Notícias Petroleiras e outras, estes são os nossos módulos. |
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Vinheta |
EDITORIAL - Conceito de Oligarquia |
Módulo I Essa empresa americana gerou desemprego, insatisfação e oferta de mão de obra desocupada para quem? Houve doação de terras para os americanos? Houve expulsão dos locais? |
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01/10/2020
http://twitter.com/profivanluiz
https://www.facebook.com/profile.php?i
Ivan Luiz Jornalista – Reg. CPJ 38.690 - RJ –1977. |
Módulo II Como pequenos madeireiros poderiam disputar com grandes empresas americas? Com equipamentos modernos enviando madeiras para os EUA? |
Módulo III Teve influencia religiosa nesse conflito? E o Supremo Tribunal? |
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Módulo IV Lutas e Revoluções na América Latina Seculos XIX, XX e XXI destaque para Guerra do Contestado |
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Módulo V - Homenageados na cultura brasileira, destaque para Roquette
Pinto (136 anos) - |
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Módulo VI Relação completa dos aniversariantes de 25/09 a 01/10 |
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Módulo VII – Aniversário Petrobras em 03 de outubro |
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Homenagem Especial: |
Algumas Razões
Os entendidos afirmam
Que o caranguejo
Anda para trás
Verdade?
Quantas inverdades
Malandro que só
Nunca andou para trás
Se isto acontecesse
Jamais chegaria ao lugar desejado
Suas antenas
Ou melhor: seus olhos
Anda sim
Mas é de lado
Sem a mínima pressa
Sendo objetivo
Prevenido e antenado
Não deixando brecha para o azar
Qualquer movimento anormal
Vai célere para a toca
Localizada bem perto
Rapidamente se esconde
Evitando o perigo
Na lama ou no barro
Sempre em estado de alerta
Sabe aonde anda
Acompanha a maré
Só a favor
Existem pessoas
Que se julgam espertas
Dizendo:
- Bobo é o caranguejo
- Que anda para trás
Neste caso
Quem é o mais esperto?
Os que pensam
Ou aquele que anda de lado?
Antônio Furtado
EDITORIAL:
Oligarquia é considerado um tipo de organização do
poder do Estado e se refere a grupos que controlam este poder baseado em seus
interesses ou visões de sociedade. A palavra deriva do grego e se refere a um
governo de poucos, ou seja, de uma pequena elite. Diferentes momentos da
história tiveram grupos oligárquicos no poder. Para alguns autores da
filosofia, uma oligarquia é um governo corrompido de grupos que manipulam o
Estado para seus interesses.
A oligarquia figura entre os tipos
de governo a que se refere Aristóteles, em sua obra Política. Para o autor os
governos podem ser governados por uma pessoa, poucas ou muitas, e se serão bons
dependendo de para quem se governa. Para Aristóteles, um governo justo governa em prol
do bem-comum sempre, já o injusto seria governado em torno de interesses
particulares. Assim, dos governos justos temos a monarquia, a aristocracia e a
politeia. E dos injustos, a tirania, a oligarquia e a democracia. A democracia seria corrompida por
defender os interesses de muitos sobre os indivíduos e não trabalhar pelos
indivíduos de forma separada. Tomás de Aquino também defende a mesma ideia
inspirado em Aristóteles.
Guerra do Contestado
Essa guerra civil teria como pano de fundo apenas a disputa de limites
geográficos? A Brazil Railway Company construtora da estrada de ferro e dona da
madeireiraa Southern Brazil Lumber & Colonization Company queriam
o que nessas terras?
O Conflito que surgiu entre 1912 e 1916, em uma área povoada por sertanejos, entre as fronteiras do Paraná e Santa Catarina. Eram pessoas muito pobres, oprimidas, que não possuíam terras e também padeciam com a escassez de alimentos. Subsistiam sob a opressão dos grandes fazendeiros e de duas empreendedoras americanas que operavam ali – a Brazil Railway, responsável pela implantação da via ferroviária que uniu o Rio Grande a São Paulo, e uma madeireira.
Destaque para Guerra do Contestado - Guerra civil
Marcos históricos da Guerra do Contestado (Museu
do Contestado).
Data:22 de outubro de 1912 - Agosto de 1916
Local:Região do Contestado, entre Paraná e Santa Catarina, no sul do
Brasil
Desfecho:Acordo de limites entre os governos de Paraná e Santa Catarina
Beligerantes:Brasil x
Rebeldes
Comandantes:José Maria de Santo Agostinho e Maria Rosa e Adeodato
Manuel Ramos
Brasil: João Gualberto Gomes de Sá Filho,
Carlos Frederico de Mesquita, Tertuliano Potiguara e Marechal Hermes da
Fonseca
Forças
10 000 soldados do Exército Encantado de São Sebastião
7000 soldados do Exército Brasileiro, 1000 soldados do regimento de
segurança do Paraná PMPR e 1000 civis contratados
Baixas
5000-8000 entre mortos, feridos e desaparecidos 800-1000 entre mortos,
feridos ou desertores
A Brazil
Railway obteve do governo, como forma de remuneração pelos serviços
prestados, o equivalente a 15 mil metros de terras, uma em cada margem da
estrada de ferro, as quais tinham que ser obrigatoriamente povoadas por
estrangeiros. Porém, o que a Brazil Railway mais queria era tirar proveito
da riqueza da floresta nativa ali existente, que ostentava sua erva-mate, seus pinheiros e imbuias. As
empresas empregaram os imigrantes nos trabalhos com a estrada de ferro e na
exploração de madeira. Deram início então à retirada forçada dos nativos, que
ocupavam ilegalmente um pedaço de terra, na qual trabalhavam para que se
tornasse fértil.
Essa atitude
revoltou os sertanejos e foi o estopim para o conflito, que se destacou por sua
característica sócio-política. A Guerra
do Contestado colocou os nativos contra o governo, as
multinacionais e as oligarquias. Os sertanejos encontraram o apoio
que precisavam nos monges – religiosos que peregrinavam pelo sertão pregando a
palavra de Deus –, figuras muito respeitadas por esse povo. No ano de 1912, um
monge, conhecido como José
Maria, une-se aos sertanejos revoltados, institui vários
povoados com autoridade própria e igualdade social, ignorando a partir de então
qualquer mandado vindo da parte de alguma autoridade da República Velha. Esses povoados ficaram
conhecidos como Contestado e o conflito ganhou feição messiânica, sendo
conhecido também como Guerra
Santa. José Maria era estimado pelos seus seguidores - pessoas
socialmente desprovidas de tudo - como uma alma boa que surgira para restabelecer
a saúde dos adoentados e desprovidos. O costume do monge, de anotar as
qualidades curativas das plantas que achava nas redondezas, o ajudou a
construir no lote de um dos administradores uma botica, para melhorar a
assistência de quem o procurasse.
O governo
federal não viu com bons olhos o trabalho de José Maria, que passou a
representar um risco para a ordem e segurança da região. Ele e seus seguidores
foram severamente reprimidos pelas multinacionais e pela guarda armada do
governo federal. Eles pretendiam dar fim aos povoados sertanejos e obrigá-los a
sair por bem ou por mal dos territórios dos quais haviam tomado posse. No mês
de novembro de 1912 ocorreu a batalha de Irani, o qual marcou este conflito e
desencadeou na morte do monge José Maria. Os sertanejos, inconformados com a
morte de seu líder, partem para o extremo, dando início a uma guerra civil.
Novas sedes foram constituídas por seus sectários, que até este momento não
pensavam em se render, mas sim em continuar lutando, desgostando o governo
federal que, ávido por acabar definitivamente com esta guerra, resolve usar
todo seu poderio militar e abater as últimas fortificações resistentes,
utilizando para este fim um grande contingente de soldados equipados com fuzis,
canhões, metralhadoras e aviões, nunca antes usados em uma ação bélica desta
magnitude.
A Guerra do
Contestado acabou com a capitulação dos revoltosos e muitas mortes, pois os
mesmos resistiram bravamente antes de se dar por vencidos.
Fonte aqui
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Destaque para
Módulo
I
Essa empresa americana gerou desemprego, insatisfação e
oferta de mão de obra desocupada para quem? Houve doação de terras para os
americanos? Houve expulsão dos locais?
