Alerta de audiência

Olá, sou o Professor Ivan Luiz, bacharel em geografia, perito judicial e ambiental, Jornalista Reg. CPJ 38.690 RJ desde 1977,petroleiro e diretor Coordenador da Secretaria das Empresas Privadas do Sindipetro-RJ. Minha missão é contribuir com conhecimentos, informações, reflexões e soluções para que nós, que exercemos a cidadania, tenhamos maior e melhor qualidade de vida, com dignidade e de maneira respeitosa. Quer conhecer mais sobre minha trajetória, prática de vida e meus projetos? Então acesse nas redes sociais meus trabalhos, todos são abertos, para que possamos somar forças ... Todo domingo às 19:00 realizamos transmissão ao vivo pelo Facebook que ficará disponível em professorivanluizdemarica.blogspot.com onde ficam todos os meus links, e no Canal Professor Ivan Luiz de Maricá no You tube, tem bastante conteúdo também, inscreva-se para que possamos alcançar mais pessoas dedicadas a continuar a obra desse Grande Arquiteto.! Atualmente minha atuação profissional, pessoal é na área de recuperação tributária (apenas administrativamente), o que faz com que o retorno seja rápido e eficiente, pode agendar uma vídeo conferencia visando tirar todas as possíveis dúvidas, atendemos em todo o Brasil, através do e-mail contato@professorivanluiz.com.br. Obrigado, e até a próxima!!!
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sexta-feira, 5 de abril de 2019

NP 331 em 04 abril 2019




Programa 331 - Semana de 29 a 04/04/2019  - 14ª Edição do ano  Fontes – 1 2 – 3 – 4 –
Ricardo Cravo Albin

Notícias Petroleiras e outras, estes são os nossos módulos.
Vinheta 14
Ocupação EDISE, protesto contra demissões e reintegração demitidos - Organização
Nacional Demitidos Collor
04/04/2019
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Ivan Luiz
EDITORIAL (1)
Truculência e arrogância na liquidação da Petrobras, por André Motta Araújo
Nossos Homenageados inesquecíveis da semana que proporcionaram grandes impactos na cultura brasileira e internacional -
Fatos históricos relevantes que não podem ficar esquecidos da nossa memória
Destaque Cultural para  Oberdan (74 anos) -  Moreira da Silva (117 anos) 

Luiz Eça (83 anos) -  Zé da Velha (77 anos)

 Mundo do Petróleo (1)
Política e História, destaque para ”Com Bolsonaro, comissões sobre vítimas da Ditadura
sofrem ameaça e desamparo”
Relação completa dos aniversariantes de  29 de março a 04/04/2019

EDITORIAL
(1) Truculência e arrogância na liquidação da Petrobras, por André Motta Araújo

Das 20 maiores empresas de petróleo do mundo, 13 são estatais e estão crescendo.

Nenhuma está vendendo ativos. Nenhuma está em planos de privatização

Por Andre Motta Araujo - 01/04/2019

http://www.goldnews.com.cy/en/listings/the-world%E2%80%99s-top-20-oil-companies
Das 20 maiores empresas de petróleo do mundo, 13 são estatais e estão crescendo. nenhuma está vendendo ativos. Nenhuma está em planos de privatização.

A PEMEX, mais antiga que a Petrobras, está em fase de duplicação de tamanho, segundo anuncia o Presidente do México, Lopez Obrador, na Conferência dos Bancos do México em Acapulco, em 18 de março passado.
A única estatal de petróleo em liquidação por venda continuada de ativos e desintegração de suas operações é a PETROBRAS.
O presidente da PETROBRAS indicado pelo atual governo não tem feito outra coisa na empresa que não seja a venda de ativos, é seu único tema. Ou vende pedaços da empresa ou fecha operações. Anuncia o fechamento da filial em São Paulo, onde a PETROBRAS tem 4 refinarias e grande base de distribuição, a maior empresa do Pais não terá escritório na maior cidade do Pais, o que mostra o nível de insanidade dessa gestão.
Também anuncia o fechamento dos escritórios de Nova York e de outros fora do Brasil, numa trajetória de franca liquidação da empresa, em contramão de países tanto emergentes como desenvolvidos, onde as
grandes petroleiras do Estado são consideradas empresas estratégicas, parte do projeto nacional, mesmo em países ricos, como Noruega (STATOIL) como Itália (ENI) .

