Alerta de audiência

Olá, sou o Professor Ivan Luiz, bacharel em geografia, perito judicial e ambiental, Jornalista Reg. CPJ 38.690 RJ desde 1977,petroleiro e diretor Coordenador da Secretaria das Empresas Privadas do Sindipetro-RJ. Minha missão é contribuir com conhecimentos, informações, reflexões e soluções para que nós, que exercemos a cidadania, tenhamos maior e melhor qualidade de vida, com dignidade e de maneira respeitosa. Quer conhecer mais sobre minha trajetória, prática de vida e meus projetos? Então acesse nas redes sociais meus trabalhos, todos são abertos, para que possamos somar forças ... Todo domingo às 19:00 realizamos transmissão ao vivo pelo Facebook que ficará disponível em professorivanluizdemarica.blogspot.com onde ficam todos os meus links, e no Canal Professor Ivan Luiz de Maricá no You tube, tem bastante conteúdo também, inscreva-se para que possamos alcançar mais pessoas dedicadas a continuar a obra desse Grande Arquiteto.! Atualmente minha atuação profissional, pessoal é na área de recuperação tributária (apenas administrativamente), o que faz com que o retorno seja rápido e eficiente, pode agendar uma vídeo conferencia visando tirar todas as possíveis dúvidas, atendemos em todo o Brasil, através do e-mail contato@professorivanluiz.com.br. Obrigado, e até a próxima!!!
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terça-feira, 26 de maio de 2020

NP 391 de 22 a 28/05/2020 Ditadura do Empresariado x Reunião no Barnalto - Sem TFP - Política de Estado x Política de Governo - EUA x C19 X Brasil NP 387 e Máfia

NP 391 - Completo

Chamada para a Transmissão 391, amanhã 28/05/2020 às 15:00 


Programa 391- Semana de 22  a 28/05/2020 – 21ª Edição do ano  Fonte-Ricardo Cravo Albin

  

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Vinheta

EDITORIAL:Reuniião no BarNalto – Política de Estado x Política de Governo.  

 

28/05/2020     

Professor Ivan Luiz de Maricá

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Ivan Luiz Jornalista – Reg. CPJ 38.690 - RJ –1977.

Módulo I  O desafio teórico da esquerda latino-americana

Módulo II   Haverá uma greve geral? 

Módulo III   Hitler realmente foi um fã do controle de armas?

Módulo IV Lutas e Revoluções na América Latina Séculos XIX, XX e XXI ...

Módulo V - Homenageados na cultura brasileira,  destaque para  Sivuca (90 anos) – 26 -  Cyro Monteiro (107 anos)  -  Dedé da Portela (81 anos) 28 -

Módulo VI Relação completa dos aniversariantes de 22 a 28/05

Módulo VII – Há vida pós-pandemia

Módulo VII_I  Psiquiatra explica por que algumas pessoas cumprem isolamento e outras não


Módulo VII_II EUA anunciam proibição de entrada de viajantes vindos do Brasil por causa de coronavirus


Módulo VII_III Noite dos Cristais e novo conflito à vista

Especial para:Com discurso cheio de 'recados' ao governo Bolsonaro, Barroso toma posse no TSE

 

 

EDITORIAL: BarNalto discutirá sobre: Política de Estado x Política de governo

 

  1. O Estado se apresenta como uma unidade básica social com território definido e com uma nação constituída pela coletividade que habita determinada localidade, genericamente entendida como um povo. Atualmente, a principal forma de organização política dá-se por meio do Estado Moderno. A sociedade civil, legitimadora e financiadora do Estado, o credencia a administrar as questões mais importantes do convívio social e, em nome da ordem, concede também a ele o direito de ser a única instituição a poder fazer o uso legítimo da força física conforme destacou Max Weber (ALBINO, 2016).
  2. Por Governo, entende-se o conjunto de indivíduos que ocupam, na cúpula do Estado, posições de decisão administrativa e política e que orientam os rumos da sociedade (RODRIGUES, 2010). Ao participar do governo, os indivíduos participam do ciclo das políticas públicas – definição da agenda política, elaboração, implementação e avaliação. Sendo assim, escolhem dentre diversas alternativas quais serão as políticas e as ações a serem praticadas pelo governo para o alcance de objetivos preestabelecidos. Tratando-se de um governo democrático, as preferências e interesses passam a ser constantemente negociadas, e envolve os interesses de diversos atores que compõem o aparato estatal.
  3. As políticas públicas podem ser entendidas como a maneira pela qual o Estado atua para amenizar os conflitos e desigualdades sociais. Elas são desenhadas a partir do relacionamento e dos interesses existentes entre várias camadas da sociedade. Nesse processo, os atores políticos possuem importante participação para a focalização e destinação de recursos públicos para determinada política pública. Além disso, é importante salientar que a implementação das políticas públicas nas sociedades capitalistas também está sujeita a interferência de cenários macroeconômicos de crise ou estabilidade (MOTA, 2014).
  4. Durante o ciclo das políticas públicas, atores públicos, compreendidos como os gestores públicos, juízes, burocratas, políticos e outras instituições do Governo, referem-se aos que de fato podem decidir sobre o encaminhamento das políticas. Atores privados, por exemplo, consumidores, empresários, trabalhadores, corporações, centrais sindicais, mídia, entidades do terceiro setor, dentre outros, são aqueles que têm poder para direcionar a formatação das políticas e exercer influências sobre os agentes públicos.

Fonte: Aqui

 Política, Estado e Governo: o que é e para que serve o Estado?, por Antônio Augusto de Queiroz

Por Lourdes Nassif - do Diap

Política, Estado e Governo: o que é e para que serve o EstadoTrata-se, pois, de forma organizacional cujo significado é de natureza política. É entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada.

por Antônio Augusto de Queiroz

O Estado, entendido como a nação politicamente organizada, representa o povo, o território, o governo, os objetivos nacionais e a soberania. O Estado é o poder público em sentido amplo, formado por conjunto de instituições que controlam e administram uma nação, de forma soberana e de modo impessoal, estável e permanente.

 Leia também: Política, Estado e Governo: o que é e para que serve a política?

 

A missão do Estado, por intermédio do governo, é executar ações, programas e projetos, com a prerrogativa de limitar a ação dos indivíduos em prol do bem comum e até mesmo fazer emprego da força física (coerção) para fazer valer suas decisões.

A diferença, do ponto de vista da liberdade, entre o Estado e os particulares (privados) é que a ação do Estado é condicionada pelo princípio da legalidade, ou seja, tudo é proibido, exceto o que a lei autoriza, enquanto no caso do particular tudo é permitido, exceto o que a lei proíbe.

O Estado é soberano e nenhum poder, no âmbito do seu território, está acima dele, na medida em que determina quais são as normas válidas e tem o poder de constranger — inclusive fisicamente (coercitivamente) pelo uso do monopólio de punir — os destinatários da norma.


Portanto, o poder do Estado, em última instância, é soberano e se sobrepõe aos demais agentes sociais, porque é o que elabora, aplica e fiscaliza, subordinado apenas à Constituição que o rege, as regras de convivência social.

Entretanto, é preciso ter claro que pela nossa Constituição todo poder emana do povo que, por intermédio dos titulares das instituições de Estados, elabora e aplica as políticas públicas.

Leia também:  Uma nota de repúdio às notas de repúdio - ou uma lista de adjetivos para emergência, por Gustavo Conde

Por isso é dever do cidadão participar politicamente, inclusive para impor limites à ação do Estado.

A organização do Estado brasileiro adota o princípio da separação dos poderes em 3 níveis de governo (União, estados e municípios) e da separação dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

 

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Vinheta

EDITORIAL:Reuniião no BarNalto – Política de Estado x Política de Governo.  

PODER PÚBLICO

EXECUTIVO

LEGISLATIVO

JUDICIÁRIO

Federal

Presidente da República

Congresso Nacional

Conselho Nacional de Justiça, tribunais superiores, tribunais regionais e juízes de 1ª instância

Estadual

Governadores

assembleias legislativas ou câmaras legislativas

Tribunais de Justiça e juízes de 1ª Instância

Municipal

Prefeitos

câmaras de vereadores

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Embora o poder do Estado seja uno, existe separação da funções entre os 3 poderes. Assim, para atingir seus objetivos, o Estado se vale dos 3 poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), sendo os titulares de 2 deles eleitos diretamente pela população: no Poder Executivo — o prefeito, o governador e o presidente da República; e no Poder Legislativo — os vereadores, os deputados estaduais, os deputados federais e os senadores.

 

O Estado moderno, por intermédio dos poderes, tem por missão organizar a vida em sociedade, e, para tanto, exerce 5 macrofunções, que são:

1) funções políticas, que consistem na definição de direitos e deveres dos cidadãos, assim como a relação entre pessoas e entre estas e as instituições;

2) funções executivas, voltadas para a implementação das políticas públicas;

3) funções jurisdicionarias, direcionadas à solução de litígios;

4) funções fiscalizadoras, destinadas à garantia do cumprimento da ordem jurídica e da regulação estatal; e

5) funções de defesa da ordem e integridade territorial.

