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Vinheta |
EDITORIAL:Reuniião no BarNalto – Política de Estado x Política de Governo. |
28/05/2020
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Ivan Luiz Jornalista – Reg. CPJ 38.690 - RJ –1977. |
Módulo I O desafio teórico da esquerda latino-americana |
Módulo II Haverá uma greve geral? |
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Módulo III Hitler realmente foi um fã do controle de armas? |
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Módulo IV Lutas e Revoluções na América Latina Séculos XIX, XX e XXI ... |
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Módulo V - Homenageados na cultura brasileira, destaque para Sivuca (90 anos) – 26 - Cyro Monteiro (107 anos) - Dedé da Portela (81 anos) 28 - |
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Módulo VI Relação completa dos aniversariantes de 22 a 28/05 |
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Módulo VII – Há vida pós-pandemia |
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Módulo VII_I Psiquiatra explica por que algumas pessoas cumprem isolamento e outras não |
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Módulo VII_II EUA anunciam proibição de entrada de viajantes vindos do Brasil por causa de coronavirus |
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Especial para:Com discurso cheio de 'recados' ao governo Bolsonaro, Barroso toma posse no TSE |
- O Estado se apresenta como uma unidade básica social com território definido e com uma nação constituída pela coletividade que habita determinada localidade, genericamente entendida como um povo. Atualmente, a principal forma de organização política dá-se por meio do Estado Moderno. A sociedade civil, legitimadora e financiadora do Estado, o credencia a administrar as questões mais importantes do convívio social e, em nome da ordem, concede também a ele o direito de ser a única instituição a poder fazer o uso legítimo da força física conforme destacou Max Weber (ALBINO, 2016).
- Por Governo, entende-se o conjunto de indivíduos que ocupam, na cúpula do Estado, posições de
decisão administrativa e política e que orientam os rumos da sociedade
(RODRIGUES, 2010). Ao participar do governo, os indivíduos participam do
ciclo das políticas públicas – definição da agenda política, elaboração,
implementação e avaliação. Sendo assim, escolhem dentre diversas alternativas
quais serão as políticas e as ações a serem praticadas pelo governo para o
alcance de objetivos preestabelecidos. Tratando-se de um governo
democrático, as preferências e interesses passam a ser constantemente
negociadas, e envolve os interesses de diversos atores que compõem o
aparato estatal.
- As políticas públicas podem
ser entendidas como a maneira pela qual o Estado atua para amenizar os
conflitos e desigualdades sociais. Elas são desenhadas a partir do
relacionamento e dos interesses existentes entre várias camadas da
sociedade. Nesse processo, os atores políticos possuem importante
participação para a focalização e destinação de recursos públicos para
determinada política pública. Além disso, é importante salientar que a
implementação das políticas públicas nas sociedades capitalistas também
está sujeita a interferência de cenários macroeconômicos de crise ou
estabilidade (MOTA, 2014).
- Durante o ciclo das
políticas públicas, atores públicos, compreendidos como os gestores
públicos, juízes, burocratas, políticos e outras instituições do Governo,
referem-se aos que de fato podem decidir sobre o encaminhamento das
políticas. Atores privados, por exemplo, consumidores, empresários,
trabalhadores, corporações, centrais sindicais, mídia, entidades do
terceiro setor, dentre outros, são aqueles que têm poder para direcionar a
formatação das políticas e exercer influências sobre os agentes públicos.
Fonte: Aqui
Política, Estado e Governo: o que é e para que serve o Estado?, por Antônio Augusto de Queiroz
Por Lourdes Nassif - 21/09/2018 - do Diap
Política, Estado e Governo: o que é e para que serve o EstadoTrata-se, pois, de forma organizacional cujo significado é de natureza política. É entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada.
por Antônio Augusto de Queiroz
O Estado, entendido como a nação politicamente organizada, representa o povo, o território, o governo, os objetivos nacionais e a soberania. O Estado é o poder público em sentido amplo, formado por conjunto de instituições que controlam e administram uma nação, de forma soberana e de modo impessoal, estável e permanente.
Leia também: Política, Estado e Governo: o que é e para que serve a política?
A missão do Estado, por intermédio do governo, é executar ações, programas e projetos, com a prerrogativa de limitar a ação dos indivíduos em prol do bem comum e até mesmo fazer emprego da força física (coerção) para fazer valer suas decisões.
A diferença, do ponto de vista da liberdade, entre o Estado e os particulares
(privados) é que a ação do Estado é condicionada pelo princípio da legalidade,
ou seja, tudo é proibido, exceto o que a lei autoriza, enquanto no caso do
particular tudo é permitido, exceto o que a lei proíbe.
O Estado é soberano e nenhum poder, no âmbito do seu território, está acima dele, na medida em que determina quais são as normas válidas e tem o poder de constranger — inclusive fisicamente (coercitivamente) pelo uso do monopólio de punir — os destinatários da norma.
Portanto, o poder do Estado, em última
instância, é soberano e se sobrepõe aos demais agentes sociais, porque é o que
elabora, aplica e fiscaliza, subordinado apenas à Constituição que o rege, as
regras de convivência social.
Entretanto, é preciso ter claro que pela nossa Constituição todo poder emana do povo que, por intermédio dos titulares das instituições de Estados, elabora e
aplica as políticas públicas.
Por isso é dever do cidadão participar politicamente, inclusive para impor limites à ação do Estado.
A organização do Estado brasileiro adota o princípio da separação dos poderes em 3 níveis de governo (União, estados e municípios) e da separação dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
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Vinheta |
EDITORIAL: |
PODER PÚBLICO |
EXECUTIVO |
LEGISLATIVO |
JUDICIÁRIO |
Federal |
Presidente da República |
Congresso Nacional |
Conselho Nacional de Justiça, tribunais superiores, tribunais regionais e juízes de 1ª instância |
Estadual |
Governadores |
assembleias legislativas ou câmaras legislativas |
Tribunais
de Justiça e juízes de 1ª Instância |
Municipal |
Prefeitos |
câmaras
de vereadores |
– |
Embora o poder do Estado seja uno, existe
separação da funções entre os 3 poderes. Assim, para atingir seus objetivos, o
Estado se vale dos 3 poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), sendo os
titulares de 2 deles eleitos diretamente pela população: no Poder Executivo — o
prefeito, o governador e o presidente da República; e no Poder Legislativo — os
vereadores, os deputados estaduais, os deputados federais e os senadores.
O Estado moderno, por intermédio dos poderes,
tem por missão organizar a vida em sociedade, e, para tanto, exerce 5
macrofunções, que são:
1) funções políticas, que consistem na
definição de direitos e deveres dos cidadãos, assim como a relação entre
pessoas e entre estas e as instituições;
2) funções executivas, voltadas para a implementação das políticas públicas;
3) funções jurisdicionarias, direcionadas à
solução de litígios;
4) funções fiscalizadoras, destinadas à garantia
do cumprimento da ordem jurídica e da regulação estatal; e
5) funções de defesa da ordem e integridade territorial.
Leia também: Defenestrar o terrorista virótico, por Francisco Celso Calmon
Assim, cabe ao Estado — mediante o manejo das
instituições que o compõem — elaborar e aplicar as leis, definir, entre outras
coisas, a carga tributária, a forma como deve ser gasto o dinheiro arrecadado
com os tributos cobrados obrigatoriamente de todos, como são fixadas as tarifas
públicas (IPTU, IPVA, taxa de iluminação pública, serviço de esgoto, etc), os
limites ao direito de propriedade, os meios para garantir o exercício de
direitos pelos cidadãos, enfim, as regras que regem a sociedade.
Ou seja, o Estado, sempre por meio dos
governantes, é que administra os recursos, elabora e aplica as políticas
públicas em todas as relações humanas, especialmente nas arenas regulatória
(definição de tarifas e preços), distributiva (saúde, educação, segurança,
transporte) e redistributiva (previdência, reforma agrária, entre outras).
Nessa sua missão, o Estado recebe influência de 3 agentes sociais:
1) a alta tecnoburocracia operando no seu
interior,
2) as classes ou elites dirigentes, formada
pelos grandes empresários, pelos intelectuais de todos os tipos, e pelos
chamados políticos e líderes corporativos, e
3) a sociedade civil como um todo, que engloba os 2 primeiros, mas é mais ampla
que os mesmos.