O conflito do Contestado
No começo
do século XX houve um violento conflito de terra que envolveu posseiros pobres,
negros, mestiços e indígenas, numa área de 25 mil quilômetros quadrados, região
disputada pelas províncias do Paraná e Santa Catarina.
Uma companhia
norte-americana, a Brazil Railway, que construiu a estrada de ferro São Paulo –
Rio Grande, recebeu do governo, como parte do pagamento, terras em uma faixa de
quinze quilômetros de cada lado da ferrovia. Essa empresa deveria colonizar a
área com imigrantes, mas o seu principal interesse era a exploração da floresta
nativa, rica em pinheiros e imbuias.
A
população que morava nessas terras como posseiros foi expulsa, e essa
gente veio a se unir aos quase 8 mil trabalhadores da estrada de ferro que haviam
sido recrutados nas grandes cidades e que, após o término da construção, se
viram completamente abandonados. Também foram arruinados os pequenos
madeireiros, pois não podiam competir com uma grande empresa
estadunidense instalada na região do Contestado, a mais moderna serraria da
América Latina, e que exportava a madeira para os Estados Unidos.
Há tempos
aquela região era freqüentada por beatos, que se ocupavam da vida religiosa do
povo. Há registros de um João Maria, a partir de 1840, que se seguiu a outro
monge com o mesmo nome. O mais famoso foi um terceiro José Maria, que se dizia
irmão do anterior e liderou, em 1912,a primeira revolta. O povo se uniu para
lutar pela posse da terra, por uma sociedade mais justa, orientada por
princípios religiosos.
Em 1914
houve um novo confronto em Taquaruçu que resultou em uma verdadeira
carnificina. Os sobreviventes se reuniram em novo arraial, Caraguatá. Ali o
movimento começou a receber novas adesões e a revolta ganhou um caráter mais
organizado. Os rebeldes conseguiram manter o controle sobre a vasta região com
inúmeras vilas onde viviam os seguidores do monge e alguns redutos
estratégicos.
O
movimento foi liquidado em fins de 1915, após quase um ano de intensa luta. Pela
primeira vez o governo brasileiro utilizou aviões de bombardeio e de
reconhecimento. Os remanescentes refugiaram-se no vale do rio Santa Maria, onde
foram esmagados por 6 mil soldados do Exército e da Polícia dos dois estados,
além de mais mil homens fornecidos pelos coronéis da região.
A violência
e crueldade foram marca da ação das forças governamentais. Casas incendiadas,
mais de 6 mil pessoas mortas, inclusive mulheres e crianças.
Nesse
movimento participaram também indígenas Kaingang e Xokleng, sendo que até hoje
os Kaingang de Santa Catarina realizam o batismo de São João Maria. Os
remanescentes do Contestado, chamados de cafusos, ainda vivem em Santa
Catarina, mantendo uma organização comunitária, sendo seus líderes chamados de
cacique e vice-cacique.
A Guerra
do Contestado
A Guerra do Contestado foi
um conflito que alcançou enormes proporções na história do Brasil e,
particularmente, dos Estados do Paraná e de Santa Catarina. Semelhante a outros
graves momentos de crise, interesses político-econômicos e messianismo se
misturaram ao contexto explosivo.
Ocorrido
entre 1912 e 1916, o conflito envolveu, de um lado, a população cabocla
daqueles Estados, e, de outro, os dois governos estaduais, apoiados pelo
presidente da República, Hermes da Fonseca.
A região
do conflito, localizada entre os dois Estados, era disputada pelos governos
paranaense e catarinense. Afinal, era uma área rica em erva-mate e, sobretudo,
madeira. Originalmente, os moradores da região eram posseiros caboclos e
pequenos fazendeiros que viviam da comercialização daqueles produtos.
Fonte:
geocities.yahoo.com.br
Guerra do Contestado
A história
da Guerra do Contestado,
que se desenrolou no Planalto catarinense entre os anos de 1912 e 1915, ainda
não foi totalmente elucidada.
Há muito a
ser descoberto e muito a ser admitido.
Afinal,
num episódio onde devotos religiosos viram guerrilheiros e militares são
transformados em jagunços sedentos por vingança, a verdade tende a ser
escamoteada para favorecer a um ou a outro lado.
Mas o fato
é que a memória está lá, viva e mais inquietante do que nunca, inspirando até
os dias de hoje os moradores da região que um dia foi tão violentamente
disputada entre os estados de Santa Catarina e do Paraná.
CRONOLOGIA E FATOS DA GUERRA
1910: A Brazil
Railway conclui o trecho da Estrada de Ferro São Paulo Rio Grande do Sul,
chegando ao Rio Urugaui. Cerca de 8 mil trabalhadores são dispensados e ficam
perambulando pela região.
1911: É
criada a Southern Brazil Lumber and Colonization company. É iniciada as
expulsões de famílias de agricultores das margens da ferrovia e das terras
próximas que eram ricas em pinheiros.
1912: Aparece
em Campos Novos o monge José Maria.
Agosto, 6: Festa
do Senhor bom Jesus na localidade de Taquaruçú, no município de Curitibanos.
Convidados pelos festeiro no lugar, o monge José Maria comparece. A festa reúne
uitos desempregados e famílias expulsas de suas terras pela Lumber and
Colonization. Após a festa muitas famílias permanecem no local e passam a construir
um núcleo de fiéis do monge. José Maria lê a História de Carlos Magnos e dos
Doze Pares de França e ali constitui 24 homens como seus Doze Pares.
Outubro: Ameaçado
pelo “coronel” Albuquerque, de Curitibanos, José Maria retira-se para o Irani
(a oeste) seguido por 40 cavaleiros armados.
Outubro, 22: Batalha
do Irani. Tropas do Regimento de segurança do Paraná atacam o monge e seus
seguidores. No combate morre o coronel João Gualberto, comandante das tropas
paranaenses, e o místico José Maria.
1913 Dezembro, 1º : início
do reduto de Taquaruçu, sob a iderança de Euzébio dos Santos e Chico Ventura.
Um filho de Euzébio, Manoel, é tido como vidente.
Dezembro, 29: Primeiro
ataque a Taquaruçú, por tropas do Exército e da Polícia Militar Catarinense. Os
atacantes são repelidos.
1914 Janeiro: Início
do reduto de Caraguatá.
Fevereiro, 8: Segundo
ataque a Taquaruçú. O reduto é bombardeado e arrasado. Os sobreviventes vão
juntar-se ao reduto de caraguatá. ali, está no comando a viregem Maria Rosa.
Março, 9: Ataque
de forças do Exército a Caraguatá. Grande vitória da Irmandade. Segue-se uma
epidemia de tifo e o reduto é transferido para Bom sossego (vale do Timbozinho).
Abril: Assume
o comando da repressão ao movimento o general Carlos de Mesquita. em sua
ofensiva encontra o reduto de caraguatá já abandonado, limitando-se a queimar
os ranchos que ainda encontrou. Dá sua missão por cumprida e deixa na região
apenas uma tropa comandada pelo capitão Matos Costa, sediada em Vila Nova do
timbó.
Junho: Lideranças
populares da região de Canoinhas aderem à irmandade. Entre essas, Aleixo Gonçalnves
de Lima, bonifácio Papudo e Antônio Tavares Jr. Também numeroso grupo da
oposição de Curitibanos, liderado por Paulino Pereira. Formam-se diversos novos
reduto menores.
Julho, 15: Ataque
da Irmandade a Canoinhas.
Agosto: Mudança
do reduto principal para Caçador.
Setembro, 5: Destruição
da Estação Calmon e da Serraria da Limber naquela localidade por um piquete da
Irmandade comandado por Francisco Alonso.
Setembro, 6: Destruição
da Estação São João. Emboscada ao trem militar comandado por Matos Costa,
quando este perde a vida.
Setembro, 11: Chega
à região o general Fernando Setembrino de Carvalho, para dirigir a guerra
contra a Irmandade.
Setembro, 26: Piquete
da irmandade ocupa Curitibanos. Na mesma época , outros piquetes ocupam, ao
norte, Salseiro, Iracema, Moema, Papanduva.
