10 - Nazaré Pereira - Maria de Nazaré Pereira - 1940 - Xapuri, AC - Cantora. Compositora. Atriz. Filha de pai seringueiro e mãe lavadeira. Nasceu na cidade de Xapuri, mesma cidade de Chico Mendes. Aos sete anos mudou-se com a família para o Estado do Pará, indo residir no bairro de Icoaraci (atual Vila Sorriso) em Belém. Formou-se em professora primária. Foi para o Rio de Janeiro e fez Faculdade de Teatro na Uni-Rio. Em 1969, ao lado de Leila Diniz, atuou em diversas novelas. Por essa mesma época, ganhou um prêmio no programa “A grande chance”, de Flávio Cavalcanti, na TV Tupi. O prêmio foi uma passagem para Portugal. De Lisboa, viajou para Nancy, na França. Nesta cidade, estudou teatro com Jack Lang, mais tarde ministro da Cultura do governo Mitterrand. Fez graduação no Centre Universitaire Internacional de Formation et des Recherches Dramatiques de Nancy. No ano de 1971, em Paris, sob a direção de Bob Wilson, integrou o elenco da peça “Les Regard du Sourd”, encenada no Teatre de La Musique. No ano seguinte, representou o Brasil no Festival de Teatro de Quito (Equador). Dois anos depois, participou do “Festival de Teatro de Nancy”. Por essa época, começou a cantar em casas noturnas de Paris. Trabalhou também como dançarina, integrando os grupos Les Étoiles e Os Maracatus. Atuou também ao lado de Tânia Maria, Teca Calazans e Ricardo Villas. Sua primeira música composta foi ” Xapuri do Amazonas” em 1978. Em 1978, gravou “Nazaré”, primeiro disco lançado pela gravadora Cezame/RCA, na França. Sua interpretação para “O cheiro de Carolina”, de Luiz Gonzaga, e “A roxo” obteve o primeiro lugar nas paradas de sucesso da Bélgica e Suíça. No LP também interpretou “Só quero um xodó” (Dominguinhos e Anastácia), “Pisa na fulô” (João do Vale, E. Pires e Silveira Júnior) e suas adaptações “Bambo de bambu”, “Yara” (c/ J. A Kzam) e “Boi do Amazonas”. No ano seguinte, o disco foi lançado no Brasil pela gravadora Top Tape. Por essa época, juntamente com Chico Buarque e Jorge Amado, foi condecorada por Jack Lang com a “Medalha Chevalier des Arts et des Lettres”, pelos serviços prestados à cultura brasileira na França. Nos anos seguintes, lançou vários LPs e compactos, sempre tendo uma boa média de vendagem, tanto na França quanto em países vizinhos. Entre seus discos mais conhecidos está a compilação feita por David Byrne para a gravadora EMI, “Beleza tropical”, no qual interpretou “Maculelê” e “Caixa de sol”, participando deste mesmo disco Caetano Veloso e Gilberto Gil. Gravou 17 discos, cinco dos quais para o público infantil. Escreveu com Michel Mayne (compositor de Emmanuele) letras para trilhas sonoras de filmes franceses. -------------------------------------------------------------------------------------- 10 - Cássia Eller - Cássia Rejane Eller 10/12/1962 Rio de Janeiro, RJ - 29/12/2001 Rio de Janeiro, RJ - Cantora. Compositora. Filha mais velha (tinha mais quatro irmãos) de Altair Eller, sargento reformado e Nancy Eller. Por conta do serviço do pai, que serviu em vários estados do Brasil, passou a infância e a adolescência em diferentes cidades, como Belo Horizonte (MG), Santarém (PA) e Rio de Janeiro, onde passou a adolescência no bairro do Lins de Vasconcellos. Aos 14 anos ganhou de presente seu primeiro violão, e, aos 18, quando mudou-se para Brasília, começou a cantar em corais e a fazer testes para musicais e óperas. Tentou o canto lírico, porém a rígida disciplina desse estudo e sua paixão por música popular a fizeram desistir, permanecendo somente seis meses nos estudos. Foi garçonete, cozinheira, secretária do Ministério da Agricultura, redatora, tradutora e ajudante de pedreiro. Optou definitivamente pela carreira artística. Em 