Leia também:  Defenestrar o terrorista virótico, por Francisco Celso Calmon

 Assim, cabe ao Estado — mediante o manejo das instituições que o compõem — elaborar e aplicar as leis, definir, entre outras coisas, a carga tributária, a forma como deve ser gasto o dinheiro arrecadado com os tributos cobrados obrigatoriamente de todos, como são fixadas as tarifas públicas (IPTU, IPVA, taxa de iluminação pública, serviço de esgoto, etc), os limites ao direito de propriedade, os meios para garantir o exercício de direitos pelos cidadãos, enfim, as regras que regem a sociedade.

 

Ou seja, o Estado, sempre por meio dos governantes, é que administra os recursos, elabora e aplica as políticas públicas em todas as relações humanas, especialmente nas arenas regulatória (definição de tarifas e preços), distributiva (saúde, educação, segurança, transporte) e redistributiva (previdência, reforma agrária, entre outras).

 Nessa sua missão, o Estado recebe influência de 3 agentes sociais:

1) a alta tecnoburocracia operando no seu interior,

2) as classes ou elites dirigentes, formada pelos grandes empresários, pelos intelectuais de todos os tipos, e pelos chamados políticos e líderes corporativos, e

3) a sociedade civil como um todo, que engloba os 2 primeiros, mas é mais ampla que os mesmos.

 

Por fim, o Estado é resultado do pacto firmado em nível constitucional em cada país, e, no caso brasileiro, sua finalidade é:

1) satisfazer necessidades humanas,

2) estruturar as interações e relações sociais, e

3) determinar, mediante regulação, os processo de tomada de decisão. É, senão o maior, um dos maiores avanços civilizatórios da Humanidade, e que permite que as relações sociais se deem sob a proteção de instituições e pautadas pelo interesse coletivo, independentemente da vontade ou humor do governante de plantão.

Fonte aqui

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 Destaque para Módulo I

O desafio teórico da esquerda latino-americana

A orfandade da estratégia

Continente de revoluções e de contra-revoluções, a América Latina padece de pensamentos estratégicos que orientem processos políticos tão ricos e diversifi cados, à altura dos desafios que enfrenta. Apesar de uma rica capacidade analítica, de significativos processos de transformação e de dirigentes revolucionários tão emblemáticos, o continente não produziu a teoria de sua própria prática.

As três estratégias históricas da esquerda contaram com forças vigorosas em sua liderança – partidos socialistas e comunistas, movimentos nacionalistas, grupos guerrilheiros – e orientaram experiências de profunda significação política – a Revolução Cubana, o governo de Salvador Allende, a vitória sandinista, os governos pós-neoliberais na Venezuela, na Bolívia e no Equador, a construção de poderes locais, como em Chiapas, e práticas de orçamento participativo, das quais a mais importante ocorreu na cidade de Porto Alegre. No entanto, não contamos com grandes sínteses estratégicas que nos permitam usar balanços de cada uma dessas estratégias e um conjunto de reflexões que favoreçam a formulação de novas propostas. O próprio fato de essas três estratégias terem sido desenvolvidas por forças políticas distintas fez com que não ocorressem processos comuns de acumulação, reflexão e síntese. Enquanto tiveram existência realmente concreta, os partidos comunistas promoveram processos de reflexão sobre suas próprias práticas. Durante sua existência, a Organização Latino-Americana de Solidariedade (Olas) fez o mesmo com os processos de luta armada; já os movimentos nacionalistas não estabeleceram intercâmbios sufi cientes entre si para fomentar algo similar. Hoje, as novas práticas têm permitido pouca elaboração teórica e problematização crítica das novas realidades. As estratégias adotadas no continente, sobretudo em seus primórdios, sofreram fortemente o peso dos vínculos internacionais da esquerda latino-americana com os partidos comunistas em especial, mas também com os socialdemocratas. A linha de “classe contra classe”, por exemplo, implantada na segunda metade dos anos 1920 e que dificultou a compreensão das formas políticas concretas de resposta à crise de 1929 – das quais o governo de Getúlio Vargas no Brasil é apenas uma das expressões, ao lado do efêmero governo socialista de doze dias no Chile e de manifestações similares em Cuba –, foi uma importação direta da crise de isolamento da URSS em relação aos governos da Europa ocidental, e não uma indução a partir das condições concretas vigentes no continente.

As mobilizações lideradas por Farabundo Martí e por Augusto Sandino nasceram das condições concretas de resistência à ocupação norte-americana e expressaram formas de nacionalismo diretamente anti-imperialista. Os processos de industrialização na Argentina, no Brasil e no México apareceram como respostas à crise de 1929. Não se assentaram, pelo menos inicialmente, em estratégias articuladas. A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) teorizou situações de fato quando, já no início do segundo pós-guerra, passou a elaborar a teoria da industrialização substitutiva de importações e, ainda assim, era uma estratégia econômica. Tampouco a Revolução Boliviana de 1952 elaborou uma linha de ação estratégica própria, apenas pôs em prática reivindicações contidas, como a universalização do voto, a reforma agrária e a nacionalização das minas.

Assim, nem o nacionalismo nem o reformismo tradicional assentaram sua ação em estratégias, mas responderam a demandas econômicas, sociais e políticas. Quando a Internacional Comunista definiu sua posição de Frentes Antifascistas, em 1935, a aplicação da nova orientação chocou-se com as condições concretas vividas pelos países da região. Se a linha de “classe contra classe” respondia às condições particulares da URSS, a nova orientação respondia à expansão de regimes fascistas na Europa. Nenhuma delas levava em conta as condições da América Latina, assimilada à periferia colonial, sem identidade particular.

Essa inadequação teve vários efeitos concretos. No caso do movimento liderado por Luís Carlos Prestes, em 1935, ele esteve a cavalo entre duas linhas: de um lado, organizava uma sublevação centrada em tenentes; de outro, pregava não um governo operário-camponês, mas uma frente de libertação nacional, já em resposta à linha mais ampla da Internacional Comunista. A forma de luta correspondia à linha radical de “classe contra classe” e o objetivo político, à frente democrática. O resultado foi que o movimento se isolou da “Revolução de 30”, de caráter nacionalista e popular, dirigida por Getúlio Vargas. A Frente Popular no Chile importava o lema “antifascista” sem que o fascismo tivesse se expandido no continente. O que houve foi a transposição mecânica do fascismo europeu para a América Latina, com todos os equívocos correlatos. Lá, o fascismo identificou-se com o nacionalismo e o antiliberalismo, sem nenhum sentido anti-imperialista. O nacionalismo europeu foi marcado pelo chauvinismo, pela suposta superioridade de um Estado nacional sobre os outros e pelo antiliberalismo, inclusive a democracia liberal. A burguesia ascendente assumiu a ideologia liberal como instrumento para destravar a livre circulação do capital contra as travas feudais.

Na América Latina, o nacionalismo reproduziu o antiliberalismo politico e econômico, mas assumiu uma posição anti-imperialista, pela própria inserção da região na periferia – no nosso caso, norte-americana, o que nos situou no campo da esquerda. No entanto, as transferências mecânicas dos esquemas europeus do fascismo e do antifascismo, naquele período, levaram alguns partidos comunistas (no Brasil e na Argentina, por exemplo) a, em certos momentos, caracterizar Juan Perón e Getúlio Vargas como reprodução do fascismo na América Latina, portanto, identificados como os adversários mais ferrenhos a ser combatidos. O Partido Comunista da Argentina, por exemplo, aliou-se contra Perón, nas eleições de 1945, não apenas com o candidato liberal, do Partido Radical, mas com a Igreja e a Embaixada norte americana, segundo a orientação de que vale toda aliança contra o inimigo maior, isto é, o fascismo.

A confusão maior se dá não apenas em relação ao nacionalismo, mas também ao liberalismo, que na Europa foi a ideologia da burguesia ascendente, mas na América Latina as políticas de livre-comércio do liberalismo eram assumidas pelas oligarquias primário-exportadoras. Não somente o nacionalismo tem sinal trocado aqui, mas o liberalismo também. Foi esse fenômeno que provocou a dissociação entre as questões sociais e as democráticas, e a assunção das sociais pelo nacionalismo, em detrimento das democráticas. O liberalismo sempre procurou apoderar-se da questão democrática, acusar os governos nacionalistas de autoritários, totalitários e ditatoriais, enquanto estes acusavam os liberais de governar para os ricos e de não ter sensibilidade social, reivindicando para si a defesa da massa pobre da população.

Somente análises concretas de situações concretas, como as desenvolvidas, entre outros, pelo peruano José Carlos Mariátegui, pelo cubano Julio Antonio Mella, pelo chileno Luis Emilio Recabarren e pelo brasileiro Caio Prado Jr., todos elas análises autônomas, que não foram levadas em conta pelas direções dos partidos comunistas a que pertenciam seus autores –, teriam permitido a apropriação das condições históricas específicas do continente e de cada país. Predominaram as visões da Internacional Comunista, que contribuíram para dificultar o enraizamento dos partidos comunistas nesses países.