Outubro, 26: Tropas
do Exército ocupam Salseiro.
1915, Janeiro 8: Reduto
Tavares, o mais oriental, é tomado.
Janeiro, 19: Operação
de reconhecimento aéreo pelos aviadores capitão Kirk e Darioli.
Fevereiro: Operação
“limpeza” do capitão Tertuliano Potyguara (com 200 soldados e 500 vaqueanos) no
vale do Timbozinho. Destrói os redutos de São Sebastião e Pinheiros. Mais
grupos vão reunir-se ao reduto principal de Santa Maria.
Fevereiro, 8: Primeiro
ataque ao reduto Santa Maria, por tropas sob o comando do tte. Cel. Estillac
Leal. A guarda do reduto repele ao ataque. Março, 1º: Cai o aeroplano Morane-Saulnier do
capitão Kirk, quando realizaa vôo de reconhecimento indo unir0se às tropas que
atacariam o Santa Maria no dia seguinte. O piloto morre no acidente e a aviação
não participou mais da guerra.
Março, 2: Novo
ataque contra Santa Maria pela coluna Sul (Estillac Leal). Lançam-se obuses.
Não tem êxito.
Março, fim do mês: Destacamento
especial sob comando do capitão Potyguara avança pelo norte, tomando uma a uma
as Guardas e os redutos anexados ao reduto principal. Entra finalmente em Santa
Maria, mas fica cercado pela tática de defesa da Irmandade. Consegue socorro
dos 2 mil homens de Estillac Leal. Santa Maria é totalmente incendiado.
Abril/Maio: Sob
o comando de Adeodato muitos sobreviventes reagrupam-se em novos redutos (São
Miguel depois São Pedro e Pedras Brancas) e, após a retirada do grosso das tropas,
reiniciam a guerra. Muitos dos que tentaram se apresentar às tropas militares
foram sumariamente fuzilados no mato.
Outubro, 17: O
reduto de Pedras Brancas é tomado.
Dezembro, 17: O
último reduto, São Pedro, é destruído por uma força de vaqueanos.
1916, Agosto: Adeodato
Manoel de Ramos, último comandante “Jagunço” é preso e enviado para a cadeia em
Florianópolis. 7 anos depois tenta fugir e é morto por um oficial… (Nos anos
que se seguiram, os sobreviventes sertanejos continuaram sendo caçados e
fuzilados, ou degolados, por policiais e piquetes de vaqueanos, a mando dos
coronéis).
Outubro, 20: É
assinado o Tratado dos Limites, entre o Paraná e Santa Catarina, pondo fim ao
mais sangrento conflito camponês dos tempos modernos.
1910: A Brazil
Railway conclui o trecho da Estrada de Ferro São Paulo Rio Grande do Sul,
chegando ao Rio Urugaui. Cerca de 8 mil trabalhadores são dispensados e ficam
perambulando pela região.
1911: É
criada a Southern Brazil Lumber and Colonization company. É iniciada as
expulsões de famílias de agricultores das margens da ferrovia e das terras
próximas que eram ricas em pinheiros.
1912: Aparece
em Campos Novos o monge José Maria.
Agosto, 6: Festa
do Senhor bom Jesus na localidade de Taquaruçú, no município de Curitibanos.
Convidados pelos festeiro no lugar, o monge José Maria comparece. A festa reúne
uitos desempregados e famílias expulsas de suas terras pela Lumber and
Colonization. Após a festa muitas famílias permanecem no local e passam a construir
um núcleo de fiéis do monge. José Maria lê a História de Carlos Magnos e dos
Doze Pares de França e ali constitui 24 homens como seus Doze Pares.
Outubro: Ameaçado
pelo “coronel” Albuquerque, de Curitibanos, José Maria retira-se para o Irani
(a oeste) seguido por 40 cavaleiros armados.
Outubro, 22: Batalha
do Irani. Tropas do Regimento de segurança do Paraná atacam o monge e seus
seguidores. No combate morre o coronel João Gualberto, comandante das tropas
paranaenses, e o místico José Maria.
1913 Dezembro, 1º : início
do reduto de Taquaruçu, sob a iderança de Euzébio dos Santos e Chico Ventura.
Um filho de Euzébio, Manoel, é tido como vidente.
Dezembro, 29: Primeiro
ataque a Taquaruçú, por tropas do Exército e da Polícia Militar Catarinense. Os
atacantes são repelidos.
1914 Janeiro: Início
do reduto de Caraguatá.
Fevereiro, 8: Segundo
ataque a Taquaruçú. O reduto é bombardeado e arrasado. Os sobreviventes vão
juntar-se ao reduto de caraguatá. ali, está no comando a viregem Maria Rosa.
Março, 9: Ataque
de forças do Exército a Caraguatá. Grande vitória da Irmandade. Segue-se uma
epidemia de tifo e o reduto é transferido para Bom sossego (vale do Timbozinho).
Abril: Assume
o comando da repressão ao movimento o general Carlos de Mesquita. em sua
ofensiva encontra o reduto de caraguatá já abandonado, limitando-se a queimar
os ranchos que ainda encontrou. Dá sua missão por cumprida e deixa na região
apenas uma tropa comandada pelo capitão Matos Costa, sediada em Vila Nova do
timbó.
Junho: Lideranças
populares da região de Canoinhas aderem à irmandade. Entre essas, Aleixo Gonçalnves
de Lima, bonifácio Papudo e Antônio Tavares Jr. Também numeroso grupo da
oposição de Curitibanos, liderado por Paulino Pereira. Formam-se diversos novos
reduto menores.
Julho, 15: Ataque
da Irmandade a Canoinhas.
Agosto: Mudança
do reduto principal para Caçador.
Setembro, 5: Destruição
da Estação Calmon e da Serraria da Limber naquela localidade por um piquete da
Irmandade comandado por Francisco Alonso.
Setembro, 6: Destruição
da Estação São João. Emboscada ao trem militar comandado por Matos Costa,
quando este perde a vida.
Setembro, 11: Chega
à região o general Fernando Setembrino de Carvalho, para dirigir a guerra
contra a Irmandade.
Setembro, 26: Piquete
da irmandade ocupa Curitibanos. Na mesma época , outros piquetes ocupam, ao
norte, Salseiro, Iracema, Moema, Papanduva.
Outubro, 26: Tropas
do Exército ocupam Salseiro.
1915, Janeiro 8: Reduto
Tavares, o mais oriental, é tomado.
Janeiro, 19: Operação
de reconhecimento aéreo pelos aviadores capitão Kirk e Darioli.
Fevereiro: Operação
“limpeza” do capitão Tertuliano Potyguara (com 200 soldados e 500 vaqueanos) no
vale do Timbozinho. Destrói os redutos de São Sebastião e Pinheiros. Mais
grupos vão reunir-se ao reduto principal de Santa Maria.
Fevereiro, 8: Primeiro
ataque ao reduto Santa Maria, por tropas sob o comando do tte. Cel. Estillac
Leal. A guarda do reduto repele ao ataque. Março, 1º: Cai o aeroplano Morane-Saulnier do
capitão Kirk, quando realizaa vôo de reconhecimento indo unir0se às tropas que
atacariam o Santa Maria no dia seguinte. O piloto morre no acidente e a aviação
não participou mais da guerra.
Março, 2: Novo
ataque contra Santa Maria pela coluna Sul (Estillac Leal). Lançam-se obuses.
Não tem êxito.
Março, fim do mês: Destacamento
especial sob comando do capitão Potyguara avança pelo norte, tomando uma a uma
as Guardas e os redutos anexados ao reduto principal. Entra finalmente em Santa
Maria, mas fica cercado pela tática de defesa da Irmandade. Consegue socorro
dos 2 mil homens de Estillac Leal. Santa Maria é totalmente incendiado.
Abril/Maio: Sob
o comando de Adeodato muitos sobreviventes reagrupam-se em novos redutos (São
Miguel depois São Pedro e Pedras Brancas) e, após a retirada do grosso das tropas,
reiniciam a guerra. Muitos dos que tentaram se apresentar às tropas militares
foram sumariamente fuzilados no mato.
