dois países (Israel e os Estados Unidos) votaram contra e houve três
abstenções (Colômbia, Ucrânia e Emirados Árabes).
“A Assembleia Geral aprovou 29 vezes resoluções
consecutivas que requerem o levantamento do bloqueio econômico e financeiro a
Cuba. No entanto, é uma pena que essas decisões não tenham sido colocadas em
prática por muitos anos”, lamentou Zhao, em uma entrevista coletiva que
ofereceu a meios chineses e estrangeiros logo após a divulgação do comunicado.
Em seguida, o porta-voz enviou um recado mais
direto a Washington: “pedimos aos Estados Unidos que levantem todas as
restrições econômicas e financeiras contra Cuba. Este não é um pedido da China,
e sim um apelo comum de toda a comunidade internacional”.
Antes de encerrar a entrevista, Zhao Lijian
disse que a China mantém a esperança de que os Estados Unidos mudarão suas
políticas com relação a Cuba, e voltará a ter relações com a ilha socialista
mais de acordo com o estabelecido na Carta da ONU, “para evitar cair em uma
contradição com seu discurso de contribuir com a manutenção da paz e da
estabilidade na América Latina e no mundo”.
O embargo econômico dos Estados Unidos a Cuba
está próximo de completar 60 anos: a medida foi lançada em 7 de fevereiro de
1962 pelo então presidente John Kennedy e foi sendo aprimorada através dos
tempos.
No entanto, o repúdio internacional ao embargo
também alcançará um aniversário redondo no próximo ano: a primeira resolução da
Assembleia Geral da ONU contra essa política aconteceu em maio de 1992, e desde
então tem sido renovada todos os anos, cada vez com maior adesão.
Diante desse cenário, o governo de Joe Biden
declarou, em janeiro de 2021, que pretende rever as políticas dos Estados
Unidos com relação a Cuba. Porém, não está claro se essa declaração se refere
apenas às medidas tomadas pelo seu antecessor, Donald Trump, que endureceu o
bloqueio sobre a ilha, ou se irá rever os abusos cometidos por Washington
contra o país socialista nos últimos 60 anos.
Também vale destacar que, nos últimos anos, os
Estados Unidos vêm reforçando sua política de bloqueios e sanções contra países
que considera adversários geopolíticos. Na lista de países afetados por essa
doutrina não consta somente Cuba, mas também: Rússia, China, Irã, Venezuela,
Síria, Coreia do Norte, Iêmen, Líbano, Bielorrússia, Sérvia, Zimbábue, Burundi,
Sudão, Líbia, Congo, Somália e República Centro-Africana.
*Com informações de Xinhua
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