Quando o nacionalismo foi assumido pela esquerda, foi como força subordinada em alianças com lideranças populares, que representavam um bloco pluriclassista. Esse longo período não foi teorizado pela esquerda. As alianças e as concepções das frentes populares não davam conta desse novo fenômeno, em que o anti-imperialismo substituía o antifascismo com características muitos diferentes.

A Revolução Boliviana de 1952 foi objeto de disputa em sua interpretação, porque continha elementos nacionalistas – como a nacionalização das minas de estanho – e populares – como a reforma agrária. Mas a participação ativa de milícias operárias, substituindo o Exército, a presença de uma aliança operário-camponesa, e as reivindicações anticapitalistas permitiam teorizações distintas do que havia embrionariamente naquele movimento pluriclassista: desde um movimento nacionalista clássico, nacional e antioligárquico, até versões que lhe dariam um caráter anticapitalista.

A Revolução Cubana pôde contar com dois tipos de análise: a de Fidel, de tipo programático, em A história me absolverá* e a de Che, em A Guerra de guerrilhas**, sobre a estratégia de construção da força político-militar e de luta pelo poder. O texto que Fidel elaborou como defesa no processo que moveram contra os atacantes do Quartel Moncada é uma extraordinária análise de elaboração de um programa político a partir das condições concretas da sociedade cubana da época. A análise de Che descreve concretamente como a guerra de guerrilhas articulou a luta político-militar, desde o núcleo guerrilheiro inicial até os grandes destacamentos que compuseram o exército rebelde, resistiu à ofensiva do Exército regular e desatou a ofensiva final que os levou à vitória.

Contudo, seja por não terem reflexão a respeito, seja para manter o elemento surpresa – importante para a vitória – não houve elaboração pública do caráter do movimento – se apenas nacionalista, se embrionariamente anticapitalista. A Revolução Cubana foi constituindo, à luz dos enfrentamentos concretos, sua estratégia de rápida passagem da fase democrática e nacional para a fase anti-imperialista e anticapitalista, conforme impunha definições a dinâmica entre revolução e contrarrevolução. Essa trajetória não foi tanto tema de reflexão quanto as formas de luta, e em particular a Guerra de guerrilhas. Esse foi o grande debate na América Latina depois do triunfo cubano: as formas de luta. Via pacífica ou via armada? Guerra de guerrilhas rurais ou guerra popular? Guerrilhas urbanas ou rurais? A articulação entre as questões nacional e anti-imperialista com as anticapitalista e socialista foi menos discutida e elaborada.

As experiências guerrilheiras reproduziram esse debate, da mesma forma que o governo da Unidade Popular no Chile. Os governos nacionalistas militares, em particular o governo peruano de Velasco Alvarado, mas também de modo efêmero os do Equador e de Honduras, recolocaram a questão do nacionalismo, mas seu caráter militar não propiciou sua teorização, tampouco sua consideração como alternativa estratégica pela esquerda naquele momento. O processo nicaraguense incorporou as experiências anteriores de estratégias de luta pelo poder, elaborando uma plataforma de governo pouco definida, adaptada a fatores novos, dos quais os mais importantes foram a incorporação dos cristãos e das mulheres à militância revolucionária e uma política externa mais flexível. Foi enfrentando empiricamente os obstáculos – em especial o assédio militar dos Estados Unidos – que se encontrou, sem que tenha contribuído com teorias sobre a prática desenvolvida.

Tanto quanto no caso da Unidade Popular, a experiência sandinista foi objeto de vasta bibliografia, mas não se pode dizer que tenha levado a um balanço estratégico claro, que pudesse deixar experiências para o conjunto da esquerda. O debate sobre o Chile foi inserido nas discussões da esquerda em escala mundial e, por isso, perdeu sua especificidade como fenômeno chileno e latino-americano. Os debates sobre a Nicarágua, ao contrário, tenderam a centrar-se em aspectos importantes, como, por exemplo, as questões éticas, mas não produziram um balanço estratégico dos onze anos do governo sandinista.

No momento de maior fraqueza da esquerda no mundo, a esquerda brasileira aparecia como exceção, na contramão das tendências gerais, sobretudo das viradas regressivas radicais nas correlações de força internacionais. Aqui, Lula projetava-se como alternativa de direção política já nas primeiras eleições em que concorreu, em 1989, quando chegou ao segundo turno, fazendo com que, pela primeira vez, a esquerda aparecesse como força alternativa real de governo no Brasil – no ano da queda do Muro de Berlim e do fim do campo socialista, com fortes indícios de desagregação da União Soviética e do triunfo dos Estados Unidos na Guerra Fria e o retorno a um mundo unipolar, sob a hegemonia imperial norte-americana.

Ao mesmo tempo, Carlos Menem e Carlos Andrés Pérez triunfavam na Argentina e na Venezuela, estendendo assim as experiências neoliberais a forças nacionalistas e socialdemocratas e apontando para a generalização dessas políticas no continente. A isso, somavam-se a eleição de Fernando Collor de Mello, que havia derrotado Lula, e a Concertación no Chile, aliança da Democracia Cristã com o Partido Socialista, em 1990. Em fevereiro desse mesmo ano, dá-se a derrota eleitoral do sandinismo. Cuba já havia entrado no “período especial”, durante o qual enfrentaria, com imensas dificuldades, as consequências do fi m do campo socialista à que estava estruturalmente integrada. Nesse momento, no Brasil, concentravam-se experiências que aparentemente apontavam para uma nova vertente da esquerda – pós-soviética, segundo alguns, pós-socialdemocrata mesmo, segundo outros. Além de Lula e do PT, os anos 1980 haviam permitido a fundação da CUT, a primeira central sindical legalizada na história do país; o surgimento do MST, o mais forte e inovador movimento social no país; e o crescimento das políticas de orçamento participativo nas prefeituras, em geral sob o comando do PT. Por todos esses fatores, mais adiante a cidade brasileira de Porto Alegre seria escolhida para ser a sede dos Fóruns Sociais Mundiais.

Projetaram-se assim sobre a esquerda brasileira, e em particular sobre a liderança de Lula e sobre o partido petista, grandes esperanças de abertura de um novo ciclo de uma esquerda renovada. Sem entrar na análise detalhada de uma experiência tão complexa quanto a do PT e da liderança de Lula, é preciso destacar que, desde o início, foram projetadas sobre ambos expectativas que não encontravam fundamento nas experiências concretas e nos traços políticos e ideológicos que essas experiências assumiram ao longo do tempo.

Componentes da esquerda anterior e de correntes internacionais fi zeram de Lula tanto um dirigente operário classista, vinculado às tradições dos conselhos operários, quanto o dirigente de um partido de esquerda gramsciano, de tipo novo, democrático e socialista. Lula não era nada disso nem tampouco o dirigente à imagem e semelhança do que se tornou o PT. Lula formou-se como dirigente sindical, de base, na época em que os sindicatos eram interditados pela ditadura, um dirigente negociador direto com as entidades patronais, um grande líder de massa, mas sem ideologia. Nunca se sentiu vinculado à tradição da esquerda, nem às suas correntes ideológicas, nem às suas experiências políticas históricas. Filiou-se a uma esquerda social – se assim podemos considerá-la –, sem ter necessariamente vínculos ideológicos e políticos. Buscou a melhoria das condições de vida da massa trabalhadora, do povo ou do país, conforme seu vocabulário foi se transformando ao longo de sua carreira. Trata-se de um negociador, um inimigo das rupturas, portanto, sem nenhuma propensão revolucionária, radical.

Esses traços têm de ser inseridos nas situações políticas que Lula enfrentou até se tornar o Lula realmente existente. Só assim se poderá tentar decifrar o enigma Lula.

* Fidel Castro, A história me absolverá (São Paulo, Expressão Popular, 2005). (N. E.)
** Ernesto Che Guevara, A guerra de guerrilhas (São Paulo, Edições Populares, 1980). (N. E.)

Baixe o texto para ler: O desafio teórico da esquerda latino-americana


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Módulo II

Haverá uma greve geral?

Os trabalhadores têm medo de voltar ao trabalho em meio à pandemia  - Topo

Por Mike Ludwig - 21/05/2020 19:31 - Créditos da foto: (Rob Carr/Getty Images)

 

A Informação não é mercadoria, é um bem público.

 As chamadas para uma greve geral estão crescendo, no momento em que milhões de pessoas definem sua volta ao trabalho após meses de quarentena. Estaria no horizonte uma paralisação em massa do trabalho? E como estão as ondas de greves gerais locais e regionais à medida que mais cidades e estados se movem para reabrir negócios durante a pandemia global? Vamos ponderar as condições do nosso momento atual.

Enquanto a COVID-19 continua a reivindicar centenas de vidas todos os dias, os trabalhadores nos Estados Unidos enfrentam uma escolha impossível: voltar ao trabalho e arriscar sua saúde e a saúde de seus entes queridos em casa, ou potencialmente perder seus empregos e os benefícios do seguro desemprego.