Outubro, 17: O
reduto de Pedras Brancas é tomado.
Dezembro, 17: O
último reduto, São Pedro, é destruído por uma força de vaqueanos.
1916, Agosto: Adeodato
Manoel de Ramos, último comandante “Jagunço” é preso e enviado para a cadeia em
Florianópolis. 7 anos depois tenta fugir e é morto por um oficial… (Nos anos
que se seguiram, os sobreviventes sertanejos continuaram sendo caçados e
fuzilados, ou degolados, por policiais e piquetes de vaqueanos, a mando dos
coronéis).
Outubro, 20: É
assinado o Tratado dos Limites, entre o Paraná e Santa Catarina, pondo fim ao
mais sangrento conflito camponês dos tempos modernos.
Guerra do Contestado
O
povoamento do planalto serrano foi diferente da do litoral catarinense na sua
composição de recursos humanos. As escarpas serranas, densamente cobertas pela
Mata Atlântica, junto com os povos indígenas, representavam sérios obstáculos
para o povoamento da região.
A ocupação
se deu de através do comércio de gado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo já
no século XVIII, fazendo surgir os primeiros locais de pouso.
A
Revolução Farroupilha e Federalista também contribuíram para o aumento de
contigente humano, que buscavam fugir dessas situações beligerantes.
Em 1853
começa a disputa de limites entre Santa Catarina e Paraná, quando este último
se desmembra de São Paulo e firma posse sobre o oeste catarinense.
Com a
constituição de 1891, é assegurada aos Estados o direito de decretar impostos
sobre as exportações e mercadorias, como também indústrias e profissões, o que
acirra ainda mais a questão dos limites, pois a região era rica em ervas.
Em 1904
Santa Catarina tem ganho de causa perante o Supremo Tribunal Federal, mas o
Paraná vai recorrer perdendo novamente em 1909 e 1910. Porém a discussão não
finda por aqui, sendo resolvida em 1916 quando os governadores Felipe Schmidt
(SC) e Afonso Camargo (PR), por intermédio do Presidente Wenceslau Bráz,
assinam um acordo estabelecendo os limites atuais entre os dois estados.
Vale
lembrar que essa disputa não tinha muita relevância na população, pois o poder
era sempre representado pelos coronéis, tanto fazia pertencer à Santa Catarina
ou Paraná.
Assinatura do Acordo no Palácio
do Catete, em Outubro de 1916
Imbuia com 10 metros de
circunferência
A região
planaltina vai excercer grande cobiça entre os Estados de Santa Catarina e
Paraná, assim como para o Grupo Farquhar (Brazil Railway Company, como veremos
adiante), apropriando-se do maior número de terras possíveis.
A vida
econômica da região, durante muito tempo, vai girar em torno da criação
extensiva do gado bovino, na coleta da erva mate e na extração de madeira,
material empregado na construção de praticamente todas as residências. Os
ervais encontravam seu mercado na região do Prata.
Nas terras
dos coronéis os agregados e peões podiam servir-se das ervas sem qualquer
proibição, porém quando o mate adquiriu valor comercial, os coronéis começaram
a explorar a coleta abusiva do mate em suas terras.
Como
região fornecedora de gado para a feira de Sorocaba e erva mate para os países
do Prata, o planalto catarinense inseria-se economicamente a nível nacional, no
modelo agrário-comercial-exportador dependente.
Locomotiva
da estrada de ferro
Com a expansão da área cafeicultora brasileira, surgiu a
necessidade de se interligar os núcleos urbanos com a região sulina, para que
esta os abastecesse com produtos agro-pastoris. É criada então uma comissão
para a construção de uma Estrada de Ferro para ligar esses dois pólos.
A
concessão da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande, iniciou com o engenheiro
João Teixeira Soares em 1890, abandonando o projeto em 1908, transferindo a
concessão para uma empresa norte-americana Brazil Railway Company, pertencente
ao multimilionário Percival Farquhar, que além do direito de terminar a
estrada, ganha também o direito de explorar 15 Km de cada lado da estrada.
Tropa de segurança montada pela
Lumber
Farquhar cria também a Souther Brazil Lumber and Colonization
Co., que tinha por objetivo de extrair a madeira da região e depois
comercializá-la no Brasil e no exterior. Além disso, a empresa ganha também o
direito de revender os terrenos desapropriados às margens da estrada de ferro.
Esses terrenos seriam vendidos preferencialmente aos imigrantes estrangeiros
que formavam suas colônias no sul do Brasil.
Para a
construção do trecho que faltava da ferrovia, a empresa contratou cerca de 8000
homens da população urbana do Rio de Janeiro, Santos, Salvador e Recife,
prometendo salários compensadores.
Ao
encerrar a construção da ferrovia, esses funcionários foram demitidos, sem ter
para onde ir pois a empresa não honrou o acorde de levá-los de volta ao término
do trabalho. Passam então a engrossar a população carente que perambulava a
região do Contestado.
A Brazil
Lumber providencia a construção de duas grandes serrarias, uma em Três Barras,
considerada a maior da América do Sul, e outra em Calmon, no qual dão início a
devastação dos imensos e seculares pinherais.
Região envolvida na guerra
A guerra inicia-se oficialmente em 1912, com o combate do Irani,
que resultou nas mortes do monge José Maria e também do coronel João Gualberto,
e vai até a prisão de Adeodato, último e mais destacado chefes dos fanáticos,
em 1916. É também neste ano em que é assinado o acordo de limites entre Santa
Catarina e Paraná.
Durante
esse período, podemos observar uma mudança nos quadros dos fanáticos com a
adesão dos ex-funcionários da Brazil Railway Company. Juntam-se também ao
movimento um expressivo número de fazendeiros que começavam a perder terras
para o grupo Farquhar e para os coronéis. Com essas mudanças o grupo vai
tornar-se mais organizado, distribuindo funções a todos, utilizando também
táticas de guerrilha.
No
episódio em que o José Maria monta sua “farmácia do povo” nas terras do coronel
Almeida, cresce absurdamente sua popularidade, sendo convidado para participar
da festa do Senhor do Bom Jesus, em Taquaruçu – município de Curitibanos.
Atendendo ao convite José Maria participa acompanhado de 300 fiéis, ao terminar
a festa José Maria continuou em Curitibanos atendendo pessoas que não tinham
mais onde ir. Curitibanos era uma cidade sob o domínio do coronel Francisco de
Albuquerque, que preocupado com acúmulo dos “fiéis” manda um telegrama para a
capital pedindo auxílio contra “rebeldes que proclamaram a monarquia em
Taguaruçú”, sendo atendido com o envio de tropas.
Caboclos moradores da região do
Contestado
Diante dessa situação, José Maria parte para o Irani com toda
essa população carente. Porém na época Irani pertencia a Palmas, sob controle
do Estado do Paraná, que via nesse movimento de pessoas uma “estratégia” de
ocupação por parte do Estado de Santa Catarina. Logo é enviada tropas do
Regimento de Segurança do Paraná, sob o comando do coronel João Gualberto, que
junto com José Maria, morre no combate.
Terminada
a luta com dezenas de corpos e com a vitória dos fanáticos, José Maria é
enterrado com tábuas para facilitar a sua ressurreição, que aconteceria
acompanhado de um Exército Encantado, ou Exército de São Sebastião. Os caboclos
defendiam a Monarquia Celeste, pois viam na República um instrumento do diabo,
dominado pelas figuras dos coronéis.
Em
dezembro de 1913, organiza-se em Taquaruçú um novo reduto que logo reuniu 3000
crentes, que atenderam ao chamado de Teodora, uma antiga seguidora de José
Maria que dizia ter visões do monge. Ao final deste ano, o governo federal e
uma Força Pública catarinense, atacam o reduto. O ataque fracassa e os
fanáticos se apoderam das armas. A partir de então começam a surgir novos
redutos, cada vez mais em locais afastados para dificultar o ataque das tropas
legais.
Escombros da serraria da
fazenda Santa Leocádia queimada pelos caboclos
Vista parcial do reduto
Em janeiro
de 1914 um novo ataque feito em conjunto com os dois Estados e o governo
federal que arrasa completamente o acampamento de Taquaruçú. Mas a maior parte
dos habitantes já estavam em Caraguatá, de difícil acesso. No dia 9 de março de
1914 os soldados travam uma nova batalha, sendo derrotados.