1993, decidiu ter um filho e deu a luz a Francisco Ribeiro Eller, fruto de uma relação com o baixista Tavinho Fialho (falecido em acidente de carro). Oito meses depois do nascimento do filho já estava de volta aos palcos. Em 2001, iria participar da festa de réveillon na Barra da Tijuca na virada do ano, mas no dia 29 de dezembro foi internada na Clínica Santa Maria, em Laranjeiras com intoxicação exógena e após três paradas cardíacas veio a falecer neste mesmo dia. Foi sepultada no cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Sulacap, no Rio de Janeiro. Deixou o filho Francisco Ribeiro Eller (Chicão) e Maria Eugênia Viera Martins, companheira de 14 anos de convivência e com quem pretendia se casar, como declarou em entrevista à revista Marie Clare, caso o projeto-de-lei de reconhecimento de união civil de homossexuais fosse aceito no Congresso Nacional. A guarda provisória de Francisco Ribeiro Eller foi dada à Maria Eugênia. Após disputa com Altayr Eller, pai da cantora, Maria Eugênia, ganhou a guarda definitiva do menino, transformando-se em caso único na justiça brasileira. No ano de 2005 os jornalistas Eduardo Belo e Ana Cláudia Landi lançaram o livro Apenas uma garotinha - A história de Cássia Eller, Editora Planeta. Como compositora tem parcerias inéditas com a amiga Dora Galesso. Em 2013, segunda a produtora cinematográfica Carolina Castro, foram iniciadas as filmagens do documentário em longa metragem Cássia, de Paulo Henrique Fontenelle. Neste mesmo ano de 2013 começaram os ensaios do espetáculo Cássia Eller, O Musical, com direção de Ernesto Piccolo, roteiro de Patrícia Andrade, produção de Gustavo Nunes e direção musical de Lan Lan. Em Brasília, seu nome foi dado à Sala Funarte, como homenagem a uma das cantoras mais conhecidas da cidade. --------------------------
10 - Selma do Côco - Selma Ferreira da Silva - 10/12/1930 Vitória de Santo Antão, PE - 9/5/2015 Paulista, PE - Cantora. Compositora. Até os dez anos de idade viveu no interior onde teve contato com o coco de roda. Mudou com a família para o Recife. Na capital pernambucana casou e teve 14 filhos. Aos 30 anos, ficou viúva. Após a morte do marido passou a residir em Olinda, Pernambuco, onde trabalhou como vendedora de tapioca. Nas horas de folga passou a organizar rodas de coco. Morreu em 2015, internada após 29, por falência múltipla dos órgãos.
------------------------ 11 - Luiz de Castro - Luiz de Castro - 1936 - Campo do Meio, MG - Compositor. Cantor. Passou a infância no interior de Minas Gerais, onde teve contato com violeiros. Em 1959, teve sua primeira composição gravada por José Orlando: “Somente tu”, um tango, foi sucesso imediato, tendo sido regravada 32 vezes no Brasil, tornando-se campeã de execução nas rádios e também de vendagem. Foi regravada também no México, Argentina, Bolívia e França. No mesmo ano, José Lopes gravou a canção rancheira “Covarde”. Em 1960, “Somente tu”conheceu duas de suas várias regravações, ambas instrumentais, uma com Carlinhos Mafasoli ao acordeão e outra com Luiz Bordon na harpa. “Somente tu” foi gravada, também, por Cascatinha e Inhana e Alberto Fortuna. Em 1961, o Duo Brasil Moreno gravou a guarânia “Último adeus”. Em 1965, gravou o LP “Pedacinho de chão”, com destaque para as músicas “Pedacinho de chão”, “A noite de nós dois” e “O último trago”. Nos anos de 1970, formou dupla com Tupi. Em 1973, começou a atuar na Rádio Clube de Varginha como radialista. Em 1976, passou a trabalhar na Rádio Jornal Sul de Minas, na cidade de Bueno Brandão, onde ficou por dois anos. Em 1984, teve sua composição “Homem de opinião”, em parceria com Muniz Teixeira, gravada por Pedro Bento & Zé da Estrada. Em 1986, Lorito & Loreto