Por fim, o Estado é resultado do pacto
firmado em nível constitucional em cada país, e, no caso brasileiro, sua
finalidade é:
1) satisfazer necessidades humanas,
2) estruturar as interações e relações sociais, e
3) determinar, mediante regulação, os processo
de tomada de decisão. É, senão o maior, um dos maiores avanços civilizatórios
da Humanidade, e que permite que as relações sociais se deem sob a proteção de
instituições e pautadas pelo interesse coletivo, independentemente da vontade
ou humor do governante de plantão.
Fonte aqui
O desafio teórico
da esquerda latino-americana
A orfandade da estratégia
Continente de revoluções e de contra-revoluções, a América Latina
padece de pensamentos estratégicos que orientem processos políticos tão ricos e
diversifi cados, à altura dos desafios que enfrenta. Apesar de uma rica
capacidade analítica, de significativos processos de transformação e de
dirigentes revolucionários tão emblemáticos, o continente não produziu a teoria
de sua própria prática.
As três estratégias históricas da esquerda contaram com forças
vigorosas em sua liderança – partidos socialistas e comunistas, movimentos
nacionalistas, grupos guerrilheiros – e orientaram experiências de profunda
significação política – a Revolução Cubana, o governo de Salvador Allende, a
vitória sandinista, os governos pós-neoliberais na Venezuela, na Bolívia e no
Equador, a construção de poderes locais, como em Chiapas, e práticas de
orçamento participativo, das quais a mais importante ocorreu na cidade de Porto
Alegre. No entanto, não contamos com grandes sínteses estratégicas que nos
permitam usar balanços de cada uma dessas estratégias e um conjunto de
reflexões que favoreçam a formulação de novas propostas. O próprio fato de
essas três estratégias terem sido desenvolvidas por forças políticas distintas
fez com que não ocorressem processos comuns de acumulação, reflexão e síntese.
Enquanto tiveram existência realmente concreta, os partidos comunistas
promoveram processos de reflexão sobre suas próprias práticas. Durante sua
existência, a Organização Latino-Americana de Solidariedade (Olas) fez o mesmo
com os processos de luta armada; já os movimentos nacionalistas não
estabeleceram intercâmbios sufi cientes entre si para fomentar algo similar.
Hoje, as novas práticas têm permitido pouca elaboração teórica e
problematização crítica das novas realidades. As estratégias adotadas no
continente, sobretudo em seus primórdios, sofreram fortemente o peso dos
vínculos internacionais da esquerda latino-americana com os partidos comunistas
em especial, mas também com os socialdemocratas. A linha de “classe contra
classe”, por exemplo, implantada na segunda metade dos anos 1920 e que dificultou a compreensão das formas políticas concretas de resposta à crise de 1929
– das quais o governo de Getúlio Vargas no Brasil é apenas uma das expressões,
ao lado do efêmero governo socialista de doze dias no Chile e de manifestações
similares em Cuba –, foi uma importação direta da crise de isolamento da URSS
em relação aos governos da Europa ocidental, e não uma indução a partir das
condições concretas vigentes no continente.
As mobilizações lideradas por Farabundo Martí e por Augusto
Sandino nasceram das condições concretas de resistência à ocupação
norte-americana e expressaram formas de nacionalismo diretamente
anti-imperialista. Os processos de industrialização na Argentina, no Brasil e
no México apareceram como respostas à crise de 1929. Não se assentaram, pelo
menos inicialmente, em estratégias articuladas. A Comissão Econômica para a
América Latina e o Caribe (Cepal) teorizou situações de fato quando, já no
início do segundo pós-guerra, passou a elaborar a teoria da industrialização
substitutiva de importações e, ainda assim, era uma estratégia econômica.
Tampouco a Revolução Boliviana de 1952 elaborou uma linha de ação estratégica
própria, apenas pôs em prática reivindicações contidas, como a universalização
do voto, a reforma agrária e a nacionalização das minas.
Assim, nem o nacionalismo nem o reformismo tradicional assentaram
sua ação em estratégias, mas responderam a demandas econômicas, sociais e
políticas. Quando a Internacional Comunista definiu sua posição de Frentes
Antifascistas, em 1935, a aplicação da nova orientação chocou-se com as
condições concretas vividas pelos países da região. Se a linha de “classe
contra classe” respondia às condições particulares da URSS, a nova orientação
respondia à expansão de regimes fascistas na Europa. Nenhuma delas levava em
conta as condições da América Latina, assimilada à periferia colonial, sem
identidade particular.
Essa inadequação teve vários efeitos concretos. No caso do
movimento liderado por Luís Carlos Prestes, em 1935, ele esteve a cavalo entre
duas linhas: de um lado, organizava uma sublevação centrada em tenentes; de
outro, pregava não um governo operário-camponês, mas uma frente de libertação
nacional, já em resposta à linha mais ampla da Internacional Comunista. A forma
de luta correspondia à linha radical de “classe contra classe” e o objetivo
político, à frente democrática. O resultado foi que o movimento se isolou da
“Revolução de 30”, de caráter nacionalista e popular, dirigida por Getúlio
Vargas. A Frente Popular no Chile importava o lema “antifascista” sem que o
fascismo tivesse se expandido no continente. O que houve foi a transposição
mecânica do fascismo europeu para a América Latina, com todos os equívocos
correlatos. Lá, o fascismo identificou-se com o nacionalismo e o
antiliberalismo, sem nenhum sentido anti-imperialista. O nacionalismo europeu
foi marcado pelo chauvinismo, pela suposta superioridade de um Estado nacional
sobre os outros e pelo antiliberalismo, inclusive a democracia liberal. A
burguesia ascendente assumiu a ideologia liberal como instrumento para destravar
a livre circulação do capital contra as travas feudais.
Na América Latina, o nacionalismo reproduziu o antiliberalismo
politico e econômico, mas assumiu uma posição anti-imperialista, pela própria
inserção da região na periferia – no nosso caso, norte-americana, o que nos
situou no campo da esquerda. No entanto, as transferências mecânicas dos
esquemas europeus do fascismo e do antifascismo, naquele período, levaram
alguns partidos comunistas (no Brasil e na Argentina, por exemplo) a, em certos
momentos, caracterizar Juan Perón e Getúlio Vargas como reprodução do fascismo
na América Latina, portanto, identificados como os adversários mais ferrenhos
a ser combatidos. O Partido Comunista da Argentina, por exemplo, aliou-se
contra Perón, nas eleições de 1945, não apenas com o candidato liberal, do
Partido Radical, mas com a Igreja e a Embaixada norte americana, segundo a
orientação de que vale toda aliança contra o inimigo maior, isto é, o fascismo.
A confusão maior se dá não apenas em relação ao nacionalismo, mas
também ao liberalismo, que na Europa foi a ideologia da burguesia ascendente,
mas na América Latina as políticas de livre-comércio do liberalismo eram
assumidas pelas oligarquias primário-exportadoras. Não somente o nacionalismo
tem sinal trocado aqui, mas o liberalismo também. Foi esse fenômeno que
provocou a dissociação entre as questões sociais e as democráticas, e a
assunção das sociais pelo nacionalismo, em detrimento das democráticas. O
liberalismo sempre procurou apoderar-se da questão democrática, acusar os
governos nacionalistas de autoritários, totalitários e ditatoriais, enquanto
estes acusavam os liberais de governar para os ricos e de não ter sensibilidade
social, reivindicando para si a defesa da massa pobre da população.
Somente análises concretas de situações concretas, como as
desenvolvidas, entre outros, pelo peruano José Carlos Mariátegui, pelo cubano
Julio Antonio Mella, pelo chileno Luis Emilio Recabarren e pelo brasileiro Caio
Prado Jr., todos elas análises autônomas, que não foram levadas em conta pelas
direções dos partidos comunistas a que pertenciam seus autores –, teriam
permitido a apropriação das condições históricas específicas do continente e de
cada país. Predominaram as visões da Internacional Comunista, que contribuíram
para dificultar o enraizamento dos partidos comunistas nesses países.
Quando o nacionalismo foi assumido pela esquerda, foi como força
subordinada em alianças com lideranças populares, que representavam um bloco
pluriclassista. Esse longo período não foi teorizado pela esquerda. As alianças
e as concepções das frentes populares não davam conta desse novo fenômeno, em
que o anti-imperialismo substituía o antifascismo com características muitos
diferentes.