O VALOR DO MERCADO BRASILEIRO DE COMBUSTÍVEIS
A Petrobras foi criada em 1953 por razões estratégicas e implantou uma enorme base de refinarias (11 e mais duas em construção), uma rede nacional e internacional de oleodutos e gasodutos, três bacias de exploração que geram uma produção de 2,5 milhões de barris dia,uma frota que chegou a ter mais de 100 navios, subsidiarias no exterior, algumas grandes, como era a da Argentina, já vendida, 3ª rede de postos naquele País.
Mas o maior ativo da PETROBRAS é imaterial, é mercado brasileiro de combustíveis, o 3º maior do mundo, onde a PETROBRAS tem o controle de 81%, o valor financeiro desse mercado, que não está no balanço,
pode ser avaliado em 120 bilhões de dólares, seria o valor da marca + fundo de comercio + da presença da  marca PETROBRAS no mercado.


A LIQUIDAÇÃO DA PETROBRAS
Para liquidar a PETROBRAS por via de privatização não haveria aprovação do Congresso.  A liquidação da PETROBRAS é o mega sonho dos neoliberais brasileiros desde Eugênio Gudin. A partir da gestão Pedro Parente eles traçaram um projeto de ” PRIVATIZAÇÃO BRANCA”, não vender a empresa como estrutura societária porque tendo sido a empresa criada por lei só poderia ser privatizada por outra lei, de impossível aprovação no Congresso, então a formula seria a de vende-la em pedaços, por esquartejamento de seus ativos físicos, para o que o atual Presidente conseguiu uma aberração legal em qualquer País organizado, PODE VENDER SEM AUTORIZAÇÃO DO ACIONISTA MAJORITÁRIO dizendo que isso é comum em empresas privadas.
É um sofisma. Em empresas privadas, se existir um acionista controlador este nomeia a maioria do Conselho e em qualquer S/A não se vendem ativos acima de um certo valor sem aprovação do Conselho. Na PETROBRAS também há um Conselho de Administração que deveria ser indicado pela União, maior acionista com 64% dos votos mas é o próprio presidente da PETROBRAS quem indicou os conselheiros, então o Conselho aprova o que ele quiser.
Situação semelhante não existe em Pais algum, com empresa estatal sendo manobrada por seu presidente que quer liquida-la.

A NARRATIVA DA PETROBRAS QUEBRADA
A partir da Lava Jato a Petrobras sofreu dois ataques contra sua existência:
1.Autoridades brasileiras levaram a PETROBRAS ao Departamento de Justiça dos EUA para lá ser tosquiada, processada e pagar multas.  Não foram procuradores americanos que escolheram a PETROBRAS como alvo, foram brasileiros com passaporte brasileiro que viajaram a Washington para oferecer a Petrobras para que a empresa fosse lá processada e pagasse indenizações, algo absurdamente fora de logica jurídica internacional, nenhuma outra estatal de petróleo do mundo nem a de Angola e nem a do Iraque passou por tal vexame PORQUE ESTATAL TEM IMUNIDADE PROCESSUAL no Departamento de Justiça dos EUA  segundo a maioria dos Acordos de Cooperação Judiciaria entre países e os EUA, incluindo o do Brasil,  de 2001, MAS a invocação do “interesse nacional” e consequente “waiver” (imunidade processual) depende do Governo que é atingido por uma  nvestigação, a manifestação tem que vir da AUTORIDADE CENTRAL nomeada no Acordo, no caso do Brasil é o Ministro da Justiça (na época Jose Eduardo Cardoso) que nunca invocou essa cláusula de proteção da PETROBRAS, deixada em Washington vestida e arrumada para ser processada com apoio do próprio Pais controlador da empresa, que além de humilhada e extorquida ainda teve que aceitar inspetores americanos DENTRO DA PETROBRAS por dez anos e para alegria dos advogados americanos que a “defenderam” em Washington ainda pagou 300 bilhões de dólares de honorários. 