gravaram “Último peão”, parceria sua com Muniz Teixeira. Em 1989, Lourenço & Lourival gravaram “Sítio da vovó”, parceria sua com Muniz Teixeira. No mesmo ano, teve a música “Vídeo-tape do amor”, outra parceria com Muniz Teixeira, gravada por Tonimar & Romerito. Teve mais de 200 composições gravadas por diversos artistas, entre os quais, Chitãozinho e Xororó, que em 1986 gravaram “O dinheiro compra tudo”, com Benedito Seviero, e a dupla Peão Carreiro e Zé Paulo que, em 1988, gravou a música “Depois de um beijo”, com Peão Carreiro. Outros artistas também intepretaram suas composições: Lourenço e Lourival, Zilo e Zalo, Pedro Bento e Zé da Estrada, Luisinho, Zezinha e Limeira, Duo Brasil Moreno, Milionário e José Rico e Tião Carreiro e Pardinho, entre muitos outros. Nos anos 1990, apresentou o programa “Domingo Sertanejo”, na Rádio Clube em Pouso Alegre, Minas Gerais, fazendo também apresentação de shows na região. Em 1997, Lourenço & Lourival gravaram “Noite inesquecível”, parceria sua com Muniz Teixeira. Em 2006, o cantor Daniel, ao se apresentar, como atração principal no especial de Natal do programa “Viola, minha viola”, de Inezita Barroso, cantando com José Camilo, interpretou, entre outras músicas selecionadas, “Encantos da natureza ” com Tião Carreiro. A mesma composição integrou as faixas do CD “Meu reino encantado II”, gravado por Daniel em 2003. |
12 - Noca da Portela - Osvaldo Alves Pereira - 1932 - Leopoldina, MG - Cantor. Compositor. Instrumentista. Começou a compor aos 15 anos de idade para a Escola de Samba Unidos do Catete, vencedora do carnaval com o samba-enredo “O Grito do Ipiranga”, sua primeira nota dez. Permaneceu na Ala dos Compositores desta escola por mais três anos. O pai, o professor de violão Ernesto Domingos de Araújo, não o incentivou a seguir a carreira artística, preocupado com o futuro financeiro do filho. Morou em São Cristóvão, onde conheceu a sua futura esposa, Conceição, musa de suas músicas românticas, como ele próprio faz questão de ressaltar. Ex-militante do PCB, ex-feirante, também produtor musical da gravadora RCA Victor. Estudou violão e teoria musical na Ordem dos Músicos do Rio de Janeiro. Em 2004 apresentou um programa de samba na Rádio Viva Rio, no Rio de Janeiro, logo depois extinto. Seu filho, Noquinha da Caprichosos, segue os passos do pai como compositor de sucesso. No ano de 2006, a convite da então governadora Rosinha Mateus Garotinho, assumiu a Secretaria da Cultura do Estado, tendo como um de seus assessores o parceiro e também músico Riko Dorileo.Em 1958, atuou, como cantor e compositor, no Trio Tropical, com o qual viajou por Minas Gerais, Pernambuco e Bahia. Nesta época, participou da fundação da Escola de Samba Paraíso do Tuiuti, do bairro de São Cristóvão. Para esta escola, compôs diversos sambas-enredo vencedores em seus concursos, dentre eles “Apoteose da Academia Militar das Agulhas Negras”, “Os Imortais da MPB”, gravado por ele mesmo na RCA Victor, “Rio, carnaval e batucada” e “Vida e Obra de Cecília Meirelles”, gravado por Jamelão pela Continental. No ano de 1966, Paulinho da Viola o convidou para atuar como violonista no show “Carnaval para principiantes”, no Teatro Opinião e, mais tarde, levou-o para o Grêmio Recreativo e Escola de Samba Portela. Daí em diante, ficaria conhecido como Noca da Portela. Ingressou na Ala dos Compositores formando o Trio ABC da Portela com Picolino e Colombo, dois sambistas, também, pertencentes à mesma ala. O trio apresentou-se em festivais e shows por todo o país. De acordo com as palavras do próprio Noca, “O samba é o meu passaporte”. O trio inscreveu duas composições no “II Concurso de Música de Carnaval”, organizado por Ricardo