A Revolução Boliviana de 1952 foi objeto de disputa em sua
interpretação, porque continha elementos nacionalistas – como a nacionalização
das minas de estanho – e populares – como a reforma agrária. Mas a participação
ativa de milícias operárias, substituindo o Exército, a presença de uma aliança
operário-camponesa, e as reivindicações anticapitalistas permitiam teorizações
distintas do que havia embrionariamente naquele movimento pluriclassista: desde
um movimento nacionalista clássico, nacional e antioligárquico, até versões que
lhe dariam um caráter anticapitalista.
A Revolução Cubana pôde contar com dois tipos de análise: a de
Fidel, de tipo programático, em A história me absolverá* e a de Che, em A
Guerra de guerrilhas**, sobre a estratégia de construção da força
político-militar e de luta pelo poder. O texto que Fidel elaborou como defesa
no processo que moveram contra os atacantes do Quartel Moncada é uma
extraordinária análise de elaboração de um programa político a partir das
condições concretas da sociedade cubana da época. A análise de Che descreve
concretamente como a guerra de guerrilhas articulou a luta político-militar,
desde o núcleo guerrilheiro inicial até os grandes destacamentos que compuseram
o exército rebelde, resistiu à ofensiva do Exército regular e desatou a
ofensiva final que os levou à vitória.
Contudo, seja por não terem reflexão a respeito, seja para manter
o elemento surpresa – importante para a vitória – não houve elaboração pública
do caráter do movimento – se apenas nacionalista, se embrionariamente
anticapitalista. A Revolução Cubana foi constituindo, à luz dos enfrentamentos
concretos, sua estratégia de rápida passagem da fase democrática e nacional
para a fase anti-imperialista e anticapitalista, conforme impunha definições a
dinâmica entre revolução e contrarrevolução. Essa trajetória não foi tanto tema
de reflexão quanto as formas de luta, e em particular a Guerra de guerrilhas.
Esse foi o grande debate na América Latina depois do triunfo cubano: as formas
de luta. Via pacífica ou via armada? Guerra de guerrilhas rurais ou guerra
popular? Guerrilhas urbanas ou rurais? A articulação entre as questões nacional
e anti-imperialista com as anticapitalista e socialista foi menos discutida e
elaborada.
As experiências guerrilheiras reproduziram esse debate, da mesma
forma que o governo da Unidade Popular no Chile. Os governos nacionalistas
militares, em particular o governo peruano de Velasco Alvarado, mas também de
modo efêmero os do Equador e de Honduras, recolocaram a questão do
nacionalismo, mas seu caráter militar não propiciou sua teorização, tampouco
sua consideração como alternativa estratégica pela esquerda naquele momento. O
processo nicaraguense incorporou as experiências anteriores de estratégias de
luta pelo poder, elaborando uma plataforma de governo pouco definida, adaptada
a fatores novos, dos quais os mais importantes foram a incorporação dos
cristãos e das mulheres à militância revolucionária e uma política externa mais
flexível. Foi enfrentando empiricamente os obstáculos – em especial o assédio
militar dos Estados Unidos – que se encontrou, sem que tenha contribuído com
teorias sobre a prática desenvolvida.
Tanto quanto no caso da Unidade Popular, a experiência sandinista
foi objeto de vasta bibliografia, mas não se pode dizer que tenha levado a um
balanço estratégico claro, que pudesse deixar experiências para o conjunto da
esquerda. O debate sobre o Chile foi inserido nas discussões da esquerda em
escala mundial e, por isso, perdeu sua especificidade como fenômeno chileno e
latino-americano. Os debates sobre a Nicarágua, ao contrário, tenderam a
centrar-se em aspectos importantes, como, por exemplo, as questões éticas, mas
não produziram um balanço estratégico dos onze anos do governo sandinista.
No momento de maior fraqueza da esquerda no mundo, a esquerda brasileira
aparecia como exceção, na contramão das tendências gerais, sobretudo das
viradas regressivas radicais nas correlações de força internacionais. Aqui,
Lula projetava-se como alternativa de direção política já nas primeiras
eleições em que concorreu, em 1989, quando chegou ao segundo turno, fazendo com
que, pela primeira vez, a esquerda aparecesse como força alternativa real de
governo no Brasil – no ano da queda do Muro de Berlim e do fim do campo
socialista, com fortes indícios de desagregação da União Soviética e do triunfo
dos Estados Unidos na Guerra Fria e o retorno a um mundo unipolar, sob a
hegemonia imperial norte-americana.
Ao mesmo tempo, Carlos Menem e Carlos Andrés Pérez triunfavam na
Argentina e na Venezuela, estendendo assim as experiências neoliberais a forças
nacionalistas e socialdemocratas e apontando para a generalização dessas
políticas no continente. A isso, somavam-se a eleição de Fernando Collor de
Mello, que havia derrotado Lula, e a Concertación no Chile, aliança da
Democracia Cristã com o Partido Socialista, em 1990. Em fevereiro desse mesmo
ano, dá-se a derrota eleitoral do sandinismo. Cuba já havia entrado no “período
especial”, durante o qual enfrentaria, com imensas dificuldades, as
consequências do fi m do campo socialista à que estava estruturalmente
integrada. Nesse momento, no Brasil, concentravam-se experiências que
aparentemente apontavam para uma nova vertente da esquerda – pós-soviética,
segundo alguns, pós-socialdemocrata mesmo, segundo outros. Além de Lula e do PT,
os anos 1980 haviam permitido a fundação da CUT, a primeira central sindical
legalizada na história do país; o surgimento do MST, o mais forte e inovador
movimento social no país; e o crescimento das políticas de orçamento
participativo nas prefeituras, em geral sob o comando do PT. Por todos esses
fatores, mais adiante a cidade brasileira de Porto Alegre seria escolhida para
ser a sede dos Fóruns Sociais Mundiais.
Projetaram-se assim sobre a esquerda brasileira, e em particular
sobre a liderança de Lula e sobre o partido petista, grandes esperanças de
abertura de um novo ciclo de uma esquerda renovada. Sem entrar na análise
detalhada de uma experiência tão complexa quanto a do PT e da liderança de
Lula, é preciso destacar que, desde o início, foram projetadas sobre ambos
expectativas que não encontravam fundamento nas experiências concretas e nos
traços políticos e ideológicos que essas experiências assumiram ao longo do
tempo.
Componentes da esquerda anterior e de correntes internacionais fi
zeram de Lula tanto um dirigente operário classista, vinculado às tradições dos
conselhos operários, quanto o dirigente de um partido de esquerda gramsciano,
de tipo novo, democrático e socialista. Lula não era nada disso nem tampouco o
dirigente à imagem e semelhança do que se tornou o PT. Lula formou-se como
dirigente sindical, de base, na época em que os sindicatos eram interditados
pela ditadura, um dirigente negociador direto com as entidades patronais, um
grande líder de massa, mas sem ideologia. Nunca se sentiu vinculado à tradição
da esquerda, nem às suas correntes ideológicas, nem às suas experiências
políticas históricas. Filiou-se a uma esquerda social – se assim podemos
considerá-la –, sem ter necessariamente vínculos ideológicos e políticos.
Buscou a melhoria das condições de vida da massa trabalhadora, do povo ou do
país, conforme seu vocabulário foi se transformando ao longo de sua carreira.
Trata-se de um negociador, um inimigo das rupturas, portanto, sem nenhuma
propensão revolucionária, radical.
Esses traços têm de ser inseridos nas situações políticas que Lula
enfrentou até se tornar o Lula realmente existente. Só assim se poderá tentar
decifrar o enigma Lula.
* Fidel Castro, A história me absolverá (São Paulo, Expressão
Popular, 2005). (N. E.)
** Ernesto Che Guevara, A guerra de guerrilhas (São Paulo, Edições
Populares, 1980). (N. E.)
Baixe o texto para ler: O desafio teórico da esquerda latino-americana
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Haverá uma greve geral?
Os trabalhadores têm medo de voltar ao
trabalho em meio à pandemia -
Topo
Por Mike Ludwig - 21/05/2020 19:31 - Créditos da foto: (Rob Carr/Getty Images)
A Informação não é mercadoria, é um bem público.
As
chamadas para uma greve geral estão crescendo, no momento em que milhões de
pessoas definem sua volta ao trabalho após meses de quarentena. Estaria no
horizonte uma paralisação em massa do trabalho? E como estão as ondas de greves
gerais locais e regionais à medida que mais cidades e estados se movem para
reabrir negócios durante a pandemia global? Vamos ponderar as condições do
nosso momento atual.