2.A NARRATIVA DA PETROBRAS QUEBRADA cujo primeiro chefe de cerimonias foi Pedro Parente,  narrativa divulgada dia e noite pelo Sistema Globo (especialmente Miriam Leitão), uma absoluta “fake news” como aqui  já demonstramos em artigos específicos. No auge do chamado “Petrolão”,com a Petrobras malhada pela rede lavajatista na mídia de forma continua, entre 2014 e 2017 a PETROBRAS lançou cinco emissões de bônus no mercado internacional (Nova York e Londres), sendo uma dessas emissões com prazo inusual de 100 anos, com OVERSUBSCRIPTION de três a cinco vezes,isso é, havia demanda de  investidores para comprar de 3 a 5 vezes mais bônus do que os oferecidos. ISSO É PROVA DE ROBUSTEZ FINANCEIRA, A PETROBRAS JAMAIS ESTEVE QUEBRADA e sua geração de caixa sempre permitiu pagar folgadamente suas obrigações sem precisar vender ativos, TODA GRANDE EMPRESA DE PETRÓLEO tem enorme dividas que são NORMAIS na atividade, que exige muito investimento a longo prazo, não é sinal de anormalidade empresa de petróleo ser alavancada, é parte do negócio.
A narrativa da PETROBRAS QUEBRADA foi e é a justificativa para venda de ativos SEM AUTORIZAÇÃO, SEM LICITAÇÃO, a direção da empresa vende como quiser, pelo preço que quiser, a quem quiser, é uma aberração societária, legal, econômica e politica. No Governo Federal não se pode comprar um sabonete sem licitação, como é possível vender uma refinaria sem licitação? A bem da verdade essa dispensa de licitação para a Petrobras foi do governo FHC.
Como é possível tal processo estar ocorrendo sem reação alguma do Tribunal de Contas da União, do “establishment militar”, do Congresso?
A PETROBRAS está sendo liquidada a luz do dia, com o absoluto silêncio da mídia, a única grande petroleira estatal do mundo a ser desmanchada sem uma razão econômica, a luta contra a PETROBRAS é exclusivamente produto de uma alucinação ideológica que começou no Governo Fernando Henrique que listou a empresa na Bolsa de Nova York, UNICA estatal de petróleo do mundo a cometer essa insanidade porque isso colocou a PETROBRAS vulnerável à jurisdição americana, alem disso FHC colocou na presidência da PETROBRAS dois banqueiros que não entendiam nada de petróleo (Henri Reichstul e Francisco Gros), um ramo em que universalmente os CEOs são profissionais de longa experiencia no setor, a logica de FHC já era a privatização, é impressionante como a PETROBRAS  tem inimigos, TODOS BRASILEIROS.

Data
Nossos homenageados inesquecíveis da semana de grande impacto cultural
29
30
31
01
02
03
04




Módulo Destaque Cultural

Biografia     Oberdan (74 anos) Oberdan Magalhães -  31/3/1945 Rio de Janeiro, RJ Multi-Instrumentista (sax tenor, clarinete, sax alto, flautas e piano). Arranjador. Compositor. Nasceu no subúrbio carioca de Madureira. Vários de seus familiares foram fundadores do G.R.E.S. Império Serrano. Era compadre de Mano Décio da Viola e sobrinho de Silas de Oliveira. Formou-se em Química. Trabalhou na Orquestra Sinfônica Brasileira ao lado de Paulo Moura, seu amigo e incentivador. Irmão do divulgador da Warner Alcione Magalhães. Estudou orquestração e flauta na E.N.M.U.B, e fez por  correspondência o curso da Berklee School of Music, de Boston. Seu filho William Magalhães, pianista e compositor, remontou a Banda Black Rio no ano de 2001, gravando o disco "Movimento", apresentando-se em vários teatros do Rio de Janeiro e São Paulo e retomando a carreira internacional da banda original, reconhecida nos Estados Unidos e na
Europa.
 


Biografia  Moreira da Silva (117 anos) Antônio Moreira da Silva -  1/4/1902 RJ  6/6/2000 RJ Cantor. Compositor. Seu pai era músico, trombonista da Polícia Militar e morreu quando ele tinha dois anos. Foi obrigado a deixar a escola para ajudar a mãe no sustento da casa. Carioca da Tijuca e criado no
Morro do Salgueiro, teve uma infância e uma juventude muito pobres, passadas na própria Tijuca e nos subúrbios da Leopoldina. 
Com 13 anos, já tinha feito todo tipo de trabalho, tendo sido empregado de fábrica de cigarros e tecelagens. Mais tarde, foi
funcionário fixo na Assistência Municipal, mudando-se do Morro da Cruz para o bairro do Estácio.
Demitido de vários empregos, sempre se reunia com amigos em serenatas e encontros de samba no Morro da Babilônia. Descobriu sua vocação junto à nata da malandragem no bairro do Estácio dos anos 20.  Aos 19 anos comprou um táxi e começou a trabalhar como motorista de praça. Mais tarde sairia do emprego para se tornar motorista de ambulância, profissão que o segurou até aposentar-se. Em 1928, casou-se.  Segundo todos que o conheceram, sua imagem de malandro e boêmio se tratava apenas de um personagem. Ela era, na verdade um cidadão exemplar e cumpridor de seus deveres. Originalmente como seresteiro, firmou-se como cantor e compositor e tornou-se um verdadeiro mito, uma unanimidade na música popular brasileira. Em quase um século de vida, teve uma trajetória de acontecimentos surpreendentes. Morreu em 6 de junho de 2000, no Rio de Janeiro, de falência múltipla dos órgãos.