Enquanto alguns empregadores estão trabalhando em conjunto com seus funcionários para decidir como e quando reabrir, outros querem dar uma partida rápida nos negócios e gastar os recursos do Programa de Proteção aos Salários, para que os empréstimos concedidos no âmbito do programa sejam perdoados. Isso requer convencer os trabalhadores que estão em dispensa sem remuneração e aqueles que foram demitidos a voltar a trabalhar e ter seus salário de volta, ou substituí-los por novas contratações. Os chefes têm incentivos para dizer que os trabalhadores devem voltar agora e que seus empregos não existirão mais tarde.

Embora existam algumas proteções para trabalhadores com crianças e com transtornos de saúde preexistentes, o Departamento do Trabalho está incentivando esforços para denunciar trabalhadores que se recusam a retornar para que eles percam seus benefícios de desemprego. Os trabalhadores podem registrar uma queixa se acharem que seu local de trabalho não é seguro, mas as inspeções e fiscalizações de segurança despencaram no governo Trump, enquanto sua administração pró-empresas extingue proteções para os trabalhadores. A lei federal protege os trabalhadores contra "riscos incomuns" apresentados pela pandemia, mas o governo não emitiu regras ou orientações para reforçar o direito de recusar trabalho inseguro.

Esse é um acordo severo e injusto os trabalhadores cujos salários são tão baixos que eles estão ganhando mais dinheiro pelo auxílio desemprego. Os trabalhadores com salários mais baixos têm maior probabilidade de ter atividades perigosas, que não podem ser realizadas em casa, e também são desproporcionalmente negros e pardos, razão pela qual suas comunidades e as comunidades nativas foram tão duramente atingidas pela pandemia.

"A menos que os formuladores de políticas e agências governamentais usem seu poder para emitir orientações fortes e fazer valer o direito dos trabalhadores de se recusarem a retornar em condições de trabalho inseguras, indivíduos, famílias, comunidades e, principalmente, as mulheres negras e pardas continuarão a sofrer", disse Rebecca Dixon, diretora executiva do National Employment Law Project, em uma declaração recente.

Paralelamente, houve um grande aumento na organização dos trabalhadores e nos esforços de ajuda mútua durante a pandemia da COVID-19, soprando o velame do movimento trabalhista, que vem se deteriorando, sob pressão de capitalistas neoliberais e políticos de direita, há décadas. Com a economia em parada, os ativistas tiveram mais tempo para realizar reuniões digitais e socialmente distanciadas e se organizar.

Mais de 200 greves sem autorização dos sindicatos e ausências em massa ‘por doença’ ocorreram em todo o país nas últimas semanas, com os trabalhadores resistindo às condições que os colocam em perigo e com muitos trabalhadores em greve encontrando apoio e solidariedade entre trabalhadores de diferentes indústrias. Em Nova Orleans, por exemplo, um grupo relativamente pequeno de trabalhadores no setor de saneamento está recebendo apoio de profissionais de saúde, grupos de ajuda mútua e jovens ativistas negros e pardos.

Nos últimos dois meses, greves de aluguel foram organizadas em todo o país, principalmente nas grandes cidades, onde um grande número de locatários compartilha os mesmos proprietários e pode usar sua alavancagem coletiva para negociar. Trabalhadores essenciais de grandes empresas, como Whole Foods, Instacart, Amazon e Target entraram em greve em uníssono em 1º de maio.

Agora, grupos ativistas emergentes inspirados pelo rápido crescimento de projetos de ajuda mútua e ondas de greves e protestos estão chamando uma greve geral a partir de 1º de junho em resposta às forças conservadoras e pró-empresas que pressionam pela reabertura da economia, apesar das preocupações com a saúde pública. Em uma greve geral, uma parte substancial da força de trabalho em uma cidade, estado ou região se recusa a trabalhar. Nesse caso, uma greve geral provavelmente envolveria uma parcela substancial de trabalhadores não essenciais que se recusariam a voltar ao trabalho, enquanto outros abandonariam o emprego.

As chamadas para greves gerais costumam dar voltas nas mídias sociais, e o tópico continua a aparecer nas reuniões digitais com cidadãos nas prefeituras e nas reuniões remotas de organização realizadas por ativistas. Shahid Buttar, ativista e candidato socialista ao Congresso por São Francisco, disse que a precariedade trabalhista causada pela pandemia da COVID-19 tornou as condições propícias para uma greve geral, mas a crise também apresenta seus próprios desafios.

"Para que isso aconteça e vislumbrar e construir a energia para uma interrupção do trabalho, temos que criar mecanismos de prestação de serviços para substituir os serviços baseados no mercado - e os maiores para mim são alimentos e cuidados com as crianças", disse Buttar em entrevista.

Buttar apontou o boicote aos ônibus de 1955-1956 contra a segregação em Montgomery, Alabama. Os compartilhamentos foram organizados para que os participantes negros do boicote ainda pudessem se locomover, tornando o protesto histórico sustentável e eficaz. Para realizar uma greve geral hoje, disse Buttar, os ativistas precisam criar maneiras alternativas de atender às necessidades das pessoas. Atualmente, a necessidade de distanciamento social torna difícil, se não impossível, organizar um coletivo de assistência infantil no bairro, por exemplo.

No entanto, a pandemia também provocou um aumento dramático nos grupos de ajuda mútua que distribuem alimentos, máscaras e outros itens essenciais. Muitos desses grupos desenvolveram estratégias para trabalhar juntos e compartilhar recursos, minimizando o risco de disseminação do COVID-19.

"Há muitos coletivos de pessoas entregando máscaras e alimentos e desinfetantes para as mãos", disse Buttar.

Os organizadores de uma greve geral também devem considerar como apoiar as pessoas que perdem seus empregos como resultado da greve, principalmente trabalhadores de baixa renda e famílias que já enfrentam precariedade financeira. É por isso que a ajuda mútua e as alternativas ao mercado para a entrega de bens e serviços são tão importantes para uma greve geral - sem elas, uma paralisação em massa do trabalho pode impedir as pessoas de acessar as coisas que precisam para sobreviver.

Uma característica fundamental de uma greve geral é os trabalhadores aprenderem a trabalhar uns para os outros, e não para os empregadores que lucram com seu trabalho. Buttar disse que essa organização pode soprar o vento de volta às velas do movimento trabalhista, que estão esfarrapadas há décadas.

"Se pudermos aproveitar esta oportunidade para imaginar e reivindicar um futuro diferente, a instabilidade atual será um momento fértil para plantar essas sementes", disse Buttar.

*Publicado originalmente em 'Truthout' | Tradução de César Locatelli

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Módulo III

Hitler realmente foi um fã do controle de armas?

Por Gavin Aronsen - 17/01/2013 00:00

 

A Informação não é mercadoria, é um bem público. Topo

Perto do início de seu discurso retórico em ‘Piers Morgan Tonight’ na segunda-feira, o divulgador de conspirações Alex Jones alertou que a Segunda Emenda é tudo que está entre a democracia e a ditadura. "Hitler tomou as armas, Stalin tomou as armas, Mao tomou as armas, Fidel Castro tomou as armas, Hugo Chávez tomou as armas, e eu estou aqui para te dizer, 1776 começará novamente se você tentar tirar nossas armas de fogo!" ele gritou.

Dois dias depois, o Drudge Report publicou um eco visual do pedido de Jones. Enquanto isso, as buscas no Google por "Hitler controle de armas" estão bombando.

É claro, as tentativas de equiparar o controle de armas com o fascismo são falsas. Mas o argumento "Hitler tomou a armas" há muito tempo tem um papel de destaque e é bastante eficaz no debate sobre o controle de armas da América, apesar de seu óbvio reducionismo.

Suas origens remontam a pelo menos o início de 1980, quando os adversários de uma proposta de Chicago para proibir armas invocaram em grande parte do subúrbio judaico de Skokie “lembrando os moradores da aldeia, que os nazistas desarmaram os judeus como uma preliminar para enviá-los para a gás câmaras”, o Chicago Tribune noticiou. Em 1989, um novo grupo pró-armamento chamado de Judeus a Favor do Porte de Armas de Fogo começou argumentando que o projeto de lei federal do controle de armas de 1968 uma vez favorecido pela velha guarda da NRA (Associação Nacional dos Rifles da América) "foi levantado, quase em sua totalidade, desde a legislação nazista". (Essa afirmação falsa ainda está sendo repetida.)

Em 1994, o fundador de JPFO (Judeus a Favor do Porte de Armas de Fogo), Aaron Zelman, implorou ao corpo do NRA para aprovarem a reconhecida conexão nazista:

Alguns de vocês podem ter se dado conta que a menos que a NRA mude sua estratégia, o direito a porte de arma de fogo permanente na América vai seguir o caminho dos judeus na Europa ocupada pelos nazistas: extermínio... A escolha é sua, você pode virar as costas para uma estratégia falida - um dos acordos com malfeitores - e atacar o conceito de "controle de armas", expondo as raízes nazistas de "controle de armas" na América. Ou, você pode persistir em uma estratégia falida, e aceitar a sua própria extinção.