Enquanto a COVID-19 continua a reivindicar centenas de vidas todos os dias, os
trabalhadores nos Estados Unidos enfrentam uma escolha impossível: voltar ao
trabalho e arriscar sua saúde e a saúde de seus entes queridos em casa, ou
potencialmente perder seus empregos e os benefícios do seguro desemprego.
Enquanto alguns empregadores estão trabalhando em conjunto com seus
funcionários para decidir como e quando reabrir, outros querem dar uma partida
rápida nos negócios e gastar os recursos do Programa de Proteção aos Salários,
para que os empréstimos concedidos no âmbito do programa sejam perdoados. Isso
requer convencer os trabalhadores que estão em dispensa sem remuneração e
aqueles que foram demitidos a voltar a trabalhar e ter seus salário de volta,
ou substituí-los por novas contratações. Os chefes têm incentivos para dizer
que os trabalhadores devem voltar agora e que seus empregos não existirão mais
tarde.
Embora existam algumas proteções para trabalhadores com crianças e com
transtornos de saúde preexistentes, o Departamento do Trabalho está
incentivando esforços para denunciar trabalhadores que se recusam a retornar
para que eles percam seus benefícios de desemprego. Os trabalhadores podem
registrar uma queixa se acharem que seu local de trabalho não é seguro, mas as
inspeções e fiscalizações de segurança despencaram no governo Trump, enquanto
sua administração pró-empresas extingue proteções para os trabalhadores. A lei
federal protege os trabalhadores contra "riscos incomuns"
apresentados pela pandemia, mas o governo não emitiu regras ou orientações para
reforçar o direito de recusar trabalho inseguro.
Esse é um acordo severo e injusto os trabalhadores cujos salários são tão
baixos que eles estão ganhando mais dinheiro pelo auxílio desemprego. Os
trabalhadores com salários mais baixos têm maior probabilidade de ter
atividades perigosas, que não podem ser realizadas em casa, e também são desproporcionalmente
negros e pardos, razão pela qual suas comunidades e as comunidades nativas
foram tão duramente atingidas pela pandemia.
"A menos que os formuladores de políticas e agências governamentais usem
seu poder para emitir orientações fortes e fazer valer o direito dos
trabalhadores de se recusarem a retornar em condições de trabalho inseguras,
indivíduos, famílias, comunidades e, principalmente, as mulheres negras e
pardas continuarão a sofrer", disse Rebecca Dixon, diretora executiva do National
Employment Law Project, em uma declaração recente.
Paralelamente, houve um grande aumento na organização dos trabalhadores e nos
esforços de ajuda mútua durante a pandemia da COVID-19, soprando o velame do
movimento trabalhista, que vem se deteriorando, sob pressão de capitalistas
neoliberais e políticos de direita, há décadas. Com a economia em parada, os
ativistas tiveram mais tempo para realizar reuniões digitais e socialmente
distanciadas e se organizar.
Mais de 200 greves sem autorização dos sindicatos e ausências em massa ‘por
doença’ ocorreram em todo o país nas últimas semanas, com os trabalhadores
resistindo às condições que os colocam em perigo e com muitos trabalhadores em
greve encontrando apoio e solidariedade entre trabalhadores de diferentes indústrias.
Em Nova Orleans, por exemplo, um grupo relativamente pequeno de trabalhadores
no setor de saneamento está recebendo apoio de profissionais de saúde, grupos
de ajuda mútua e jovens ativistas negros e pardos.
Nos últimos dois meses, greves de aluguel foram organizadas em todo o país,
principalmente nas grandes cidades, onde um grande número de locatários
compartilha os mesmos proprietários e pode usar sua alavancagem coletiva para
negociar. Trabalhadores essenciais de grandes empresas, como Whole Foods,
Instacart, Amazon e Target entraram em greve em uníssono em 1º de maio.
Agora, grupos ativistas emergentes inspirados pelo rápido crescimento de
projetos de ajuda mútua e ondas de greves e protestos estão chamando uma greve
geral a partir de 1º de junho em resposta às forças conservadoras e
pró-empresas que pressionam pela reabertura da economia, apesar das
preocupações com a saúde pública. Em uma greve geral, uma parte substancial da
força de trabalho em uma cidade, estado ou região se recusa a trabalhar. Nesse
caso, uma greve geral provavelmente envolveria uma parcela substancial de
trabalhadores não essenciais que se recusariam a voltar ao trabalho, enquanto
outros abandonariam o emprego.
As chamadas para greves gerais costumam dar voltas nas mídias sociais, e o
tópico continua a aparecer nas reuniões digitais com cidadãos nas prefeituras e
nas reuniões remotas de organização realizadas por ativistas. Shahid Buttar,
ativista e candidato socialista ao Congresso por São Francisco, disse que a precariedade
trabalhista causada pela pandemia da COVID-19 tornou as condições propícias
para uma greve geral, mas a crise também apresenta seus próprios desafios.
"Para que isso aconteça e vislumbrar e construir a energia para uma
interrupção do trabalho, temos que criar mecanismos de prestação de serviços
para substituir os serviços baseados no mercado - e os maiores para mim são
alimentos e cuidados com as crianças", disse Buttar em entrevista.
Buttar apontou o boicote aos ônibus de 1955-1956 contra a segregação em
Montgomery, Alabama. Os compartilhamentos foram organizados para que os
participantes negros do boicote ainda pudessem se locomover, tornando o
protesto histórico sustentável e eficaz. Para realizar uma greve geral hoje,
disse Buttar, os ativistas precisam criar maneiras alternativas de atender às
necessidades das pessoas. Atualmente, a necessidade de distanciamento social
torna difícil, se não impossível, organizar um coletivo de assistência infantil
no bairro, por exemplo.
No entanto, a pandemia também provocou um aumento dramático nos grupos de ajuda
mútua que distribuem alimentos, máscaras e outros itens essenciais. Muitos
desses grupos desenvolveram estratégias para trabalhar juntos e compartilhar
recursos, minimizando o risco de disseminação do COVID-19.
"Há muitos coletivos de pessoas entregando máscaras e alimentos e
desinfetantes para as mãos", disse Buttar.
Os organizadores de uma greve geral também devem considerar como apoiar as
pessoas que perdem seus empregos como resultado da greve, principalmente
trabalhadores de baixa renda e famílias que já enfrentam precariedade
financeira. É por isso que a ajuda mútua e as alternativas ao mercado para a
entrega de bens e serviços são tão importantes para uma greve geral - sem elas,
uma paralisação em massa do trabalho pode impedir as pessoas de acessar as
coisas que precisam para sobreviver.
Uma característica fundamental de uma greve geral é os trabalhadores aprenderem
a trabalhar uns para os outros, e não para os empregadores que lucram com seu
trabalho. Buttar disse que essa organização pode soprar o vento de volta às
velas do movimento trabalhista, que estão esfarrapadas há décadas.
"Se pudermos aproveitar esta oportunidade para imaginar e reivindicar um
futuro diferente, a instabilidade atual será um momento fértil para plantar
essas sementes", disse Buttar.
*Publicado originalmente em 'Truthout' | Tradução de
César Locatelli
Hitler realmente foi um fã do controle de armas?
Por Gavin
Aronsen - 17/01/2013 00:00
A Informação não é mercadoria, é um bem público.
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Dois dias depois, o Drudge Report publicou um eco visual do pedido de Jones.
Enquanto isso, as buscas no Google por "Hitler controle de armas"
estão bombando.
É claro, as tentativas de equiparar o controle de armas com o fascismo são
falsas. Mas o argumento "Hitler tomou a armas" há muito tempo tem um
papel de destaque e é bastante eficaz no debate sobre o controle de armas da
América, apesar de seu óbvio reducionismo.
Suas origens remontam a pelo menos o início de 1980, quando os adversários de
uma proposta de Chicago para proibir armas invocaram em grande parte do
subúrbio judaico de Skokie “lembrando os moradores da aldeia, que os nazistas
desarmaram os judeus como uma preliminar para enviá-los para a gás câmaras”, o
Chicago Tribune noticiou. Em 1989, um novo grupo pró-armamento chamado de
Judeus a Favor do Porte de Armas de Fogo começou argumentando que o projeto de
lei federal do controle de armas de 1968 uma vez favorecido pela velha guarda
da NRA (Associação Nacional dos Rifles da América) "foi levantado, quase
em sua totalidade, desde a legislação nazista". (Essa afirmação falsa
ainda está sendo repetida.)