Essa derrota
repercute em todo o interior, trazendo para o reduto mais e mais pessoas. Neste
momento, formam-se piquetes para o arrebanhamento de animais da região para
suprir as necessidades do reduto.
Mesmo com
a vitória é criado outro reduto, o de Bom Sossego, e perto dele o de São
Sebastião. Este último chegou a ter aproximadamente 2000 moradores.
Os
fanáticos não ficam só a esperar os ataques do governo, atacam as fazendas dos
coronéis retirando tudo o que precisavam para as necessidades do reduto.
Partiram
também para atacar várias cidades, como foi o caso de Curitibanos. O principal
alvo nesses casos eram cartórios onde se encontravam registros das terras,
sendo incendiados. Outro ataque foi em Calmon, destruindo a segunda serraria da
Lumber, destruindo-a completamente.
No auge do
movimento, o território ocupado equivalia ao Estado de Alagoas, totalizando
20.000. Até o fim do movimento haviam morrido cerca de 6000.
Este grupo de caboclos mostrou
a um fotógrafo anônimo que estava disposto a se defender
Assinatura do Acordo no Palácio do Catete, em Outubro de 1916
Imbuia com 10 metros de circunferência
Região envolvida na guerra
Caboclos moradores da região do Contestado
Escombros da serraria da fazenda Santa Leocádia queimada pelos caboclos
Vista parcial do reduto
Este grupo de caboclos mostrou a um fotógrafo anônimo que estava disposto a se defender
O contra-ataque do governo
General Setembrino
Com a
nomeação do General Setembrino de Carvalho para o comando das operações contra
os fanáticos, a guerra muda de posição. Até então os rebeldes haviam ganho
grande parte dos combates e as vitórias do governo eram inexpressivas. Setembrino
vai reunir 7000 soldados, dispondo também de dois aviões de observação e
combate.
Em seguida
manda um manifesto aos habitantes das áreas ocupadas garantindo a devolução de
terras para quem se entregasse, e tratamento inóspito para quem continuasse.
Setembrino
vai adotar uma nova postura de guerra, ao invés de ir ao combate direto, cerca
os fanáticos com tropas vindas de todas as direções: norte
– sul – leste – oeste.
Avião usado na Guerra do
Contestado
Oficiais do Estado-maior do Exército, com quepes franceses,
oficiais da Polícia Militar do Paraná, com quepes
alemães, e dois civis em Porto
União, região do Contestado. Da esquerda para a direita: Capitão João
Alexandre Busse (PMPR); Dr. Urbano; Tenente Antônio Guilhon; Coronel Fabriciano do Rego Barros (PMPR);
Capitão José Ozório; Capitão Oscar Paiva; Tenente Ricardo
Kirk (aviador); Tenente Daltro
Filho; General Setembrino de Carvalho; Tenente Euclides
Figueiredo (pai do futuro presidente João Batista Figueiredo); Capitão Souza
Reis; Ernesto
Darioli (aviador); e Tenente João Niemeyer.
Sertanejos do Contestado após
serem aprisionados
Com esse cerco, começa a faltar comida nos acampamentos, fazendo
com que alguns fanáticos começassem a se entregar, mas na sua maioria eram
velhos, mulheres e crianças, talvez para que sobrasse mais comida aos
combatentes. Começa a se destacar do reduto a figura do Adeodato, o último
líder dos fanáticos, que muda o reduto-mor para o vale de Santa Maria, que
contou com cerca de 5000 homens.
Na medida
em que ia faltando comida, Adeodato começa a se revelar autoritário, não
aceitando ser desafiado.
Aos que
queriam desertar, ou se entregar, era aplicada a pena máxima: a
morte. Em dezembro de 1915 o último reduto é devastado pelas tropas de
Setembrino.
Adeodato
foge, vagando com tropas ao seu alcanço, conseguindo escapar de seus
perseguidores, mas a fome e o cansaço faz com que Adeodato se entregue em
início de agosto de 1916.
Em 1923,
sete anos após ter sido preso, Adeodato é morto numa tentativa de fuga pelo
próprio diretor da cadeia, chegava ao fim a trajetória do último comandante dos
fanáticos da região do Contestado.
Detalhe do monumento erguido no
município de Irani às
milhares de vítimas da
Guerra do Contestado.
Fonte: br.geocities.com
Avião usado na Guerra do Contestado
Sertanejos do Contestado após serem aprisionados
Detalhe do monumento erguido no município de Irani às
milhares de vítimas da Guerra do Contestado.
Guerra do Contestado
No período
compreendido entre 1912 a 1916, na área então disputada pelos Estados de Santa
Catarina e Paraná, denominada região do Contestado, uma luta pela posse de
terra levou às armas, cerca de 20 mil sertanejos.
Revoltados
com os governos estaduais, que promoviam a concentração da terra, nas mãos de
poucos e com o governo federal, que concedeu uma extensa área, já habitada, à
empresa norte-americana responsável pela construção da estrada de ferro São
Paulo – Rio Grande do Sul no território, os cablocos enfrentaram as forças
militares dos dois Estados e do Exército Nacional, encarregados da repressão
Liderados
inicialmente por um monge peregrino, que um ano mais tarde, após sua morte,
faria eclodir um movimento messiânico de crença na sua ressurreição e na
instauração de um reinado de paz, justiça e fraternidade, os revoltosos
chegaram a controlar uma área de 28 mil quelômetros quadrados.
Com o
propósito de garantir direito de terras, combateram a entrada do capital
estrangeiro, que explorava a madeira e vendia a terra a colonos imigrantes.
A “Guerra do Contestado“, como
ficou conhecido o episódio, terminou em massacre e a rendição em massa dos
sertanejos que, embora tivessem se empolgado com as primeiras vitórias, não
puderam resistir à superioridade bélica das forças repressivas. Além do fuzil
do canhão e da metralhadora, pela primeira vez na América Latina era usada a
aviação com fins militares.
Terminada
a Guerra, Paraná e Santa Catarina chegam a um acordo sobre a Questão dos
Limites e a colonização da região é intensificada.
Surgem as
primeiras cidades e uma cultura regional começa a ser delineada.
A economia
extrativista da erva-mate e da madeira vai cedendo lugar aos novos
empreendimentos de processamento da matéria-prima.
A
modernização atinge também a propriedade rural. A região passa a viver uma nova
realidade sócio-econômica e cultural.
O
desenvolvimento, que acontece a passos largos, preserva, contudo, o espírito
inconformista e empreendedor do homem do Contestado, que venceu as adversidades
de uma região inóspita e conflitante na luta por sua sobrevivência e na busca
de seus direitos.
A lição
está estampada na cultura e nas marcas que hoje se erguem por todo o território
como marcos e referências turísticas porque resgatam um dos mais importantes
episódios da história brasileira.
Os fatos
históricos e culturais inerentes à Questão do Contestado, associados à natureza
e aos produtos da região, constituem importante roteiro turístico regional.
Fonte:
www.radarsul.com.br
Guerra do Contestado
A disputa
travada entre as províncias do Paraná e Santa Catarina, pela área localizada no
planalto meridional entre os rios do Peixe e Peperiguaçu, estendendo-se aos
territórios de Curitibanos e Campos Novos era antiga, originada antes mesmo da
criação da província do Paraná, em 1853, permanecendo em litígio até o período
republicano.
Em 1855, o
governo da província do Paraná desenvolvia tese de que a sua jurisdição se
estendia por todo o planalto meridional. Daí em diante, uma luta incessante vai
ter lugar no Parlamento do Império, onde os representantes de ambas as
províncias propunham soluções, sem chegar a fórmulas conciliatórias.
Depois de
vários acontecimentos que protelaram as decisões – como a abertura da “Estrada
da Serra” e também a disputa entre Brasil e Argentina pelos “Campos de Palmas”
ou “Misiones” – o Estado de Santa Catarina, em 1904, teve ganho de causa,
embora o Paraná se recusasse a cumprir a sentença.