Biografia   Luiz Eça (83 anos) Luiz Mainzi da Cunha Eça -  3/4/1936 RJ  25/5/1992 RJ Iinstrumentista (pianista). Arranjador. Arranjador. Compositor. Aos cinco anos de idade, iniciou seus estudos de piano e, mais tarde, de teoria musical. Em 1958, foi estudar em Viena, na Áustria, com bolsa de estudos concedida pelo governo brasileiro. No fim dos anos 60 mudou-se para a Califórnia, EUA.


Biografia   Zé da Velha (77 anos) José Alberto Rodrigues Matos -  4/4/1942 Aracaju,SE 

Trombonista. Teve suas primeiras noções de música com o pai, que era saxofonista. Estudou música e trabalhou como telegrafista. Seu pseudônino foi originado porque tocava com Pixinguinha, Donga e João da Bahiana no conjunto Velha Guarda antes da extinção do grupo, em 1958. De Zé da Velha Guarda ficou só Zé da Velha, tendo começado ao lado dos mestres quando tinha apenas 17 anos.



Data
Fatos históricos relevantes que não podem ficar esquecidos da nossa memória
29
1817 NO Brasil acontece o fuzilamento, em Salvador/BA, do padre José Inácio Ribeiro, “ O Padre Roma”. Ele havia sido preso e condenado à morte ao desembarcar na cidade para levar a Revolução Pernambucana à
Bahia. Seu filho, o revolucionárioo José Inácio de abreu e Lima, lutou ao lado de Simón Bolivar e foi um dos primeiros a divulgar o socialismo no Brasil.
30
1982 na Argentina, em Buenos Aires, chega à Praça de Maio uma mobilização massiva de sindicatos contra a ditadura argentina. O movimento, convocado pela Central Geral dos Trabalhadores (CGT), é duramente reprimido,
mas a pressão popular pelo fim do autoritarismo ganda força pelo continente.
31
1964 o Correio da Manhã dá a largada para o golpe militar com a manchete: “Basta – Fora”.
O Jornal do Brasil, que nunca será censurado, estampa seu apoio ao golpe com a manchete “Fora”.
01
1964 Já com o Golpe decretado, mas com o presidente ainda em sola brasileiro, o Correio da Manhã dispara: “Só há uma coisa a dizer ao Sr. Joao Goulart: saia”.
Os militares golpistas, neste dia, prendem mais de 100 mil pessoas. No Estado do Rio, mais de 50 mil são confinados no Centro Poliesportivo  Caio Martins, em Niterói. Além disso, 3 navios ancorados na Baia de Guanabara ficaram lotados de presos. Benedito dos Santos é um dos presos.
02
1964 o jornal O Estado de São Paulo manifesta sua alegria com o golpe: “Democratas dominam toda a Nação” é a manchete do dia.
1964 No Rio, a “Marcha da Vitória”, com 800 mil pessoas, sai em apoio ao golpe de 31 de março. É a segunda grande “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, organizada pelas forças da direita.
03
1993 os jornais mostram manifestações de protesto na Bolsa de Valores do Rio contra o Leilão da CSN, empresa símbolo da industrialização e soberania nacionais. As TV’s mostram, satisfeitas o chefe da Força sindical, antonio Medeiros, batendo o martelo da privatização, dentro da Bolsa.
04
1935 o governo Vargas cria Lei de Segurança Nacionalque, entre outras coisas, proíbe o direito de greve e dissolve a Central Sindical Unitária Brasileira (CSUB) qie tinha sido criada pelo PCB.
1968 no Rio, missa de 7º dia, na Candelária, pela morte do estudante Edson Luís. A repressão ataca 30 mil pessoas com espadas, cavalos e fuzis.












Política e História Destaque... 