Cravo Albin, então presidente do Conselho Superior de MPB, do MIS. A primeira composição foi “Portela Querida”, defendida por Elza Soares, que a gravou com sucesso na Odeon, e a segunda foi “É bom assim”, interpretada pelo cantor Gasolina. Participou também do grupo de samba Os Autênticos, entre os anos de 1966 e 1968, integrado ainda por Mauro Duarte, Adélcio Carvalho, Eli Campos e Walter Alfaiate. Em 1969, classificou-se em 1º lugar no “Concurso de Carnaval”, do Teatro Municipal de São Paulo, com a música “Chorei, sofri, penei”. Compôs em 1971 “Festa do arraiá”, em parceria com Jackson do Pandeiro. Em 1976, ganhou o samba-enredo da Portela com “O Homem de Pacoval”. Ainda neste mesmo ano, Beth Carvalho, no LP “Mundo melhor”, gravou “Meu escudo” (c/ Délcio Carvalho). Compôs, com Martinho da Vila, “Nem a lua” (1978) e, com Nélson Gonçalves, “Aos pés do altar”. Em 1980, participou do disco “Canto de um povo”, de Délcio Carvalho, no qual interpretou, com o anfitrião, duas faixas: “Ausência” (Délcio Carvalho, Noca da Portela e Barboza da Silva) e “Farinha pouca”, em parceria com Zé do Maranhão e Délcio Carvalho. No ano de 1982, em parceria com seu filho Noquinha (Gilmar Vilela Pereira, usando pseudônimo Gilpert), compôs o samba “Virada”, interpretado por Beth Carvalho. Em 1985, a Portela venceu o carnaval com o seu samba-enredo “Recordar é viver”. Alcione, em 1986, gravou “Vendaval da vida”, de sua autoria em parceria com Délcio Carvalho. Em 1989, ao lado de Luiz Carlos da Vila, fez o show “Retratos de Bamba”, na Sala Funarte Sidney Miller, com roteiro e direção de Ricardo Cravo Albin, marcando o fechamento do célebre teatro, por quase três anos (período Collor de Mello). Neste mesmo ano, Dominguinhos do Estácio gravou, no LP “Gosto de Festa”, a música “Cena Final” (c/ Toninho Nascimento). |
14 - Arthur de Faria - Arthur de Faria Silva - 1968 - Porto Alegre, RS - Pianista. Compositor. Arranjador. Produtor. Graduou-se em Jornalismo na PUC/RS. Cursou a Escola de Música da OSPA. Estudou contraponto & fuga, harmonia, formas e ritmos do Prata, em aulas particulares. Como jornalista, trabalhou nas redações do jornal “Zero Hora” e da revista “Veja”, e desde 1994 trabalha na Pop-Rock FM, onde é redator de notícias e um dos apresentadores dos programas de variedades “Cafezinho” e “Café das Cinco”. Ainda adolescente, integrou o grupo amador Musical Nascente. Fez parte do Bando Barato pra Cachorro, com o qual atuou em 1990 e 1991, no espetáculo “Café Nice”, contemplado com o Troféu Açorianos, na categoria Melhor Grupo. Integrou também a banda de apoio do compositor gaúcho Hique Gómez. Participou, ao lado de outros músicos e cantores, do espetáculo “Um estranho senhor: Maslíah”, com direção de Luciano Alabarse, apresentando aos gaúchos a obra do compositor uruguaio Leo Maslíah. Na década de 1990, montou seu próprio grupo, Arthur Faria & Seu Conjunto, ao lado de Guenther Andréas (bateria), Fábio Mentz (latofone), Julio Rizzo (trombone), Sérgio Karam (saxofone), Giovanni Berti (percussão), Marcão Acosta (guitarra) e Clóvis Boca Freire (contrabaixo). Com o grupo, participou do Festival Porto Alegre e apresentou-se no Teatro Solis, em Montevidéu. Em 1996, lançou, com o conjunto, o CD “Música pra gente grande”, contendo suas composições “Tema do louco”, “Oito de Março”, “Psycho”, “Sur”, “Aura”, “Tu e eu” (sobre poema de Luis Fernando Veríssimo), “Radar”, “Branquinha”, “Necessidade é a mãe” (c/ Marcão Acosta), “25 de Março” e a versão “Tudo com respaldo” (Leo Masliah), de sua parceria com Guenter Andréas e Áurea Baptista, além de “Ouro de tolo” (Raul Seixas) e “Sputnik nacional” (Tulio Piva). |
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