Se NRA foi influenciada por seu conselho ou não, no mesmo ano que seu CEO, Wayne LaPierre, publicou “Guns, Crime, and Freedom” (Armas, Crime e Liberdade), no qual ele afirma: "Na Alemanha, o registro da arma de fogo ajudou a levar para o holocausto", deixando os cidadãos "indefesos contra a tirania e a matança cruel de todo um segmento de sua população." No ano seguinte, o presidente George H. W. Bush, notoriamente se demitiu do NRA após LaPierre atacar funcionários policiais federais como "bandidos fardados do governo" que usavam "capacetes nazistas e uniformes pretos como armaduras." Mais recentemente, Stephen Halbrook, um advogado que tem representado a NRA, argumentou que "se a experiência nazista ensina alguma coisa, ela ensina que governos totalitários tentarão desarmar seus súditos, de modo a extinguir qualquer capacidade de resistir a crimes contra a humanidade.

Será que Hitler e os nazistas realmente tiraram as armas dos alemães, tornando o Holocausto inevitável? Este argumento é superficialmente verdadeiro na melhor das hipóteses, como professor de direito da Universidade de Chicago Bernard Harcourt explicou em um artigo de 2004 sobre o impacto da Alemanha nazista nas guerras culturais americanas.

Como a I Guerra Mundial se aproximava do fim, o novo governo da República de Weimar proibiu quase todos de portar armas privada para cumprir o Tratado de Versalhes e determinou que todas as armas e munições "seriam entregues imediatamente". A lei foi relaxada em 1928, e as licenças de armas foram concedidas a cidadãos "de fidelidade inquestionável" (nas palavras da lei), mas não "pessoas que são itinerantes, como ciganos." Em 1938, sob o regime nazista, as leis sobre armas tornaram-se significativamente mais liberais. Posse de rifle e espingarda foi desregulada, e o acesso de arma para caçadores, membros do Partido Nazista, e funcionários do governo se expandiu. A idade legal de possuir uma arma foi reduzida. Os judeus, no entanto, foram proibidos de possuir armas de fogo e outras armas perigosas.

"Mas as armas não tiveram um papel particularmente importante em qualquer caso", diz Robert Spitzer, que preside o departamento político científico de SUNY-Cortland e investigou extensivamente a política de controle de armas. A posse de armas na Alemanha após a I Guerra Mundial, mesmo entre os membros do partido nazista, nunca foi difundida o suficiente a uma séria resistência civil aos nazistas para ser nada mais que uma fantasia de vingança de Tarantino. Se os judeus tivessem estado mais bem armados, Spitzer diz, teriam apenas acelerado sua morte. A política de armas “não foi o momento decisivo que marcou o início do fim para o povo judeu na Alemanha. Isso porque eles foram perseguidos, foram privados de todos os seus direitos, e eles eram um grupo minoritário.”.

Entusiastas de armas muitas vezes mencionam que a União Soviética restringiu o acesso às armas em 1929 depois que Joseph Stalin subiu ao poder. Mas sugerir que a população mais bem armada da Rússia teria derrubado os bolcheviques também é muito simplista, diz Spitzer. "Responder a questão da relação entre armas e as revoluções nesses países é estudar o comparativo político e o comparativo político das nações", explica ele. "É preciso uma análise para decompor e explicar, e muitas vezes não é passível de o som de uma mordida ou um título."

(Ironicamente, nacionalistas brancos a favor de armas, tentaram reverter a ideia que "Hitler tomou a armas", argumentando que ele era de fato um firme defensor do direito de portar armas - para arianos. William Pierce, autor da fantasia de guerra racial “The Turner Diaries” (Os Diários de Turner), fez esta afirmação em seu livro Controle de Armas na Alemanha, 1928-1945. Então, quem está por trás do esforço para pintar Hitler como antiarmas? Os judeus, é claro.)

Mesmo se o Presidente Obama de repente liberasse seu interior totalitário, não há nenhuma chance de que ele pudesse, com sucesso, agregar todos os 300 milhões de armas de fogo que os americanos possuem. Tal ideia é prática e politicamente impossível. Um duro ataque à proibição das armas como os democratas estão propondo atualmente afetaria apenas uma fração do total dos donos de armas de fogo no país. No entanto, invocando a ameaça histórica de desarmamento, Spitzer diz, "o lobby das armas tem trabalhado para lançar um susto em proprietários de armas, a fim de atraí-los para o lado da NRA”.

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Data

Módulo IV - Lutas e revoluções Populares na América Latina nos séculos XIX, XX e XXI

 

 

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- Módulo Destaque Cultural

Biografia    Severino Dias de Oliveira  26/5/1930 Itabaiana, PB  14/12/2006 João Pessoa, PB  - Instrumentista. Arranjador.  Compositor. Acordeonista. Violonista. Guitarrista. Pianista. Percussionista. Nasceu numa família de sapateiros e aprendeu a tocar sanfona ainda criança, quando, aos nove anos de idade, ganhou dos pais a primeira sanfona. Em 25 de maio de 2003, voltou para seu Estado natal, Paraíba, e fixou domicílio na cidade de João Pessoa. Faleceu na cidade de João Pessoa no dia 14 de dezembro de 2006, depois de lutar trinta e dois anos contra um câncer que o acometia desde 1968.

 

Biografia     Cyro Monteiro  28/5/1913 Rio de Janeiro, RJ -  13/7/1973 Rio de Janeiro, RJ - Cantor. Compositor. Nasceu no subúrbio carioca do Rocha, em uma família de nove irmãos, todos com nomes começados com "C". Seu pai era dentista, capitão do Exército e funcionário público. Sobrinho do grande pianista de samba Nonô (Romualdo Peixoto, conhecido como o "Chopin do samba"), também primo de Cauby Peixoto, de Araken Peixoto, de Andyara Peixoto e do pianista Moacyr Peixoto, passou a infância e a juventude em Niterói(RJ), para onde se mudou com a família quando tinha apenas dois anos. Estudou no Grupo Escolar Alberto Brandão, na Escola Profissional Washington Luís e posteriormente no Instituto de Humanidades. Marcou época com sua voz, seu ritmo e sua capacidade de modular e improvisar. Ficou conhecido por sua grande simpatia, bondade e capacidade de fazer amigos. Na juventude, conviveu na Confeitaria Guanabara com músicos e boêmios como seu tio Nonô, Valfrido Silva, Mário Travassos de Araújo, Dutrinha, Gadé e Ary Frazão.

 

Biografia   Edson Fagundes  28/5/1939 São Paulo, SP  -  18/2/2003 Nova Iguaçu, RJ - Cantor. Compositor. Pertenceu à Ala dos Compositores da Portela. Durante dez anos foi puxador de samba na escola. Faleceu em fevereiro de 2003, sendo seu corpo velado na quadra da Escola de Samba Leão de Nova Iguaçu, cidade onde morou os últimos anos de vida.

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Módulo VI - Relação completa dos aniversariantes da semana.



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  Intervalo compreendido do dia 22 a 28/05

22

23

24

 Aquiles (72 anos)
 Armandinho (67 anos)
 Geraldo Babão (32 anos)
 Hermes Aquino (71 anos)
 João Chaves (133 anos)
 Marambá (124 anos)
 Márcio Catunda (63 anos)
 Roger Henri (65 anos)
 Sophia Abrahão (29 anos)
 Zé Rodrix (11 anos)
 Élcio Beloti (49 anos)

 Arrelia (15 anos)
 Arthur de Oliveira (10 anos)
 César Roldão Vieira (76 anos)
 Ian Guest (80 anos)
 Lan Lan (52 anos)
 Manezinho Araújo (27 anos)
 Mário Rossi 109 anos)
 Sant'Anna (37 anos)
 Sílvio Caldas (112 anos)
 Thiagu Gentil (38 anos)

 Alcyr Pires Vermelho (26 anos)
 Baptista Júnior (77 anos)
 Bernardo Bessler (66 anos)
 Chacal (69 anos)
 Dario Lopes (85 anos)
 David Ganc (62 anos)
 Luis Filipe de Lima (53 anos)
 Luiz Guima (62 anos)
 Martinez Grau (123 anos)
 Nito Lima (54 anos)
 Sereno do Cacique (68 anos)
 Willians Pereira (52 anos)
 Zé do Maranhão (83 anos)

25

26

27

 Adolfo Passos (137 anos)
 Bruna Viola (27 anos)
 Carim Mussi (92 anos)
 Chico Alves (52 anos)
 Dido Santos (65 anos)
 Jota Efegê (33 anos)
 Luedji Luna (33 anos)
 Luiz Carlos Borges (67 anos)
 Luiz Eça (28 anos)
 Maurício Ramalho (47 anos)
 Muraro (117 anos)
 Paraguassu (130 anos)
 Paulinho Costa (2 anos)
 Pedrinho da Flor (72 anos)
 Prêntice (15 anos)
 Renata Swoboda (38 anos)
 Rita Ribeiro (76 anos)
 Tia Amélia (123 anos)