Com Bolsonaro, comissões sobre vítimas da Ditadura sofrem ameaça e desamparo

Ao GGN, presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, Eugênia Augusta
Gonzaga, afirma que o governo Bolsonaro ainda não autorizou o uso de emendas parlamentares que garante a continuidade dos trabalhos
Por -  Ana Gabriela Sales -



Jornal GGN – As comissões que lidam com o resgate da memória e a reparação de vítimas do regime militar já sofrem os impactos da transição de governo. Em 2015, sob a presidência de Michel Temer, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, comandada pela procuradora da República Eugênia Augusta Gonzaga, conseguiu, por “iniciativa própria”, emendas parlamentares para suprir as buscas e perícias necessárias. Mas agora o órgão lida com o “silêncio ensurdecedor” do governo de Jair Bolsonaro, que há 3 meses não sinaliza quando ou mesmo se pretende liberar os recursos que garantem a continuidade dos trabalhos.
Desde o início do ano, aliás, as pautas que envolvem a Ditadura Militar estão na mira do Ministério de Direitos Humanos, chefiado por Damares Alves. A titular tem sob sua autoridade a Comissão de Anistia, que analisa os pedidos de indenização das vítimas do regime e que, sob os governo Lula e Dilma, também investia em projetos de Memória e Justiça de Transição que foram interrompidos com o impeachment.

Em entrevista à Istoé, Damares ameaçou acabar com a Comissão de Anistia, estabelecendo “um momento para o fim das reparações”, pois “o regime militar acabou há 35 anos”. Mas o fato, segundo Gonzaga, é que os trabalhos de ambas as comissões estão longe de acabar.
“Os corpos continuam ocultos, ninguém revela onde foram enterrados. As famílias querem e precisam de respostas. A Comissão [Sobre Mortos] não vai terminar enquanto não houver essa revelação. Já a Comissão de Anistia (…), também concordo que em algum momento tem de encerrar seu trabalho. Só que ainda há mais de 20 mil processos para serem analisados”, afirmou a procuradora ao GGN.
Criada por lei em 1995, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos nos seus primeiros anos se empenhou no envolvimento com famílias das vítimas.
Presidente da Comissão desde o fim de 2014, Gonzaga e sua equipe deram “efetividade” às buscas 
e lutaram para contornar um problema histórico: a falta de orçamento.
Ela falou ao GGN, nesta semana, sobre como funcionavam as comissões sob as gestões Dilma Rousseff, Michel Temer e agora, sobre as interrupções impostas pelo governo Bolsonaro. 
***

GGN: Como era o trabalho da Comissão durante o governo Dilma, depois no governo Temer e agora no governo Bolsonaro?
Eugênia Gonzaga: Eu fui nomeada para a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos já no final de 2014, então peguei pouquíssimo tempo de Dilma como presidente da República. O que sempre notei é que a Comissão que presido nunca teve a mesma estatura e independência da Comissão de Anistia.
Apesar de também ser uma Comissão criada por lei, cujos membros são nomeados diretamente
pelo presidente da República, a Comissão Sobre Mortos acabou sempre a reboque dos ministros de Direitos Humanos, e isso foi muito ruim porque ela não conseguiu atuar com a independência necessária.
Quando entrei a situação ainda era muito parecida com isso, mas havia uma disposição do Ministério de Direitos Humanos em dar efetividade a essa Comissão, de mudar sua história. Ela foi criada em 1995, teve uma atuação forte nos primeiros anos com o envolvimento das famílias de vítimas, mas elas não conseguiram a autonomia para fazer buscas, não havia orçamento, e essa situação durou até 2014. A ideia com minha nomeação era reconhecer esse papel de protagonista
nas buscas de mortos e desaparecidos, porém ainda sem orçamento.
Com Temer o que aconteceu foi que, por querer se afirmar em outros aspectos, o governo deixou a Comissão bastante à vontade para obter emendas parlamentares e dar continuidade nas buscas. No caso Perus, por exemplo, conseguimos fazer buscas em outros estados não por que o governo Temer apoiava a pauta, mas por iniciativa própria da Comissão, com emendas parlamentares. Não havia orçamento do Executivo, mas pelo menos o governo não segurou nenhum trabalho. Por
outro lado, no governo Temer a Comissão de Anistia ficou parada no gabinete do então ministro da Justiça Torquato Jardim. Foi totalmente desmobilizada nesse período. 
Agora, esse governo [Bolsonaro], ele se importa com o tema da anistia. Mas se importa ao contrário: não quer que se atue no tema. O novo governo não é apoiador.
Ao contrário disso, a ministra Damares vem caçando decisões da Comissão de Anistia. Já a Comissão Sobre Mortos segue funcionando com poucos membros atuantes. Mas todo nosso orçamento – dinheiro obtido por meio de emendas parlamentares – está bloqueado por motivos burocráticos. Falta apenas a assinatura da ministra para liberar as verbas para contratação de peritos e dar sequência nas buscas. Até hoje ela não liberou. A gente já está há três meses
com contratos vencidos, com contratos que vencem agora em abril, e não há notícia da possibilidade de liberação.