Houve novo
recurso e, em 1909, nova decisão favorável a Santa Catarina, quando, mais uma vez,
o Paraná contesta. Em 1910, o Supremo Tribunal dá ganho de causa a Santa
Catarina.
A Guerra do Contestado e as operações militares
A região contestada
era povoada por “posseiros” que, sem oportunidade de ascensão social ou
econômica, como peões ou agregados das grandes fazendas, tomavam, como
alternativa, a procura de paragens para tentar nova vida.
Ao lado
desses elementos sem maior cultura – mas fundamentalmente religiosos,
subordinados a um cristianismo ortodoxo – vão se congregar outros elementos como
os operários da construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, ao longo
do vale do rio do Peixe.
Junto a
esta população marginalizada, destaca-se a atuação dos chamados “monges”,
dentre os quais o primeiro identificado chamava-se João Maria de Agostoni, de
nacionalidade italiana, que transitou pelas regiões do Rio Negro e Lages,
desaparecendo após a Proclamação da República.
Após 1893,
consta o aparecimento de um segundo João Maria, entre os rios Iguaçu e Uruguai.
Em 1987, surge outro monge, no município de Lages. Em 1912, em Campos Novos,
surge o monge José Maria, ex-soldado do Exército, Miguel Lucena de Boaventura,
que não aceitava os problemas sociais que atingiam a população sertaneja do
planalto.
O
agrupamento que começou a se formar em torno do monge, composto principalmente
de caboclos saídos de Curitibanos, se instala nos Campos do Irani. Esta área,
sob o controle do Paraná, teme os “invasores catarinenses” e mobiliza o seu
Regimento de Segurança, pois esta invasão ocorre, justamente, naquele momento
de litígio entre os dois Estados.
Em
novembro de 1912, o acampamento de Irani é atacado pela força policial
paranaense e trava-se sangrento combate, com a perda de muitos homens e de
grande quantidade de material bélico do Paraná, o que fez desencadear novos
confrontos, além do agravamento das relações entre Paraná e Santa Catarina.
Os
caboclos vão formar, pela segunda vez, em dezembro de 1913, uma concentração em
Taquaruçu, que se tornou a “Cidade Santa”, com grande religiosidade e, na qual,
os caboclos tratavam-se como “irmãos”. Neste mesmo ano, tropas do Exército e da
Força Policial de Santa Catarina atacam Taquaruçu, mas são expulsas, deixando,
ali, grande parte do armamento.
Após a
morte de outro líder, Praxedes Gomes Damasceno, antigo seguidor do monge José
Maria, os caboclos se encontram enfraquecidos. No segundo ataque, Taquaruçu era
um reduto com grande predomínio de mulheres e crianças, sendo a povoação
arrasada.
Outros
povoados, ainda, como Perdizes Grandes, seriam formados e diversos outros
combates, principalmente sob a forma de guerrilhas, se travariam até que o
conflito na região realmente terminasse.
Fonte:
www.viegasdacosta.hpg.ig.com.br
Guerra do Contestado
Movimento Messiânico (1912-1916)
Em 1912,
numa região contestada por Santa Catarina e Paraná, houve um conflito bastante
semelhante ao de Canudos, ou seja, camponeses expulsos de suas terras e sem
trabalho decidem organizar uma comunidade, sob o comando de um monge.
Uma
empresa norte-americana, ao construir a estrada de ferro que iria ligar São
Paulo ao Rio Grande do Sul, desapropriou as terras que margeavam a ferrovia e,
em troca, muito gentilmente ofereceu trabalho às famílias camponesas na
construção da mesma.
Quando as
obras terminaram, uma população enorme de camponeses ficou sem ter o que fazer
nem para onde ir. Esta situação era semelhante a dos camponeses expulsos de
suas terras por poderosas empresas madeireiras que, também, vinham se
instalando na região.
Esses
camponeses se uniram aos ‘monges’ João Maria e José Maria e fundaram alguns
povoados – “Monarquia Celeste” -, com ordem própria a semelhança de Canudos.
O governo
rapidamente tratou de dizimar esse movimento camponês (utilizando até aviões).
As forças ficaram assim compostas: peludos
(representavam o governo) contra os pelados (massa camponesa marginalizada).
Em 1916,
os últimos núcleos foram arrasados por tropas do governo.
Desenrolar da Guerra e Conflitos
Os
coronéis da região e o governo começaram a ficar preocupados com a liderança de
José Maria e sua capacidade de atrair camponeses. O governo passou a acusa ele
de ser um inimigo da república, que tinha como objetivo desestruturar o
governo. Com isso, policiais e soldados do exército foram enviados ao local,
com o objetivo de acabar com o movimento.
Os
soldados e policiais começaram a perseguir José Maria e seus seguidores.
Armados de espingardas de caça, facões e enxadas, os camponeses resistiram e
enfrentaram as forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes conflitos
armados, morrerem em torno de 5 mil à 8 mil rebeldes. As baixas do lado das
tropas oficiais foram bem menores.
José Maria
pregava a criação de um mundo novo, regido pelas leis de Deus, onde todos
viveriam em paz, com prosperidade justiça e terras para trabalhar, por isso,
conseguiu reunir milhares de seguidores, principalmente de camponeses sem
terras.
Fonte:
leandrobrito.br.tripod.com
Foto do segundo monge João
Maria
A figura
dos monges teve valor fundamental para a questão do Contestado, sendo mais
destacado o José Maria. O primeiro monge foi João Maria, de origem italiana,
que peregrinou entre 1844 a 1870 quando morre em Sorocaba. João Maria levava
uma vida extremamente humilde, e serviu para arrebanhar milhares de crentes,
porém não exerceu influência dos acontecimentos que viriam a acontecer, mas
serviu para reforçar o messianismo coletivo.
O segundo
monge, que também se chamava João Maria surge com a Revolução Federalista de
1893 ao lado dos maragatos. De começo vai mostrar sua posição messiânica,
fazendo previsões a respeito dos fatos políticos. Seu verdadeiro nome era
Atanás Marcaf, provavelmente de origem Síria. João Maria vai exercer forte
influência sobre os crentes, que vão esperar pela sua volta após seu
desaparecimento em 1908.
Essa espera
vai ser preenchida em 1912 pela figura do terceiro monge: José
Maria. Surgiu como curandeiro de ervas, apresentando-se com o nome de José
Maria de Santo Agostinho. Ninguém sabia ao certo qual a sua origem, seu
verdadeiro nome era Miguel Lucena Boaventura e, de acordo com um laudo da
polícia da Vila de Palmas/PR, tinha antecedentes criminais e era desertor do
exército.
José Maria com três virgens
Dentre as
façanhas que deram fama ao monge José Maria, podemos destacar foi a
ressurreição de uma jovem, provavelmente vítima de catalepsia, e a cura da
esposa do coronel Francisco de Almeida, acometida por uma doença incurável. O
coronel ficou tão agradecido que ofereceu terras e uma grande quantidade de
ouro, mas o monge não aceitou, o que ajudou ainda mais o aumento de sua fama,
pois passou a ser considerado santo, que veio à terra apenas para curar e
tratar os doentes e necessitados.
José Maria
não era um curandeiro vulgar, sabia ler e escrever, anotando propriedades
medicinais em seus cadernos. Montou a “farmácia do povo” no rancho de um
capataz do coronel Almeida, onde passou a atender diariamente até tarde da
noite.
Foto do segundo monge João Maria
José Maria com três virgens
Como pequenos madeireiros poderiam disputar com grandes empresas americas? Com equipamentos modernos enviando madeiras para os EUA?
Também
foram arruinados os pequenos madeireiros, pois não podiam competir com uma grande
empresa estadunidense instalada na região do Contestado, a mais moderna
serraria da América Latina, e que exportava a madeira para os Estados Unidos.