 Alex Rocha (52 anos)
 Almir Chediak (17 anos)
 Flávio Cavalcanti (34 anos)
 Horondino José da Silva (14 anos)
 Juju Fontoura
 Osvaldo Santiago (118 anos)
 Rogéria (7 anos)
 Sivuca (90 anos)
 Tony Tornado (90 anos)

 Blaya (33 anos)
 Carlos Pena Filho (91 anos)
 Carolina Cardoso de Menezes (104 anos)
 Felipe Ávila (63 anos)
 Gabriel Diniz (1 ano)
 Godinho (128 anos)
 Ivete Sangalo (48 anos)
 Osmar Milito (79 anos)
 Renato Rocha (59 anos)
 Sérgio Cabral (83 anos)

28

 Alexis Olintho (97 anos)  Antônio Carlos Miguel (66 anos)  Arto Lindsay (67 anos)  Beto Feitosa (44 anos)  Bruno Rian (39 anos)  Cláudio Roditi (74 anos)  Cyro Monteiro (107 anos)  Dedé da Portela (81 anos)  Gastão Formenti (46 anos)  Midian Almeida (45 anos)  Ricardo Rente (64 anos)  Rodrigo Delage (41 anos)  Silvio Vieira (121 anos)  Tereza Espanha (60 anos)  Vicente Amar (8 anos)  Waldir Silva (87 anos)

Módulo VII

Internacional

Há vida pós–pandemia

Em conjunto ou individualmente, vários países traçam planos para a retomada econômica após meses de isolamento social. Voltar de forma responsável é necessário para evitar uma segunda onda de contaminação, que poderia aumentar o tombo já esperado nas economias de todo o mundo.

Jaqueline Mendes

15/05/20 - 10h30

Nos últimos dias, as margens do rio Sena, em Paris, nem de longe lembravam o cenário de abandono observado desde o início de março, quando o governo francês impôs regras rígidas de isolamento social diante do avanço da Covid-19. Repleta de casais, crianças e pessoas praticando atividades físicas, a capital francesa parecia ter voltado à normalidade. Das quase 290 mil mortes pela doença em todo o mundo neste ano, 26,7 mil foram em território francês. Agora, a percepção é de que o pior já passou – e é hora de começar, com cautela, a voltar à vida. “Graças a vocês, o vírus regrediu.

Mas ainda está lá. Salve vidas, tome cuidado”, afirmou o presidente francês Emmanuel Macron, em postagem em uma rede social. Na quarta-feira 13, mais de 80% das escolas francesas reiniciaram as atividades presenciais. “Se a retomada for executada de forma responsável e gradual, reduziremos os riscos de uma segunda onda de contaminação”, disse Macron. A exemplo do que está acontecendo na França, países como Espanha, Bélgica e Turquia deram início aos primeiros passos rumo à normalidade, flexibilizando grande parte das restrições impostas pelo coronavírus. As aglomerações em espaços públicos e reuniões com mais de dez pessoas continuam proibidas, mas o ambiente está mais leve, dia após dia.

ANGELA MERKEL: A chanceler alemã foi dura no isolamento no início da crise. Agora,
o país europeu começa a fazer planos de afrouxamento das limitações sociais, assim como a França. (Crédito:Filip Singer)

Na Alemanha, maior economia da Europa, a chanceler Ângela Merkel fechou um acordo nacional, com governadores e líderes das regiões mais populosas, para a reabertura de lojas, shoppings e escolas. As viagens a negócios e as permissões para reuniões, inclusive com estrangeiros, estão liberadas. O campeonato nacional de futebol, a multimilionária Bundesliga, vai retomar o calendário, inicialmente de portões fechados. Nos próximos dias, até piscinas e saunas, com número controlado de visitantes, deverão estar autorizadas a funcionar. As medidas de flexibilização poderão ser suspensas, caso o número de mortes volte a superar a proporção de 50 para cada 100 mil habitantes. “Percebo que a disciplina e o comprometimento da população alemã, que seguiu à risca as recomendações de Merkel, contribuíram para que o fim do isolamento pudesse ser antecipado e os negócios entre as empresas retomados”, afirma o economista Maurício Teixeira dos Santos, especialista em negócios bancários e financeiros no escritório Cescon Barrieu, em São Paulo. “Mesmo com muitos alemães acreditando que a Covid-19 não passa de uma conspiração, como acontece muito no Brasil, a forte cultura de comunidade entre os cidadãos está tirando o país mais cedo da crise.”

O governo japonês também estuda acabar, ainda este mês, com o Estado de Emergência decretado em 34 províncias do país. Como o número de casos começou a diminuir desde a semana passada, e os hospitais estão com estrutura ociosa em UTIs, a ideia de flexibilizar o isolamento vem ganhando força. Os governadores, contudo, mantêm incentivos para que os cidadãos evitem sair de casa sem necessidade. O ministro da Revitalização Econômica, Yasutoshi Nishimura, disse que, mesmo com a remoção do Estado de Emergência, não significa que as pessoas poderão agir livremente.

 

JACINDA ARDEN: A primeira-ministra da Nova Zelândia traça planos para retomar o turismo estudantil no país.

Foto: Divulgação

Foto: Hagen Hopkins

 

 

UNIÃO Enquanto muitos governos traçam seus planos individualmente, há um esforço para a definição de planos conjuntos. Um time de sete países que tiveram sucesso em conter a pandemia do novo coronavírus está consolidando uma aliança para reativar as economias com um incentivo ao comércio e ao turismo entre eles. Estão nesse grupo Áustria, Austrália, Israel, República Tcheca, Dinamarca, Grécia e Nova Zelândia, todos com grande dependência do turismo no PIB. O acordo tem como foco permitir viagens entre pessoas dessas nações, na esperança de que a medida alivie parte das perdas provocadas pelos fechamentos de fronteiras e proibição de voos internacionais. “Nossos países reagiram cedo, com força, e agora estamos em uma posição melhor”, afirmou o primeiro-ministro da Áustria, Sebastian Kurz, um dos idealizadores da aliança, na última semana, durante o primeiro encontro virtual entre os líderes desses países.

Assim como o turismo, a grande preocupação dos países mais desenvolvidos é com os prejuízos causados ao setor da educação. Na Austrália e Nova Zelândia, por exemplo, o mercado de intercâmbio estudantil representa cerca de 30% das receitas da economia vinda com os estrangeiros. Na França, que ficou com suas universidades e museus fechados por quase três meses, o governo deu sinal verde para a volta das atividades, mas sob um rigoroso protocolo de distanciamento. As salas de aula em países como Croácia, Holanda, Suíça, Grécia e Sérvia devem voltar à normalidade em junho, enquanto Dinamarca e Noruega já reiniciaram as aulas presenciais. “O mundo teme uma recessão mais pesada, e o setor da educação é fundamental dentro de um processo de reativação da economia”, diz Adriano Mussa, sócio e reitor da Saint Paul Escola de Negócios, que tem unidades em São Paulo e Fortaleza, e que está com as aulas presenciais suspensas desde 13 de março. “No Brasil, não será diferente. A volta dos investimentos deve retornar com mais vigor só depois do fim da pandemia.”
Embora alguns países estejam definindo estratégias conjuntas para o fim do isolamento social, há critérios bem claros para isso, e sem data para acabar. O grupo Áustria, Austrália, Israel, República Tcheca, Dinamarca, Grécia e Nova Zelândia estabeleceu que, para abrir o comércio e as viagens entre eles, será obrigatório o uso de máscaras, além da adoção de políticas de testes em massa, manutenção do distanciamento social em bares e restaurantes e permanência das fronteiras fechadas para países onde o vírus ainda circule com rapidez. Os líderes dos sete países defendem ainda ampliar a produção de testes, vacinas e equipamentos de proteção para diminuir a dependência da China.

DESCONFINAMENTO A aliança recebeu críticas, principalmente da Europa. Quatro dos países do grupo são membros da União Europeia, que fechou suas fronteiras para estrangeiros e trabalha em uma agenda própria de reabertura pós-pandemia. “Precisamos de critérios comuns na Europa sobre como restaurar a liberdade de movimento”, disse o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas. “Um concurso europeu de quem primeiro permite viagens turísticas nos levará a enfrentar riscos injustificáveis”. A Alemanha foi convidada a participar da primeira reunião da aliança, mas preferiu ficar de fora.

A própria Organização Mundial da Saúde (OMS), a maior defensora dos lockdowns e das políticas de isolamento social mundo afora, comemorou o início do desconfinamento. A instituição, no entanto, pediu atenção nos desdobramentos da doença ao longo do processo. O diretor do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Michael Ryan, cobrou precaução e vigilância, principalmente em razão de alguns países não terem investido no aumento da capacidade de atendimento dos sistemas públicos de saúde. “Se a doença persistir em um nível baixo nos países que não têm capacidade de detectar os focos e identificá-los, existe o risco de a doença reaparecer”, afirmou Ryan.