Em 1994, o fundador de JPFO (Judeus a Favor do Porte de Armas de Fogo), Aaron
Zelman, implorou ao corpo do NRA para aprovarem a reconhecida conexão nazista:
Alguns de vocês podem ter se dado conta que a menos que a NRA mude sua
estratégia, o direito a porte de arma de fogo permanente na América vai seguir
o caminho dos judeus na Europa ocupada pelos nazistas: extermínio... A escolha
é sua, você pode virar as costas para uma estratégia falida - um dos acordos
com malfeitores - e atacar o conceito de "controle de armas", expondo
as raízes nazistas de "controle de armas" na América. Ou, você pode
persistir em uma estratégia falida, e aceitar a sua própria extinção.
Se NRA foi influenciada por seu conselho ou não, no mesmo ano que seu CEO,
Wayne LaPierre, publicou “Guns, Crime, and Freedom” (Armas, Crime e Liberdade),
no qual ele afirma: "Na Alemanha, o registro da arma de fogo ajudou a
levar para o holocausto", deixando os cidadãos "indefesos contra a
tirania e a matança cruel de todo um segmento de sua população." No ano
seguinte, o presidente George H. W. Bush, notoriamente se demitiu do NRA após
LaPierre atacar funcionários policiais federais como "bandidos fardados do
governo" que usavam "capacetes nazistas e uniformes pretos como
armaduras." Mais recentemente, Stephen Halbrook, um advogado que tem
representado a NRA, argumentou que "se a experiência nazista ensina alguma
coisa, ela ensina que governos totalitários tentarão desarmar seus súditos, de
modo a extinguir qualquer capacidade de resistir a crimes contra a humanidade.
Será que Hitler e os nazistas realmente tiraram as armas dos alemães, tornando
o Holocausto inevitável? Este argumento é superficialmente verdadeiro na melhor
das hipóteses, como professor de direito da Universidade de Chicago Bernard
Harcourt explicou em um artigo de 2004 sobre o impacto da Alemanha nazista nas
guerras culturais americanas.
Como a I Guerra Mundial se aproximava do fim, o novo governo da República de
Weimar proibiu quase todos de portar armas privada para cumprir o Tratado de
Versalhes e determinou que todas as armas e munições "seriam entregues
imediatamente". A lei foi relaxada em 1928, e as licenças de armas foram
concedidas a cidadãos "de fidelidade inquestionável" (nas palavras da
lei), mas não "pessoas que são itinerantes, como ciganos." Em 1938,
sob o regime nazista, as leis sobre armas tornaram-se significativamente mais
liberais. Posse de rifle e espingarda foi desregulada, e o acesso de arma para
caçadores, membros do Partido Nazista, e funcionários do governo se expandiu. A
idade legal de possuir uma arma foi reduzida. Os judeus, no entanto, foram
proibidos de possuir armas de fogo e outras armas perigosas.
"Mas as armas não tiveram um papel particularmente importante em qualquer
caso", diz Robert Spitzer, que preside o departamento político científico
de SUNY-Cortland e investigou extensivamente a política de controle de armas. A
posse de armas na Alemanha após a I Guerra Mundial, mesmo entre os membros do
partido nazista, nunca foi difundida o suficiente a uma séria resistência civil
aos nazistas para ser nada mais que uma fantasia de vingança de Tarantino. Se
os judeus tivessem estado mais bem armados, Spitzer diz, teriam apenas
acelerado sua morte. A política de armas “não foi o momento decisivo que marcou
o início do fim para o povo judeu na Alemanha. Isso porque eles foram
perseguidos, foram privados de todos os seus direitos, e eles eram um grupo
minoritário.”.
Entusiastas de armas muitas vezes mencionam que a União Soviética restringiu o
acesso às armas em 1929 depois que Joseph Stalin subiu ao poder. Mas sugerir
que a população mais bem armada da Rússia teria derrubado os bolcheviques
também é muito simplista, diz Spitzer. "Responder a questão da relação
entre armas e as revoluções nesses países é estudar o comparativo político e o
comparativo político das nações", explica ele. "É preciso uma análise
para decompor e explicar, e muitas vezes não é passível de o som de uma mordida
ou um título."
(Ironicamente, nacionalistas brancos a favor de armas, tentaram reverter a ideia
que "Hitler tomou a armas", argumentando que ele era de fato um firme
defensor do direito de portar armas - para arianos. William Pierce, autor da
fantasia de guerra racial “The Turner Diaries” (Os Diários de Turner), fez esta
afirmação em seu livro Controle de Armas na Alemanha, 1928-1945. Então, quem
está por trás do esforço para pintar Hitler como antiarmas? Os judeus, é
claro.)
Mesmo se o Presidente Obama de repente liberasse seu interior totalitário, não
há nenhuma chance de que ele pudesse, com sucesso, agregar todos os 300 milhões
de armas de fogo que os americanos possuem. Tal ideia é prática e politicamente
impossível. Um duro ataque à proibição das armas como os democratas estão
propondo atualmente afetaria apenas uma fração do total dos donos de armas de
fogo no país. No entanto, invocando a ameaça histórica de desarmamento, Spitzer
diz, "o lobby das armas tem trabalhado para lançar um susto em
proprietários de armas, a fim de atraí-los para o lado da NRA”.
Data |
Módulo IV - Lutas e revoluções Populares na América Latina nos séculos XIX, XX e XXI |
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Biografia – Severino Dias de Oliveira
26/5/1930
Itabaiana, PB
14/12/2006 João Pessoa, PB - Instrumentista. Arranjador.
Compositor.
Acordeonista. Violonista. Guitarrista. Pianista. Percussionista. Nasceu numa
família de sapateiros e aprendeu a tocar sanfona ainda criança, quando, aos
nove anos de idade, ganhou dos pais a primeira sanfona. Em 25 de maio de 2003,
voltou para seu Estado natal, Paraíba, e fixou domicílio na cidade de João
Pessoa. Faleceu na cidade de João Pessoa no dia 14 de dezembro de 2006, depois
de lutar trinta e dois anos contra um câncer que o acometia desde 1968.
Biografia Cyro Monteiro
28/5/1913 Rio de Janeiro, RJ -
13/7/1973 Rio de Janeiro, RJ - Cantor. Compositor. Nasceu no subúrbio carioca do Rocha, em uma família
de nove irmãos, todos com nomes começados com "C". Seu pai era
dentista, capitão do Exército e funcionário público. Sobrinho do grande
pianista de samba Nonô (Romualdo Peixoto, conhecido como o "Chopin do
samba"), também primo de Cauby Peixoto, de Araken Peixoto, de Andyara
Peixoto e do pianista Moacyr Peixoto, passou a infância e a juventude em
Niterói(RJ), para onde se mudou com a família quando tinha apenas dois anos. Estudou
no Grupo Escolar Alberto Brandão, na Escola Profissional Washington Luís e
posteriormente no Instituto de Humanidades. Marcou época com sua voz, seu ritmo
e sua capacidade de modular e improvisar. Ficou conhecido por sua grande
simpatia, bondade e capacidade de fazer amigos. Na juventude, conviveu na
Confeitaria Guanabara com músicos e boêmios como seu tio Nonô, Valfrido Silva,
Mário Travassos de Araújo, Dutrinha, Gadé e Ary Frazão.
Biografia – Edson Fagundes
28/5/1939 São Paulo, SP -
18/2/2003 Nova Iguaçu, RJ - Cantor. Compositor. Pertenceu à Ala dos Compositores da Portela. Durante dez anos foi
puxador de samba na escola. Faleceu em fevereiro de 2003, sendo seu corpo velado na quadra da Escola de Samba Leão de Nova Iguaçu, cidade onde morou os últimos anos de vida.
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Módulo VI
- Relação completa dos aniversariantes da semana.
Há vida pós–pandemia
Em conjunto ou
individualmente, vários países traçam planos para a retomada econômica após
meses de isolamento social. Voltar de forma responsável é necessário para
evitar uma segunda onda de contaminação, que poderia aumentar o tombo já
esperado nas economias de todo o mundo.