GGN: A ministra Damares Alves questiona a importância dos projetos tocados pela
Comissão de Anistia relacionados à memória e justiça de transição. O que acha disso?
Gonzaga: Isso vem desde o governo anterior. Torquato também já exercia esse papel de bloquear
todos esses projetos, não deu sequência a nada. O principal projeto da Comissão de Anistia que está parado é uma perda imensa de dinheiro público, o Memorial de Anistia Política, em Belo Horizonte, um prédio que está pronto mas fechado.

GGN: O que acha de a Comissão agora ser presidida por um advogado ligado aos Bolsonaro
que tem histórico de atuação contra anistiados?
Gonzaga: Acho que é uma espécie de improbidade porque não pode haver uma Comissão, criada por lei, e a ministra escolher para ela alguém que é contra seus objetivos. Isso é uma forma indireta de descumprir a lei. Se a ministra ou o governo são contra a Comissão de Anistia, que trabalhem para revogar a lei. O que não podem é nomear membros com a finalidade explícita de frustrar os trabalhos, uma forma de fazer com que a Comissão não cumpra o seu papel. 

GGN: Qual seria o impacto do eventual fim da Comissão de Anistia e da Comissão Especial
Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos?
Gonzaga: São [comissões regidas por] leis bem separadas. Falar no final da Comissão de Anistia não tem exatamente a mesma conotação que teria com a Comissão Sobre Mortos e  desaparecidos, pois a gente ainda tem um trabalho muito inconcluso na parte de revelação do destino dos corpos dos mortos e desaparecidos, para que as famílias possam ao menos realizar cerimônias simbólicas de sepultamento. É um objeto muito amplo e muito difícil de ser executado. Se o atual governo não der apoio às contratações de perícia, simplesmente a questão vai continuar inconclusa, sendo que tudo isso poderia ter sido feito há mais de 10 anos.
A Comissão Sobre Mortos realmente não deveria estar funcionando 55 anos depois [do golpe] da Ditadura. O problema é que os corpos continuam ocultos, ninguém revela onde foram enterrados. As famílias querem e precisam de respostas. A Comissão não vai terminar enquanto não houver essa revelação.
Já a Comissão de Anistia indeniza pessoas atingidas pelos atos da Ditadura. Também concordo
que em algum momento ela tem de encerrar seu trabalho. Só que ainda há mais de 20 mil processos para serem analisados, e não vai ser simplesmente negando todos esses pedidos que a ministra Damares vai encerrar. Tem de analisar caso a caso, é para isso que existe a Comissão. A ministra não pode decidir sozinha sobre esses processos porque contraria o que está na lei 10.559/2002.

GGN: Por que a ministra insinua que pode haver fraudes e diz que falta transparência nos
pedidos de indenizações deferidos. Que tipo de fraude poderia haver?
Gonzaga: Eu discordo totalmente que houve fraude porque todos os julgamentos da Comissão de
Anistia se deram em sessões públicas, marcadas no Diário Oficial e qualquer pessoa podia entrar e acompanhar o julgamento. Eu não sei como é que poderia ter uma transparência maior, se todo caso deferido seguia os critérios da Lei da Comissão de Anistia.

Se houve indenizações em valor alto, nada impede que ele possa ser questionado individualmente. O que não pode é o que acontecendo, dela [Damares] passar uma régua e começar a negar todo pedido. Há uma série de casos que nunca foram reconhecidos, como é a situação dos povos indígenas, pendentes de análise.

Ana Gabriela Sales é estagiária sob supervisão.


Relação completa dos aniversariantes da semana.


Intervalo compreendido do dia 29 de março a 04/04/2019
1 Abdon Milanez (92 anos) Arthur de Oliveira (98 anos) Buchecha (44 anos)
 Claudionor Cruz (109 anos) -  Eduardo Patané (113 anos) -  Guga Santos (37 anos) -  Joquinha Gonzaga (67 anos) -
 Marciano (74 anos)
-  Mariano Marovatto (37 anos) -  Moreira da Silva (117 anos) -  Mário Carabina (73 anos) -  Renato Terra (66 anos) -  Sara Bentes (37 anos) -  Wilson Cirino (69 anos) -  Zé Renato (63 anos) -  Zéh Rocha (65 anos)


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