Ruy Alexandre Guerra Coelho Pereira – 1931- Maputo,
Moçambique - Cineasta.
Compositor. Tem entre seus parceiros ilustres compositores da MPB. Deu início
às suas atividades como compositor através do Centro Popular de Cultura, no
Rio de Janeiro, onde conheceu Sérgio Ricardo, com quem compôs “Esse mundo é
meu”. Em seguida, compôs músicas com Edu Lobo, que foram incluídas nos discos
do parceiro “A música de Edu Lobo” (1965/Elenco), “Edu Lobo” (1967/Philips) e
“Cantiga de longe” (1970/Elenco). Foi também parceiro de Marcos Valle e
Milton Nascimento. Participou do antológico disco “Clube da Esquina 2”,
lançado pela EMI em 1978, com sua parceria com Milton na faixa “E daí (A
queda)”. Foi o autor da trilha de seu filme “Os deuses e os mortos”, de 1971,
ao lado de Milton Nascimento. Nesse mesmo ano, compôs com Edu Lobo a trilha
da peça “Woyzeck”, de Georg Büchner, com direção de Matilda Pedroso. Compôs,
com Chico Buarque, a trilha de “Calabar”, peça escrita junto com Chico, mas
que foi censurada, sendo publicada na forma de livro. As músicas foram
posteriormente gravadas no LP “Chico canta”, lançado pela Philips em 1974. A
música “Não existe pecado ao sul do Equador”, que fazia parte da trilha, fez
bastante sucesso, anos depois, na voz de Ney Matogrosso, e a gravação foi
tema da novela “Pecado rasgado” (Rede Globo), em 1978. Ao lado de Chico, fez
também a versão intitulada “Sonho impossível”, da música de J. Darion e H.
Leigh, e que fez parte do show “Chico Buarque & Maria Bethânia”,
realizado em 1975 no Canecão (RJ). Foi também parceiro de Francis Hime e
dirigiu shows com Alaíde Costa, Baden Powell, Chico Buarque, Dory Caymmi,
Dulce Nunes, Milton Nascimento, MPB-4, e o “Som Imaginário”. Em 1999, o filme
“Estorvo”, escrito com Chico Buarque, baseado no livro homônimo deste último,
foi lançado com trilha de Egberto Gismonti.
Ary Christoni de Toledo – 1937 - Martinópolis,
SP - Cantor.
Compositor. Teatrólogo. Seu interesse
pela música foi despertado aos 12 anos, quando sua mãe lhe deu de presente
uma gaita de boca. Estudou violão com Jamil Neder. Compôs sua primeira música
em 1962. Teve seu primeiro trabalho como compositor registrado em 1965, com a
gravação de sua composição “Tiradentes”, com Chico de Assis, em disco lançado
pela RGE-Fermata, que se tornou um de seus maiores sucessos. Entre 1965 e
1967, participou de vários programas musicais da TV Record (SP) e se projetou
como cantor com a música “Pau-de-arara”, da trilha sonora do musical “Pobre
menina rica”, de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes. Atuou, ainda, como ator na
peça, representando o papel do retirante nordestino que vem tentar a vida no
Rio de Janeiro. Nessa mesma época, destacou-se com “Os ovos que a galinha
pôs” e “Descobrimento do Brasil”, compostas com Chico de Assis, um de seus
mais constantes parceiros. Em 1966, gravou o LP “Ary Toledo no Fino da
bossa”, gravado ao vivo no Teatro Record, em São Paulo, no programa Fino da
Bossa apresentado por Elis Regina, e lançado pela RGE. Nesse disco, registrou
as músicas “Descobrimento do Brasil (Chegança)”, de Chico de Assis e Carlos
Castilho, “Testamento do Padre Cícero”, de Augusto Boal e Gilberto Gil, “Peba
Na Pimenta”, de João do Vale, José Batista e Adelino Rivera, “Os Ovos Que A
Galinha Pôs”, tema tradicional adaptado por ele e Chico de Assis,
“Pau-de-Arara”, de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, “Tiradentes”, com Chico