Jaqueline
Mendes
15/05/20
- 10h30
Nos últimos dias, as margens do rio Sena, em
Paris, nem de longe lembravam o cenário de abandono observado desde o início de
março, quando o governo francês impôs regras rígidas de isolamento social
diante do avanço da Covid-19. Repleta de casais, crianças e pessoas praticando
atividades físicas, a capital francesa parecia ter voltado à normalidade. Das
quase 290 mil mortes pela doença em todo o mundo neste ano, 26,7 mil foram em
território francês. Agora, a percepção é de que o pior já passou – e é hora de
começar, com cautela, a voltar à vida. “Graças a vocês, o vírus regrediu.
Mas ainda está lá. Salve vidas, tome
cuidado”, afirmou o presidente francês Emmanuel Macron, em postagem em uma rede
social. Na quarta-feira 13, mais de 80% das escolas francesas reiniciaram as
atividades presenciais. “Se a retomada for executada de forma responsável e
gradual, reduziremos os riscos de uma segunda onda de contaminação”, disse
Macron. A exemplo do que está acontecendo na França, países como Espanha,
Bélgica e Turquia deram início aos primeiros passos rumo à normalidade,
flexibilizando grande parte das restrições impostas pelo coronavírus. As
aglomerações em espaços públicos e reuniões com mais de dez pessoas continuam
proibidas, mas o ambiente está mais leve, dia após dia.
o país europeu começa a fazer planos de afrouxamento das limitações sociais,
assim como a França. (Crédito:Filip Singer)
Na Alemanha, maior economia da Europa, a
chanceler Ângela Merkel fechou um acordo nacional, com governadores e líderes
das regiões mais populosas, para a reabertura de lojas, shoppings e escolas. As
viagens a negócios e as permissões para reuniões, inclusive com estrangeiros,
estão liberadas. O campeonato nacional de futebol, a multimilionária Bundesliga,
vai retomar o calendário, inicialmente de portões fechados. Nos próximos dias,
até piscinas e saunas, com número controlado de visitantes, deverão estar
autorizadas a funcionar. As medidas de flexibilização poderão ser suspensas,
caso o número de mortes volte a superar a proporção de 50 para cada 100 mil
habitantes. “Percebo que a disciplina e o comprometimento da população alemã,
que seguiu à risca as recomendações de Merkel, contribuíram para que o fim do
isolamento pudesse ser antecipado e os negócios entre as empresas retomados”,
afirma o economista Maurício Teixeira dos Santos, especialista em negócios
bancários e financeiros no escritório Cescon Barrieu, em São Paulo. “Mesmo com
muitos alemães acreditando que a Covid-19 não passa de uma conspiração, como
acontece muito no Brasil, a forte cultura de comunidade entre os cidadãos está
tirando o país mais cedo da crise.”
O governo japonês também estuda acabar, ainda
este mês, com o Estado de Emergência decretado em 34 províncias do país. Como o
número de casos começou a diminuir desde a semana passada, e os hospitais estão
com estrutura ociosa em UTIs, a ideia de flexibilizar o isolamento vem ganhando
força. Os governadores, contudo, mantêm incentivos para que os cidadãos evitem
sair de casa sem necessidade. O ministro da Revitalização Econômica, Yasutoshi
Nishimura, disse que, mesmo com a remoção do Estado de Emergência, não
significa que as pessoas poderão agir livremente.
Foto: Divulgação
Foto: Hagen Hopkins
UNIÃO Enquanto muitos
governos traçam seus planos individualmente, há um esforço para a definição de
planos conjuntos. Um time de sete países que tiveram sucesso em conter a
pandemia do novo coronavírus está consolidando uma aliança para reativar as
economias com um incentivo ao comércio e ao turismo entre eles. Estão nesse
grupo Áustria, Austrália, Israel, República Tcheca, Dinamarca, Grécia e Nova
Zelândia, todos com grande dependência do turismo no PIB. O acordo tem como
foco permitir viagens entre pessoas dessas nações, na esperança de que a medida
alivie parte das perdas provocadas pelos fechamentos de fronteiras e proibição
de voos internacionais. “Nossos países reagiram cedo, com força, e agora
estamos em uma posição melhor”, afirmou o primeiro-ministro da Áustria,
Sebastian Kurz, um dos idealizadores da aliança, na última semana, durante o
primeiro encontro virtual entre os líderes desses países.
Assim como o turismo, a grande preocupação
dos países mais desenvolvidos é com os prejuízos causados ao setor da educação.
Na Austrália e Nova Zelândia, por exemplo, o mercado de intercâmbio estudantil
representa cerca de 30% das receitas da economia vinda com os estrangeiros. Na
França, que ficou com suas universidades e museus fechados por quase três
meses, o governo deu sinal verde para a volta das atividades, mas sob um
rigoroso protocolo de distanciamento. As salas de aula em países como Croácia,
Holanda, Suíça, Grécia e Sérvia devem voltar à normalidade em junho, enquanto
Dinamarca e Noruega já reiniciaram as aulas presenciais. “O mundo teme uma
recessão mais pesada, e o setor da educação é fundamental dentro de um processo
de reativação da economia”, diz Adriano Mussa, sócio e reitor da Saint Paul
Escola de Negócios, que tem unidades em São Paulo e Fortaleza, e que está com
as aulas presenciais suspensas desde 13 de março. “No Brasil, não será
diferente. A volta dos investimentos deve retornar com mais vigor só depois do
fim da pandemia.”
Embora alguns países estejam definindo estratégias conjuntas para o fim do
isolamento social, há critérios bem claros para isso, e sem data para acabar. O
grupo Áustria, Austrália, Israel, República Tcheca, Dinamarca, Grécia e Nova
Zelândia estabeleceu que, para abrir o comércio e as viagens entre eles, será
obrigatório o uso de máscaras, além da adoção de políticas de testes em massa,
manutenção do distanciamento social em bares e restaurantes e permanência das
fronteiras fechadas para países onde o vírus ainda circule com rapidez. Os
líderes dos sete países defendem ainda ampliar a produção de testes, vacinas e
equipamentos de proteção para diminuir a dependência da China.
DESCONFINAMENTO A aliança recebeu
críticas, principalmente da Europa. Quatro dos países do grupo são membros da
União Europeia, que fechou suas fronteiras para estrangeiros e trabalha em uma
agenda própria de reabertura pós-pandemia. “Precisamos de critérios comuns na
Europa sobre como restaurar a liberdade de movimento”, disse o ministro das
Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas. “Um concurso europeu de quem
primeiro permite viagens turísticas nos levará a enfrentar riscos
injustificáveis”. A Alemanha foi convidada a participar da primeira reunião da
aliança, mas preferiu ficar de fora.
A própria Organização Mundial da Saúde (OMS), a maior defensora dos lockdowns e das políticas de isolamento social mundo afora, comemorou o início do desconfinamento. A instituição, no entanto, pediu atenção nos desdobramentos da doença ao longo do processo. O diretor do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Michael Ryan, cobrou precaução e vigilância, principalmente em razão de alguns países não terem investido no aumento da capacidade de atendimento dos sistemas públicos de saúde. “Se a doença persistir em um nível baixo nos países que não têm capacidade de detectar os focos e identificá-los, existe o risco de a doença reaparecer”, afirmou Ryan.
Economias na UTI
Mesmo com os planos de retomada pós-pandemia, a verdade é que os países ainda não possuem dimensão do impacto que todas as medidas de isolamento vão causar na economia. Um sinal, no entanto, foi repassado na última terça-feira 12 pela OCDE (organização que reúne 37 das maiores economias do mundo). Por meio do CLI, uma espécie de termômetro do humor de consumidores e empresários, a queda da confiança na economia foi sensível. Na comparação com o índice de abril de 2019, a Rússia teve a maior queda, de 9,17%, seguida pelo Reino Unido, com 7,93%, e o Brasil, com 7,82%. Na quarta-feira 13 outro número alarmante da OCDE: a taxa de desemprego nos países membros passou de 5,2% em fevereiro para 5,6%, antes do pico do doença no mundo. “Os dados iniciais de abril sinalizam um aumento sem precedentes”, afirmou a organização.
