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Destaque: Convocação para Assembléia na ABI efetuada pelo Diretor Roberto Ribeiro da Secretaria dos Aposentados.
EDITORIAL NP 350/2019 – Fonte: AEPET
EDITORIAL NP 350/2019 – Fonte: AEPET
China quer que os EUA paguem o custo da guerra comercial tornando as terras raras ainda mais raras
13 Agosto
A associação de terras raras da China advertiu que o conflito comercial
com os EUA
com os EUA
prejudicará as empresas e os consumidores americanos, uma vez que
confirmou sua disposição de “proteger” os elementos mais valorizados.
confirmou sua disposição de “proteger” os elementos mais valorizados.
Elementos de terras raras são críticos para a indústria de alta tecnologia na fabricação de tudo, desde telefones celulares a jatos de combate modernos.
A Associação da Indústria de Terras Raras da China (ACREI), composta por quase 300 mineiros, processadores e fabricantes, realizou uma reunião especial no início desta semana, apenas alguns dias depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou atingir Pequim com um novo lote de tarifas.
Em um comunicado divulgado na quarta-feira, a associação chamou a política de tarifas de Washington de "intimidação comercial" com o objetivo de suprimir o desenvolvimento da China. "Expressamos nossa firme oposição", disse, acrescentando que as empresas chinesas de terras raras devem expandir ativamente os mercados interno e externo.
Embora a ACREI tenha reconhecido que não há vencedores em uma guerra comercial, ela alertou que os cidadãos e empresas americanas serão vítimas do
conflito entre as duas maiores economias do mundo.
conflito entre as duas maiores economias do mundo.
"O custo das tarifas impostas pelos Estados Unidos deve ser suportado pelo mercado dos EUA e pelos consumidores", diz o comunicado.
Os comentários da associação de terras raras acrescentam rumores anteriores de Pequim de que isso poderia impor restrições às exportações dos materiais. Os temores foram provocados pela visita do presidente chinês Xi Jinping a uma instalação de terras raras em Jiangxi, em maio, depois da qual a mídia local informou que o governo chinês está pronto para a proibição de exportação.
Esse movimento pode ser doloroso para os EUA, que dependem principalmente da China para o fornecimento dos materiais necessários para a produção de dispositivos de alta tecnologia e para uso militar. Em uma aparente tentativa de garantir o suprimento dos elementos vitais, o Pentágono pediu aos mineradores norte-americanos no mês passado que relatassem suas capacidades de produção e elaborassem planos para desenvolver o setor.
A China responde por mais de 80% do suprimento global de terras raras e as exportações já estão caindo. Em junho, exportou 3.966 toneladas de materiais, 26,8% menos que no mesmo período do ano passado.
O que são as terras raras?
Não, não estamos falando de praias desertas ou locais inabitados. Terras raras são substâncias químicas usadas na indústria para a produção de diversos itens. Embora sejam abundantes, as terras raras, ou metais de terras raras, recebem esse nome por serem de difícil extração. Macias, maleáveis, dúcteis e de coloração que varia de cinza
escuro a prateado, as terras raras são compostas por 17 elementos químicos, sendo eles o escândio (Sc), o ítrio (Y) e mais 15 lantanídeos: lantânio (La), cério (Ce), praseodímio (Pr), neodímio (Nd), promécio (Pm), samário (Sm), európio (Eu), gadolínio (Gd), térbio (Tb), disprósio (Dy), hólmio (Ho), érbio (Er), túlio (Tm), itérbio (Yb) e lutécio (Lu).
Suas propriedades químicas e físicas são utilizadas em uma grande variedade de aplicações tecnológicas e estão incorporadas em supercondutores, magnetos, catalisadores, entre outros. Essas substâncias também foram muito usadas em tubos de raios catódicos para televisores e computadores.
A maioria das terras raras são extraídas pela China, maior exportadora do mundo desses elementos. Mas devido à diminuição da quantidade da exportação das terras raras pelo país asiático, outros países como Brasil e Alemanha passaram a se dedicar à mineração de terras raras.