Após a
conclusão das obras do trecho catarinense da Estrada
de Ferro São Paulo-Rio Grande, a companhia Brazil Railway
Company, que recebeu do governo 15 km de cada lado da ferrovia,[5] iniciou a desapropriação de
6.696 km² de terras (equivalentes a 276.694 alqueires)[5] ocupadas já há muito tempo por
posseiros que viviam na região entre o Paraná e Santa Catarina. O governo
brasileiro, ao firmar o contrato com a Brazil Railway
Company, declarou a área como devoluta, ou seja, como se ninguém
ocupasse aquelas terras.[6] "A área total assim obtida
deveria ser escolhida e demarcada, sem levar em conta sesmarias nem posses,
dentro de uma zona de trinta quilômetros, ou seja, quinze para cada lado".[7] Isso, e até mesmo a própria
outorga da concessão feita à Brazil Railway Company, contrariava a
chamada Lei de Terras de 1850.[7] Não obstante, o governo
do Paraná reconheceu
os direitos da ferrovia; atuou na questão, como advogado da Brazil Railway, Affonso Camargo, então vice-presidente do
estado.[8]
A união
destas pessoas em torno de um ideal, levou à organização do grupo armado, com
funções distribuídas entre si. O messianismo adquiria corpo. A vida era
comunitária, com locais de culto e procissões, denominados redutos. Tudo
pertencia a todos. O comércio convencional foi abolido, sendo apenas permitidas
trocas. Segundo as pregações do líder, o mundo não duraria mais 1000 anos e
o paraíso estava
próximo. Ninguém deveria ter medo de morrer porque ressuscitaria após o combate
final. É de destacar a importância atribuída às mulheres nesta sociedade. A
virgindade era particularmente valorizada.[1]
Bandeira da "Monarquia
Celestial". Branca com uma cruz verde, evoca os estandartes das antigas
ordens monástico militares como as dos templários.
O
"santo monge" José Maria rebelou-se, então, contra a recém
formada república brasileira e
decidiu dar status de governo independente à
comunidade que comandava. Para ele, a república era a "lei do diabo".
Nomeou "imperador do Brasil" um fazendeiro analfabeto, nomeou a
comunidade de "Quadro Santo" e criou uma guarda de honra constituída
por 24 cavaleiros que intitulou de "Doze Pares de França", numa
alusão à cavalaria de Carlos Magno na Idade Média.
Os
camponeses uniram-se a este, fundando alguns povoados, cada qual com seu santo.
Cada povoado seria como uma "monarquia celeste", com ordem própria, à
semelhança do que Antônio Conselheiro fizera
em Canudos.
Convidado
a participar da festa do Senhor do Bom Jesus, na localidade de
Taquaruçu (município de Curitibanos), o monge
foi acompanhado de cerca de 300 fiéis, e lá permaneceu por várias semanas,
atendendo aos doentes e prescrevendo remédios.
Desconfiado com o que acontecia, e com medo de perder o mando da situação local em Curitibanos, o coronel Francisco de Albuquerque, rival do coronel Almeida, enviou um telegrama para a capital do estado pedindo auxílio contra "rebeldes que proclamaram a monarquia em Taquaruçu"'.
TopoTeve
influencia religiosa nesse conflito? E o Supremo Tribunal?
Para entender-se bem a guerra sertaneja, é
preciso voltar um pouco no tempo e resgatar o valor da figura de três monges da
região. O primeiro monge que galgou fama foi João Maria de Agostini,
um rezador leigo de origem italiana, que peregrinou pregando e atendendo
doentes de 1844 a 1870 por um amplo território que ia de Sorocaba, em São Paulo, até Rio Pardo e Santa
Maria, no Rio Grande do Sul.[2] Fazia questão de viver uma vida
extremamente humilde, e sua ética e forma de viver arrebanhou milhares de
crentes, reforçando o messianismo coletivo. Sublinhe-se, porém, que não exerceu
influência direta nos acontecimentos da Guerra do Contestado que ocorreria
posteriormente. João Maria morreu em 1870, em Sorocaba, estado de São Paulo.
O segundo
monge adotou o codinome (alcunha) de João Maria,[3] mas seu verdadeiro nome
era Atanás
Marcaf, provavelmente de origem síria. Aparece publicamente com a Revolução Federalista de
1893, mostrando uma postura firme e uma posição messiânica. Sobre sua situação política,
dizia ele "estou do lado dos que sofrem".[1] Chegou, inclusive, a fazer
previsões sobre os fatos políticos da sua época. Atuava na região entre os
rios Iguaçu e Uruguai. É de destacar a sua influência
inquestionável sobre os crentes, a ponto de estes esperarem a sua volta através
da ressurreição, após
seu desaparecimento em 1908.
As
entrelinhas do que estava por vir estavam se amarrando entre si. A espera dos
fiéis acabou em 1912, quando apareceu publicamente a figura do terceiro monge.
Este era conhecido inicialmente como um curandeiro de ervas, tendo se
apresentado com o nome de José Maria de
Santo Agostinho, ainda que, de acordo com um laudo da polícia da
Vila de Palmas, Estado do Paraná, ele fosse, na verdade, um soldado desertor
condenado por estupro, de nome Miguel Lucena de Boaventura.
José Maria
pregava uma vida de respeito ao próximo, aos animais e à natureza, assinalava a
existência de fontes de água (que logo a população passou a chamar de
"águas santas" ou "águas do monge") e recomendava a
edificação de cruzeiros.[2]
Como ninguém
conhecia ao certo a sua origem, como aparentava uma vida reta e honesta, não
lhe foi difícil granjear em pouco tempo a admiração e a confiança do povo.[4] Um dos fatos que lhe granjearam
fama foi a presunção de ter ressuscitado uma jovem (provavelmente apenas vítima
de catalepsia patológica).
Supostamente também recobrou a saúde da esposa do coronel Francisco de Almeida,
acometida de uma doença incurável. Com este episódio, o monge ganha ainda mais
fama e credibilidade ao rejeitar terras e uma grande quantidade de ouro que o
coronel, agradecido, lhe queria oferecer.
A partir
daí, José Maria passou a ser considerado santo: um homem que veio à terra
apenas para curar e tratar os doentes e necessitados. Metódico e organizado,
estava muito longe do perfil dos curandeiros vulgares. Sabia ler e escrever e anotava
em seus cadernos as propriedades medicinais das plantas encontradas na região.
Com o consentimento do coronel Almeida, montou no rancho de um dos capatazes o
que chamou de farmácia do povo, onde fazia o depósito de ervas
medicinais que utilizava no atendimento diário, até horas tardias da noite, a
quem quer que o visitasse.
Movimento Messiânico (1912-1916)
Em 1912,
numa região contestada por Santa Catarina e Paraná, houve um conflito bastante
semelhante ao de Canudos, ou seja, camponeses expulsos de suas terras e sem
trabalho decidem organizar uma comunidade, sob o comando de um monge.
Uma
empresa norte-americana, ao construir a estrada de ferro que iria ligar São
Paulo ao Rio Grande do Sul, desapropriou as terras que margeavam a ferrovia e,
em troca, muito gentilmente ofereceu trabalho às famílias camponesas na
construção da mesma.
Quando as
obras terminaram, uma população enorme de camponeses ficou sem ter o que fazer
nem para onde ir. Esta situação era semelhante a dos camponeses expulsos de
suas terras por poderosas empresas madeireiras que, também, vinham se
instalando na região.
Esses
camponeses se uniram aos ‘monges’ João Maria e José Maria e fundaram alguns
povoados – “Monarquia Celeste” -, com ordem própria a semelhança de Canudos.
O governo
rapidamente tratou de dizimar esse movimento camponês (utilizando até aviões).
As forças ficaram assim compostas: peludos (representavam o
governo) contra os pelados (massa camponesa marginalizada).
Em 1916,
os últimos núcleos foram arrasados por tropas do governo.
O governo federal não viu com bons olhos o
trabalho de José Maria, que passou a representar um risco para a ordem e
segurança da região. Ele e seus seguidores foram severamente reprimidos pelas
multinacionais e pela guarda armada do governo federal. Eles pretendiam dar fim
aos povoados sertanejos e obrigá-los a sair por bem ou por mal dos territórios
dos quais haviam tomado posse. No mês de novembro de 1912 ocorreu a batalha de
Irani, o qual marcou este conflito e desencadeou na morte do monge José Maria.