O número de desempregados na área da OCDE, que agora inclui a Colômbia, aumentou em 2,1 milhões, para um total de 37 milhões em março. O aumento foi particularmente acentuado entre mulheres e jovens de 15 a 24 anos: subiu 1,0 ponto percentual, para 12,2%. Há ainda graves problemas no horizonte da maior economia mundo, os Estados Unidos, na quarta-feira o Federal Reserve (banco central norte-americano) estimou que a retomada será longa. Bancos e consultorias internacionais já falam em uma queda de 5% no Produto Interno Bruto do ano e o desemprego podendo ultrapassar os 25% da população economicamente ativa. Com todos esses desafios, ainda haja vida pós pandemia, há grandes chances dela ficar na UTI por alguns trimestres.
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Psiquiatra explica por que algumas pessoas cumprem isolamento e outras não
Pesquisa de doutoranda
da UnB também ajuda a entender perfil de quem fura a quarentena
REBECA
OLIVEIRA rebeca.oliveira@metropoles.com
- O avô que insiste em jogar dominó na praça. A amiga que tem promovido festas escondidas.
- A vizinha que sai de hora em hora para ir ao mercado ou à feira.
Jéssica Farias, estudante de doutorado do Programa de Pós-Graduação em
Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações da Universidade de Brasília
(UnB) constatou que renda, status profissional e posição política são fatores
fundamentais e que fazem um indivíduo decidir sair às ruas, mesmo sem nenhuma
necessidade.
A doutorando ouviu 2.056 entrevistados de 25 unidades da Federação, com idades entre 18 e 88 anos, das cinco regiões do país. A constatação principal é que estudantes, pessoas de baixa renda, com posicionamento político de direita e desempregados são mais propensos a furar a quarentena.
Para o psiquiatra Luan Marques, o não cumprimento do isolamento
também pode ser explicado pelo viés psicológico. Muitas pessoas estão passando,
atualmente, pela fase da negação. Nesse grupo, é normal atitudes como defender
que notícias verídicas são fake ou desacreditar
no número de vítimas ou mortos por Covid-19, que segue em curva
crescente.
“A
reação emocional mais comum frente ao novo ou desconhecido é a negação, que
aconteceu enquanto o vírus estava em países Europeus e China. Observamos,
naquele período inicial do primeiro decreto, um movimento de dúvida e
desconfiança de quanto as medidas eram necessárias ou se não eram um exagero.
Após o aumento de casos, um medo real tomou conta, o que facilitou o
cumprimento das medidas de isolamento social”, explica Luan, professor
colaborador da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB).
Para o psiquiatra, os obstáculos
enfrentados para o cumprimento das medidas se relacionam basicamente aos
desafios que o próprio isolamento traz. “Os brasileiros, em sua maioria, têm
como característica a relação próxima com o outro, o contato, o abraço e o que
parecia ser fácil, revelou-se uma tarefa muito difícil”, argumenta.
Ele pontua que a informalidade e os medos advindos dos riscos
econômicos do isolamento pressionaram para que a camada mais vulnerável da
população continuasse muitas atividades. “Uma boa política que garanta renda
para essa população contribuiria no manejo desses medos”, defende.
Ansiedade
Outra
questão importante a se levar em conta é a ansiedade. Em 2019, o Brasil foi
apontado pela Organização Mundial da Saúde como o país mais
ansioso do mundo. Esse sentimento relaciona-se a medos de incertezas e, de
acordo com o especialista, “pode contribuir para uma maior desconfiança das
medidas mais rígidas e facilitar seu descumprimento.”
Independemente do perfil, ele orienta, a quem ainda cogita furar
o isolamento sem necessidade, fugir de atitudes impulsivas. É hora de agir com
maturidade.
Mas, e quando quem descumpre a regra são os idosos? “Quanto mais velhos, mais dificuldade temos de modificar um comportamento. Por isso, observo forte resistência enfrentada em convencer alguns idosos, o grupo mais vulnerável, a tomarem parte das medidas de isolamento social”, diz.
“Nunca foi tão necessário um movimento de consciência coletiva. Temos que respeitar e ajudar o outros nas barreiras que o dificultam de se manter em isolamento, que é a medida mais eficaz apontada pela ciência para conter o colapso do serviço de saúde e evitar mortes”, finaliza.
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EUA anunciam proibição de entrada de viajantes vindos do Brasil por causa de coronavírus
Estrangeiros que tenham passado 14 dias no Brasil não poderão ingressar no país, com algumas exceções, segundo decreto assinado pelo presidente Donald Trump. Por G1
O presidente dos EUA, Donald Trump, fala a jornalistas na Casa Branca, em Washington, na terça-feira (19) — Foto: Reuters/Yuri GripasOs Estados Unidos anunciaram neste domingo (24) que irão barrar a entrada de pessoas vindas do Brasil por causa da pandemia de coronavírus, através de um decreto assinado pelo presidente Donald Trump. A entrada passa a ser proibida a partir do dia 29 de maio.
Trump já havia cogitado tomar a medida há alguns dias, devido ao aumento do número de casos no Brasil, que ocupa o segundo lugar entre os países com mais pessoas contaminadas, atrás justamente dos EUA.
"Estamos considerando isso", disse Trump a repórteres na Casa Branca, em 19 de maio. "Não quero que as pessoas venham aqui e infectem o nosso povo", afirmou.
EUA proíbem entrada de brasileiros no país
"Hoje o presidente tomou a ação decisiva para proteger nosso país, ao suspender a entrada de estrangeiros que estiveram no país durante um período de 14 dias antes de buscar a admissão nos Estados Unidos", diz um comunicado deste domingo da secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany.
“A ação de hoje irá garantir que estrangeiros que estiveram no Brasil não se tornem uma fonte adicional de infecções em nosso país. Essas novas restrições não se aplicam aos voos comerciais entre os EUA e o Brasil", acrescenta a nota.
Segundo uma alta autoridade do governo, "o presidente conversou com o presidente Jair Bolsonaro duas vezes nos últimos dois meses sobre sua luta compartilhada contra o Covid-19. Agradecemos a resposta regional em andamento do Brasil e dos países parceiros dos EUA para ajudar a proteger os interesses públicos dos Estados Unidos e de seu povo".
"Os Estados Unidos apreciam a estreita coordenação do Governo do Brasil no combate à pandemia e reconhecem seus esforços para fazê-lo dentro de seu país"
"Os Estados Unidos doarão 1.000 ventiladores para o Brasil para ajudar nas necessidades de saúde. Essas restrições de viagem são projetadas para proteger os cidadãos dos Estados Unidos e do Brasil e não refletem de forma alguma uma redução no forte relacionamento bilateral entre nossos dois países", diz o comunicado.
A cada semana, mais de 1.500 passageiros chegam a aeroportos dos EUA vindos do Brasil. Entre 11 e 17 de maio, cerca de 1.800 viajantes do Brasil entraram nos Estados Unidos.
Os voos entre os dois países no momento estão bastante reduzidos. Atualmente, os únicos estados dos EUA que ainda operam voos com origem e destino ao Brasil são Texas e Flórida.
Exceções
A restrição não será aplicada a pessoas que residam nos Estados Unidos ou sejam casadas com um cidadão americano ou que tenha residência permanente no país, Filhos ou irmãos de americanos ou residentes permanentes também poderão entrar, desde que tenham menos de 21 anos.
Membros de tripulações de companhias aéreas ou pessoas que ingressem no país a convite do governo dos EUA também estão isentas da proibição.
Neste domingo, os Estados Unidos resgitravam 1.635.192 casos de Covid-19 e 97.599 mortes pela doença, segundo a universidade Johns Hopkins. Já o Brasil tinha 347.398 casos e 22.013 mortes.
Poucos voos
Trump falou em restringir a entrada de viajantes do Brasil pela primeira vez em 28 de abril, quando disse que acompanhava "de perto" o que chamou de "surto sério" de novo coronavírus no Brasil.
"O Brasil tem um surto sério, como vocês sabem. Eles também foram em outra direção que outros países da América do Sul, se você olhar os dados, vai ver o que aconteceu infelizmente com o Brasil", disse Trump naquele dia.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, estava na reunião com Trump e disse que ainda não via necessidade de suspender de vez os voos de Miami e Fort Lauderdale ao Brasil. Porém, o presidente insistiu: "Se precisar [interromper voos], nos avise".
No dia seguinte, porém, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou que queria retomar as viagens aéreas entre Brasil e Estados Unidos - que estão bastante reduzidas - para "recuperar a economia".
'Nada específico'
Filipe Martins, assessor especial da presidência brasileira para assuntos internacionais, usou seu perfil em uma rede social para comentar o decreto de Trump.