 

Economias na UTI

Mesmo com os planos de retomada pós-pandemia, a verdade é que os países ainda não possuem dimensão do impacto que todas as medidas de isolamento vão causar na economia. Um sinal, no entanto, foi repassado na última terça-feira 12 pela OCDE (organização que reúne 37 das maiores economias do mundo). Por meio do CLI, uma espécie de termômetro do humor de consumidores e empresários, a queda da confiança na economia foi sensível. Na comparação com o índice de abril de 2019, a Rússia teve a maior queda, de 9,17%, seguida pelo Reino Unido, com 7,93%, e o Brasil, com 7,82%. Na quarta-feira 13 outro número alarmante da OCDE: a taxa de desemprego nos países membros passou de 5,2% em fevereiro para 5,6%, antes do pico do doença no mundo. “Os dados iniciais de abril sinalizam um aumento sem precedentes”, afirmou a organização.

O número de desempregados na área da OCDE, que agora inclui a Colômbia, aumentou em 2,1 milhões, para um total de 37 milhões em março. O aumento foi particularmente acentuado entre mulheres e jovens de 15 a 24 anos: subiu 1,0 ponto percentual, para 12,2%. Há ainda graves problemas no horizonte da maior economia mundo, os Estados Unidos, na quarta-feira o Federal Reserve (banco central norte-americano) estimou que a retomada será longa. Bancos e consultorias internacionais já falam em uma queda de 5% no Produto Interno Bruto do ano e o desemprego podendo ultrapassar os 25% da população economicamente ativa. Com todos esses desafios, ainda haja vida pós pandemia, há grandes chances dela ficar na UTI por alguns trimestres. 

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Módulo VII_I

 Psiquiatra explica por que algumas pessoas cumprem isolamento e outras não

 

Pesquisa de doutoranda da UnB também ajuda a entender perfil de quem fura a quarentena

 

HUGO BARRETO/METRÓPOLES

 

REBECA OLIVEIRA rebeca.oliveira@metropoles.com 

  1. O avô que insiste em jogar dominó na praça. A amiga que tem promovido festas escondidas. 
  2. A vizinha que sai de hora em hora para ir ao mercado ou à feira. 

Jéssica Farias, estudante de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações da Universidade de Brasília (UnB) constatou que renda, status profissional e posição política são fatores fundamentais e que fazem um indivíduo decidir sair às ruas, mesmo sem nenhuma necessidade.

A doutorando ouviu 2.056 entrevistados de 25 unidades da Federação, com idades entre 18 e 88 anos, das cinco regiões do país. A constatação principal é que estudantes, pessoas de baixa renda, com posicionamento político de direita e desempregados são mais propensos a furar a quarentena.

Para o psiquiatra Luan Marques, o não cumprimento do isolamento também pode ser explicado pelo viés psicológico. Muitas pessoas estão passando, atualmente, pela fase da negação. Nesse grupo, é normal atitudes como defender que notícias verídicas são fake ou desacreditar no número de vítimas ou mortos por Covid-19, que segue em curva crescente. 

“A reação emocional mais comum frente ao novo ou desconhecido é a negação, que aconteceu enquanto o vírus estava em países Europeus e China. Observamos, naquele período inicial do primeiro decreto, um movimento de dúvida e desconfiança de quanto as medidas eram necessárias ou se não eram um exagero. Após o aumento de casos, um medo real tomou conta, o que facilitou o cumprimento das medidas de isolamento social”, explica Luan, professor colaborador da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB).

Para o psiquiatra, os obstáculos enfrentados para o cumprimento das medidas se relacionam basicamente aos desafios que o próprio isolamento traz. “Os brasileiros, em sua maioria, têm como característica a relação próxima com o outro, o contato, o abraço e o que parecia ser fácil, revelou-se uma tarefa muito difícil”, argumenta.

Ele pontua que a informalidade e os medos advindos dos riscos econômicos do isolamento pressionaram para que a camada mais vulnerável da população continuasse muitas atividades. “Uma boa política que garanta renda para essa população contribuiria no manejo desses medos”, defende.


Ansiedade

Outra questão importante a se levar em conta é a ansiedade. Em 2019, o Brasil foi apontado pela Organização Mundial da Saúde como o país mais ansioso do mundo. Esse sentimento relaciona-se a medos de incertezas e, de acordo com o especialista, “pode contribuir para uma maior desconfiança das medidas mais rígidas e facilitar seu descumprimento.”

Independemente do perfil, ele orienta, a quem ainda cogita furar o isolamento sem necessidade, fugir de atitudes impulsivas. É hora de agir com maturidade.

Mas, e quando quem descumpre a regra são os idosos? “Quanto mais velhos, mais dificuldade temos de modificar um comportamento. Por isso, observo forte resistência enfrentada em convencer alguns idosos, o grupo mais vulnerável, a tomarem parte das medidas de isolamento social”, diz.

“Nunca foi tão necessário um movimento de consciência coletiva. Temos que respeitar e ajudar o outros nas barreiras que o dificultam de se manter em isolamento, que é a medida mais eficaz apontada pela ciência para conter o colapso do serviço de saúde e evitar mortes”, finaliza. 

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Módulo VII_II 

EUA anunciam proibição de entrada de viajantes vindos do Brasil por causa de coronavírus

Estrangeiros que tenham passado 14 dias no Brasil não poderão ingressar no país, com algumas exceções, segundo decreto assinado pelo presidente Donald Trump.  Por G1 

O presidente dos EUA, Donald Trump, fala a jornalistas na Casa Branca, em Washington, na terça-feira (19) — Foto: Reuters/Yuri Gripas

Os Estados Unidos anunciaram neste domingo (24) que irão barrar a entrada de pessoas vindas do Brasil por causa da pandemia de coronavírus, através de um decreto assinado pelo presidente Donald Trump. A entrada passa a ser proibida a partir do dia 29 de maio.

Trump já havia cogitado tomar a medida há alguns dias, devido ao aumento do número de casos no Brasil, que ocupa o segundo lugar entre os países com mais pessoas contaminadas, atrás justamente dos EUA.

 

"Estamos considerando isso", disse Trump a repórteres na Casa Branca, em 19 de maio. "Não quero que as pessoas venham aqui e infectem o nosso povo", afirmou.

EUA proíbem entrada de brasileiros no país

 

 "Hoje o presidente tomou a ação decisiva para proteger nosso país, ao suspender a entrada de estrangeiros que estiveram no país durante um período de 14 dias antes de buscar a admissão nos Estados Unidos", diz um comunicado deste domingo da secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany.

 

“A ação de hoje irá garantir que estrangeiros que estiveram no Brasil não se tornem uma fonte adicional de infecções em nosso país. Essas novas restrições não se aplicam aos voos comerciais entre os EUA e o Brasil", acrescenta a nota.

 Segundo uma alta autoridade do governo, "o presidente conversou com o presidente Jair Bolsonaro duas vezes nos últimos dois meses sobre sua luta compartilhada contra o Covid-19. Agradecemos a resposta regional em andamento do Brasil e dos países parceiros dos EUA para ajudar a proteger os interesses públicos dos Estados Unidos e de seu povo".

 "Os Estados Unidos apreciam a estreita coordenação do Governo do Brasil no combate à pandemia e reconhecem seus esforços para fazê-lo dentro de seu país"

 "Os Estados Unidos doarão 1.000 ventiladores para o Brasil para ajudar nas necessidades de saúde. Essas restrições de viagem são projetadas para proteger os cidadãos dos Estados Unidos e do Brasil e não refletem de forma alguma uma redução no forte relacionamento bilateral entre nossos dois países", diz o comunicado.

A cada semana, mais de 1.500 passageiros chegam a aeroportos dos EUA vindos do Brasil. Entre 11 e 17 de maio, cerca de 1.800 viajantes do Brasil entraram nos Estados Unidos.

Os voos entre os dois países no momento estão bastante reduzidos. Atualmente, os únicos estados dos EUA que ainda operam voos com origem e destino ao Brasil são Texas e Flórida.

 Exceções

A restrição não será aplicada a pessoas que residam nos Estados Unidos ou sejam casadas com um cidadão americano ou que tenha residência permanente no país, Filhos ou irmãos de americanos ou residentes permanentes também poderão entrar, desde que tenham menos de 21 anos.

Membros de tripulações de companhias aéreas ou pessoas que ingressem no país a convite do governo dos EUA também estão isentas da proibição.

Neste domingo, os Estados Unidos resgitravam 1.635.192 casos de Covid-19 e 97.599 mortes pela doença, segundo a universidade Johns Hopkins. Já o Brasil tinha 347.398 casos e 22.013 mortes.

Poucos voos

Trump falou em restringir a entrada de viajantes do Brasil pela primeira vez em 28 de abril, quando disse que acompanhava "de perto" o que chamou de "surto sério" de novo coronavírus no Brasil.

"O Brasil tem um surto sério, como vocês sabem. Eles também foram em outra direção que outros países da América do Sul, se você olhar os dados, vai ver o que aconteceu infelizmente com o Brasil", disse Trump naquele dia.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, estava na reunião com Trump e disse que ainda não via necessidade de suspender de vez os voos de Miami e Fort Lauderdale ao Brasil. Porém, o presidente insistiu: "Se precisar [interromper voos], nos avise".