Os sertanejos, inconformados com a morte de seu líder, partem para o extremo,
dando início a uma guerra civil. Novas sedes foram constituídas por seus
sectários, que até este momento não pensavam em se render, mas sim em continuar
lutando, desgostando o governo federal que, ávido por acabar definitivamente
com esta guerra, resolve usar todo seu poderio militar e abater as últimas
fortificações resistentes, utilizando para este fim um grande contingente de soldados
equipados com fuzis, canhões, metralhadoras e aviões, nunca antes usados em uma
ação bélica desta magnitude.
Desenrolar da Guerra e Conflitos
Os
coronéis da região e o governo começaram a ficar preocupados com a liderança de
José Maria e sua capacidade de atrair camponeses. O governo passou a acusa ele
de ser um inimigo da república, que tinha como objetivo desestruturar o
governo. Com isso, policiais e soldados do exército foram enviados ao local,
com o objetivo de acabar com o movimento.
Os
soldados e policiais começaram a perseguir José Maria e seus seguidores.
Armados de espingardas de caça, facões e enxadas, os camponeses resistiram e
enfrentaram as forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes conflitos
armados, morrerem em torno de 5 mil à 8 mil rebeldes. As baixas do lado das
tropas oficiais foram bem menores.
Luta armada entre fanáticos e tropas do exército na região do Contestado (Sul do Brasil) tem relações apenas circunstanciais com a questão de limites entre Santa Catarina e o Paraná.
De fato, o
litígio, que devia ter sido encerrado com o pronunciamento do Supremo
Tribunal (1906), continuou a ser agitado, chegando os político paranaenses
a proporem a criação do Estado das Missões, compreendendo a zona contestada
(1910).
Em
1912,surgiu o primeiro entrevêro, sob o pretexto de que o Paraná fôra invadido
por fanáticos de Santa Catarina, seguindo para o local um contingente da
polícia daquele Estado,sob o sob o comando do coronel do exército João
Gualberto Gomes de Sá, que foi desbaratado pelos sertanejos, morrendo na peleja
e o Monje José Maria.
A
concentração de fanáticos, entretando , nada tinha a ver com a questão de
limites.
O monge,
ex-soldado da polícia ou do exército, não se sabe ,mas certamente um desertor
,conseguira reunir em seu séquito os antigos trabalhadores da Estrada de Ferro
S. Paulo-Rio Grande, desempregados desde o paralisamento das obras em União da
Vitória (1906), Tornando-se assim marginais de uma vasta ainda despovoada.
Organizaram-se
então, o que o monge denominava Quadros Santos, um dos quais transpôs a
fronteira , indo se fixar em Campos doIrano.
Morto José
Maria, os sertanejos passaram a obedecer um novô chefe, Eusébio Ferreira dos
Santos, cuja a filha tinha visões, entrincheirando-se em Taquaruçu.
Os demais
Quadros Santos se dispiseram em pontos diversos numa área , de difícil
topografia , cada qual com o seu Santo, inclusive um tal D. Manuel Alves de
Assunção Rocha, que pretendia ser o “Imperador da Monarquia Sul Brasileira “.
Nomeado
para a inspetoria da Região Militar, que compreendia os dois estados (12 de
Setembro de 1914),o General Setembrino de Carvalho mobilizou sete mil homens,
pondo fim à sangrenta contenda com a tomada de Santa Maria (5 de abril de
1915).
A 12 de
Outubro de 1916, os governadores Filipe Schimidt(Santa Catarina ) e Afonso de
Camargo (paraná) assinaram um acordo e o município de Campos de Irani passou a
chamar-se Concórdia.
Fonte:
omotim.tripod.com
Fonte:
Data |
Módulo IV - Lutas e revoluções Populares na América Latina nos séculos XIX, XX e XXI |
Destaque para: Guerra
do Contestado exatamente no começo do séc XX, posseiros pobres, negros, mestiços e indígenas
Primeiras mortes
Marechal Hermes da
Fonseca
O
governo brasileiro, então comandado pelo marechal Hermes da
Fonseca, responsável pela Política das Salvações, caracterizada por
intervenções político-militares que em diversos Estados do país pretendiam
eliminar seus adversários políticos, sentiu indícios de insurreição neste
movimento e decidiu reprimí-lo, enviando tropas para acalmar
os ânimos.
Antevendo
o que estava por vir, José Maria parte imediatamente para a localidade de Irani com todo o seu
carente séquito. A localidade nesta época pertencia a Palmas, cidade que estava na jurisdição
do Paraná,
e que tinha com Santa Catarina questões jurídicas não
resolvidas por conta de divisas territoriais, e acabou vendo nessa grande
movimentação uma estratégia de ocupação daquelas terras.
A
guerra do Contestado inicia-se neste ponto: em defesa de suas terras, várias
tropas do Regimento de Segurança do Paraná são enviadas para o local, a fim de
obrigar os invasores a voltar para Santa Catarina.[4]
Em
22 de outubro de 1912, a polícia do Paraná deu início a um ataque que resultou
na batalha do Irani, em um lugar chamado "Banhado Grande", na qual
morreram 11 sertanejos, entre eles o monge José Maria, e 10 soldados, inclusive
o coronel João Gualberto Gomes de Sá Filho.[2]
Placa no Museu do Contestado, em Caçador
José
Maria foi enterrado com tábuas pelos seus fiéis, a fim de facilitar a sua
ressurreição, já que os caboclos acreditavam que este ressuscitaria acompanhado
de um "exército encantado", vulgarmente chamado de "Exército de
São Sebastião", que os ajudaria a fortalecer a "monarquia
celeste" e a derrubar a república, que cada vez mais se acreditava ser um
instrumento do diabo, dominado pelas figuras dos coronéis.
Filmes sobre Guerra do Contestado
A Guerra dos Pelados
O filme A Guerra dos Pelados foi
dirigido por Sylvio Black, o mesmo diretor do documentário O Contestado, e lançado
em 1971 . Os camponeses expulsos da região do Contestado eram chamados de
“pelados” porque raspavam a cabeça. O filme recebeu vários prêmios na
época. Stênio Garcia compõe o elenco.
Esse é outro filme
O Contestado – Restos Mortais
O
documentário O
Constestado – Restos Mortais foi dirigido pelo catarinense
Sylvio Back, o mesmo diretor do filme A Guerra dos Pelados, e lançado em 2012.
A Revolta havia iniciado cerca de 100 anos antes da filmagem. Na
obra, 30 pessoas médiuns deram depoimentos sobre o conflito em estado
alterado de consciência.
Esse é outro filme
O documentário O Constestado – Restos Mortais foi dirigido pelo catarinense Sylvio Back, o mesmo diretor do filme A Guerra dos Pelados, e lançado em 2012. A Revolta havia iniciado cerca de 100 anos antes da filmagem. Na obra, 30 pessoas médiuns deram depoimentos sobre o conflito em estado alterado de consciência.
Assista também às aulas sobre República
Velha.
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Quem não se
lembra do “bife a cavalo”
Da água com
gás de um litro?
Das
vesperais com vários episódios de filmes
Principalmente
de faroeste, Látego e Nioca?
Das balas de
menta, jujubinha
E as
revistas em quadrinhos?
Diversas
Ir ao cinema
“poeira” bem cedo, matinê
Pois a fila
era enorme
Usando calça
de tergal
Quando a
propaganda dizia:
A calça de
vinco permanente
Aos
domingos, nas vesperais e nas matinês
Vendo os
heróis preferidos
Que nunca
eram derrotados
Ficando com
a mocinha no final da fita
O cigarro
“Aspirante” e “Continental”
O “Consul”
mentolado – um barato
Vodca?
A primeira
aula na escola pública
Novos
amigos, novas esperanças
São lembranças,
algumas não esquecidas
Outras já
perdidas no tempo
Porém, são
marcas que ficam
Deixando na
memória grandes recordações
Gratas
recordações
Antônio Furtado
Olá, sou o professor Ivan Luiz, jornalista, bacharel em geografia, petroleiro e diretor do Sindipetro RJ. Minha missão é contribuir com conhecimento, informação, reflexões e soluções para que nós, cidadãos brasileiros, tenhamos maior qualidade de vida com dignidade e respeito. Quer conhecer mais sobre minha trajetória e meus projetos? Então acesse minhas redes sociais. Os canais são abertos para que somarmos forças.
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