de Assis, “As Virgens Rezadeiras”, ” Incelença” e “Romance
de Dona Juliana”, temas tradicionais com adaptações suas, e “O Anúncio”, de
César Roldão Vieira. Autor e ator de espetáculos musicais, estreou, ainda
nesse ano, no Teatro de Arena (SP), “Criação do mundo segundo Ary Toledo”,
tendo como parceiros Gianfracesco Guarnieri e Augusto Boal, espetáculo que
permaneceu quatro anos em cartaz. Atuou, também, em “O comportamento sexual
do homem, da mulher e do etc.”, que ficou igualmente quatro anos em cartaz. Em
1969, gravou novo LP pelo selo Fermata interpretando “Hey Mister” e “O Dragão
Dourado”, com Chico de Assis, “Severino Macarteney”, ” O
Que Será Que as Outras Tem Que a Linda Não Tem” e ” Maria
Clara”, de Demétrius, “O Urubú Está Com Raiva do Boi”, de Geraldo Nunes e
Venâncio, “Nega Isabel”, com Plinio Marcos, “Mas Tu É Farso Heim Arcide”, com
Adauto Santos, “Um Nordestino na Lua”, de Arnaud Rodrigues, de Demétrius, “A
Família”, com Chico Anysio, e “Chegada de Lampeão no Inferno”, de José
Pacheco. No mesmo ano, participou do V Festival da Música Popular Brasileira
interpretando “Hey Mister”, com Chico de Assis, incluído no LP do festival
gravado ao vivo e lançado pela RGE. Em 1972, gravou um compacto simples com
as músicas “Vida Mardita”, de Demétrius, e “Mataram Meu Carneiro”, de Tião
Carreiro, Carreirinho, Antônio Martinelli e M. Paraná. Novamente com Chico de
Assis, montou em 1974 a peça “Tamanduá come formiga, elefante leva fama”,
encenada no Teatro de Arena (SP). Em 1975, gravou as toadas “Ê Mãe”, de Vital
Farias e Livardo Alves, e “A Cezar O Que É Cézar”, de Vital Farias. Em 1977,
lançou o LP “Ary Toledo”, pela Beverly, com as músicas “Fado Portoguês”, com
Luiz Carlos Paraná, “Aluno do Ibrahim”, de Marcos César, “O Que Será Que as
Outras Tem Que a Linda Não Tem”, de Demétrius, “Leiteratura”, de Gariba, “O
Ceguinho Malaquias”, de Rafael de Carvalho, “Tudo o Que Deus Fez É Bom”, de
Durval Vieira e Julio Ricardo, “Do Outro Lado do Rio Não Tem (No Sítio do
Titio)”, de Messias Santos Jr. E Fonsi, “Pau-de-Arara”, de Carlos Lyra e
Vinicius de Moraes, “Filomena no Forró”, de Fernando Lona e Cid Seixas, “Ê
Mãe”, de Vital Farias e Livardo Alves, e o tradicional “Desafio do Cego
Aderaldo X Zé Pretinho” com adaptação sua. Em 1980, gravou pela Copacabana o
LP “Desbocado e linguarudo” com uma série intitulada de “Histórias de Ari
Toledo” além da música “Dona Maroca”, com Chico de Assis. No mesmo ano,
lançou um compacto simples com as músicas “Pedro Pintador”, de Alberto Luiz,
e “Vou Voltar Pra Maceió”, de Elias Soares e Benedito Nunes. Em 1982, lançou
o LP “Pois é” gravado ao vivo no Teatro Zaccaro e que incluiu, além de
diferentes histórias e piadas contadas por ele, as músicas “Pois É” e
“Cantiga do Ceguinho”, de sua autoria, “Polca Duca” e “Sacrilégio”, ambas de
César Brunetti, e “Pau-de-Arara”, de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes.
Escreveu, produziu, dirigiu e atuou como ator no show “Ary Toledo com a corda
toda”, em cartaz no Teatro Zácaro (SP) de 1986 a 1991. Também, como autor,
apresentou o espetáculo “Fábrica de riso”, encenado em 1993, no Japão e em
1995, nos Estados Unidos. Em 2002 estreou o espetáculo “Fábrica de risos”, em
companhia de Marly Marley no Teatro João Caetano no Rio de Janeiro. A partir
de 2018, seu estado de saúde começou a se agravar, retirando-se das
apresentações.
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