No dia seguinte, porém, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou que queria retomar as viagens aéreas entre Brasil e Estados Unidos - que estão bastante reduzidas - para "recuperar a economia".

 

'Nada específico'

Filipe Martins, assessor especial da presidência brasileira para assuntos internacionais, usou seu perfil em uma rede social para comentar o decreto de Trump.

"Ao banir temporariamente a entrada de brasileiros nos EUA, o governo americano está seguindo parâmetros quantitativos previamente estabelecidos, que alcançam naturalmente um país tão populoso quanto o nosso. Não há nada específico contra o Brasil. Ignorem a histeria da imprensa", escreveu.

CORONAVÍRUS

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DONALD TRUMP - ESTADOS UNIDOS

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Módulo VII_III

https://pt.wikipedia.org/wiki/Noite_dos_Cristais

Kristallnacht (pronúncia em alemão: [kʁɪsˈtalnaχt]), Reichskristallnacht [ˌʁaɪçs.kʁɪsˈtalnaχt], Reichspogromnacht [ˌʁaɪçs.poˈɡʁoːmnaχt], Pogromnacht [poˈɡʁoːmnaχt] ( escutar (ajuda·info)) ou Novemberpogrome [noˈvɛmbɐpoɡʁoːmə] ( escutar (ajuda·info)), designada em português por Noite dos Cristais, Noite de Cristal ou Noite de Cristal do Reich, foi um pogrom contra os judeus pela Alemanha Nazi na noite de 9–10 de Novembro de 1938, levada a cabo pelas forças paramilitares das SA e por civis alemães. As autoridades alemãs olharam para o acontecimento sem, no entanto, intervir.[1][2] O nome Kristallnacht deve-se aos milhões de pedaços de vidro partidos que encheram as ruas depois das janelas das lojas, edifícios e sinagogas judaicas terem sido partidas .[3]

As estimativas sobre o número de vítimas causadas pela violência variam. Os primeiros relatos indicavam que 36 judeus tinham sido mortos durante os ataques.[3] Mais recentemente, as análises ao progrom efectuadas a documentos académicos feitas por historiadores como Richard J. Evans, refere um valor mais elevado, cerca de 91 mortos. Quando se inclui as mortes posteriores, devido a maus tratos, dos judeus detidos, e suicídios, o número de mortos ascende a centenas. Para além das vitimas mortas, cerca de 30 000 judeus foram detidos e enviados para campos de concentração.[3]

As casas dos cidadãos judeus, hospitais e escolas foram pilhados e deitados abaixo pelos atacantes com o recurso a marretas.[4] Mais de mil sinagogas foram incendiadas (95 só em Viena) e mais de sete mil negócios foram destruídos ou danificados.[5][6] Martin Gilbert escreve que mais nenhum acontecimento na história dos judeus alemães entre 1933 e 1945 foi tão difundido à medida que ia acontecendo, e os relatos dos jornalistas estrangeiros a trabalhar na Alemanha causaram ondas de choque em todo o mundo.[4] O Times escreveu na altura: "Nenhum propagandista estrangeiro se dedicou a enegrecer a Alemanha antes que o mundo pudesse superar o número de incêndios e espancamentos, de assaltos violentos a pessoas indefesas e inocentes, que desonraram aquele país ontem."[7]

O pretexto para os ataques foi o assassinato do diplomata alemão Ernst vom Rath por Herschel Grynszpan, um polaco judeu nascido na Alemanha a viver em Paris. À Noite de Cristal seguiram-se perseguições económicas e politicas aos judeus, vistas pelos historiadores como uma parte da mais abrangente política racial da Alemanha nazi, e o início da Solução Final e do Holocausto.[8]

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https://valor.globo.com/politica/noticia/2020/05/26/barroso-diz-que-deve-pautar-acao-que-pede-a-cassacao-da-chapa-bolsonaro-mourao.ghtml

https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2020/05/25/interna_politica,1150564/com-discurso-cheio-de-recados-ao-governo-bolsonaro-barroso-assume-tse.shtml

TROCA DE COMANDO

Com discurso cheio de 'recados' ao governo Bolsonaro, Barroso toma posse no TSE

Na solenidade virtual, ministro disse que é preciso 'armar o povo com educação, cultura e ciência'


HM Humberto Martins

postado em 25/05/2020 20:13 / atualizado em 25/05/2020 21:07

Ministro Luís Roberto Barroso, novo presidente do TSE (foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, iniciou nesta segunda-feira sua dupla jornada no Poder Judiciário. Ele tomou posse como novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral e aproveitou seu discurso para mandar uma série de recados ao governo federal.

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A mais contundente foi relacionada à educação, quatro dias depois da divulgação do vídeo da reunião em que Abraham Weintraub, ministro da Educação pregou a prisão de “vagabundos”, “começando no STF”.

Nesta segunda, Barroso disse que a educação não pode ser capturada pela “mediocridade” e pela “grosseria”.

“A falta de educação produz vidas menos iluminadas, trabalhadores menos produtivos e um número limitado de pessoas capazes de pensar criativamente um país melhor e maior. A educação, mais que tudo, não pode ser capturada pela mediocridade, pela grosseria e por visões pré-iluministas do mundo”, disse o novo presidente do TSE.

O verbo escolhido por Barroso em sua fala também pode ser interpretado como uma indireta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), defensor ferrenho do armamento da população. “Precisamos armar o povo com educação, cultura e ciência”, afirmou Barroso.

Na já citada reunião ministerial do dia 22 de abril, Bolsonaro se manifestou sobre o tema da seguinte maneira: 
“Como é fácil impor uma ditadura no Brasil. Como é fácil. O povo tá dentro de casa. Por isso que eu quero, ministro da Justiça e ministro da Defesa, que o povo se arme!

Barroso assume a presidência do TSE no lugar de Rosa Weber e ficará no cargo até fevereiro de 2022. O ministro Edson Fachin será o novo vice. A solenidade de posse foi realizada por videoconferência, em razão da pandemia de COVID-19.

Respeito entre poderes

Nos últimos meses, durante a pandemia da COVID-19, o presidente Jair Bolsonaro disparou, quase que diariamente – por vezes até mais de uma vez por dia – ataques a membros do Legislativo (como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia) e Judiciário (como o ministro Alexandre de Moraes, do STF).

Durante uma manifestação em que vários de seus apoiadores seguiram na mesma tônica – atacando Congresso e STF – Bolsonaro chegou a dar uma espécie de ultimato aos demais poderes da República: “Chegamos no limite. Não tem mais conversa”.

Nesta segunda, Barroso disse que o Judiciário pode sim ser alvo de críticas, mas rechaçou o “ataque destrutivo” a instituições que, segundo ele, levaram o país a duas longas ditaduras.


“Nós já percorremos e derrotamos os ciclos do atraso. Hoje, vivemos sob o reinado da Constituição, cujo intérprete final é o STF. Como qualquer instituição em uma democracia, o Supremo está sujeito à crítica pública e deve estar aberto ao sentimento da sociedade. Cabe lembrar, porém, que o ataque destrutivo às instituições, a pretexto de salvá-las, depurá-las ou expurgá-las, já nos trouxe duas longas ditaduras na República. São feridas profundas na nossa história, que ninguém há de querer reabrir”, disse o novo presidente do TSE.

Fake News

Luís Roberto Barroso também fez referência às “milícias digitais”, que  disseminam fake news (informações falsas), sobretudo em período eleitoral.

Nas palavras do novo presidente do TSE, “são terroristas virtuais que utilizam como tática a violência moral, em lugar de participarem do debate de ideias de maneira limpa e construtiva”.

Barroso também exaltou o trabalho da imprensa, que realiza trabalho de apuração para produzir notícia entre a infinidade de informações disponíveis na atualidade.


Mais que nunca, nós precisaremos de imprensa profissional, que se move pelos princípios éticos do jornalismo responsável, capaz de separar fato de opinião, e de filtrar a enorme quantidade de resíduos que circula pelas redes sociais”, declarou.

Neste ponto, o discurso de Barroso não se dirige – direta ou indiretamente – ao governo federal, mas toca num ponto que envolve a família do presidente. No final de abril, o jornalista Vicente Nunes, do Correio Braziliense, noticiou que a Polícia Federal investiga Carlos Bolsonaro, filho do presidente, por supostamente chefiar um esquema de divulgação de informações falsas.

Barroso também citou que as gigantes mantenedoras das plataformas digitais e redes sociais atuem no combate à propagação de informações falsas na internet. “As plataformas digitais – como Google, Facebook, Instagram, Twitter e Whatsapp – podem se valer da própria tecnologia e de suas políticas de uso para neutralizar a atuação de robôs e comportamentos inusuais”, disse.

No final de março, Twitter, Facebook e Instagram apagaram da rede  publicações de Bolsonaro por violar "padrões da comunidade, que não permitem desinformação que possa causar danos reais às pessoas".

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Realizado em domingo, 28 de maio de 2020


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