Reciclagem
Com o número limitado de locais economicamente viáveis para se minerar terras raras
e também por causa dessa menor quantidade exportada pela China, a reciclagem se tornou necessária para a disponibilidade do elemento pelo mundo. Entretanto, de acordo com estimativas, uma parte ínfima dos elementos que compõem o grupo das terras raras é reciclada, apesar de a maior quantidade das substâncias ter a possibilidade de ser recuperada.
e também por causa dessa menor quantidade exportada pela China, a reciclagem se tornou necessária para a disponibilidade do elemento pelo mundo. Entretanto, de acordo com estimativas, uma parte ínfima dos elementos que compõem o grupo das terras raras é reciclada, apesar de a maior quantidade das substâncias ter a possibilidade de ser recuperada.
O problema é que o processo de reciclagem de terras raras é complicado, pois após recolher o material, ele deve passar por um processo químico de separação. Em seguida, os elementos químicos devem ser purificados e, no caso de óxidos, devem ser combinados com outros produtos para serem reutilizados.
Os perigos atrelados
Devido à presença comum de tório (Th) e urânio (U) em minérios de terras raras, torna-se um perigo minerar, refinar e reciclar esse tipo substância, pois são elementos radioativos.
Além disso, no método de refinamento são necessários ácidos tóxicos - e qualquer má
utilização ou vazamento desses ácidos pode causar grandes danos ambientais.
Além disso, no método de refinamento são necessários ácidos tóxicos - e qualquer má
utilização ou vazamento desses ácidos pode causar grandes danos ambientais.
Em 2011, a mina Bukit Merah, na Malásia, foi culpada por causar defeitos de nascença e leucemia em moradores de uma cidade de onze mil habitantes. A Mitsubishi, que explorou a mina até 1992, teve que gastar US$ 100 milhões para efetuar a limpeza do local.
Brasil e as Terras Raras
Desde que a China começou a diminuir sua extração e a se tornar mais rígida com a mineração e exportação das terras raras, muitos países começaram a procurar fontes dentro de seus territórios. O Brasil não foi exceção e tem discutido amplamente essa possibilidade.
Veja também:
Brasil tem segunda maior reserva mundial de terras raras, mas não aparece entre os maiores produtores
Até meados dos anos 1950, país liderou mercado mundial junto com a Índia
O Globo
30/05/2019 - 04:30 / Atualizado em 30/05/2019 - 09:40
Brasil possui reserva de terras raras estimada em 22 milhões de toneladas
Foto: Wikimedia Commons
Brasil possui reserva de terras raras estimada em 22 milhões de toneladas
Foto: Wikimedia Commons
RIO
- O Brasil possui, ao lado do Vietnã, a segunda maior reserva de terras raras no mundo, estimada em 22 milhões de toneladas, de acordo com o Serviço Geológico dos EUA. A produção fica em torno de 2 mil toneladas por ano. A exploração começou ainda no século XIX na faixa litorânea entre o norte do Rio de Janeiro e sul da Bahia. Inicialmente os minerais eram usados como lastro para os navios. Mais tarde começaram a ser usados em lampiões a gás. Até meados dos anos 1950, o Brasil, ao lado da Índia, chegou a liderar o mercado mundial, mas acabou ultrapassado por produtores como a África do Sul, que modernizaram e dinamizaram a produção.
Produção e reservas de terras raras
Fonte: USGS
Índia 1.800 - Brasil 1.000 - Burundi 1.000 - Tailândia 1.000
Os estudos também defendem mais investimento em tecnologias para o uso local das terras raras. Uma iniciativa está em processo final de implementação: é o LabFabITR, o primeiro laboratório e fábrica de ímãs de terras raras no Brasil.
Com investimento do governo de Minas Gerais, o laboratório começará a operar com capacidade anual de produzir 23 toneladas de ímãs por ano, podendo chegar a 100 milhões de toneladas nos próximos anos.
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