"Ao banir temporariamente a entrada de brasileiros nos EUA, o governo americano está seguindo parâmetros quantitativos previamente estabelecidos, que alcançam naturalmente um país tão populoso quanto o nosso. Não há nada específico contra o Brasil. Ignorem a histeria da imprensa", escreveu.
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Noite_dos_Cristais
Kristallnacht (pronúncia em alemão: [kʁɪsˈtalnaχt]), Reichskristallnacht [ˌʁaɪçs.kʁɪsˈtalnaχt], Reichspogromnacht [ˌʁaɪçs.poˈɡʁoːmnaχt], Pogromnacht [poˈɡʁoːmnaχt] ( escutar (ajuda·info)) ou Novemberpogrome [noˈvɛmbɐpoɡʁoːmə] ( escutar (ajuda·info)), designada em português por Noite dos Cristais, Noite de Cristal ou Noite de Cristal do Reich, foi um pogrom contra os judeus pela Alemanha Nazi na noite de 9–10 de Novembro de 1938, levada a cabo pelas forças paramilitares das SA e por civis alemães. As autoridades alemãs olharam para o acontecimento sem, no entanto, intervir.[1][2] O nome Kristallnacht deve-se aos milhões de pedaços de vidro partidos que encheram as ruas depois das janelas das lojas, edifícios e sinagogas judaicas terem sido partidas .[3]
As estimativas sobre o número de vítimas causadas pela violência variam. Os primeiros relatos indicavam que 36 judeus tinham sido mortos durante os ataques.[3] Mais recentemente, as análises ao progrom efectuadas a documentos académicos feitas por historiadores como Richard J. Evans, refere um valor mais elevado, cerca de 91 mortos. Quando se inclui as mortes posteriores, devido a maus tratos, dos judeus detidos, e suicídios, o número de mortos ascende a centenas. Para além das vitimas mortas, cerca de 30 000 judeus foram detidos e enviados para campos de concentração.[3]
As casas dos cidadãos judeus, hospitais e escolas foram pilhados e deitados abaixo pelos atacantes com o recurso a marretas.[4] Mais de mil sinagogas foram incendiadas (95 só em Viena) e mais de sete mil negócios foram destruídos ou danificados.[5][6] Martin Gilbert escreve que mais nenhum acontecimento na história dos judeus alemães entre 1933 e 1945 foi tão difundido à medida que ia acontecendo, e os relatos dos jornalistas estrangeiros a trabalhar na Alemanha causaram ondas de choque em todo o mundo.[4] O Times escreveu na altura: "Nenhum propagandista estrangeiro se dedicou a enegrecer a Alemanha antes que o mundo pudesse superar o número de incêndios e espancamentos, de assaltos violentos a pessoas indefesas e inocentes, que desonraram aquele país ontem."[7]
O pretexto para os ataques foi o assassinato do diplomata alemão Ernst vom Rath por Herschel Grynszpan, um polaco judeu nascido na Alemanha a viver em Paris. À Noite de Cristal seguiram-se perseguições económicas e politicas aos judeus, vistas pelos historiadores como uma parte da mais abrangente política racial da Alemanha nazi, e o início da Solução Final e do Holocausto.[8]
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TROCA DE COMANDO
Com discurso cheio de 'recados' ao governo Bolsonaro, Barroso toma posse no TSE
Na solenidade virtual, ministro disse que é preciso 'armar o povo com educação, cultura e ciência'
postado em 25/05/2020 20:13 / atualizado em 25/05/2020 21:07
Ministro Luís Roberto Barroso, novo presidente do TSE (foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, iniciou nesta segunda-feira sua dupla jornada no Poder Judiciário. Ele tomou posse como novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral e aproveitou seu discurso para mandar uma série de recados ao governo federal.
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19:49 - 25/05/2020 Em posse no TSE, Barroso defende democracia e critica 'milícias digitais'
20:37 - 25/05/2020 Senado convoca Weintraub para explicar ofensas a ministros do STF
A mais contundente foi relacionada à educação, quatro dias depois da divulgação do vídeo da reunião em que Abraham Weintraub, ministro da Educação pregou a prisão de “vagabundos”, “começando no STF”.
Nesta segunda, Barroso disse que a educação não pode ser capturada pela “mediocridade” e pela “grosseria”.
“A falta de educação produz vidas menos iluminadas, trabalhadores menos produtivos e um número limitado de pessoas capazes de pensar criativamente um país melhor e maior. A educação, mais que tudo, não pode ser capturada pela mediocridade, pela grosseria e por visões pré-iluministas do mundo”, disse o novo presidente do TSE.
O verbo escolhido por Barroso em sua fala também pode ser interpretado como uma indireta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), defensor ferrenho do armamento da população. “Precisamos armar o povo com educação, cultura e ciência”, afirmou Barroso.
Na já citada reunião ministerial do dia 22 de abril, Bolsonaro se manifestou sobre o tema da seguinte maneira: “Como é fácil impor uma ditadura no Brasil. Como é fácil. O povo tá dentro de casa. Por isso que eu quero, ministro da Justiça e ministro da Defesa, que o povo se
arme!”
Barroso assume a presidência do TSE no lugar de Rosa Weber e ficará no cargo até fevereiro de 2022. O ministro Edson Fachin será o novo vice. A solenidade de posse foi realizada por videoconferência, em razão da pandemia de COVID-19.
Respeito entre poderes
Nos últimos meses, durante a pandemia da COVID-19, o presidente Jair Bolsonaro disparou, quase que diariamente – por vezes até mais de uma vez por dia – ataques a membros do Legislativo (como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia) e Judiciário (como o ministro Alexandre de Moraes, do STF).
Durante uma manifestação em que vários de seus apoiadores seguiram na mesma tônica – atacando Congresso e STF – Bolsonaro chegou a dar uma espécie de ultimato aos demais poderes da República: “Chegamos no limite. Não tem mais conversa”.
Nesta segunda, Barroso disse que o Judiciário pode sim ser alvo de críticas, mas rechaçou o “ataque destrutivo” a instituições que, segundo ele, levaram o país a duas longas ditaduras.
“Nós já percorremos e derrotamos os ciclos do atraso. Hoje, vivemos sob o reinado da Constituição, cujo intérprete final é o STF. Como qualquer instituição em uma democracia, o Supremo está sujeito à crítica pública e deve estar aberto ao sentimento da sociedade. Cabe
lembrar, porém, que o ataque destrutivo às instituições, a pretexto de salvá-las, depurá-las ou expurgá-las, já nos trouxe duas longas ditaduras na
República. São feridas profundas na nossa história, que ninguém há de querer reabrir”, disse o novo presidente do TSE.
Fake News
Luís Roberto Barroso também fez referência às “milícias digitais”, que disseminam fake news (informações falsas), sobretudo em período eleitoral.
Nas palavras do novo presidente do TSE, “são terroristas virtuais que utilizam como tática a violência moral, em lugar de participarem do debate de ideias de maneira limpa e construtiva”.
Barroso também exaltou o trabalho da imprensa, que realiza trabalho de apuração para produzir notícia entre a infinidade de informações disponíveis na atualidade.
“Mais que nunca, nós precisaremos de imprensa profissional, que se move pelos princípios éticos do jornalismo responsável, capaz de separar fato de opinião, e de filtrar a enorme quantidade de resíduos que circula pelas redes sociais”, declarou.
Neste ponto, o discurso de Barroso não se dirige – direta ou indiretamente – ao governo federal, mas toca num ponto que envolve a família do presidente. No final de abril, o jornalista Vicente Nunes, do Correio Braziliense, noticiou que a Polícia Federal investiga Carlos Bolsonaro, filho do presidente, por supostamente chefiar um esquema de divulgação de informações falsas.
Barroso também citou que as gigantes mantenedoras das plataformas digitais e redes sociais atuem no combate à propagação de informações falsas na internet. “As plataformas digitais – como Google, Facebook, Instagram, Twitter e Whatsapp – podem se valer da própria tecnologia e de suas políticas de uso para neutralizar a atuação de robôs e comportamentos inusuais”, disse.
No final de março, Twitter, Facebook e Instagram apagaram da rede publicações de Bolsonaro por violar "padrões da comunidade, que não permitem desinformação que possa causar danos reais às pessoas".
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Realizado em domingo, 28 de maio de 2020
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